Já fazem 8 anos desde que tomei minha decisão e é hoje em que ela vai se tornar legal:

       Saio de casa, coloco um vestido vermelho, pois branco é muito comum! Vou ao salão faço escova no cabelo e pinto as unhas, volto para casa, me maquio e entro no carro de meu pai. Chegando ao cartório todos que eu realmente queria estão lá: meus pais, Nico com sua namorada-Renata, Meus familiares mais próximos, David e Felipe.

         Abraço meu futuro marido e a “cerimônia” começa...

        “Vocês aceitam um ao outro para amar e respeitar na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza em todos os dias de suas vidas até que a morte os separe?”

“sim” – Dizemos em coro.

       “E se tem alguém contra esse casamento que fale agora ou se cale para sempre.”

  “Eu tenho” – Uma voz diz em alto e bom som e antes que eu me vire eu já sei quem é. – “Ela deveria estar morta, eu deveria tê-la matado naquela noite” – Percebo que Renata já estava com o celular ligado. Trinta segundos depois uma sirene é ouvida e ele grita para mim. – “Você nunca vai ser feliz! Você não pode...”

“Chega, Pedro! Você não cansa? A policia já está aqui e você não vai ameaçar mais ninguém!” – Meu noivo se manifestou.

“Como pode ter certeza? Um dia eu vou sair e virei atrás de Mirela para me vingar! Vocês vão sofrer!”

  “Eu não tenho medo, eu vou protegê-la de todas as formas possíveis” – Meu noivo disse logo antes da policia algemar Pedro e levá-lo para longe.

  O casamento continuou normalmente e num certo momento da festa ele me puxou para um canto, encostou a testa na minha e disse:

  -Mirela, Eu te amo.

  -Eu também te amo, Felipe.

7 anos depois...

      Já fazem 10 anos desde que me casei...  E coincidentemente é o aniversário de 5 anos da minha filha Lorela. Para comemorar saímos os três juntos para o parque.

       Estou brincando com Mirela quando ela se levanta e corre para um brinquedo do outro lado do parque. Por ser mais lenta que ela, me levanto e olho pelos arredores em busca dela, nada.

       Felipe volta com uma garrafa de água na mão e pergunta por Lorela, começamos a correr e gritar seu nome quando o grito dela é ouvido, olho na direção dela e vejo uma das poucas cenas que eu NUNCA quis ver na minha vida: Pedro, segurando Lorela nos braços e apontando uma arma em sua cabeça. Ele revela uma voz rouca e pouco usada com uma frase: “Eu disse que voltaria!”. Ficamos lá : Eu abraçada ao Felipe, Lorela com os olhos vidrados em não dois e Pedro observando cada movimento da minha família.