Os três saíram do elevador rindo de uma piada que Tony havia acabado de contar. E ainda rindo, encontraram Pepper sentada no sofá da sala e mexendo em alguns hologramas. Assim que ela ouviu as risadas do trio, se virou e sorriu ao encontrá-los todos juntos. Ela se levantou e andou na direção deles.

-Aí estão vocês! Levei um susto quando cheguei e não tinha ninguém em casa. Onde vocês estavam? -ela perguntou olhando para todos, mas seguindo na direção de Tony.

-Nós fomos até a SHIELD. Fury ligou e disse que tinha algo para nos falar e aproveitei para levar Rose para conhecer a base. - ele respondeu e dei um selinho em Pepper. - Além disso, não queria deixar Rose sozinha em casa.

-E você, Rose? Se divertiu? - Pepper perguntou abraçando a cintura de Tony.

-Sim, eu adorei aquele lugar! Enquanto Tony e Bruce trabalhavam no laboratório, eu dei um passeio pela base e acabei conhecendo algumas pessoas.

-Algumas pessoas? Achei que tinha sido apenas o Barton. - Tony franziu a testa confuso e Pepper segurou o riso. Ele se fazia de durão, mas estava na cara que a menina já havia roubado seu coração.

-Bom “algumas pessoas" foi apenas uma maneira de dizer. Eu conversei com o agente Barton e conheci outro agente, o agente Carter. - A menina respondeu tímida.

-Agente Carter? Nunca ouvi falar dele. - Tony disse rabugento. - Sabe, Pepper, o Legolas ofereceu para dar aulas de arco e flecha para a Rose. Não é atrevido?

-Ai, Tony, deixe de ser chato! Aposto que ele apenas foi gentil em oferecer as aulas para ela, diante do interesse que ela deve ter demonstrado com o arco e flecha.

-Sei... - Tony respondeu desinteressado. - Então, você me ligou pedindo para voltar porque tinha algo para nos falar. O que foi?

-Ah sim! Eu queria dizer que... Espera. Onde está o Bruce?

-Ele se dirigiu para o laboratório, Srta. Potts. -J.A.R.V.I.S respondeu.

-Ah, certo. Muito bem, então. - Pepper voltou a falar enquanto andava em direção a sua bolsa. - Bom, eu recebi seus documentos, Rose. E agora você tem uma identidade com o nome de sua mãe e de seu pai. Aqui está.

-Obrigada, Pepper. – a menina olhou para os novos papéis em seus mãos, mais especificamente sua identidade. Os nomes de seu pai e de sua mãe constavam no documento. Quando imaginou que isso poderia acontecer? Nunca. Aquilo parecia um sonho e Rose definitivamente não queria acordar tão cedo. Ela segurou as lágrimas, não queria demonstrar fraqueza na frente de sua nova família. Portanto, apenas sorriu largamente e dirigiu-se para Pepper. – Não sei como te agradecer, Pepper. Por tudo o que você está fazendo por mim. E obrigada a você também, Tony por ter me acolhido de um jeito que nunca imaginei que seria possível.

O casal não disse nada, mas acompanhou o sorriso da menina. Naquela hora, todos sabiam somente isso bastava, nada mais era necessário.

-Bom, acho que isso merece uma comemoração. – Tony mudou de assunto. - O que vocês acham de uma festa? Eu acho uma ótima ideia. Pepper, por favor, arrume todo o mais rápido possível. Quero apresentar Rose para a sociedade.

-Sinceramente, Tony. Não acho que seja necessário darmos uma festa com esse propósito. Semana que vem tem a festa de reinauguração da Expo Stark, é a oportunidade perfeita.

-Não acho que seja suficiente. No dia seguinte, chamaremos poucas pessoas e daremos uma coletiva de imprensa. Desse jeito, nós iremos apresentá-la no dia da reinauguração, mas oficialmente na festa, aqui em casa. Organize tudo.

-Antes disso, Sr. Stark. Acho que devemos pedir a opinião de Rose, não acha? – Pepper se virou para a menina que não prestava muita atenção na conversa, continuava olhando seus novos documentos. – Rose, querida, o que acha da ideia de Tony? Te incomoda?

-Bom, não sei te dizer com certeza já que nunca participei de uma festa. Mas pelo que já ouvi falar, acho que pode ser divertido. Não vejo problema nenhum. – a menina sorriu, fazendo Tony aumentar ainda mais o seu sorriso.

-Viu, Pepper? Ela concorda comigo. E tem outro motivo: ela nunca foi a uma festa, chega a ser pecado! Está na hora de lhe mostrarmos o lado bom da vida!

-Tudo bem! Você venceu. Vou organizar o mais rápido possível. E você tem certeza que vai dar uma coletiva de imprensa?

-Tenho. É a melhor maneira. – Tony se levantou indo para o bar. – Acho que agora podemos comemorar só nós o que acham? Vou pedir uma pizza.

-Tony, eu... – Rose começou, mas seu pai a interrompeu:

-Não, senhorita. Você está cansada, nada de cozinhar por hoje. Essa ocasião pede algo simples, rápido e gostoso.  J.A.R.V.I.S, por favor, chame o Dr. Banner. Diga que estamos pedindo pizza e comemorando. E que eu insisto que ele venha comer conosco. E se ele não quiser vir, diga que eu mesmo vou buscá-lo. Pouco me importa que ele tenha uma coisa verde e grande dentro dele.

-Sim, Sr. Stark. Farei isso agora mesmo. – o computador respondeu.

-Certo. Qual sabor de pizza vocês queres? – Tony disse, mas não deu tempo para Pepper e Rose responderem – Ah, eu vou pedir uma de Mussarela e outra de Calabresa. Pronto.

[...]

A noite passou tão rápido, que quando foram ver já passava da meia-noite. A felicidade entre eles era tão grande que eles se esqueciam do mundo lá fora e se fechavam em um mundo só deles, onde eles podiam ser felizes juntos. Apesar de ser algo meio pessoal para Tony, Rose e Pepper, Bruce se contagiava com tanta felicidade presente naquela casa. Mas mesmo assim, ele se perguntava quando isso ira acontecer com ele: morar junto com a mulher da sua vida e de presente ter uma filha ou filho.

Os quatro levaram seus pratos para a cozinha e depois se recolheram em seus devidos cômodos. Rose seguiu para o banheiro e tomou um longo e relaxante banho. Estava cansada, mas era um cansaço bom. Nunca havia se sentido daquele jeito e aparentemente seu corpo gostou da sensação, já que o sorriso não saía de seus lábios.

Depois de trocar de roupa, deitou em sua cama, pegou seu livro e retomou a leitura de onde tinha parado. Não sabia quanto tempo havia se passado, mas tirou seus olhos do livro quando ouviu batidas na porta.

-Pode entrar. – ela disse fechando seu livro e colocando-o de volta na mesa de cabeceira.

-Atrapalho? – a cabeça de Tony apareceu na pequena abertura da porta.

-Claro que não. – Rose disse sentando-se na cama enquanto Tony entrava no quarto com seus braços para trás. – Sente-se.

-Obrigado. – ele se sentou e ficou alguns minutos encarando a menina até perceber que estava a deixando sem graça. – Bom, eu vim aqui para te dar algo.

-Dar-me algo? – ela franziu a testa confusa.

-Sim. – ele tirou de suas costas uma caixinha preta e deu a Rose.- Isso veio junto com a carta de sua mãe. Foi um presente que eu dei a ela na primeira noite que saímos juntos. Segundo o que ela disse na carta, ela achou justo você ficar com isso.

-Obrigada. – Rose abriu a caixinha e viu um colar de bronze com um pingente de coração, onde tinha flores pretas desenhadas. – É lindo.

-É. Quando eu vi na loja naquela época tive certeza que Emily iria gostar. Não sabia por que. Eu só... Senti. Eu só a conhecia havia um dia, mas eu já estava hipnotizado pelo jeito dela ser. – Tony começou a falar e a menina ouvia atentamente. Ele achou justo contar a história dos dois para ela, já que ela não tinha nenhuma lembrança da mãe. – Eu a conheci na faculdade, em Oxford. Ela estava cursando artes plásticas. E naquele dia, meu pai foi dar uma palestra para os alunos do curso de física e, bom, eu fui junto. Já estava fora do prédio quando eu trombei com Emily. Ela estava andando apressada, cheia de coisas nas mãos. E quando nos encontramos, tudo foi ao chão. E a ajudei a recolher as coisas e quando eu olhei para os seus olhos, eu soube que queria conhecer mais aquela mulher. Ela era meio tímida, como você, mas conseguimos conversar por alguns minutos até meu pai me chamar.Eu queria conversar mais com ela, então marquei um encontro no dia seguinte. Antes de encontrá-la, pensei em levar um presente e então achei esse colar. Fomos ao cinema e eu entreguei o presente para ela. Depois, andamos pela cidade, conversando sobre coisas diversas. Até que nos beijamos e então nosso romance começou. Serei sincero e direi que não estava apaixonado por ela e tenho certeza que ela não estava apaixonada por mim. Foi um romance de verão. Somente isso. Quando eu tive que ir embora, nos despedimos e prometemos manter contato. Mas não foi assim que aconteceu. No começo eu pensava em ligar para ela, mandar uma carta. Mas achei melhor não. Nossa história não foi longa, apenas algumas semanas. Mas resultou em você. Eu queria muito ter mantido uma amizade com ela e sempre me perguntei o porquê de isso não ter acontecido. Acho que no fundo, manter contato comigo, faria Emily se lembrar de você. Não que seja algo ruim, mas eu sei que ela se arrependeu muito de ter feito isso com você.

-Como... Como ela era? Do que ela gostava de fazer? – Rose achou a história fascinante, mas não conseguia conter sua curiosidade em saber da vida de sua mãe.

-Bom, pelo o que eu conheci dela, ela era exatamente como você. Simpática, mas tímida. Adora as artes. Não só desenhos e pinturas, mas músicas e danças também. E ela era linda. Alto, com cabelos loiros longos e olhos verdes escuros. Acho que isso você não puxou dela e sim de mim. – eles riram juntos. – Mas o formato dos seus olhos, o formato da boca, rosto... Tudo isso veio dela. Sinceramente? Uma mistura perfeita minha e dela.

-Gostaria tanto de ter uma foto dela... De tê-la conhecido. – Rose suspirou e voltou seus olhos para o colar. – Põe em mim?

-Claro. – Tony pegou o colar e colocou no pescoço da menina quando ela virou de costas para ele e levantou o cabelo. – Eu vou arranjar uma foto dela para você. Infelizmente, eu não tenho uma, mas eu vou procurar por aí.

-Obrigada. A história de vocês é linda. Sei que vocês gostavam um do outro, mas não eram apaixonados. Eu entendo isso. E por mais que eu não conheça você direito, muito menos a Emily, pode dizer, sem medo, que você e a Pepper foram feitos um para o outro. É possível chegar a essa conclusão pelo modo que vocês se olham. Tenho certeza que, aonde quer que Emily esteja, ela está feliz por você ter encontrado a Pepper.

-Eu acredito nisso também. E acredito que ela esteja ainda mais feliz por te ver comigo, fora daquele orfanato. – Tony sorriu e estava para falar mais alguma coisa, porém J.A.R.V.I.S. o interrompeu.

-Desculpe-me pela intromissão, senhor. Mas a Srta. Sophia está no telefone querendo falar com você. – ele disse.

-Já vou atender, J.A.R.V.I.S. – Tony respondeu suspirando. – Desculpe, tenho que atender. Boa noite, durma bem.

-Obrigada novamente, Tony. Por tudo. – Rose respondeu e ambos sorriram. – Boa noite. - Tony andou até a porta, mas antes de sair, olhou ao redor do quarto e franziu a testa.

-Esse quarto não tem nada a ver com você. Vou conversar com Pepper para levá-la para comprar uns móveis e tintas para mudar o quarto do jeito que você quiser. – ele disse e, antes que Rose lhe respondesse, saiu do quarto.

A menina sorriu ainda mais e deitou na cama, olhando o teto do quarto. Finalmente pode conhecer um pouco da vida de sua mãe. Não era muito, mas bastava. Eram coisas boas e era somente com isso que Rose se importava. Como tudo aquilo não podia ser um sonho? Era perfeito demais, feliz demais. A felicidade não cabia em seu peito. Em tão poucos dias sua vida mudou tanto! Realmente parecia um sonho. Mas ela não queria acordar, ela queria continuar com aquela nova vida, junto de seu pai, Pepper, e outras pessoas tão maravilhosas. É, o Destino foi muito bom com ela até agora.