Depois daquela cansativa manhã, voltei pra casa. – Sozinha – É, Castiel não me esperou, se eu me perdesse ele seria o culpado. O caminho pra escola não é tão difícil, mas eu sou bem distraída e desastrada. Estava no meu quarto checando os emails, tinha um de Iris:
– Maaaaaaari, quantas saudades, como tão as coisas ai? Tá difícil ficar aqui sem você viu, o maior tédio, e ainda mais tendo que agüentar o Ken reclamar de saudades toda hora. Mas e ai? A casa é muito grande? Seu padrasto é legal? E o filho dele? Ai, tenho tantas coisas pra te perguntar. >< Mas quero que fique sabendo, a gente esta indo te visitar ai ouviu mocinha? Acho que esse final de semana, eu espero... Senão é bem capaz do Ken dar um troço aqui. Ahh, a Mellanie e o Dake, também estão morrendo de saudades, enfim todo estão. Espero que esteja se divertindo ai e que não tenha se esquecido da gente ouviu? Beijos, da sua amiga íris. ♥

Me emocionei com o email, que saudades desses quatro... Queria tanto que eles estivessem aqui comigo. Mas eu não posso reclamar de nada, Sweet Amoris é uma escola bem legal, as pessoas foram bem gentis comigo, tirando aquela loira antipática. Respondi o email de Iris, e liguei pra Melody pra confirmar tudo, hoje ela e a Morganne, iriam me levar pra conhecer a cidade. Londres era uma cidade linda, e tinha vários pontos turísticos que eu adoraria conhecer. Tínhamos combinado de fazer um piquenique no Green Park, realmente seria um dia inesquecível... Liguei pra Melody e confirmei tudo. Só ainda não tinha pedido permissão pra minha mãe, então fui até o quarto dela. Só havia Marta no quarto dobrando as cobertas, então perguntei:
– Marta, cadê a mamãe?
Ela se virou rapidamente, pois estava de costas, e deu um pulo. Acho que eu tinha assustado ela, que estava arrumando as cobertas, distraída.
– AHHH, PAI DO CÉU MARI! Quer me matar garota? – Falou ela quase que sem fôlego.
Eu comecei a rir e depois pedi desculpas.
– Não vi que você tava distraída, me desculpa. – Falei ainda rindo.
– Não tem nada, já me acostumei, Castiel também tem a mesma mania que você, chegar de surpresa nos lugares. – Disse ela revirando os olhos. – Então, o que você tinha perguntado mesmo?
– Se você sabe onde a mamãe esta.
– Ah querida, ela saiu cedo com o Joe, acho que iam fazer compras.
– Ah não sério? – Perguntei desapontada. – Bem... Se ela chegar diz que eu sai com umas amigas da escola.
– Ah querida acho que não vai dar, Joe me liberou mais cedo hoje, e daqui a pouco eu já estou indo embora, mas porque não pede pro Castiel avisar ela? – Disse ela dando um sorrisinho.
– Ahh, - revirei os olhos. – Tá bom, vou tentar falar com ele. – Falei saindo do quarto.
Fui até a porta do quarto de Castiel, estava fechada. Eu bati algumas vezes, mas não obtive resposta, então resolvi abrir. O quarto dele tinha vários pôsteres de cantores e bandas de rock, e como eu imaginava estava uma bagunça. E ele estava lá, dormindo de bruços, jogado na cama em meio aos cobertores. Ele dormia intensamente parecia ter um sono pesado. Resolvi acordá-lo, por mais que ele ficasse bravo, eu não podia sair sem avisar ninguém. Cheguei perto da cama, e tentei acordá-lo:
– Castieel... – Sussurrei. – Ele nem se mexeu.
– Castieel... Acorda... Castielzinho... Vamos... – Sussurrei um pouco mais alto dessa vez. – E de novo, ele nem se mexeu.
– Castiel, acorda. – Falei alto agora. – Ele se virou pro outro lado, e continuou dormindo.
– CASTIEL! – Ele não acordava.
– Acho que ele morreu, só pode. – Falei ironicamente. – Comecei a sacudir ele, pra ver se ele acordava.
– CASTIELL, ACORDA. – Foi aí que ele se levantou de uma vez, me assustando.
– O que você quer garota. – Disse ele sonolento, enquanto levava a mão sobre a testa, tirando os fios ruivos que lhe caiam sobre o rosto. – Eu não posso nem dormir mais? – Esbravejou.
– D-Desculpa, é que... Eu preciso de um favor. – Falei cabisbaixa.
– Um favor? Meu? – Disse o ruivo, dando aquele sorriso que eu tanto odiava.
–É que hoje eu vou sair, e preciso que você avise minha mãe quando ela chegar.
– Porque não pede pra Marta? – Disse ele revirando os olhos.
– Marta vai embora daqui a pouco. Eu não posso sair sem avisar pra ninguém, minha mãe iria ficar preocupada.

– Você vai aonde? – Perguntou ele.
– No Green Park, com umas amigas porque Castiel? – Perguntei curiosa.
– Você vai ao Green Park hoje? Você já olhou pela janela? – Disse ele dando um sorriso de canto.
– Não... O que... – Fui até a janela, estava fechada, eu abri e uma rajada de vento atingiu meu rosto, era um vento frio e parecia que o céu iria desabar. – ÓTIMO! – Já era o meu piquenique com as meninas. Fiquei tão decepcionada, estava tão ansiosa pra ir, já tinha arrumado minhas coisas, e separado o que eu ia levar.
– Hm, então você não precisa mais de mim né? – Disse o ruivo. – Ótimo, posso voltar a dormir. – Dizendo isso, ele deitou na cama novamente e fechou os olhos, sem se importar com a minha presença no quarto.
O vento que vinha da janela ainda aberta, batia nos cabelos de Castiel, fazendo aqueles fios cor de fogo se movimentarem no ritmo do vento, enquanto Castiel dormia feito um anjo. Ele havia deitado sobre as cobertas, e o mesmo nem se importou de pega-lás, quando o vento vinha com intensidade deixando o quarto gelado e úmido. Fique lá parada, observando ele adormecer. Quando vi eu estava com um sorriso bobo no rosto, fiquei com vergonha de mim mesmo, por sorrir admirando Castiel dormir. Foi quando ele abriu os olhos suavemente olhando em minha direção, parada ao lado da janela:
– Você ainda ta aqui? – Perguntou o ruivo sonolento.
– Er... Eu... Eu já to indo. – Falei correndo até a porta, quando ele me chama.
– Mari.
– O-Oi? – Perguntei assustada. – Ele deu aquele sorrisinho sínico e me fitou por uns segundos antes de responder.
– Fecha a porta quando passar.
Eu nada disse, passei, fechei a porta e fui para o meu quarto.