P.O.V Castiel –

Depois de deixar a Mari na sala dela, segui para a minha. Fiquei os três primeiros horários pensando como a Mari conhecia David, droga, eu tinha que manter ela longe deles, disso tudo, ela não podia se envolver, não queria que ela se machucasse. O sinal do recreio bateu me despertando de meus pensamentos, a maioria dos alunos já tinham saido, eu ainda estava na sala guardando alguns cadernos, quando senti uma presença atrás de mim.

– Oi Tiel. - Essa voz. O que ela queria vindo até aqui?

– Debrah. - Me virei para ela, que sorriu de canto.

– Você continua lindo, como antigamente. - Ela enlaçou suas mãos em meu pescoço que eu logo tratei de tirar.

– O que você quer?

– Só confirmar se você vai hoje. Não seja tão grosso assim comigo. - Ela falava com uma melosidade na voz, que enjoava meus ouvidos.

– Já disse que vou estar lá. Tenho que ir procurar a Mari, dá licença Debrah.

– Ah? Você gosta mesmo dela não é. - Debrah desviou o olhar para o chão.

– Eu amo a Mari. E não quero que ela se machuque, você entendeu? - Puxei seu braço, fazendo ela soltar um riso dissimulado.

– Você tá com ela só porque ela te faz lembrar de mim, não é? - Ela novamente enlaçou os seus braços em meu pescoço.

– Ela não tem nada a ver com você. Tchau Debrah. - Sai em direção a porta sentindo seu olhar sobre mim. Escutei ela murmurar alguma coisa, dei de ombros. Cheguei ao pátio e não conseguia encontrar a Mari, resolvi procurar Lysandre, como eles eram da mesma sala, ele poderia saber onde ela estaria.

– E ai brother. - Cumprimentei Lysandre que sorriu fazendo o mesmo.

– E ai cara, como você tá?

– To indo. Você viu a Mariana?

– Achei que ela estivesse com você. - Ele curvou as sobrancelhas preocupado. - Depois que falei de Debrah, ela saiu correndo, achei que tinha ido te procurar...

– Você O QUE? - Lysandre tinha contado sobre a volta de Debrah para ela? Porra!

– Você não tinha falado pra ela ainda? Você é doido Castiel? Ela ia acabar descobrindo de qualquer jeito, mas o certo era você falar pra ela! - Eu sabia que ele tinha razão... Mas agora ela devia estar desconfiada, e com certeza puta porque eu não contei pra ela. Droga.

– Lysandre, tenho que ir.

P.O.V Mari–

O sinal tocou anunciando o fim da última aula, peguei minha mochila e sai apressada.

– Espera Mari! - Gritaram Melody e Morgan em coro. - Onde você vai com tanta pressa?

– Desculpa gente... Eu... Eu combinei de almoçar com a minha mãe!

– Tá bom... - Elas me olharam desconfiadas. Corri até o portão de saida, quando Castiel me parou.

– Porque não me esperou?

– Não queria te ver! - Tentei passar pelo portão mas ele me segurou.

– Mari, eu sei que está com raiva porque não te contei sobre a Debrah, deixe pelo menos eu me explicar...

– Eu realmente tenho que ir. - Nos encaramos por alguns segundos antes de eu sair, ele não disse nada, mas eu via tristeza em sua face.

Lauren P.O.V–

Cheguei em casa totalmente desnorteada, gritei por mamãe que devia estar no quarto. Abri a porta num gesto rápido e confirmei minha suposição.

– Mãe! Você não acredita no que aconteceu. Perdi minha vaga em Sweet Amoris, estão falando que eu pedi transferência... Você tem que resolver isso agora! -

Ela não respondeu, estava sentada cabisbaixa na beirada da cama.

– Mãe!

– Eu sei que você perdeu sua vaga, sei porque e também para quem! - Ela levantou a cabeça me fitando, seus olhos estavam vermelhos e inchados.

– O que? Você sabe quem fez isso?

– Debrah e Verônica.

– O que? Elas voltaram? - Sentei na cama ao seu lado.

– Sim Lauren, acabou.

– Não mãe, o que está dizendo? A gente tem que amar um plano para...

– Não Lauren! Acabou! Você esqueceu o que fez aquela menina? A familia dela é rica, pode acabar com você minha filha. - Disse mamãe cortando minha frase.

– Então case-se com o Joe! Nós vamos morar na mansão Corleone, e eu vou ser feliz com o Castiel. - Eu sorri imaginando a cena.

– Lauren, minha filha. - Ela pegou minhas mãos, seus olhos estavam úmidos. - Eu passei tanto tempo desperdiçando minha vida por causa dessa obsessão maluca pelo Joe. Eu perdi o seu pai, que realmente me amava. Lauren, eu não quero que isso aconteça com você. - As lagrimas escorriam. - Castiel nunca vai gostar de você de verdade, você sabe.

– Para mãe! O que está dizendo? - Meu rosto esquentava, e as lágrimas brotavam.

– Eu apenas acordei para realidade, Lauren.

~ Flashback on–

Marta P.O.V–

Tinha acabado de receber um telefonema de Verônica, Debrah tinha voltado a cidade, estava com mais sede de vingança do que nunca, e pra começar já tinham arrumado um jeito de tirar Lauren de Sweet Amoris. Eu não tinha outra saida a não ser entregar o romance dos irmãozinhos ao Sr. Corleone. Assim, ele e Lia romperiam, eu declararia todo o meu amor, e por fim ficariamos juntos, me tornando a mais nova Sra. Corleone. Peguei o pen-drive que continha fotos e videos de Mari e Castiel juntos, e fui até Joe.

– Sr. Corleone, podemos conversar?

– Ah, claro Marta, pode ser mais tarde? Estou meio ocupado...

– Não, tem que ser agora. É importante. - Pousei minha mão sobre seu braço que arqueoou a sobrancelha.

– Certo. Vamos até o escritório. - O segui, passamos e fechei a porta.

– Pode dizer. - Ele me fitava sério.

– Tome. - Tirei o pen drive do avental, apontando para ele.

– O que é isso?

– Assista.

Ele encaixou o pen drive no notebook, e abriu os arquivos. Tinham alguns videos de quando eles ficaram sozinhos, algumas fotos de caricias trocadas, entre outras coisas. Joe olhava sem dizer nada.

– Está vendo? Eles tem um caso! Bem embaixo de seus narizes!

– Marta... Você os filmou?

– Eu... Sempre desconfiei que eles tinham um caso... - Ele massageou as tempôras, parecia irritado.

– Você invadiu a privacidade deles! Filmou o meu filho, dentro da minha casa! - Ele cerrou os punhos.

– O que está dizendo Sr... Os irmãozinhos tem um caso! Não está vendo?

– Eu não sou burro Marta! Claro que eu sabia disso, desde que a Lia se mudou para cá, sabiamos perfeitamente que Castiel e Mari podiam se envolver, a Mari é uma garota linda, inteligente e de bom coração, e eu até gostava da ideia dos dois namorarem, pois eu sei que ela tem a capacidade de mudar o Castiel para melhor! Eu e Lia concordamos com isso. Você não tinha o direito Marta.

– Mas Joe, eu... Eu achei que...

– Pegue suas coisas, depois eu resolvo o acerto com você.

– O que está dizendo?

– Você está demitida Marta.

~ Flashback off–

– Que canalha, não acredito que ele te demitiu assim mãe! Ele vai me pagar. -

– Não Lauren, não tem mais nada a fazer. - segurei suas mãos. - Eu já pensei em tudo, vamos nos mudar para a casa da sua tia na Califórnia, eu posso achar um emprego, colocar você em uma nova escola e assim refazer nossas vidas... Vamos embora semana que vem.

– Não mãe, está louca?! Você não pode desistir de tudo que a gente planejou, eu nãl vou desistir do Castiel, ele é o homem da minha vida. - Gritei e corri para o meu quarto, escutei mamãe gritar meu nome mas ignorei.

Mari P.O.V–

Apartamento 202. Ótimo, agora eu ia saber de toda a verdade. Bati na porta, ninguém atendeu, bati de novo, não tive resposta, na terceira vez...

– Mariana ? - Marta abriu a porta surpresa, ela estava com os olhos vermelhos, parecia estar chorando.

– Marta. - pausa. - Posso entrar?

– Entre... - Eu passei e ela fechou a porta, o apartamento era pequeno mas aconchegante. Sentei no pequeno sofá em tons beges na salinha.

– O que veio fazer aqui?

– Porque pediu demissão? - Ela pareceu surpresa com a minha pergunta.

– Então você não sabe?

– Do que? - Falei e ela suspirou.

– Eu mostrei para o Joe a fita com os videos de você e o Castiel. - meu coração parou por uns instantes. - E ele me demitiu. Ele já sabia de tudo Mari. - Marta segurou minha mão. - Ele disse que até apoia.

– O que? Porque você fez isso?

– Debrah voltou. Ela quer vingança contra tudo que a Lauren fez com ela no passado. Lauren a ameaçou por causa de Castiel, ela fez coisas horríveis com aquela garota. Agora sua mãe, Verônica, também não vai deixar isso barato. Eu acordei pra realidade Mariana, só estou fazendo o mal para minha filha, eu não quero que ela sofra como eu, sou uma mãe horrivel. - Seus olhos lacrimejavam.

– Não Marta, você não é. É uma mulher incrivel, e eu percebo pelo modo como cuidava de mim lá em casa, mesmo que fosse só pela sua obsessão pelo Joe, você cuidou. Só estava perdida e precisava se encontrar. - Por mais que tivesse raiva pelas chantagens de Marta, sabia que no fundo ela era uma boa pessoa.

– E me encontrei. - Ela sorriu. - Vou me mudar para Califórnia semana que vem, compensar todo o tempo perdido com a Lauren, quero que ela se torne uma pessoa boa, assim como você. - Ela acariciou o meu rosto. - Tome cuidado com a Debrah, Mari e seja muito feliz com o Castiel. - A abracei enquanto me despedia.

– Você também, espero que seja muito feliz! - Dei um sorriso de orelha a orelha. Estava feliz por Marta ter mudado assim, como eu torcia por sua felicidade.

Lauren P.O.V–

– Mãe! Eu ouvi a voz daquela vagabunda. Ela tava aqui? - Sai do quarto indo até a sala, meu rosto estava inchado, eu tinha chorado muito.

– Esqueça ela Lauren, sua vida agora é outra, deixa ela e o Castiel serem felizes.

– NÃO! Isso nunca. - Sai correndo até a porta, desci rapidamente as escadas e encontrei ela no meio do caminho. - Sua vagabunda!

– Lauren?!

Mariana estava no degrau debaixo, aproveitei a chance e pulei em cima dela que caiu no chão, agarrei seus cabelos enquanto ela gritava.

– Você tá louca garota? - Ela tentava levantar porém eu a impedia.

– Castiel é meu, sua rapariga dos infernos. - Acertei um soco em seu rosto e percebi sua boca sangrar.

– Você não me conhece! - Ela levantou ficando em cima de mim, me dando tapas no rosto, apesar de ter mãos pequenas, meu rosto queimava a cada tapa. Tentei sair debaixo dela, mas acabei rolando alguns degraus até o chão, foi quando escutei a voz de minha mãe, gritando o meu nome e mais nada.

3 Horas depois. -

Mari P.O.V -

– Desculpa Marta, não queria ter batido nela. Mas ela veio pra cima de mim, descontrolada.

– Tá tudo bem Mari, eu sei como ela é explosiva. Mas já dei um calmante para ela, só vai acordar amanhã. Não se preocupa, eu não vou deixar ela fazer mais besteiras, vou cuidar da minha filha. - ela sorriu, acariciando o rosto marcado de Lauren.

Também sorri gratificante. - Bom, então eu já vou indo. - Falei me despedindo novamente de Marta.

– Não quer um gelo pra colocar nesse corte da sua boca?

– Não precisa, mamãe deve estar preocupada, tenho que ir pra casa. Adeus Marta. - A abracei, que agradeceu.

– Adeus Mari, obrigada por tudo.

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