Quando Karin acordou na cama de Sasuke, percebeu que ele já tinha saído. Notou um bilhete em cima do criado-mudo e abriu-o rapidamente, curiosa.

"Karin, tive alguns problemas e saí mais cedo. Tem comida na geladeira e você pode ficar a vontade. Volto na hora do almoço, mas não precisa ficar aqui se não quiser. Até a noite"

Ela sorriu ao ler as três últimas palavras e foi até a cozinha, afinal estava morrendo de fome. Enquanto isso, o Uchiha andava rapidamente pelas ruas de Konoha e só parou ao entrar em um quarto do hospital, acompanhado de uma certa loira. Ino abriu a porta do quarto e começou imediatamente a chorar, vendo seu pai deitado sob os lençóis brancos.

-Ok, Ino, agora me explica direito o que está acontecendo.

Ela conteve o choro e começou a contar o que tinha acontecido.

-Hoje de madrugada um ninja da ANBU apareceu na minha casa e me disse que meu pai tinha sido gravemente ferido durante sua missão. Eu vim direto para o hospital e foi aí que eu vi o quanto era grave. Eu estava desesperada...procurei a Sakura, mas ela está fora da vila, assim como meus companheiros de time. Você foi a próxima pessoa em quem eu pensei.

-Então foi isso? Juro que fiquei assustado quando você bateu na minha porta aquela hora da manhã me pedindo para vir ao hospital com você.

-Desculpa, mas eu realmente não tinha mais ninguém a quem recorrer. Minha casa foi revirada pelos ladrões que atacaram meu pai e não estou segura lá. Preciso da sua ajuda, Sasuke-kun. Pelo menos até a testuda voltar.

-Claro, vou te ajudar.

Percebendo que ela tinha voltado a chorar, Sasuke abraçou-a protetoramente e como Ino não tinha forças nem para se manter em pé, não pôde fazer nada para impedi-lo. A verdade é que ele estava sendo muito generoso ao ajudá-la, talvez não fosse aquele monstro todo. Era o que passava na mente conturbada da loira, quando Sasuke a tirou de seus pensamentos.

-Vou pra casa arrumar as coisas pra você ficar por lá. Pode ir até sua casa para pegar suas coisas?

-Sim, vou pedir a alguém para vir comigo. E eu prometo que será por pouco tempo, todos da vila estão trabalhando para prender esses shinobis.

-Não se preocupe com isso.

Ele saiu do hospital com um sorriso de satisfação, esse ataque ao Inoichi tinha vindo em ótima hora. Foi até sua casa, onde surpreendeu Karin.

-Sasuke, já aqui?

-Karin, eu preciso de um favor.

-O que foi?

-Será que você pode ficar em um hotel por alguns dias?

-Como assim?

-É que...aconteceram alguns problemas e nem eu vou poder ficar em casa, então...

-Tá certo. Mas só se você prometer que vai me ver nesses dias.

-Vou, vou sim. E eu pago um hotel pra você.

-Por mim, tudo bem.

Ela arrumou suas coisas e foi embora, afinal já esperava que dormir com ele por uma noite não fosse prendê-lo para sempre. Mas pelo menos iria sair com ele algumas vezes. Sasuke começou a eliminar da casa qualquer coisa que pudesse sinalizar que Karin esteve ali. Ele tinha que receber Ino bem o suficiente para que ela se apaixonasse em apenas alguns dias, mas também não podia abdicar Karin. Ela era seu plano B caso algo desse errado. Sorriu novamente ao pensar no quanto aquela vida dupla seria divertida.

Quando Ino chegou, ele estava fazendo alguns sushis para o jantar. Recebeu-a com um sorriso e um abraço, ao qual ela correspondeu. 

-Sasuke-kun, não tem mesmo problema eu ficar aqui?

-Claro que não. E o seu pai?

Ela desviou o olhar e lágrimas encheram seus olhos.

-Continua desacordado.

Logo Ino sentiu os dedos de Sasuke secando seu rosto e instintivamente aproximou-se dele. Aproveitando a deixa, o Uchiha beijou-a calmamente para sentir o máximo possível a maciez de seus lábios. Quando o ar faltou, eles se separaram e Sasuke voltou para a cozinha, deixando Ino perceber direito o que havia acontecido.

Enquanto isso, chega à vila uma cansada kunoichi de cabelos rosados, que é surpreendida por uma figura nas sombras.

-Quem está aí?

-Acalme-se, Sakura. É só uma velha amiga.

Ela demorou um pouco, mas reconheceu a voz como sendo da ninja ruiva que havia salvado algum tempo antes.