Os sonhos de Ana foram turbulentos. Havia uma pessoa encapuzada, que tinha a voz de Stuckey, e tinha a voz de Daniel também, e falava para ela fugir. Fugir de quê? Era só um sonho maluco. Levantou-se da cama e foi tomar um banho, estava resolvida a passar na casa do Daniel. Ela precisava saber de tudo.

— Já vai para a faculdade Ana? — Stuckey estranhou. — Ainda é cedo.

— Não, eu vou... passar na minha casa antes. — mentiu.

— Quer que eu te dou uma carona? — perguntou ele.

— Não. Já liguei para um amigo meu. Ele já deve estar chegando — disse, abrindo a porta da sala — a gente se vê mais tarde. — e fechou com um estrondo.

— Já vai — Daniel gritou, sonolento. — Porra, quem vai vir aqui a essa hora? — e então ele abriu a porta — Ana — sorriu.

— Oi. Preciso falar com você. Posso entrar? — pediu.

— É claro — deu espaço para a garota entrar e fechou a porta atrás de si. — E aí, mudou de ideia e quer ver a surpresa que preparei pra você?

— Não. Quero tirar essa história a limpo. — respondeu — Qual sua relação ao A.X.L?

— A.X.L? — repetiu, confuso. — Aquele do seu msn?

— Ele mesmo.

— Bem, eu não tenho nada a ver com A.X.L... por que acha isso? — perguntou ele.

— Porque agora tudo está bem óbvio. — suspirou — Você obrigou Stuckey a te ajudar, não foi?

— Calma aí. Você bebeu antes de vir para cá? — ele deu dois passos em sua direção, mas ela não recuou.

— Muito engraçado. Estou falando sério Daniel. Não adianta ficar de conversa, eu sei que você é o A.X.L.

— Então está tirando conclusões precipitadas. Eu não sou o A.X.L, eu juro — ele disse, segurando o braço da garota. — Você acha mesmo que eu iria fazer isso? Só se eu fosse realmente muito cafajeste.

— Tudo bem, você não é o A.X.L — se desvencilhou do aperto dele. — então porque me tratou daquela maneira aquele dia?

— Eu estava tendo um dia ruim Ana. Me perdoe, eu quero me redimir. — suspirou, abraçando a garota.

— Hey! — Ana tentou protestar.

— Por favor... — sussurrou. — deixe-me me redimir com você. Eu gosto tanto de você, Aninha.

— Me... solta... — estava sem fôlego, tentando se soltar de Daniel. Ele segurou seu rosto e a beijou. Ela deu um tapa no braço de Daniel, que recuou. — Caralho garoto, eu já pedi pra me soltar!

— Eu não quero te soltar — Daniel disse. — Ana, quer namorar comigo?