O Nada em que Eu Me Tornaria escrita por Liah


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo!!

:)



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 – Kayliah Scott P.O.V –

“Vá lá, vá lá, não me faças isto” Tentei ligar o carro mais do que uma vez seguida, mas não resultava. “Raios”. Agora estava enervada. Olhei para o meu telemóvel, e como o universo gosta de fazer coisas más a mim, estava sem bateria.

Bati com a cabeça repetidamente no volante e quase gritei de frustração.

“Óptimo. Agora tenho que andar. Ok, é melhor andar do que a minha mãe descobrir que eu faltei ao treino de futebol.”

Abracei-me enquanto saia e fechava o carro, não que isso fosse ajudar. Depois comecei a caminhar.

Este sítio é um típico centro de cidade, as ruas que ligam a periferia ao centro, lixo no chão, garrafas deixadas ali, nas beiras. Tentei passar por cima do lixo enquanto fazia um esforço para respirar pela boca e não pelo nariz.

“Nada simpático este sítio”

[Bridge:]
I'll paint it on the walls
'Cause I'm the one at fault
I'll never fight again
and this is how it ends

Os meus saltos faziam um som de “clock” cada vez que eu dava um passo mas também conseguia ouvir pesados passos atrás de mim. Parei, mas não me virei e fiquei á escuta mas não havia lá nada. Continuei a andar e continuava a ouvir aqueles passos pesados a perseguirem-me.

Comecei a andar depressa, e mais depressa até começar a correr pela rua abaixo. Mas quando virei para a esquerda alguém bateu contra a parede degradada de um prédio abandonado. Engoli em seco assim que um corpo se encostou ao meu. Senti algo frio debaixo do meu queixo e quando olhei fechei os meus olhos. Era uma arma.

“Oh meu Deus, oh meu Deus, oh meu Deus” Repeti vezes e vezes sem conta, respirar estava a tornar-se difícil.

“Dá-me tudo o que tens, miúda” Ele cheirava a cigarros e cerveja.

Comecei a procurar dentro da minha bolsa quando senti a minha t-shirt ser levantada. Ignorei e continuei á procura da minha carteira. Encontrei-a e estendi-a aquele estranho.

“Linda menina. Uhm, que pena, terias sido uma bela noite. Olhou-me de cima a baixo antes de baixar a arma até ao meu abdómen e premir o gatilho. Tocou com os lábios nos meus e foi-se embora deixando-me ali encostada aquela parede velha.

Lentamente fui caindo até ao chão á medida que ia perdendo a força nas pernas. Tentei alcançar o ar mas estava difícil respirar. Os meus pulmões estavam em mau funcionamento.

Costumam dizer que no fim da nossa vida, vemo-la a passar á frente dos nossos olhos num flash. Para mim, isso era verdade e estava a acontecer-me mas a verdade é que não havia nada que me interessasse á medida que a ia vindo.  Tudo na minha vida era normal, uma rotina, um hábito. Um hábito de fazer tudo o que me pediam sem nunca questionar. Era tudo vazio mas no final, com o Edward, era diferente. Era lindo, fascinante e eu lembrava-me de cada momento que passei com ele.

“Edward” Sussurrei. Os meus olhos começavam a ficar pesados e eu comecei a ceder á pressão de os fechar.

“Kayliah” Ouvi a sua voz e sorri inconscientemente. A sua voz angelical parecia tão distante. Senti algo frio a pegar-me ao colo, gritei com dores e todo ficou cinzento-escuro, distorcido…

A última coisa de que me lembro é ele sentar-me num sofá e eu sentia-me tão fria e um sentimento de incapacidade em torno do meu corpo, como se nunca mais voltasse a mexer.

“Ah… Edward” Chamei.

“Estou mesmo aqui.”

“Eu não quero morrer… eu quero… estar…contigo. Deixa-me estar contigo.”

Ele não me respondeu.

“Desculpa por te condenar” Ele sussurrou mas eu não consegui mesmo compreender. Senti alguém puxar o meu braço e alguns minutos depois senti alguém levar o meu pulso até aos seus lábios e depois uma dor horrível, mas esta estava atrás da dor normal. Era uma dor agonizante, impossível de acreditar.

[Chorus:]
I don't know what's worth fighting for
Or why I have to scream
But now I have some clarity
to show you what I mean
I don't know how I got this way
I'll never be alright
So, I'm breaking the habit
I'm breaking the habit
I’m breaking the habit
Tonight

A dor continuou por alguns minutos até alguém remover o meu braço e aí o sentimento de dor deu lugar á frieza e á tontura.

Eu queria gritar, eu queria contorcer-me pelas dores mas eu não me conseguia mover. Eu estava a endoidecer, a dor era tão intensa. Era como estar dentro de um forno impetuoso e alguém insistisse em continuar a aumentar o calor…

A dor desapareceu. Sentia… Não sentia nada. Sentei-me e dei conta que estava numa cama, eu não estava cansada, até estava no completo oposto, nunca me senti tão poderosa e tão bem como agora. Num rápido movimento levantei-me da cama. Estava a usar roupas diferentes; o meu uniforme foi substituído por um vestido. Um simples vestido preto de seda que chegava até ao chão.

Eu precisava de me ver e com sorte lá estava um espelho comprido junto a uma porta. Olhei-me e respirei bem fundo. Olhei ao meu redor para ver se não era outra pessoa, mas eu era a única no quarto.

“Não, ist…” Tapei a minha boca porque a voz que eu ouvia era tão bela.

Ouvi duas batidas suaves na porta.

Edward entrou; Eu nunca tinha reparado… em tudo á cerca dele. Ele chegou-se a mim.

A primeira coisa que disse foi

“Amo-te”

“Também te amo” Não hesitei em responder porque era verdade.

Ele explicou-me o que ele era… no que ele me transformou. E então começou a desculpar-se. A desculpar-se por ter condenado a minha alma. Na realidade eu nem estava a prestar atenção. Uma sensação de algo a queimar-me a garganta estava a incomodar-me.

“Eu acho que tenho sede.”

Então ele levou-me ao bosque e ensinou-me a caçar. Eu sentia pena do pobre animal mas era bem melhor do que pessoas.

“Quando é que os meus olhos voltam ao normal?”

“Uh, nunca. Depois de vermelho eles ficam dourados.”

“… Os meus pais… O que eles sabem?”

“Eles acham que foste raptada.” Conseguia ver a culpa nos seus olhos.

Caminhei até ele e levantei-lhe o queixo.

“Não penses, nem por um segundo, que eu te culpo. Estou-te agradecida … tu salvaste-me do nada em que eu me tornaria. Estou contente que me tenhas transformado, porque agora eu posso amar-te verdadeiramente para sempre e eternamente.” Eu sorri e os nos seus olhos a alegria cresceu.

Beijou-me com paixão. De alguma forma, ele continuava a deixar-me tonta.

“Obrigado por teres quebrado a minha rotina. És a minha razão de viver.” Sussurrei-lhe.


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Notas finais do capítulo

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