Quando ele acordou, a cabeça doía. Levou ainda algum tempo com os olhos fechados. Soube que não estava sozinho e que as pessoas que estavam ao seu redor também sabiam que estava já desperto.

- Está tudo bem, Loki – Thor lhe disse. – O Sr. Banner vai apenas cuidar da sua mão.

- Lembrando que eu sou um cientista, não um médico... – Disse a voz quase frustrada do Dr. Banner, ao mesmo temo em que Loki sentiu que sua mão quebrada estava sendo movida sem que ele fizesse nada para impedir por mais que o movimento a fizesse doer.

Imediatamente, lembrou-se do Hulk esmagando-o contra o piso da Torre Stark.

Abriu os olhos e descobriu-se deitado numa mesa metálica. A respiração estava um pouco ofegante.

Sentou-se.

- O que vai fazer comigo? – perguntou para o cientista que examinava cuidadosamente sua mão quebrada.

- Vou enfaixar isso. Assim sua cicatrização será mais rápida. Thor me disse que se você tivesse seus poderes, isso já teria curado.

Loki não disse nada. Curioso o modo como o mortal que se transformava na grande besta verde parecia tão sob controle... Mas ainda assim era uma ameaça perigosa. Ele olhou ao redor na sala, apenas para encontrar alguns outros pares de olhos a fixá-lo. Stark, Fury, o Soldado, a mulher ruiva (mewling quim) e o seu “brinquedinho” contra os Vingadores, Hawkeye.

Quase sorriu para o Arqueiro. De todos ali, era quem mais o olhava com desprezo e talvez até uma pitada de ódio.

- Eu estou sem minha magia, então porque estou sendo mantido seu prisioneiro? – perguntou para Fury.

- Porque – respondeu o diretor, lentamente – não confiamos que ela não vá voltar, não importa o que Thor diga sobre o pai de vocês a estar vinculando.

- O pai dele, você quer dizer. – Loki o corrigiu e Thor rolou os olhos, mas o moreno o ignorou. – E sobre Rose, onde ela está?

- Ainda na cela. Segura. Longe de você.

- Por que a trouxe para cá comigo? Podia simplesmente ter mandado seus homens a afastar de mim.

- Ainda não sabemos a função dela nos seus planos.

Ele arqueou as sobrancelhas, surpreso com a declaração.

- Então acha que tenho um plano?

- Sim. Eu acho. E quero que fique bem claro que não vai funcionar.

- Pronto – disse o Dr. Banner, interrompendo os olhares fulminantes que do diretor Fury e Loki trocavam. – Agora é só evitar qualquer esforço com ela.

Loki examinou a própria mão enrolada firmemente num fino tecido branco poroso. A sensação era sem dúvida melhor, dera que devia agradecer? Melhor não. Apenas assentiu com a cabeça à recomendação que o outro lhe fizera.

- Já posso voltar para minha cela agora? Se não se importam, minha cabeça está doendo um pouco por causa de sua calorosa recepção...

- Na verdade – disse Fury -, ainda não acabamos. Vamos tirar um pouco do seu sangue para estudá-lo.

Aquilo o surpreendeu mais do que assustou. Como ousavam? Ninguém lhe tocaria!

Levantou-se da mesa e, na pressa, quase caiu quando a dor na cabeça latejou. Thor o segurou antes que realmente atingisse o chão. Maldito corpo mortal que não aguentava nada. Tentou soltar-se de Thor, mas não conseguiu.

- Não podem fazer isso! Eu os proíbo de encostarem em mim! Solte-me, Thor, você não pode deixar que eles façam isso comigo!

- Acalme-se, Loki – pediu o louro. – Eles me garantiram que nada acontecerá a você. É normal eles coletarem uma pequena amostra do sangue de alguém para verificar se está tudo bem.

- Não! – Ele se debatia.

- Deixem-me resolver isso – disse Stark, pela primeira vez falando ali, ao avançar ao mesmo tempo em que umedecia um pequeno lenço com o líquido de um pequeno frasco. Depois, pressionou de leve o lenço no rosto de Loki, cobrindo-lhe o nariz e a boca com ele.

O deus lutou contra aquilo, mas foi mais forte que ele.