POV Narradora

Julie andava pelos corredores ainda com o celular no ouvido.

- Fala logo o que queria. – Julie disse irritada. No fundo ficou chateada de ser interrompida.

- (Vou colocou ela na linha também.) – disse com a voz totalmente normal. “Ótimo... Ligação a três... Eu odeio isso.” Pensou Julie.

- Ela quem? – Julie se fez de desentendida.

- (Não se faça de boba. Você sabe quem.) – pausou. – (A Leona quer muito falar com você.).

- Eu não. – Julie responde recebendo um “Mas vai ter que falar” quase que imediato. – Passa logo. – respondeu irritada.

- (Já vai...) – passou uns segundos e ouviu a voz que ela mais temia, mas do que a de Demétrius.

- [Julie, já fiquei sabendo dos últimos acontecimentos. Fiquei muito... como posso dizer... Não... Não foi só um sentimento que senti. Senti mais que um. Senti raiva, fiquei chateada, fiquei chocada... Não sei expressar. Demétrius me conta tudo.] – Leona disse.

Julie resolver usar as escadas e já descia seus degraus enquanto ouvia as duas vozes.

- Eu não me importo. Façam o que bem entender... Não me importo. Não me interessa o que pensa.

- (Julie, para com essa grosseria.) – Demétrius gritou.

- [Deixa pra lá Demétrius... Isso não me atinge mais.] – pausou. – [Aquele cantorzinho ainda está aqui. O tal de Fernando Fernandes]/#tentativa fail da autora de criar um artista /risos/

- E daí? O que eu tenho a ver com isso? – Julie respondeu irritadiça.

- [Você sabe o que você tem a ver? No começo deu errado por sua causa.] – Leona disse com sarcasmo.

Julie revirou os olhos. Ainda descia as escadas. E ouvia a voz de Demétrius e Leona ao fundo. Dessa vez não estava na conversa.

- (Você está ouvindo Julie. Estou brigando com a Leona... E como sempre é por sua culpa.).

- To nem aí. Problema seu. Eu já estou cansada disso tudo.

Julie gritou ao telefone ouvindo mais discussão. “(Isso é culpa sua também, Leona)”, “[Não... É dela e você sabe disso.]”, “Vai se danar” e “[Cala a boca que não estou falando com você]” estavam no meio da discussão. Não dava nem pra saber quem falava com quem. As vozes se misturavam e era impossível saber quem era.

- (CHEGA... Não quero ouvir mais nada. Chega de discussões por hoje. Falamos com você depois Julie. Tchau.) – Demétrius se despediu.

- [Tchau Julie. Até depois.] – e Julie desligou.

Julie chegou até a praia e ficou olhando as ondas. Precisava se distrair.

Enquanto isso no hotel... /#aff, que coisa mais Disney/

- Martim. A gente precisa falar com o Daniel sobre o que conversamos.

- Ah não Félix. Deixa o cara. Não vamos cortar o barato dele. Ele está tão feliz... Não vamos nos intrometer. Se ele por acaso “cair na real”, ele pula fora.

- Não Martim. Não vou deixar isso assim. Ele é nosso amigo. Precisamos falar com ele.

- Ah... Quer saber... Você quem sabe. Se quiser falar, fala. Não vou me meter nisso.

- E eu vou mesmo. – Félix saiu do quarto e caminhou até o quarto do Daniel.

Bateu na porta. Ouviu um “Entre” dele do lado de dentro. “Nossa, ele está tão bobo com essa menina que virou um ingênuo. Como ele diz para entrar sem nem saber quem é. E se eu fosse um ladrão.” Félix pensou... Ou melhor, filosofou. Entrou.

- Fala Félix. – Daniel cumprimentou sorrindo.

- E aí. Como é que ta?

- Eu estou indo e você? – Daniel perguntou enquanto bebia uma latinha de energético.

- Vou indo também. E você não devia beber isso como se fosse água. – disse. Daniel deu de ombros nem ligando, dando outra golada. – Eu queria te dizer uma coisa.

- Fala. – Daniel disse dando um tapinha nas costas do Félix.

- Eu acho que você não devia andar tanto com essa Julie.

Daniel arqueou uma sobrancelha. – Por quê? – perguntou confuso.

- Ah, sei lá. Só não confio nela. E você não devia confiar também. Você está dando muita liberdade para essa garota.

- Deixa disso, Félix. Ela é legal. É bonita, simpática. Adoro ficar com ela. Você devia a conhecer melhor para ver o quanto ela é especial.

- Não sei. Eu não acho certo. E o Martim também concorda comigo, mas aquele cabeça-dura não quis vir aqui comigo. E além do mais... – Daniel o interrompeu.

- Olha Félix. Valeu pelo toque, mas não preciso de babá. Sei me cuidar diretinho. Sei bem o que estou fazendo. Não se preocupe. Confio nela.

Félix bufou. – Tudo bem então. – saiu pela porta. – Eu só espero que eu esteja enganado. – Finalizou num sussurro voltando para o seu quarto.