The Real Side escrita por Jess Gonçalves


Capítulo 5
Capítulo 5 - Don't Wake Me Up


Notas iniciais do capítulo

AVISO IMPORTANTE: CAPÍTULO COM A INTENÇÃO DE EXPLICAR E CONFUNDIR MUITA COISA, NÃO ME MATEM (xingar pode XD)
-----------------------
Queria pedir desculpas pela demora, eu ia postar segunda, mas essa semana tá puxada e eu devia estar dormindo ou resolvendo minha lição de poc pra sexta D:
Eu tinha zilhões de coisas pra falar, mas aqui eu sempre esqueço...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/247906/chapter/5

Não era necessário abrir os olhos para sentir a leve brisa ou o agradável calor que os raios solares proporcionavam ao entrar em contato com a clara pele de Avril. Ela sequer sabia onde estava, mas sentia-se em mais segurança do que se sentira a vida inteira. Mesmo de olhos fechados, a garota podia afirmar naquele lugar ela não precisava das suas comuns armas de defesa que ela sempre usava. Não sentia mais a necessidade de se esconder atrás de uma expressão fechada. A comparação mais infantil era a mais verdadeira: parecia que mais uma vez ela era aquela garotinha de dez anos que assustada com algo, se escondia nos acolhedores braços de Pepper.

Se concentrando mais, mesmo sem querer, Avril se deu conta que abraços realmente a envolviam, mas não os braços finos e delicados como os de sua segunda mãe: eram braços fortes. Braços desconhecidos. E essa não era a parte estranha.

O estranho era ela continuar se sentindo protegida.

Enquanto Avril sorria com esse pensamento em mente, o dono dos braços a abraçou mais forte, como se concordasse com o inocente pensamento da garota. Ele estava atingindo seu objetivo.

– O que acha de tomarmos um sorvete? - perguntou o estranho, com a voz carregada de um sotaque que Avril não conhecia. Na tentativa de ver o rosto do estranho, Avril abriu os olhos, se vendo cega por alguns instantes enquanto seus olhos se acostumavam com a claridade. Quando sua visão já estava normal, o estranho já tinha levantado e se distanciado. As únicas coisas que Avril viu do homem, antes de se focar na paisagem que a cercava, foi a roupa que usava: uma calça social preta, uma camisa branca e um terno preto; e, em contraste com sua pele clara, cabelos escuros como a noite que caía sobre seus ombros. Ela o conhecia. Sentia que já o vira antes.

Durante o tempo que o homem conversava com o sorveteiro mais próximo, Avril se ocupou em descobrir onde estava. Em poucos segundos ela identificou o local que por algumas vezes ela passeou. O Central Park continuava o mesmo desde que ela tinha algo em torno de cinco anos, até os bancos continuavam os mesmo, como aquele em que ela estava confortavelmente sentada.

– Não perguntei que sabor você queria, então trouxe de chocolate - disse o homem estranho, quando voltou a se aproximar da garota, com um picolé em mãos. Assim que os olhos castanhos da garota se focaram no rosto do homem, Avril teve certeza de uma coisa:

A beleza daquele homem não podia ser humana.

O sorriso discreto e meigo dele apenas a deixava contente e seus olhos incrivelmente azuis a hipnotizava. Simplesmente não era possível desviar seu olhar do dele.

– Está tudo bem, Av? - perguntou o homem, sentando-se novamente no banco ao lado da garota - Não gostou do sabor do sorvete ou está assim porque te acordei?

Avril riu ao perceber a preocupação em sua voz e abaixou a cabeça, percebendo que não usava uma típica camiseta preta e uma calça jeans, e sim um simples e delicado vestido branco.

– Todo mundo gosta de chocolate - lembrou ela, quase obrigando o homem a provar seu sorvete - Desculpe por ter dormido.

– Sem problemas, Av - sussurrou ele docemente, puxando-a para um abraço de lado - Você precisa descansar... Isso tudo que está acontecendo, o que vai acontecer, você não devia estar envolvida e a maior parte da culpa é minha.

Avril abriu a boca para contradizer e travou na hora de chamar o homem pelo nome. Era esquisito, mas ela percebera que sabia seu nome o tempo todo.

– Loki, você sabe que não há tempo para descansar...

– Então nós arrumaremos! - ele a interrompeu, fazendo com que ela o encarasse - Você é preciosa demais para se matar por algo tão fútil como o que está por vir. Não há pelo que lutar aqui.

– Você sabe que é minha obrigação. Sou igual a eles - sussurrou Avril depois de terminar seu sorvete - Esse é meu dever ficar e lutar.

Loki a soltou, se mostrando irritado com o rumo da conversa. Como ela podia ser tão inocente?

– Quem lhe designou esse dever? - indagou ele, apontando depois para um pequeno avião que passava por cima do parque - Eles? Eles apenas querem te usar. Eles te tratam como se fosse uma arma, não como uma mulher bela e poderosa, o que você é. Aos olhos deles você é uma garotinha irresponsável.

Avril se levantou rapidamente ao ouvir aquelas palavras, ignorando o gentil elogio que Loki fizera. Ela não gostara de como aquelas palavras soaram. Parecia maldade alguém pronunciá-las. Aquelas palavras machucavam. Talvez Avril tivesse passado tanto tempo com a mentira que não conseguia mais conviver com a verdade.

– Não diga isso... - choramingou ela, se afastando lentamente.

Loki em seguida se pôs de pé, a segurando pelos ombros.

– Quem eles pensam que são? Eles são nada comparados a você! - rosnou o homem, amolecendo a voz no decorrer da frase, a finalizando com um sussurro - Você é grandiosa, eles são insignificantes. Você é incrível e eles são desprezíveis. Você não deveria desperdiçar seu tempo com criaturas tão inúteis. Suas habilidades deviam ser gastas com coisas que realmente importam.

– Ninguém é melhor que ninguém, Loki - murmurou Avril, afastando as mãos do homem - Você e eu não somos exceções.

Antes que ela pudesse correr para longe, Loki a puxou pela mão, forçando-a a se aproximar novamente, colocando o corpo dela no seu, deixando meros centímetros separando seus rostos.

Embora demonstrasse que estava consideravelmente alterado, Loki ainda agia gentilmente em relação a Avril. No final das contas, a última coisa que ele queria era machucá-la.

– Pode não querer aceitar, mas somos superiores a essa sua raça imunda em todos os quesitos existentes - continuou ele, vendo-a fechar os olhos.

Ela simplesmente não entendia. Em uma situação normal, mesmo que não demonstrasse, ela estaria morrendo de medo. Mas ela não conseguia.

Avril queria sentir medo, mas parecia que isso não existia. As únicas coisas que existiam eram ela, Loki e algo que estava o deixando nervoso.

Apenas.

O que ela havia feito antes de ir se encontrar com Loki naquele parque, o que ela havia pensado, o que ela iria fazer quando voltasse para cara, sua casa, o mundo. Nada disso existia.

Loki viu os olhos castanhos da garota se abrirem e a confusão se espalhar por seus traços delicados, ao mesmo tempo em que sua respiração começou a acelerar. Avril parecia que estava entrando em pânico. Parecia que alguém havia lhe dado um susto muito grande.

Não demorou muito para que lágrimas escorressem por seu rosto pálido.

Loki estava a perdendo.

– Não vamos mais falar sobre isso, tudo bem? - sugeriu o homem, levando suas mãos ao rosto de Avril, colando suas testas. Assim que voltou a fitar os intensos olhos de Loki, a garota voltou a se acalmar. - Av?

– Sim? - respondeu ela, sorrindo novamente. Parecia que os instantes passados não tinham acontecido.

– O que acha de darmos uma volta? - perguntou o homem sorrindo.

Por alguma razão desconhecida, todas as pessoas do parque sumiram, deixando os dois completamente sozinhos.

– O que aconteceu aqui? - perguntou Avril inocentemente, preferindo não comentar sobre a mão forte de Loki que segurava sua cintura. Ele riu.

– Você demonstra não querer tocar no assunto, mas continua a cutucá-lo - suspirou ele - Isso é simplesmente encantador.

– Você me acha encantadora? - disse ela brincando com a barra do vestido.

– Você não faz ideia de seu potencial, querida - murmurou Loki, parando na sombra de uma grande árvore. A temperatura estava começando a abaixar - E seu potencial teria muito mais valor ao meu lado.

Um arrepio percorreu o corpo de Avril ao ouvir a voz profunda do deus, e ele percebeu isso. Calmamente, ele retirou seu terno e o depositou sobre os ombros da garota, a abraçando por trás e apoiando eu queixo na curva do pescoço desprotegido de Avril.

– Eu não teria utilidade para você – contou ela, aparecendo um pouco decepcionada. Odiava não ser boa o suficiente – O que eu posso fazer? Prever acontecimentos de curto espaço de tempo e às vezes durante o acontecimento. Você é um deus.

Loki sorriu sozinho. Adorava saber de coisas que não devia saber.

– É só isso que você pode fazer? – perguntou ele – Prever acontecimentos? Só isso que sua mente evoluída permite que você faça?

– Você sabe que não é só isso e sabe que isso não é útil para você.

– E se eu não quiser apenas suas habilidades? – questionou o homem – Já pensou que sua companhia seja bem mais que isso? Sabe que eu posso te ajudar a evoluir ainda mais?

– Eu não posso aceitar - sussurrou ela, fechando os olhos com força ao sentir os lábios quentes do asgardiano entrar em contato com sua pele.

– Essa é a S.H.I.E.L.D. respondendo, não você... Você quer vir comigo... Eu posso sentir em sua voz...

Avril tentou se soltar do homem, mas ele a impediu. Loki não estava mais com tanta paciência como no começo. O tempo estava passando e o sono da garota era muito instável. Avril não estava com sono, ela estava sendo obrigada a descansar e isso estava dificultando entrar em sua mente. Logo ele estaria na nave da S.H.I.E.L.D. e ele perderia a conexão.

– A única coisa que eles fazem é te reprimir... - continuou Loki, vendo a expressão assustada da garota voltar - Acha que as pessoas te amam pelo que você é? Eles te amam pelo o que você pode fazer!

– Eu sou o que eu posso fazer - retrucou Avril nervosa, prevendo o movimento que Loki faria e arrumando um jeito de se soltar. Até aquele momento ela não conseguira raciocinar e aos poucos ela estava sendo ela novamente - Acredita que eu me importo com o que as pessoas sentem por mim? Não preciso de fúteis sentimentos para sobreviver.

Loki mostrou seu típico sorriso maldoso: talvez ele pudesse ter começado a conversa assim.

– Então por que não pode se juntar a mim? - questionou ele, a fazendo rir.

– Porque eu não quero - rosnou Avril colocando as mãos na cintura. Por alguma razão ela se sentia ameaçada. Mas Loki não faria mal a ela, faria?

– Por que está sendo tão hostil comigo? - choramingou ele, levando uma mão até o agora frio rosto de Avril, feliz ao não vê-la recuar - Av, eu só quero seu bem... Quero te ver viva... Apenas quero te ver sem essas barreiras. Quero ver seu verdadeiro lado.

– Então me deixe ir! - gritou Avril e o mundo que Loki construíra começou a cair. Literalmente.

A ilusão estava se desfazendo. Ele não conseguiria manter a conexão por muito tempo.

– Se você não vir comigo, morrerá - informou Loki sério, oferecendo sua mão para ela.

– Acho então que não preciso te mandar o convite do meu enterro - suspirou ela. Tinha que arrumar um meio de voltar para casa.

Loki foi obrigado a usar sua última opção: se Avril não queria sair da ação, sairia por mal. Com um movimento ágil, ele a puxou e a segurou de uma maneira que ela não pudesse se soltar.

Avril estava tão perto do deus que podia descrever seu rosto nos mínimos detalhes. Era incrível como ele conseguia ser tão belo. Dava vontade de prendê-lo e passar o resto de sua vida o observando.

– O que eu vou fazer é apenas porque essa é uma batalha que você não deve participar - sussurrando, Loki roçou seus lábios no dela.

– O que você irá fazer? - perguntou ela, sem medir suas palavras. Nada mais importava.

– Te proteger - sussurrou Loki, finalmente selando seus lábios.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Podem culpar minha irmã por esse capítulo, ela (sem querer) me deu a ideia. E foi a pessoinha que esqueceu de me mandar a n/i, não é minha culpa.
O nome do capítulo foi apenas porque na hora que eu tava escrevendo começou a tocar McFLY - Don't Wake Me Up, e não é legal acordar de um sonho com o Loki, falo por experiência própria.
E mais uma extra: QUEM ASSISTIU OS ERROS DE GRAVAÇÃO? EHEHEHEHE
Assisti hoje de madrugada e tô imitando a Cobie Smulders o dia inteira com COOOOULSON! Sério, quem ainda não viu, tá um pouco difícil de achar, mas vale a pena!
Até o próximo capítulo, sweets (:
XX



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Real Side" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.