Dream On escrita por Flick


Capítulo 1
Dream On




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/247870/chapter/1

DREAM ON


- Steven, me solta! – falei tentando me largar de seus punhos.

- Me deixe explicar então, minha querida. – falou ele tentando me abraçar.

- É a quinta, QUINTA vez este mês que eu tenho que despedir empregada por sua causa! – me exaltei já saindo de seus braços.

- A culpa não é minha se elas tentam me agarrar. – falou ele em tom inocente.

- A culpa deve ser mesmo minha por namorar um dos ícones do rock. Não sei nem por que estou ainda aqui... – resmunguei indo até o quarto que dividíamos há mais ou menos dois anos.

Lembro-me como se fosse ontem da primeira vez em que nos vimos. Foi discussão de primeira.

“Eu estava contente por ter conseguido aquele emprego temporário num festival de rock internacional. Ainda mais por ter minha banda favorita ali, Aerosmith. Eu tinha que me controlar o tempo inteiro para não invadir algum camarim.


Minha função era apenas coordenar alguns roadies e fazer algumas chamadas. Claro que sempre sobrava para eu pegar cafés, fazer aparecer toalhas, e meus bolsos estavam sempre cheios de palhetas. Aqueles caras eram malucos!


Foi depois de dois dias de trabalho escravo, que eu o vi. Na verdade eu nem o vi direito, só soltei as patas. Vergonha alheia.


Eu estava correndo com as programações da semana nas mãos, e estava tão estressada, que só via borrões em minha frente. De repente, bati em algo, e cai com tudo no chão. A pancada foi tão grande, que os papéis voaram, para minha desgraça.


- Seu imbecil! Não me viu correndo feito uma louca? – claro que antes mesmo de levantar, eu já estava xingando quem havia me derrubado.


- Desculpe criança, eu estava dando umas voltas, vendo se não achava alguma moça bonita para apreciar. – falou uma voz rouca, que fez todos os pelos de meu corpo se arrepiarem.


Era ele, Steven Tyler. NA MINHA FRENTE! Fiquei em choque, e não falei nada por um tempo. Ele me ajudou a levantar, e só depois de alguns segundos foi que percebi que estava atrasada, e com os papéis completamente amassados. E quando eu fico brava, nem meu maior ídolo escapa de minha fúria.


- Criança é o teu cú, seu idiota! Saia do meu caminho, que se você é galinha e precisa ficar olhando pra todo rabo de saia, eu preciso é trabalhar pra ganhar a vida! – eu sabia que tinha exagerado, mas a raiva falou por mim. Eu fiquei o dia inteiro lamentando por não ter pedido ao menos um autógrafo.


Depois deste primeiro encontro, as coisas simplesmente foram acontecendo. Do nada, aquele homem aparecia em todos os lugares em que eu estava, e fazia de tudo para me irritar. Quase fui despedida por sua causa, e meu amor pelo ídolo estava virando uma fúria imensa.


Claro que fui boba ao pensar que era isso o que sentia. Foi só quando ele me roubou um beijo que percebi. O que eu sentia na verdade era uma paixão sem limites, que parecia sair de mim em forma de ânsia.


E na noite em que acabou o festival, ele me tomou em seus braços pela primeira vez. Foi algo inexplicável a forma em que ele me completou. Sua boca parecia estar em contato direto com minha imaginação, e pensei que fosse morrer de tanto prazer.


Lembro-me de sair de mansinho, sem deixar nenhum recado, afinal, eu era apenas mais uma. Era a hora de voltar para casa e acabar a faculdade de engenharia ambiental, e ficar feliz. Eu tinha agarrado meu ídolo, o que mais eu podia querer?


O problema foi que eu me apaixonei pelo Steven homem, e não pelo Steven cantor. Eu amei cada carícia sua, e não aquilo que ele parecia nas câmeras. A saudade as poucos começou a se notar presente em minha cabeça, e em minhas feições. Todo mundo percebia o quão abatida eu estava ficando. Mal sabiam eles que passei os melhores quinze dias de minha vida em intensas discussões e amassos apaixonantes com meu ídolo.


Acho que foi depois de um mês em casa, que recebi rosas. Eram vermelhas, e o bilhete que vinha junto dizia tudo.


“I'm alone yeah I don't know if I can face the night

I'm in tears and the crying that I do is for you

I want your love let's break the wall between us

Don't make it tough, I’ll put away my pride

Enough's enough, I’ve suffered and I’ve seen the light.”

Você é meu anjo, venha e me salve. Eu me apaixonei, não sou mais eu sem você ao meu lado.

Depois daquilo, eu cedi. Em todos os lugares, eu o acompanhava. Terminei minha faculdade à distância, e tudo ocorria muito bem.”


Lembrar de todos aqueles momentos me fez chorar. Eu o amava, e odiava brigar com ele daquele jeito. Eu sabia que ele não tinha culpa por atrair tantas mulheres, mas o ciúme sempre falava mais alto em minha cabeça.

- Pâmela... – disse ele se deitando ao meu lado, e tirando os fios de cabelo de meu rosto. – Não posso prometer que isso vai parar. O que eu posso jurar, com todas as minhas forças, é que eu te amo, e nunca vou te trocar por nenhuma empregada, nem modelos, nem engenheira, nem mesmo por homens.

- Se você me trocasse por um homem, você estaria morto Steven! – falei rindo entre as lágrimas que teimavam em cair.

- Confesso que você com uma roupa de empregada ficaria muito atraente, mas... – não deixei ele terminar, joguei uma almofada em seu rosto, e comecei a gargalhar.

E em meio de choros e risadas, a gente vai descobrindo a felicidade. Ficar ao lado dele me faz muito bem. Pelo menos uma vez por ano a gente vai visitar minha família, e eu preciso sempre aguentar as discussões de Steven com meu irmão, onde ambos discutiam sobre quem era mais másculo, já que meu irmão mais velho sempre dizia que Steven era gay.

Se eu pensasse em tudo isso há uns cinco anos atrás, com certeza eu acharia que era um sonho. Mas nem um sonho pode descrever o quanto eu sou feliz, e o quanto este homem me faz bem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!