Três meses... É tempo demais vocês não acham?
Somos todos tontos por achar que as coisas são fáceis. Tava na cara que não ia dar certo. Começa errado termina errado...

Ok cá estou eu exagerando de novo. Mas e se fosse com vocês? Finalmente conseguir ficar com o garoto que você am... Gosta? Bom a gente ainda tem que resolver algumas coisas e, e nada! Não é esse o ponto agora.

Lembram-se daquela cena linda do nosso beijo? Pois eu me lembro dela todo dia. Todo santo dia! E cada dia a saudade aumenta mais e parece que hoje a danada decidiu me assombrar. Deve ser por isso que eu ainda estou acordada uma hora dessas. Ei, na verdade nem sei que horas são ao certo. Só sei que o sol ameaça a aparecer e nem bem preguei os olhos. Mas sabe que eu estou feliz? Amanhã... Amanhã vou vê-lo. Tanto tempo, quase uma eternidade.

No dia seguinte daquele meu pequeno incidente(pequeno, né) Renji, Momo e o detestável capitão Mayuri apareceram na minha casa, digo, casa dos Kurosaki. E para quê? Tomar um café é que não foi! Embora meu querido nii-sama tenha dito que eu poderia ficar ele abriu a boca – aquele língua solta - sabia que ele falaria, mas caramba, o povo da seireitei não precisava tomar as decisões tão rápidas assim, e me “sugeriram” voltar para a Sociedade das Almas. Tá, sei que estou sendo injusta com o nii-sama. Como capitão é o dever dele relatar todas as coisas suspeitas que aconteçam, mesmo que a COISA suspeita fosse a SUA irmãzinha fofa que ele sempre protegeria e mimaria. Nossa! Agora que parei para pensar, eu sou mesmo muito mimada...

Eu nem estou muito frustrada por ter vindo. Só que, bom, aconteceu de repente e o beijo... E o beijo... Ah droga! Estamos falando de Ichigo Kurosaki. Sabe como vai ser difícil chegarmos naquele clima de novo? Sabe como vai ser uma missão quase impossível para eu tocar nesse assunto com ele? E agora, os que somos o que não somos o que seremos todas essas perguntas ficaram sem respostas e conhecendo aquele cabeça de cenoura como eu conheço nem tão cedo conseguírei-las. Aff, mas eles tinham mesmo que estragar o clima? Era o momento perfeito para gente conversar e colocar os pingos nos “i”. Eu já não gostava do Kurotsuchi, mas depois dessa eu o-d-e-i-o.

E tudo isso pra quê? Nos primeiros dias fiquei no laboratório de pesquisas avançadas do 12º esquadrão, mas logo constataram que não era necessário eu ficar lá (ainda acho que meu nii-sama interferiu, mesmo dizendo que não se intrometeria mais... Mas obrigado nii-sama, você é o melhor!) depois voltei para a mansão Kuchiki e por fim me realocaram no meu esquadrão. Foi ótimo, estava sentindo falta de todos e a presença do meu Capitão Ukitake fazia-me sentir melhor um pouco. Claro, que tudo ia para o ralo quando o detestável – melhor adjetivo para aquele palhaço – não enchia minha paciência me fazendo descer do salto. Ah sim de um tempo pra cá eu ando um pouco mais rebelde. Mas eu tenho motivo caramba. Foi meu primeiro beijo e talvez o início de alguma coisa e eles atrapalharam e ainda ficam me enchendo...

Sim, eu estou revoltada tem algum problema? E não, eu não estou de TPM! Como eu já disse a saudade está me matando. Eu fico me perguntando será que ele está bem? Afinal, a cara estava mais azeda do que de costume quando eu estava atravessando o senkaimon. Se eu não tivesse aceitado logo de cara e me pronunciado falando que eu iria sem problemas tenho certeza que ele voaria no pescoço do capitão. Aiai ele deve está me odiando por isso. Deve achar que eu não gostei do beijo, deve está tão carente por conta disso, meu Ichigo deve está tão deprimido sentindo a minha falta. Ôh Kami! Será que ele entrou em depressão? He-he Rukia, Rukia... Não exagere... Como se ele fosse entrar em depressão por conta disso. Tá se achando muito, né guria? Vocês nem sabem o que são ainda, você nem sabe porque ele te beijou, você nem sabe o que sente. Se recomponha e se comporte como uma mulher, não foi você mesma que fez questão de ser vista assim? Então faça por merecer. PERA AÊ! Eu estou dando uma bronca em mim mesma? Okay, pelo jeito estou pior do que eu pensava.

(...)

Os capitães estavam reunidos tomando as ultimas providencias para a partida de Rukia. Por três meses foi observada e nada de diferente apareceu.

O capitão Yamamoto decidiu que ela deveria voltar para Karakura já que foi lá que seu poder se manifestou pela primeira vez. Byakuya aceitou meio que a contragosto, mas sabia que foi na Terra que Rukia se tornou forte como jamais seria na seireitei. Além disso, ordens para que se intensificassem as investigações a respeito do novo hollow foram dadas e estas ficariam a cargo do esquadrão da capitã Soi Fong e do capitão Kurotsuchi, que também estava encarregado da “condição vermelha” da Rukia e fizesse relatórios caso pudesse ocorrer com as outras mulheres da SS do mesmo modo do que a Kuchiki-cham. Algo estava errado e seria bom que estivessem preparados quando o perigo se revelasse.

–Quero que vão juntos para a cidade do Shinigami substituto três tenentes para monitorar a Kuchiki. Sugestões?

– Eu sugiro Rangiku Matsumoto já que ela estava lá quando tudo ocorreu – arqueou uma sobrancelha ao lembrar que sua subordinada foi sem sua permissão.

–Não vejo problemas, capitão Hitsugaya. E você, Byakuya, seu tenente também estava lá se não me engano. Sugere que ele vá, também?

–O que Genryuusai-sensei decidir será o melhor.

–Então está decido. Tenho a minha decisão. Acompanhando a Jovem Rukia Kuchiki irão Rangiku Matsumoto, Abarai Renji e Shuhei Hisagi. Estão dispensados.

– “por quê? Mas por que logo aqueles três?” Pensava Byakuya enquanto revirava os olhos.

(...)

Em frente ao senkaimon Rukia aguardava para despedir-se do irmão. Foi quando o viu ao longe surgir com Renji. A garota ficou muito feliz, poderia despedir-se também do seu melhor amigo.

–Hei Renji, veio me ver, é? Já tá com saudades. Que fofo!

–Engraçadinha... Bom eu vou com você.

–O quê? – olhou para o irmão.

–São ordens do Yamamoto. Deve segui-las sem questionar.

–Mas nii-sama...

–Sem mais, Rukia.

–Tá – falou derrotada – então vamos, Renji.

–Espere. Ainda não chegaram todos.

–“quer dizer que terá mais gente se metendo na minha vida” – Nossa que legal – falou irônica.

Mais uma silhueta aparecia, era Hisagi. Rukia ficou surpresa. Nunca teve muito contato com o tenente da nona divisão. Seria uma ótima oportunidade para conhecê-lo estreitar seus laços com o companheiro shinigami.

–Bom dia, Hisage-san.

–Bom dia. – falou tão seco... na verdade não, o tenente falou mais seco que o próprio Byakuya o que fez Rukia ficar muito brava. (e olha que ela já não estava feliz).

–Agora?

–Ainda não. – e o capitão do 6º esquadrão revirou os olhos novamente ao ver a tenente do 10º chegar com três malas gigantescas. Tao grandes que estavam mais para baús do que malas.

–Bom dia, Kia-cham.

–Bom dia Matsumoto – antes que a morena pudesse responder Hisagi com toda a prontidão do mundo cumprimentou a loira (N/A pra quem não lê as notas finais, Rangiku é loira na fic porque acho que ela fica melhor loura. Já falei isso no capítulo “conselho de guerra”) – Que droga é essa agora? – pensou Rukia - há instantes atrás ele era uma pedra de gelo e de repente se tornou o mister sorriso? – Rangiku continuou - Agora que estamos todos reunidos podemos ir.

–“até que emfim, né”- bom dia, Ran. – respondeu Rukia sem vontade, toda a sua disposição de instantes atrás tinha sido consumida.

–Então eu vou abrir o senkaimon, agora. – Byakuya pronunciou-se e sem demora abriu o portal.

–Deixa que eu levo – sem esperar resposta o tenente do 9º pegou as malas da loura.

–Que gentil obrigada.

–Eu ajudo.

–Você também, Renji? Que cavalheiro!

–Não precisa. Eu posso sozinho – pegando as três malas.

–Não, nada disso. Eu levo. Você não pode com tudo. – tomando-as de volta para si.

–“ei porque ninguém está brigando pelas as minhas malas?”.

–Tá me chamando de fraco?

–Se a carapuça serviu...

–Meninos calma, tem malas o suficiente para os dois.

–“que preconceito é esse? Ninguém vai se oferecer para levar as minhas?”.

–Andem logo, vocês. Parem com essas coisas estupidas. - Os homens se recompuseram ao ouvir a voz do capitão. - Vão e cumpram a sua missão.

–Isso, concordo – disse Matsumoto alegre – até porque a Kia deve tá cheias de saudades de um certo alguém... – Rukia corou.

Os três atravessam o Senkaimon e a ultima foi Rangiku que piscou para Byakuya dizendo: “Não se preocupe, não fique com ciúmes, okay? – mandou beijinho e atravessou também. O portão se fechou e pela terceira vez no dia o capitão do sexto esquadrão revirou os olhos.

–Por quê... Por que logo aqueles três?

(...)

Enquanto isso, num quarto escuro com as portas e as janelas trancadas, sentado recostado na parede coberto por uma cocha cor-de-rosa com motivos de charpys um ruivo melancólico ouvia dark-song enquanto sussurrava um nome: Rukia... Aquela era a imagem da depressão.