Slide Away escrita por letter


Capítulo 4
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Olá meus leitores, como prometido, capítulo novinho hoje.
Muito obrigada a todos os reviews de ontem e um super bem vindo para os novos leitores.
Quero agradecer especialmente a Carter pela minha primeira e linda recomendação, muito obrigada fofa ♥
Façam uma boa leitura e liam as notas finais.



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Eu tinha plena consciência de que estava o encarando, e mesmo dizendo a mim mesma que eu não deveria fazer isso, eu continuava á encará-lo. Estávamos na aula de Transfiguração, quem lecionava a aula era Teddy Lupin, de forma que as aulas de Transfigurações eram as melhores, descontraídas e interativas. Teddy era um bom professor, e pelo fato de ser muito novo e fazer parte da nossa família eu tinha certa dificuldade de chamá-lo de “Senhor Lupin”, mas ele realmente não se importava. Gostava de ter intimidade com os alunos – às vezes, intimidade até de mais. Dominique sentada ao meu lado, abaixara a cabeça á mesa, desde que Teddy pedira a mão de sua irmã, Victoire em casamento Dominique não o encarava. Teddy sempre fora seu amor platônico, e agora além de seu professor, iria se tornar seu cunhado.

As classes de sexto e sétimo ano, estudavam apenas em níveis de NIEMs, e em Transfiguração aprendemos desaparecimento e conjuração de coisas grandes e também transfiguração humana. Os NIEMs – Níveis Incrivelmente Exaustivos de Magia – são os exames finais que os estudantes de Hogwarts realizam ao final do sétimo ano. Os alunos escolhem, dentre as matérias em que foram aprovados nos NOMs, que provas prestarão nos NIEMs. Para cada disciplina em que obtêm aprovação o aluno recebe um E.F.B.E, que serve como indicativo das suas inclinações pessoais e aptidões, servindo como critério para admissão num trabalho, quando termina a escola.

Sendo assim, eu não tinha sombra de duvidas que deveria dar o meu máximo de atenção a todas as aulas, desde muito nova decidi que iria trabalhar no Ministério da Magia, no Departamento de Mistérios, claro que quando eu digo isso em voz alta sou motivo de chacota e zoação, até mesmo por parte de minha família, mas eu realmente passo noites sonhando com o Departamento de Mistérios sem mesmo nunca ter ido até lá, ou ter qualquer ideia do que fazem lá – ninguém sabe o que fazem lá, de certo modo a palavra “mistério” realmente significa alguma coisa – mas eu não importava. Eu sabia que meu futuro era lá. E mesmo sabendo disso eu continuava a encará-lo, e me desconcentrar da aula.

Amaldiçoava a mim mesma por isso, e repetia em minha cabeça deixe pra lá, mas eu não conseguia deixar. Depois de ler no diário de Hermione o fragmento sobre o que ocorreu entre ela e Draco Malfoy, eu o fechei o a força, e o joguei longe por puro reflexo. Tentei fechar os olhos e dormir, esquecer o que tinha lido, mas não consegui. No dia seguinte tentei procurar a página onde eu lera aquilo, mas não a achei, e uma parte de mim queria acreditar que o fato de eu não achar o fragmento é porque ele não estava escrito.

Por uma semana tentei conviver com isso normalmente, até desfiz minhas malas! Mas sempre que eu me deparava com Scorpius Malfoy à lembrança voltava para me assolar e eu não conseguia manter a concentração no quer que estivesse a minha volta. E eu me deparava com Scorpius em quase todas as classes que eu cursava, em quase todo o momento em que eu via Albus, e todas as noites quando ia patrulhar os corredores.

– Essa aula não acaba mais? – choramingou Dominique ainda com a cabeça abaixada me puxando de meus pensamentos.

– São dois tempos seguidos – respondi com um suspiro.

– Ótimo – bufou Dominique

Albus e Scorpius cochichavam aos risos do lado oposto da sala, o que arrancou uma boa olhada carrancuda de Teddy para com eles dois. Albus se desculpou e percebi que Scorpius engolia o riso. Quanto mais eu o olhava, menos eu entendia. O que raios Hermione fez com Draco? Eu havia avistado o senhor Malfoy diversas vezes, mas por momentos rápidos de mais. E mesmo em um curto espaço de tempo cheguei à conclusão que ele e Scorpius eram parecidos não só fisicamente, mas psicologicamente. Ou seja, era um completo idiota, com todo o respeito.

– O que você tanto olha? – perguntou Dominique levantando o rosto e virando na direção em que eu olhava, passando a mão pelos cabelos para colocá-los no lugar.

– Malfoy é um idiota... Não é? – perguntei incerta, me virando pra ela.

Dominique revirou os olhos e balançou a cabeça.

– Chagamos essa conclusão há alguns anos atrás, eu acho – respondeu ela.

– Weasley’s – chamou professor Teddy no plural, andando até sua mesa e sentando de forma descontraída sobre ela, nos fitando – Não gosto de chamar atenção – disse ele.

Dominique o olhou por um segundo, e talvez ninguém tenha percebido, mas Teddy retribuiu o olhar com a mesma intensidade. E isso é algo muito, mas muito estranho vindo de um professor. Dominique balançou a cabeça como se para afugentar algum pensamento e deitou a cabeça novamente na carteira. Teddy piscou algumas vezes, e se virou para mim.

– Desculpa professor – pedi.

– Certo, poderia explicar para classe o que é a Animagia? – perguntou ele.

– Animagia é a transfiguração de um bruxo em algum animal – respondi.

– Gênio – bufou Scorpius do outro lado da sala com um enorme sorriso no rosto. Me ajeitei na cadeira e decidi que não deixaria Hyperion curtir com minha cara.

– É uma arte complexa, e muito antiga, surgiu no antigo império Egípcio, onde os magos se transformavam em gatos, é uma arte avançada e só poucos bruxos conseguem fazer, resumindo, os animagos são bruxos que se transformam em animais, mas sempre no mesmo animal, o animal em que o bruxo se transforma reflete praticamente na sua personalidade – respondi em um só fôlego, feliz por tirar o sorriso do rosto de Scorpius e colocá-lo ao rosto do professor.

– Perfeito, dez pontos muito merecidos para Grifinória.







Em família todos evitavam falar dos acontecimentos durante os anos de escola de Harry, Rony e Hermione. Eu e meus primos crescemos sabendo o essencial, mas nunca a história completa com os detalhes de todos os acontecimentos daqueles anos. Entendíamos que o trauma era grade de mais. Há certas cicatrizes que sempre vão marcar.

Fomos proibidos de ler os livros que publicaram sobre o assunto, mamãe dizia que apenas iria perturbar, e realmente perturbava. Seguindo a sequência do diário cheguei ao final do primeiro ano letivo de Hermione, datado de junho de 1992. Ela descreveu como foi encontrar a pedra filosofal, e como foi ver seus dois melhores amigos ficarem cara a cara com a morte.

Imagina o que é isso para uma criança de doze anos? Eu realmente admirava minha mãe por não ser desequilibrada.

– O que está fazendo? – automaticamente fechei o diário e me coloquei de pé.

– Esperando você – respondi apertando o diário contra o peito.

– Você é estranha Weasley – murmurou Scorpius. Eu concordava que era estranho encontrar alguém sentado no chão de uma fria e deserta masmorra, lendo um diário.

– E você é atrasado.

Scorpius não se deu o trabalho de responder, e imediatamente começamos a andar.

– Hyperion, eu quero propor um acordo – falei de repente, depois de imaginar quantos milhões de maneiras seria melhor para se dizer isso.

– Meu pai não acha confiável fazer acordo com mestiços – murmurou ele sem me olhar.

– Seu melhor amigo é um mestiço gênio – lembrei-o.

– O sangue dele é mais puro que o seu – Scorpius deu de ombros.

­- Quantos anos você tem? Cinco? – perguntei parando no lugar.

Scorpius parou mais a frente e se virou para mim, soltando um pesado suspiro.

– É uma brincadeira Weasley, não era pra te ofender. Mas se a carapuça serviu...

Senti minhas bochechas formigarem, algo que sempre acontecia quando eu sentia raiva, e talvez algo em meu rosto tenha dito isso a Scorpius:

– Calma, é outra brincadeira – dessa vez ele abriu um pequeno sorriso e balançou a cabeça – Céus, você não tem humor não?

– Não se faz brincadeiras racistas – respondi.

– Que seja, o que quer de mim? – perguntou ele ainda com um sorriso divertido no rosto, como se eu quisesse algo vindo dele você realmente hilário. O que na verdade era.

– Não nos suportamos, então em vez de nos torturarmos por três meses, podemos fazer a patrulha dia sim, dia não, eu faço um dia, e você no seguinte, e assim variamos até dezebro – sugeri.

Scorpius apoiou o corpo em um só pé, e murmurou um “hum” como se pensasse, mas eu sabia que era apenas questão de atuação, pensar não era do seu feito.

– Isso facilitaria muito a minha vida – murmurou ele mais para si mesmo, do que para mim – Eu teria mais tempo de ler... E não precisaria suportar a filhote de Weasley.

Pigarreei.

– Ainda estou aqui – avisei.

– Poderíamos perder o cargo, você sabe?

– É um risco a se correr – respondi.

Scorpius arregalou os olhos azuis e se adiantou em minha direção.

– Me detesta tanto a ponto de burlar as regras? – perguntou.

– Quase isso.

– Essa realmente ofendeu Weasley – disse ele.

– E então?

– Eu estava disposto a aceitar há meio minuto, mas decidi que se você me detesta tanto vou ter o maior prazer em azucriná-la todas as noites.

– Mas... – balbuciei – Quer dizer, você disse que teria tempo de ler – o lembrei.

– Não é só você que anda com livros pela masmorra. Posso ler por aí – Scorpius tirou de dentro de sua capa um grosso livro, muito antigo, mas logo já o guardou de volta, porém antes disso eu posso jurar que por um segundo consegui visualizar um grande “secreto” bordado a capa, em cima das pequenas iniciais D.L.M. Senti o oxigênio fugir dos meus pulmões por um momento, e me perguntei quais a chances daquilo realmente estar acontecendo.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, essa semana minhas aulas vão voltar, e como é meu último semestre na escola terei de dedicar tempo integral aos estudos, por isso as atualizações ocorrerão com menos frequência, mas garanto que ao menos uma vez na semana vou postar.
Por favor, não deixem de comentar, isso realmente me incentiva, e claro mostra o que estão achando, e a opinião de vocês me ajuda a pensar como escrever da melhor maneira. Espero que tenham gostado do capítulo, e muito obrigada por lerem *-* Beijos ♥