Em Perigo escrita por bianoronha


Capítulo 27
Capítulo 27 - Uma Estrada sem Volta


Notas iniciais do capítulo

Ok, temos algumas declarações importantíssimas do nosso mafioso mais querido.
Lembrando que esta autora que vos fala precisa muito de incentivos para continuar.
Espero que todos estejam com saúde e que o capítulo ajude a aliviar um pouco o momento tenso que nosso país vive.



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Day 2

O Sol entrava sorrateiro, invadindo meus sonhos. Um semblante tranquilo preenchia o rosto da Gabriel, que agora dormia ao meu lado. Encarei o colchonete e vi que o mafioso não estava mais no quarto. Liz também permanecia com a respiração calma, adormecida. Me permiti vagar entre as lembranças da noite anterior, a cena íntima com Gabe ainda me fazia suspirar. Um momento de deslize, talvez. O mafioso tinha alguma bondade dentro de si, claro, ninguém era feito só de escuridão.

 

Pensei mais profundamente nas palavras soltas ditas com apreensão, Edward mencionou que poderíamos ser algo quando tudo terminasse e eu tentava entender o real significado das palavras soltas para mim. Me incomodava a estranha sensação em meu estômago, de me sentir eletrizada só de lembrar das palavras do mafioso. Não podia mais negar a conexão que inevitavelmente existia entre nós. Era poderoso, maior que nós dois, mas como descrever? Era possível nos transformar em alguma coisa? Logo nós dois, tão diferentes e autodestrutivos?

 

Eu tinha medo de aceitar aquele sentimento intruso, medo do que ele poderia fazer comigo diante a potência do que sentíamos. Em mim, parecia que enquanto não aceitasse e autorizasse que a sensação crescesse, ela não perduraria, seria apenas uma arrebatadora onda de desejo, como sempre foi. Porém, nós dois sabíamos que estávamos diferentes. Não se tratava mais de um desejo passageiro, ele temia me perder e meu corpo entrava em pânico com a possibilidade de algo acontecer ao mafioso.

 

Quando não estávamos juntos, minha mente parecia caça-lo, procura-lo por todo lado, minha atenção parecia busca-lo a todo custo. As reações do meu corpo eram estupidamente adaptadas ao mafioso, tudo pedindo por mais. Como tinha deixado que chegássemos naquele ponto? Como tinha permitido que o mafioso dominasse de forma tão completa meu coração? Era possível que eu o amasse?

 

Não acreditava. O amor era algo muito puro, muito angelical para se encaixar em nossa estranha conexão. Com certeza o Cullen não sentia isso por mim. Então o que tentou dizer com sermos alguma coisa?

 

Eu sabia que não deveria ser refém dos meus sentimentos e muito menos me deixar distrair de nossa missão, mas a contradição de Edward movia completamente minha mente para os pensamentos contínuos. O desejo de seu corpo junto ao meu, de suas palavras sem pudor algum, de suas mãos dominantes. Droga, eu desejava aquele homem por completo. Por muito tempo procurei dissipar qualquer possibilidade de conexão entre nós, mas era cada vez mais óbvio. Estávamos amarrados em um laço invisível e poderoso, e não saber como tudo terminaria era o fim do que restara de minha sanidade.

 

“Garota, levanta já dessa cama” Alice entrou no quarto sem cerimônias, me puxando dos pensamentos. “Está sonhando com um certo mafioso?” Arqueou as sobrancelhas, me provocando. Gabe se mexeu com a movimentação, espreguiçando. “Diz que sim, por favor” Movi os pés, tentando acertá-la com um chute no ar, incomodada ao ouvir sua gargalhada.

 

“Não seja ridícula” Revirei os olhos e atirei uma almofada.

 

“O que é melhor do que isso, Swan?” Citou a frase de meu ex-inimigo com um tom ridículo de imitação e todo meu corpo congelou. “Ai meu Deus, eu torço tanto por esse casal que nem sei lidar com essa revelação”

 

“Alice, pare de brincadeiras” Meu rosto era um enorme círculo vermelho, tomado pela vergonha. Não era possível que tivessem ouvido, estávamos sozinhos no quarto. Ai não, o ponto.

 

“Bella, nós poderíamos ser alguma coisa...” Alice imitava o irmão e Gabe ria sem motivo algum, apenas por notar a situação engraçada.

 

“Por Deus, não me diga que estavam escutando” Alice sacudiu a cabeça em afirmação, ainda soluçando de tanto rir. “Isso é impossível, meu ponto estava desligado, eu tenho certeza”

 

“O seu ponto estava desligado, mas o dele não” Esfreguei as mãos no rosto, chocada. O mafioso estava tão afetado com os momentos de prazer que até esquecia de desligar o ponto que usávamos para comunicação. “Nunca vi o Edward tão confuso na vida, por Deus, é o melhor dia da minha existência”

 

“Por favor, me mate e enterre na cova mais profunda” Segurei o travesseiro em meu rosto, simulando um sufocamento. Alice estava simplesmente salivando de prazer. Só em pensar que Jaz e Emmet tinha ouvido todas as nossas intimidades... morrer definitivamente não era uma má opção.

 

 

*

 

 

Nunca temos verdadeiras respostas. Somos constantes especulações. Somos um compilado de teorias mal formuladas, cheias de defeitos e contornos distorcidos. Fatalmente o ser humano possui a qualidade – ou defeito – de questionar. A armadilha da mente: querer entender o fundamento de tudo. Ah, sim, eu me perguntava exatamente a mesma coisa. Não tinha sequer uma parte de mim que não fosse pura confusão. Estávamos vivendo a missão da minha vida, eram os meus planos formulados em anos de trabalho árduo, mas me sentia estranhamente inquieto com o fluxo dos dias, não surgia em mim a tão almejada paz. Esfreguei com força o meu rosto, tentando fazer com que algum sentido fosse trazido à minha vida, mas não conseguia. Maldição, tudo estava um verdadeiro caos.

 

Reflexos do dia em que senti pela primeira vez o desejo de vingança ainda rondavam a minha mente. Naquela época, com pouquíssima idade e quase nenhum amigo, vasculhei cada centímetro da morte de Esme e Catherine. Procurei por pistas, paguei valores exorbitantes a especialistas, examinei cada parte da suposta história. O acidente não me convenceu e nos primeiros momentos Alice pensou que estivesse enlouquecendo com tantas suposições.

 

O primeiro ponto suspeito envolvia a explosão do carro sem um motivo sequer, sem explicação lógica, sem investigação policial, sem protocolo algum. O segundo ponto suspeito foram os indícios apagados. Os destroços do carro sumiram poucos dias após o velório, fruto do trabalho de Carlisle e seus capangas. O terceiro ponto foi o sumiço imediato de Carlisle em uma missão no mesmo dia com mais da metade dos subordinados. Sim, ele deixou tudo para trás. Espalhou sua morte na região simulando um suicídio e deixou ordem para que tudo fosse exterminado, mas havia uma falha na execução de seu plano: eu e Alice nunca entramos no carro.

 

Foi a primeira vez que senti aquele sentimento pulsando em mim. Veio tão forte e com tanta força que pensei que fosse me consumir. Meu corpo estava sempre em alerta, meu peito era sempre ofegante e as mãos constantemente trêmulas, fazendo surgir em mim a força que precisava para caçar mais pistas. Precisava encontrar algo, então reuni Alice e Emmet, ambos ainda em choque, atordoados com os acontecimentos. Na época nenhum deles acreditou em minhas teorias, me encaravam com pena, como se fosse o garoto descontrolado pela perda da família.

 

Minha intuição nunca me enganou.

 

Em menos de uma semana encontrei Estefano, o braço direito de Carlisle, o homem que me viu crescer, que contava piadas para Catherine e ajudava minha mãe a cuidar das flores do jardim favorito. Ainda conseguia lembrar da feição do homem assustado ao me encarar, com malas prontas para partir. O maldito estava escondido em um casebre desde o dia do suposto acidente, mas eu o encontrei.

 

Ele confessou, ainda trêmulo, os planos de Carlisle. Confessou que fez parte da alteração de cada peça do carro. Confessou que exterminou o que sobrara de minha família. Detalhou que havia ficado por último no Cartel para confirmar se a missão realmente tinha sido concluída com sucesso. Não, não era o plano de Carlisle matar somente Cath e Esme, o plano original também envolvia a minha morte, a de Alice e das crianças. “O extermínio de suas fraquezas”, eram essas suas palavras para Estefano.

 

Era sombrio. Cada maldito plano daquele homem, cada piscar de olhos, tudo era em função da maldade que carregava em si. Era um caçador nato, um destruidor com excelência. Ouvi, na época, as palavras de Estefano penetrarem no mais profundo de minha alma. Depois daquele dia eu soube que nunca mais seria o mesmo. Ainda podia sentir Alice tremer atrás de mim, assustada com o que ouvia, com a maldade que nunca imaginaríamos presenciar. Um plano diabólico. No dia da execução, Estefano me impediu de ir, disse que precisava de todos nós em uma missão, implorou para que Esme cancelasse a viagem, talvez o último resquício de sua consciência gritando. Eu e Alice ficamos para ajuda-lo, as crianças encontrariam Tiziano e ficaram com Cida.

 

Fazia parte da missão de Estefano garantir que o plano fosse perfeito, bem executado, mas ele deu poucas informações a Carlisle, disse que sumiria, não compartilhou o fracasso com seu tutor, eu o obriguei a informar que a missão tinha sido perfeita e ele assim o fez, antes de morrer. Seu ato de remissão.

 

Despois que saí daquela casa, com Alice nervosa e trêmula segurando em meus braços para se manter de pé, prometi a ela que nos vingaríamos. Prometemos um ao outro que só estaríamos satisfeitos com este homem debaixo da terra. Eu não derramei uma gota de lágrima por perder o meu pai. Eu nunca tive um. Carlisle viveu por mortes e por sangue. Era um opressor, não aceitava ser questionado, não aceitava perder o controle. Sim, nunca tive um pai e vi por anos o sofrimento de Esme. Vi por anos marcas de agressão por seu corpo. Ela sempre sorria, sem graça. Não tinha explicações para seu filho pequeno. Cresci assim, sentindo o gosto amargo da violência. Porém, nem por um milésimo de segundo imaginei que ele seria capaz de matar sua própria família, de planejar tamanha atrocidade.

 

Eu era um adolescente. Não tinha forças ou experiência para fazer algo, mas prometi a mim mesmo que me transformaria em alguém capaz de enfrenta-lo. Vivi cada segundo de minha vida por isso. Era meu alvo, meu objetivo de vida. Recebi o voto de confiança de cada subordinado que permaneceu no Cartel, cada um deles jurando por sua vida e devoção inabalável ao Cartel, a mim. Com tão pouca idade aceitei o meu legado, assumi o Cartel de forma oculta e por anos não fomos conhecidos, no trabalho árduo de reerguer tudo que Carlisle tinha destruído.

 

Sim, eu me tornei tudo que havia prometido, me tornei o maldito mafioso mais temido de Londres. Alimentei meu coração de ódio e rancor, não permiti que se aproximassem e me fechei em meus objetivos. Era temido até pelos mais próximos. Do que mais precisava?

 

Possuía o grupo perfeito para o ataque em meus planos: Alice e Emmet. Depois chegou o Jasper, cheio de vigor, com uma mira perfeita e uma mágoa retida dentro de si. Eu precisava de sua precisão para a missão. O quarteto que formávamos era absolutamente simétrico, tudo estava no seu devido lugar, faltando apenas o último passo: localizar o alvo. Bem, ao menos era isso que pensava. Por muito tempo imaginei que a missão estava completa com meus subordinados mais capacitados.

 

Emmet era o primeiro escolhido. Era dotado de uma força extraordinária, impecável em suas conclusões, detalhista como ninguém no monitoramento de um ambiente e dono de um vasto conhecimento em tecnologia. Era uma peça perfeita.

 

Alice era a segunda selecionada, pequena, potente, uma máquina de inteligência. Possuía conhecimentos incalculáveis, com sua mente audaciosa sabia de falsificação de documentos até descrição de personagens para camuflagem. Percebia os detalhes. Sua sagacidade era feroz e sua melhor qualidade era sua versatilidade. Ela conseguia planejar uma emboscada com alguns poucos minutos e executava com perfeição cada parte de seu plano.

 

Por último e não menos importante, Jasper. Era minha terceira aquisição, o eixo que faltava para completar a missão. Com seus olhos raivosos e cheios de mágoa, descontou toda sua frustração de pertencer ao Cartel em uma execução perfeita de seus treinamentos. Jasper sabia canalizar a dor e a raiva como ninguém, ele transformava todas as suas frustações em uma atuação perfeita em cada missão que participava. Era silencioso e letal. Não hesitava em situações de risco. Era a última peça que faltava.

 

Então, tudo mudou.

 

Em meio às minhas tentativas de localizar Carlisle, era um dia quente, eu estava estressado com o humor pior do nunca. Lembrava muito bem daquele dia, estava pensando nas opções que tinha, quanto ainda faltava para encontra-lo. Então o salão foi invadido e me trouxeram uma garota invasora carregada pelos subordinados. Uma das primeiras invasões, uma garota pequena, mas inconformada se debatia nos braços de homens que possuíam o dobro de seu tamanho. Ela se debatia nas mãos do guarda com tanta força que era difícil não se sentir atraído pela cena inusitada.

 

Seus movimentos não tinham nada de perigoso, na verdade era uma luta física bem ruim, uma tentativa bem frustrada de retomar o controle. Jaz ficou alarmado ao meu lado, tenso, taciturno. O seu nervosismo demonstrava o quanto se importava com a garota desconhecida e por um momento a curiosidade tomou conta de mim para entender quem seria a mulher que conquistou a confiança de meu melhor atirador. De longe me parecia uma simples mulher, mas quando levantou os olhos e me encarou, eu vi fogo neles.

 

Um fogo que não tinha encontrado em absolutamente ninguém. Vi paixão, vívida, reluzente. Exatamente naquele momento percebi que faltava o quinto elo em minha missão. Eu tinha força, sagacidade, precisão e raiva, mas não tinha paixão. Por alguns minutos permaneci entorpecido por sua inconformidade, ela parecia louca, foi encarada com horror por todos ao ousar desrespeitar o mestre. Para mim parecia apenas fantástica, dotada de qualidades que meus subordinados jamais teriam. Sua paixão foi a chave para sua entrada no Cartel. Foram aqueles olhos castanhos que destravaram minha racionalidade e me fizeram desejar sua presença como o elo poderoso da missão, ali, logo naquele primeiro instante.

 

Na época era uma decisão arriscada. Isabella era uma estranha, totalmente desabituada ao Cartel e sem respeito algum pelos superiores. Não havia confiança entre nós, não havia respeito ou qualquer relação que trouxesse algum sentido para minha benevolência. Porém, eu sabia que precisaria da faísca que vi em seus olhos para que a missão fosse um sucesso. Era o quinto e último elo. Por vezes me arrependi, me questionei em diversos momentos se era o certo a fazer, como saber se no último minuto ela não estragaria tudo?

 

Não dava para saber, mas pouco a pouco ela conquistou minha confiança. Com seus atos enlouquecidos e nada convencionais foi criando raízes profundas dentro de mim. Era difícil admitir, mas Isabella pouco a pouco criou seu espaço. Dominou o Cartel, exerceu como ninguém a sua paixão, dominou até mesmo a minha racionalidade. Deixou seu coração ceder ao meu mundo, se aperfeiçoou, aceitou ser treinada e hoje eu não encarava mais uma garota que invadiu o Cartel, mas uma verdadeira mafiosa. Era difícil não sentir orgulho, ela construiu com perfeição a sua história.

 

Encarando a tela do computador, com as mãos entre o rosto, constatei que em nenhum momento de minha patética existência imaginei a presença imperativa de Bella no cenário de minha escuridão. Ali, desmascarando meus planos, mostrava a ela tudo que eu tinha de pior, toda a escuridão. Essa exposição não deveria me incomodar, eu era isso, era esse o fundamento de toda a minha existência. Porém, se não tinha motivos para hesitar com meus planos, por que me sentia tão... envergonhado?

 

A exposição de minha vida como um livro aberto me causava náuseas. Os pensamentos mais sombrios, o desejo de vingança, a vontade desenfreada de destruir o meu agressor, tudo isso me trazia a sensação de derrota. Era como se eu fosse o menino que encontrou os corpos carbonizados de novo, como se tudo voltasse ao fatídico dia, como se as lembranças consumissem tudo e só deixassem os piores momentos. Isabella percebeu a mudança, se chocou com o tamanho do abismo dentro de mim, e não me senti satisfeito com isso. Por algum motivo tortuoso eu desejava que ela visse bondade, distante e distorcida, mas que visse algo que pudesse nos salvar, que pudesse me salvar.

 

Era tudo confuso. Não sabia mais o que pensar ou sentir. Minha mente era um misto de sensações e tudo que eu queria era ter Isabella em meus braços e ser algo com ela, seja lá o que isso significasse. O tanto de medo que eu sentia de perder qualquer um deles nesta missão chegava a ser irracional, era doentio. Não me permitiria perder mais ninguém, porra, eu não aceitaria perder mais nada para o desgraçado.

 

As lembranças do dia anterior permaneciam tumultuando meus pensamentos. O vi entrar no Cassino. Estava tão arrogante quanto eu conseguia lembrar. O meu corpo reagiu com uma estranha calmaria, congelando tudo por pedaços. Era gelo firme correndo por minhas veias, minha atenção voltada para o alvo de meus piores pensamentos. Ele nunca imaginaria que seu filho, o que pensava estar morto, estava a passos de distância, pronto para exterminá-lo. Como gostaria de ter atravessado aquele salão e desmembrado seu corpo com a minha adaga. Como gostaria da sensação de vê-lo definhar sobre minhas mãos até não sobrar uma só gota de vida.

 

A sensação durou apenas dois minutos, pois logo em seguida eu sufoquei, a angústia esmagando meus ossos e o ambiente pequeno demais, claustrofóbico. O caminho até a porta do Cassino tornou-se meu refúgio e sumi pelos corredores, ouvindo cada farfalhar dos passos de Isabella em direção aos meus planos, me afogando em angústia cada vez maior ao saber que caminhava para o que para mim significava morte.

 

Odiava dividi-la com ele. Odiava expor a minha mafiosa. Seja lá quanto tempo me preparei para esse dia, não era suficiente. Não podia enganar ninguém, eu nunca saberia lidar com essa situação de forma madura, calculada. Ele era o maldito desgraçado que destruiu minha vida e só de imaginar que dirigia uma palavra qualquer para Isabella me deixava transtornado.

 

Bati a testa na mesa, com fúria. Se os planos não fossem concretizados logo, sentia que enlouqueceria diante de meus subordinados. Precisava controlar meus medos, se não eles me controlariam. O medo era uma ponte que precisávamos atravessar com precisão e audácia, qualquer hesitação nos levaria a sucumbir. Eu só precisava completar aqueles planos para seguir em frente.

 

“Está tentando digitar com a testa?” Emmet passeou ao meu lado, sorrindo, com o café nas mãos.

 

“Claro” Revirei os olhos, voltando a atenção para a tela. “É uma nova tendência, deveria tentar” Encarei a tela com surpresa. “Caramba, veja as palavras incríveis que escrevi” Digitei rapidamente a frase Emmet é um imbecil, fazendo com que ele gargalhasse.

 

“Devo dizer que seu senso de humor é sua melhor qualidade” Sentou ao meu lado, com um sorriso contido. “E aí, como está o lance com Isabella?”

 

“O que quer dizer com lance?” Foquei a atenção nas câmeras do hotel, tentando alcançar algum relance do alvo.

 

“Sabe como é” Coçou a cabeça. “Sobre ser alguma coisa” Deu de ombros, desconsertado. De fato, eu me perguntava qual o nível da capacidade de comunicação de Emmet, pois, por vezes não entendia absolutamente nada do que queria dizer.

 

“Ele está querendo dizer que ouvimos sua conversa ontem a noite” Jaz entrou na sala de controle, bebericando um café esfumaçante. Congelei. Eu não havia desligado o ponto. “Sim, nós ouvimos tudo, toda a conversa melosa de estou com medo e essas coisas”

 

“Por Deus, sinto que vocês querem acabar com minha sanidade de uma vez por todas” Puxei o café das mãos de Emmet que ainda me encarava com uma expressão imbecil. “Só vamos fingir que isso nunca aconteceu e pronto”

 

“Nem fodendo” Emmet gargalhou. “É a primeira falha em anos, juro por Deus, nunca estive tão grato por participar dessa missão, nunca vou esquecer esse dia” Até Jaz soltou um sorriso. Senti a veia latejar em minha testa, certamente queriam testar minha sanidade.

 

“Emmet...” Comecei o discurso, mas fui interrompido.

 

“Brincadeiras à parte, a conversa de ontem me deixou preocupado, se me permite mencionar” Jaz sentou-se na cadeira mais distante, ereto, com o corpo tensionado e a expressão nada agradável. “Isabella parece forte, mas tem um coração frágil, não gostaria de vê-la despedaçada e isso envolve diretamente a afeição que ela sente por você” Era inacreditável a capacidade que Jasper possuía de modificar o ambiente, em um segundo a seriedade invadiu a conversa.

 

“Jaz, que besteira...” Emmet sentiu a tensão no ar, voltando à seriedade.

 

“Está tentando dizer que a afeição que sente por mim poderá despedaça-la?” Virei a cadeira em direção à Jaz que manteve o olhar fixo no meu.

 

“Estou dizendo que a probabilidade de isso dar errado é gigantesca” Manteve sua postura desafiadora. “Quando afirmo que a situação pode dar errado, me refiro à Isabela fodida e você intacto”

 

“Calma pessoal, vamos manter a paz...” Emmet continuava, aflito.

 

“Creio que Isabella é adulta suficiente para analisar a situação, mas talvez deva direcionar seus conselhos a ela, já que está tão preocupado”

 

“Gente, somos amigos, lembram?” A voz de Emmet agora era apenas um sussurro.

 

“Estou tentando alertá-lo, já que ainda acredito em seu bom senso de não expor minha melhor amiga aos seus caprichos”

 

“Caprichos?” Levantei com veracidade, sendo seguido por Jaz, que ficou a centímetros de meu rosto. Emmet levantou com a mesma intensidade, mantendo-se no meio de nós.

 

“Isso é tudo que não precisamos agora, ok?” Praticamente gritava em nossos rostos, a tensão ainda presente em todo o ambiente. “Porra, vocês parecem duas crianças” Empurrou o corpo de Jaz. “Jaz, não seja um idiota enciumado, ok?”

 

Ele me encarou por mais alguns minutos e saiu batendo a porta.

 

Me lancei sobre a cadeira, sentindo uma raiva latente dentro de mim. Além de minha própria consciência me acusando, agora também tinha Jasper, ótimo, tudo o que queria. Minha existência só ficava mais patética.

 

“Mestre, ele vai entender, só está preocupado com Isabella, ela é praticamente a irmã que não teve” Passei as mãos pelo rosto, nervoso.

 

“O pior é que ele tem razão” Encarei o mais longe que pude, fugindo da análise de meu subordinado. “Posso destruir a vida dela de tantas formas diferentes, arrastei Isabella para essa missão patética, em busca de minha vingança pessoal e me pergunto se de fato isso tudo faz sentido, se completar essa missão irá me saciar” Voltei o olhar para Emmet e encontrei compreensão, ele entendia exatamente o que eu estava dizendo. “Eu não posso perder mais ninguém, Emmet, não posso conviver com isso de novo”

 

“Lembre que ela fez de tudo para estar aqui, dê um voto de confiança, Isabella pode fazer muito mais do que imaginamos” Deu de ombros, sorrindo. “Ela me surpreendeu muito no Cartel, desenvolveu habilidades que jamais imaginei que teria” Balançou a cabeça, gargalhando. “Por Deus, ela alcançou você, creio que não tem nada que essa garota não possa fazer e não temos que discutir sobre as decisões que ela tomou, se ela quer estar aqui, Jaz não tem o direito de impedi-la sobre o pretexto de protege-la”

 

Deixei a leveza das afirmações de Emmet me alcançarem e me permiti sorrir também.

 

“Se quer ser alguma coisa com ela, seja lá que porra isso signifique, vá em frente, faça o que quiser, realize tudo o que precisar para ser feliz, se tem alguém que merece isso, mestre, esse alguém é você” Essas não eram as palavras de um subordinado, eram as palavras de um irmão. Um irmão que viu todos os meus sofrimentos de anos. “Se o que sente por ela é sério, se acha que pode ser tornar em alguma coisa, faça isso!”

 

“Essa é a conversa mais estranha que já tive” Gargalhei, sentindo a leveza se apoderar de mim. “Vamos terminar essa missão dos infernos, depois de tudo isso, terei mais calma para organizar meus pensamentos”

 

“Mas diz aí, você acha que podemos ser alguma coisa? Eu te amo Isabella...” Emmet me sacaneou, gargalhando.

 

“Juro que ainda vou te matar com as próprias mãos” Ignorei as provocações, voltando a atenção para a tela. Isabella certamente acabaria com minha sanidade até o final da missão.

 

 

 

*

 

 

Adentramos a sala de controle sentindo certa tensão. Jaz analisava os monitores fixamente e Cullen o encarava com olhos firmes, do outro lado da sala. Emmet continha um estranho sorriso travesso em minha direção e automaticamente meu rosto aqueceu, preenchido com a vergonha pelas palavras do dia anterior, nunca me imaginei em uma situação tão vexatória.

 

“Bom dia, flores do dia” Emmet me encarou perversamente. “Vejamos, temos um cravo também, desculpe” Balançou os cabelos de Gabe que estava ao nosso redor com Liz.

 

“Mãos à obra, chega de brincadeiras, precisamos delimitar nosso segundo dia de trabalho” Sentamos nas cadeiras em formato de círculo e Liz puxou Gabe para brincar na extremidade da sala, em um cantinho que Alice tinha transformado em uma pequena brinquedoteca. “Bem, hoje será um dia decisivo, Edward e Bella participarão de uma nova atividade de casais, sem choro Edward, você já sabe que não adianta” Ele apenas revirou os olhos.

 

“Antes, creio que temos uma informação importante” Emmet interrompeu. “Na verdade, faltam informações, ainda não temos notícias do Cartel que receberá a carga ou informações dos infiltrados no Hotel a favor do alvo” Emmet levantou, caminhando até o quadro e fazendo anotações. “Sendo assim, não sabemos quem receberá a entrega, quanto a troca ocorrerá ou se há algum infiltrado de Carlisle nos observando, porém, notamos que Vitoriano anda sempre com uma pasta preta com papéis, o que pode nos dar alguma pista”

 

“Certo, como você pretende ter acesso aos papéis dele?” Alice questionou e Emmet alargou o sorriso, aquilo não cheirava nada bem.

 

“Bem, é nessa hora que vocês entram, de acordo com as filmagens a pasta está na cabeceira de cama de Vitoriano e se ele repetir os passos de ontem, irá ao salão do hotel com Carlisle e deixará a pasta intacta, pronta para nossa análise em seu quarto” Continuamos encarando, tentando entender como entraríamos em seu quarto sem fazer alarde. “Obviamente vocês não entrarão pela porta da frente, já que tem um sistema de alarme ativado, a única passagem é pelo duto de ar, e adivinhem só, felizmente vocês duas são pequenas o bastante para passar por eles”

 

“É disso que a gente gosta” Alice salivou com euforia. “Ok, então o primeiro ato do dia será a passagem pelo duto e análise dos documentos. O segundo ato será a ida de Edward e Bella para a competição, com esforço mútuo para manter a farsa e o ato mais importante será no fim do dia, teremos uma festa no início do pôr-do-sol, ocasião perfeita para seduzir o alvo” Voltou-se para mim. “Bella, você precisará chamar a atenção de Carlisle, ele precisa convidá-la para uma visita em seu quarto, é a única forma do plano dar certo” Senti meu corpo tencionar. “Ainda veremos os detalhes, mas conseguimos um lugar para você em sua mesa de jogos, ele provavelmente sabe que você está acompanhada do marido nesta viagem, Vitoriano é encarregado de pesquisar sobre tudo para ele, então Edward não comparecerá ao jantar e você inventará uma desculpa. Se essa parte do plano não funcionar, partiremos para uma postura mais agressiva”.

 

Não exatamente se gostaria de entender o que seria a postura agressiva. Esquartejar uma pessoa era o que passava em minha mente, uma postura nada agradável.

 

“Ok, vou dar um jeito hoje” Assenti com nervosismo. “Tenho algumas dúvidas sobre as execuções”

 

“Alice” A voz de Jaz soou como um alerta. “Vitoriano está se arrumando” Jaz analisava cada centímetro que ele andava. “Pelos meus cálculos temos exatamente três minutos até ele sair do quarto, vocês precisam se preparar” Jaz ainda não tinha terminado de falar e Alice já puxava dos bolsos algumas ferramentas, escalando a escada armada e direcionada ao escapamento de ar no centro do teto.

 

“Alice ficará de guarda, ouvindo nossas instruções e você se concentrará apenas em bater fotos do documento, certo?” Emmet detalhou com cuidado, segurando a escada para que eu subisse. Alice em poucos segundos retirou com cuidado a proteção do escapamento. “Lembre de não emitir nenhum som, não sabemos se eles têm sistema de gravação no ambiente” Alice e eu assentimos sem emitir uma palavra sequer, já em treinamento.

 

Subi os degraus com agilidade evitando lançar um último olhar para Edward. A missão já o deixava angustiado suficiente e não poderia deixar que minha insegurança o envolvesse ainda mais. O primeiro passo era ter coragem, o resto eu resolveria no momento da execução.

 

Em poucos segundos estávamos engatinhando no teto, em uma extensão de poucos centímetros, evitando qualquer pensamento claustrofóbico. O material era metal e sentíamos o frio em nossos joelhos, mesmo por baixo da roupa. Alice sabia exatamente por onde ir, era um mapa mental ambulante de todo o Hotel. Apenas a segui, identificando com orgulho que me lembrava das aulas de Emmet sobre as passagens de ar e para onde exatamente elas levavam.

 

“O alvo saiu do quarto, a zona de atuação está parcialmente livre” Era a voz de Jaz no fone trazendo conforto ao nosso coração. Alice assentiu e lançou um olhar para mim, apontando para um quadro de aço, demostrando que estávamos no local. “Alvo está no elevador, em direção ao saguão. Zona completamente livre, podem descer”.

 

Alice soltou a tubulação com facilidade, verificando que estávamos sobre um luxuoso sofá. Despencou com agilidade e silêncio, analisando com destreza o ambiente. Deu um sinal ao verificar que tudo parecia dentro do esperado e segui seus passos, pulando sobre o objeto que amorteceu a queda. Avancei sobre a pasta sentindo que minhas mãos tremiam, abri sem fazer um barulho sequer, iniciando as fotos com destreza.

 

“Bella, fique atenta. Qualquer movimento estranho deve abortar imediatamente a estratégia” Era a vez da voz do mestre me alertando. Comecei a fotografar cada documento, um por um, torcendo para que minhas mãos não prejudicassem com a tremedeira. Não conseguia ler, o nervosismo e a vontade de terminar só permitiam que meu cérebro focasse em terminar aquela atividade de uma vez por todas.

 

“Mudança de planos” Era a voz de Jaz soando após a vigésima terceira foto. “Carlisle saiu da mesa do café da manhã, fiquem alertas, ele pode querer pegar algo no quarto” Alice voltou ao seu posto, escalando e entrando na tubulação, a postos, as mãos esticadas, prontas para me puxar de volta. Pelos meus cálculos eu estava na metade dos documentos. Continuei batendo as fotos com agilidade, aguardando novos comandos. “Rota confirmada, Carlisle está voltando ao quarto”.

 

O desespero me assombrava, mas o pavor de não concluir a tarefa era ainda pior, dividi os papeis, tentando analisar qual deles era mais importante: notas fiscais, endereços, boletos, certidões de imóveis.

 

“Por Deus Isabela, você tem um minuto até ele chegar no quarto” A voz de Jaz soou com desespero, quando vi um bilhete brilhar entre os outros documentos, eu precisava dele, a intuição me dizia ter algo importante ali. Guardei tudo na pasta, deixando na mesma posição, tirando apenas o bilhete.

 

“Porra Isabella!” Cullen gritou com desespero. Alice me fuzilava do andar de cima e ouvi passos se aproximando.

 

“Não dá mais tempo. Alice, feche o duto de ar, ele não pode ver você” Jaz parecia simplesmente em pânico, sem aguardar novos comandos me joguei dento do guarda-roupa gigantesco, me aninhando na parte mais profunda, analisando o ambiente externo por uma fresta de luz.

 

“Caralho, que merda é essa” Emmet soou em meu fone. “Vamos nos preparar para o Plano B, caso seja necessário, faremos a intromissão externa”

 

Emmet não teve tempo de explicar o que era o tal Plano B, pois Carlisle invadiu o quarto com a precisão de um assassino. Eu tremia ainda mais dentro daquele armário, com a sensação que em poucos minutos minha vida chegaria ao fim. Busquei ao máximo me manter tranquila, mantendo a respiração inaudível sobre o aperto que minhas mãos faziam sobre minha boca e nariz. Respire, Isabella, você está preparada para situações de tensão, era o que minha mente repetia.

 

O fone ficou completamente mudo, ninguém ousava dar uma palavra sequer. A voz do alvo soou no quarto, enquanto ele andava de um lado para o outro.

 

“Não foi isso o que combinei” O telefone estava acoplado ao rosto e ele deferia palavras amargas, irritado por algo. Meu corpo tensionou ainda mais ao ver os passos do alvo. Ele era firme, imponente, seguro de si. Exalava autoridade. “A mercadoria precisa estar aqui no domingo às 22 horas, sem atrasos” Soltou uma gargalhada irônica. “Você sabe o que faço com quem não cumpre sua palavra, não sabe?” Passou a analisar o quarto, passando seus olhos pelo o armário. Meu coração congelou. “Não me interessa, só cumpra o que combinamos e ponto final” Desligou o aparelho sem nenhuma delicadeza. Caminhou em minha direção, mas parou na cadeira onde estava a pasta. Para minha sorte, era a única coisa que buscava no quarto, voltando a passos largos para a saída.

 

A porta se fechou com um estrondo, mas o fone permanecia inaudível, em silêncio absoluto, ninguém tinha coragem de falar uma palavra sequer. Demorou alguns minutos para que um suspiro soasse acompanhado da voz arrastada de Jaz.

 

“Alvo distante, pode subir Isabela”

 

O meu coração voltou a bater e saí do armário com cuidado, agarrando as mãos de Alice com desespero. O fone continuou mudo e me dei conta que todos ainda mantinham a respiração travada. Engatinhei com Alice à frente até a sala de comando, sentindo o peso da culpa sobre mim.

 

Descemos em um pulo sobre a escada e ao encarar os mafiosos que me aguardavam, senti uma vontade louca de me esconder no duto de ar novamente.

 

“Não confunda coragem com burrice, você quase estragou a missão” Contrariando as minhas expectativas, o primeiro a bravejar contra mim foi Jasper.

 

“Desculpa, eu vi um bilhete com letras diferentes, achei que poderia ser importante” Não sabia ao certo o motivo da minha mente ter insistido em ficar lá, mesmo sabendo sobre o perigo iminente.

 

“Cadê o bilhete?” Emmet continha um misto de preocupação e euforia. Sabia que ele adorava aquelas missões. Puxei o pedaço de papel amarelo do bolso, com a esperança de ter informações importantíssimas. Suspirei ao lê-lo, sentindo meus ombros afundarem. “O que tem escrito?” Todos aguardavam ansiosos. Eu não tinha coragem de encarar o Edward.

 

Xeque-mate” Li com toda a vergonha que cabia em mim. Em letras miúdas, esse era o recado. As letras foram escritas com força e feito um risco por cima. Não era absolutamente nada. Nenhuma dica ou informação, apenas palavras escritas aleatoriamente. Me senti a pessoa mais estúpida do universo.

 

“O que?” Emmet andou até mim com pressa e segurou o bilhete nas mãos. “Não acredito nisso” Sentou na cadeira derrotado. “Bem, ainda temos as fotos, não vamos desanimar”.

 

“Parabéns Isabella, arriscou o time por um bilhete patético” Edward bufou, parecendo simplesmente transtornado com minha irresponsabilidade.

 

“Gente, o plano deu certo, conseguimos as fotos e estamos bem aqui, portanto, nada de dramas desnecessários” Alice interviu, sorrindo para me encorajar. “Vamos lembrar que simplesmente adoramos essa loucura irresponsável dessa garota”

 

Devolvi o sorriso e me deixei escorregar entre as cadeiras, desfalecendo. Era de manhã e eu já me sentia exausta. Segurei a cabeça entre as mãos, sentido o desprazer de uma decisão errada me atingir. As alegações estavam certas, eu não poderia arrisca a missão e a vida de todos com decisões inconsequentes.

 

Entreguei o celular para Emmet que rapidamente logou no computador, tendo acesso a todas as imagens.

 

“Quais os planos para o resto do dia?” Jaz foi quem quebrou o silêncio novamente.

 

“Jogos para casais para o nosso casal favorito” Alice sorriu novamente. “A festa de hoje será ao pôr do sol, o que nos dará pouco tempo para nos arrumar” Suspirei, sentindo ainda o peso sobre os meus ombros. “Hoje é um dia essencial, o alvo precisa se aproximar mais” Assenti, esfregando o rosto com as mãos.

 

“Bem, temos uma nota fiscal com endereço de Nova York” Emmet analisava com muito cuidado cada documento. “A nota se refere à compra de um barco, supostamente”

 

“Não vamos esquecer que ele mencionou a chegada da mercadoria no domingo, às 22 horas, teremos tempo suficiente para completar a missão”

 

“Talvez ele receba através de algum barco, o Hotel tem um trapiche desativado há alguns anos” Jaz comentou.

 

“O cenário perfeito com a discrição necessária para o recebimento do carregamento” Edward analisava ao lado de Emmet. “Temos o nosso dia e o nosso horário, resta saber qual o Cartel que fará a entrega”

 

“Isso não é tão importante para a missão, o mais importante é identificar exatamente a agenda do alvo e quais os locais do Hotel em que ele passará” Alice alegou. “Temos a nossa data, o encontro entre ele e Isabella deve ser antes da festa de domingo, se não o plano será destruído”.

 

“Temos o nosso horário” Emmet virou-se para mim. “Agora precisamos ter o alvo nas mãos”

 

“Farei a minha parte, custe o que custar” Devolvi para Emmet.

 

Apenas torcia para que não custasse muito.

 

Não importa o quanto eu fosse otimista, aquela missão custava tudo de todos.

 

E agora tudo dependia de mim.

 

Era minha vez de devolver o xeque-mate.


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Notas finais do capítulo

Bem, estou aqui mais uma vez. História em reta final (primeira parte) e eu muito orgulhosa do que estou criando. Meus personagens têm vida própria em minha mente e cada dia resolvem mudar de ideia, acreditam? Cada vez surgem mais detalhes para o fim e eu tô amando me dedicar a isso. O projeto do livro ainda está de pé, mas preciso terminar para enviar para a análise das editoras que aceitaram analisar a minha história. Então, torçam por mim.

Aliás, digam nos comentários que vocês vão comprar o livro, vai. Preciso saber se realmente alguém vai comprar pra saber se vai valer a pena lançar.

Conto com vocês. Conversem comigo no insta @bianoronha simplesmente AMO receber mensagens de vocês. Confesso que a força que tive para escrever mais esse capítulo (mesmo em meio a minha agenda repleta de trabalho) veio de mensagens incríveis que recebi de vocês. Então, o meu muito obrigada a cada uma que gastou tempo falando comigo.



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