In Love With Her escrita por naty


Capítulo 27
Quero colo... Mas será que mereço?


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Tudo bem?
Passando só para agradecer por acompanharem e pelos comentários, assim que tiver um tempinho eu vou respondê-los kkk

Boa leitura!



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EDUARDA

 

— Puta que pariu, Eduarda! O que cê tá fazendo aqui essa hora da madrugada? – Ana, com o seu pijama rosa de cetim, pantufas de colehinho nos pés, e ainda de olhos fechados, veio abrir o portão

— E-eu posso entrar? – perguntei com a cabeça baixa

Meu tom de voz deve ter me denunciado, pois logo Ana abriu os olhos e se espantou ao me observar. Ela me puxou para dentro, fechando o portão atrás de mim e me levou para a sala.

— O que houve, Duda? Por que você tá chorando? – perguntou preocupada

Não consegui responder, apenas balancei a cabeça em sinal negativo e deixei que as lágrimas continuassem a correr pelo meu rosto. Ana me abraçou forte e nos sentou no sofá.

— Shii, tá tudo bem, amiga, se acalma – falava ainda me abraçando

Nos soltamos ,e Ana limpou meu rosto com as mãos.

— Eu fiz uma merda, Aninha – falei, e ela permaneceu calada, esperando que eu terminasse de falar, mas eu não conseguia

— Vem cá, Duda – ela puxou-me, e eu me deitei no sofá com a cabeça em seu colo, como sempre fazíamos uma com a outra quando precisávamos de conforto em momentos ruins.

Não sei quanto tempo ficamos ali, em silêncio, enquanto Ana acariciava meus cabelos curtos e rebeldes. Quando senti que as lágrimas não voltariam mais, resolvi falar com a minha amiga. Estava muito angustiada com aquela situação, eu não queria ter feito a Manuela sofrer.

— Eu beijei a Márcia – falei baixo - Eu beijei a Márcia, e a Manu viu tudo.

— VOCÊ FEZ O QUE?

 

Permaneci calada

 

— Eu não acredito, Eduarda! Você tá usando drogas? Só pode! Você só pode estar louca... Não tem cabimento isso. Eu sei o quanto você ama a sua namorada. só pode de sacanagem comigo, né?

— Nós poderíamos, por favor, não falar disso? Você não precisa dizer que eu sou uma idiota, eu já sei disso. Tudo o que você tiver pra me falar, eu já estou ciente, ok? Eu só preciso de colo, eu acabei de fazer a maior merda da minha vida, estou a ponto de perder a minha namorada, que a propósito, é a pessoa que eu mais amo nesse mundo, e tudo isso por causa de um beijo estúpido com uma pessoa por quem eu não sinto nada além de amizade. Então, por favor, Ana, me deixa ficar aqui, só pensando no quanto eu sou imbecil – desabafei em uma torrente incessante de palavras e, quando terminei, já estava chorando novamente no colo da minha amiga.

Ana não disse mais nada, mas me olhava com uma mistura de repreensão e pena. Não sei quanto tempo fiquei ali, derramando lágrimas e mais lágrimas enquanto ela fazia carinho no meu rosto e cabelos, tentando me acalmar.

— Amiga, tem certeza que você não quer conversar?

— Eu me sinto horrível, Ana, a Manu não podia ter visto aquele beijo

— Espera um pouco, você disse que a Manu não poderia ter visto o beijo?

— Sim, foi o que eu disse

— Você percebeu que desde que chegou aqui, não disse uma só vez que estava arrependida de tê-la beijado?

— Não é o que você está pensando – falei nervosa

— Por que você a beijou?

— É complicado – fui evasiva

— Você sabe que não tem nada de complicado nisso, Eduarda! – a Ana não estava gostando nem um pouco dessa história de beijo, mas como a boa amiga que sempre foi, tentava entender o que estava acontecendo – Você... você gosta da Márcia? – perguntou com cautela

Levantei a cabeça de seu colo e respondi com sinceridade.

— Gosto, gosto muito, mas apenas como amiga, nada além disso, Ana, eu juro

— Ela te forçou a beijá-la, foi isso?

— Não, ela não me forçou a nada. Ela tomou a iniciativa, mas deu espaço para que eu recusasse, e eu não fiz nada

Ana abriu a boca várias vezes, tentando articular uma frase, mas não conseguiu dizer nada, apenas ficou me olhando, tentando entender.

— Ela sempre foi apaixonada por mim

— Deixa eu ver se entendi direito, você traiu a sua namorada por que tem outra pessoa apaixonada por você, e você a beijou, mesmo sentindo só amizade por ela?

— Não é bem assim, eu não beijei a Márcia porque ela gosta de mim

— Por que então?

— É complicado

— Complicado é você fazer a Manuela sofrer por ter ficado com alguém que você nem mesmo nutre algum sentimento amoroso. Eu não te entendo Eduarda, sinceramente não te reconheço. A minha amiga nunca trairia alguém que só a fez bem desde que chegou. A Duda que eu conheço nunca faria isso com a Manuela

— Eu tive que fazer, está bem?

— Alguém te forçou?

— Não!

— Então você não teve que fazer, Duda, você fez porque quis... Será que você não sente mesmo nada pela Márcia? – questionou

— Por que isso agora? Eu te disse que não – respondi com firmeza

— Tem certeza, Duda? Eu simplesmente não vejo motivos para você trair a sua namorada, a menos que você tenha, sim, algum sentimento pela Márcia. Não quero discutir com você, amiga, apenas pensa nisso, tá bem?

— Tudo bem - suspirei resignada, Ana não entendia, e eu também não poderia explicar

— Duda?

— Sim?

— Como a Manu reagiu a isso tudo?

— Como você acha? Ela saiu correndo da casa da Karina ontem, e eu fiquei desnorteada atrás dela, mesmo sem ter como me explicar. Esperei por ela na porta do apartamento dos pais dela, nós discutimos, ela me bateu e-

— Pera aí – interrompeu-me – Ela te bateu mesmo? - ela já estava rindo às minhas custas – Bem feito! Eu espero que ela tenha te dado uma bela surra pra ver se você aprende a deixar de ser imbecil e valorizar a namorada que tem

— Obrigada pelo apoio – ironizei

— Nem vem, você sabe que sou sua amiga, mas quando você está errada em algo eu não passo a mão na cabeça. Mas continua, o que aconteceu depois que ela te bateu?

— Nós bem... Nós... nos reconciliamos – falei envergonhada

— Como assim se reconciliaram, criatura?

— Ai Ana, nós... nós fizemos as pazes... momentaneamente, digo – eu não queria ter que explicar para a minha amiga o que nós tínhamos feito depois da briga, era estranho falar sobre isso

— Sexo de reconciliação... Dizem que é o melhor – falou numa naturalidade que me impressionou

— Ana!

— Que foi? Eu disse alguma coisa errada? Ai, que gracinha! Você toda encabulada e cheia de pudores para falar sobre sexo, aposto que quando tá com a Manu essa inocência toda vai pelos ares

— Ana Maria, eu definitivamente não vou falar sobre isso com você! Mas o fato é, depois de tudo que aconteceu, a Manu disse que ainda não conseguia me perdoar, mas eu... - pausei – Eu achei que ficaria tudo bem entre nós depois que a mágoa passasse, mas pelo visto eu estava enganada

— Ei, não fica assim, amiga, dá um tempo para ela assimilar tudo isso, a Manu te ama, ela vai te perdoar.

— Não sei, Ana, não depois dela ter praticamente me posto para fora da casa dela agora de manhã.

— Mas que coisa, Duda! Afinal, por que diabos você beijou a diaba, digo, a Márcia? – minha amiga era dura na queda, não desistiria enquanto não soubesse o porquê daquele beijo.

Eu não podia contar o verdadeiro motivo de ter beijado a Márcia, simplesmente não podia. Mas eu também não podia ficar mentindo para a Manuela, eu devia sinceridade a ela.

Eu tinha certeza que não sentia absolutamente nada pela Márcia além de uma forte amizade e de um carinho fraternal, o mesmo que sentia por Ana.

A única pessoa que tinha lugar no meu coração era Manuela, e eu sentia como se sempre fosse ser assim. Pode parecer louco, mas desde o primeiro beijo eu sentia que pertencia a Manuela de uma maneira irracional, incompreensível, e, acima de tudo, sabia que sempre pertenceria a ela, não importa o tempo que passasse, não importa o que pudesse acontecer.

Ficamos mais um tempo na casa de Ana, e depois do almoço ela decidiu que iríamos ao shopping. Poderia ser apenas um pretexto para me distrair, mas vindo de Ana, eu não poderia ter tanta certeza assim, com a adoração que aquela ali possuía por lojas.

Eu queria ir em casa para tomar um banho antes de irmos, mas Ana não permitiu, me forçando a tomar banho por lá mesmo e usar algumas de suas roupas emprestado. Não foi tarefa fácil achar algo que me servisse no armário de Ana, já que ela era menor que eu.

Ligamos para os meninos e nos encontramos com eles na porta do shopping que sempre íamos juntos para nos divertir.

Math e Lucas já nos esperavam quando chegamos, mas Rafa, como sempre, estava atrasado.

— Olá, meninos – Ana cumprimentou cada um com um abraço e um beijo no rosto e eu fiz o mesmo, um pouco distraída, não conseguia parar de pensar em Manuela e em como nós ficaríamos dali para a frente

Decidimos entrar no shopping, já que não era surpresa para ninguém que o Rafael nunca chegava na hora marcada.

Ana e os meninos conversavam animados sobre vários assuntos, mas eu permanecia a maioria do tempo em silêncio, opinando pouco. Não estava muito para papo.

Depois de muita discussão para decidir entre um filme de terror e um de ação, Ana e Lucas foram voto vencido, já que Matheus e eu queríamos o de terror e sabíamos que Rafael estava louco para ver o filme.

Já tínhamos comprado os ingressos para o cinema quando o Rafa chegou, quase uma hora atrasado. Era impressionante o quanto ele e Ana Maria conseguiam se atrasar para tudo. Eu era suspeita para falar, pois, por conta do meu jeito desastrado, tudo sempre dava errado e eu acabava me atrasando também, mas não tanto quanto eles.

— Até que enfim né, Rafael! Já tá em cima da hora da sessão começar – Matheus reclamou com o amigo

— Desculpa, gente, mas o meu cabelo hoje estava im-pos-sí-vel! – falou pausadamente – Demorei horas para deixar do jeito que eu queria! – completou ajeitando os fios loiros

— Ai, Rafael, como você é gay! - disse Ana, dobrando-se de rir

— Queridinha, se você não percebeu, a única hétero por aqui é você, então dá licença! - respondeu de forma extremamente afetada, arrancando risadas de todos nós

— O que foi? Eu disse alguma mentira? Aliás, você deveria aderir ao movimento, Aninha, aposto que faria sucesso entre as sapas com essa beleza toda, ai que inveja!

— Obrigada, Rafa, mas eu estou bem assim, gostando de homens, meu namorado me faz muito feliz, obrigada!

— Mas falando em sapatão - Lucas começou a falar, mas mudou o rumo da conversa depois de um belo beliscão na barriga – Ai, Eduarda! Como eu estava dizendo – olhou-me – Falando em namoro, cadê a sua namorada? - questionou-me

— A Manu... er... Ela não quis vir – fui evasiva

— Meninos, vamos que o filme começa em 10 minutos, e nós nem compramos os lanches ainda – Ana mudou de assunto, e eu agradeci mentalmente por isso

Eu estava querendo ver aquele filme há semanas, porém quando as luzes se apagaram, e olhei para o meu lado e vi Math e Lucas trocando olhares apaixonados, tudo que eu conseguia era desejar que a minha baixinha estivesse ali comigo. Acabei não prestando atenção nenhuma ao que acontecia no telão e saí da sala sem ao menos saber se a garota tinha conseguido sobreviver no final do filme.

Rafa e Math discutiam sobre cenas do filme, eu geralmente participava dessas discussões, mas não estava com ânimo. Ana distraiu-se com uma vitrine e entrou na loja, enquanto eu e os meninos nos sentamos esperando por ela.

— Ô Duda, aquela ali com aquela garota loira não é a Manuela? - perguntou Math, apontando para as duas, que andavam um pouco afastadas de nós, aos risos

Eu não conhecia a garota loira que estava com a Manu, mas as duas pareciam se divertir com algo.

— É, é ela, sim

— E você não vai lá falar com ela? - perguntou o loiro, curioso com a minha reação

— Não – respondi simplesmente, me afastando deles e indo sentar em outro lugar.

O ciúme tomou conta de mim e veio com força total. O que a Manuela fazia ali com aquela garota? Quem era a loira que eu nunca havia visto na vida? Será que a Manuela estava ficando com ela depois do que eu aprontei? Mas tão rápido assim? Ela tinha me expulsado de sua casa há algumas horas e já estava se divertindo com outra?

— O que houve, Duda? - Lucas sentou-se ao meu lado – Você e a Manu brigaram?

— Mais ou menos isso – respondi simplesmente, as lágrimas já escorriam silenciosas pelo meu rosto novamente

— Relaxa, todo casal briga, vai ficar tudo bem entre vocês duas, você vai ver – Lucas me abraçou

— Eu espero – suspirei antes de o meu celular começar a tocar dentro do bolso.

Só naquele momento percebi que não tinha pegado nele o dia todo. Enxuguei as lágrimas e tentei disfarçar o choro ao atender sem nem olhar no visor.

Alô

Oi Duda, sou eu

Ah, oi, Márcia

Você está bem? Parece que você andou chorando

Não, é impressão sua, estou bem e você?

Na medida do possível, tô bem, sim... Você tá muito ocupada agora?

Ahn, não, por quê?

Você recebeu a minha mensagem?

Pra te falar a verdade, eu nem peguei no meu celular hoje. O que tinha na mensagem que você me mandou?

Nada demais...Será que você pode vir aqui em casa? Precisava conversar com você

Tem que ser agora? Eu não estou muito no clima para conversar hoje

Não, tudo bem, eu entendo, mas não pode passar de amanhã

Amanhã, na escola- fui interrompida

Não, Duda, o que eu tenho para conversar com você não pode ser dito na escola, você pode almoçar comigo depois da aula?

Almoço? Acho que tudo bem, onde eu te encontro?

Me espera na saída escola, vamos pra minha casa

Okay, até amanhã então

Beijos, até...

Desliguei o telefone e dei de cara com Ana, parada à minha frente de braços cruzados e semblante fechado.

— Eu não acredito, Eduarda!

— Ana – fui interrompida

— Pensa bem no que você tá fazendo, porque eu não vou te apoiar nisso. Não tá certo o que você tá fazendo com a Manu, não tá mesmo!

— Eu tenho que ir embora, depois a gente conversa, Ana – falei já me levantando e me despedindo dos meninos

Antes que eu fosse embora, Ana me puxou pelo braço e disse:

— Eu sou sua amiga, mas também sou amiga dela, se você for se encontrar com a Márcia amanhã, é do lado da Manuela que eu vou ficar

— A gente se vê por aí – soltei-me e fui para a casa com o coração na mão.

No caminho, me lembrei do que Márcia tinha dito sobre a tal mensagem. Tirei o celular do bolso e percebi que realmente havia uma mensagem, mas esta já havia sido visualizada.

Até aquele momento, eu ainda não tinha entendido por que a Manu acordara daquele jeito, já me expulsando de casa, sem explicação nenhuma. Ao ler o conteúdo da mensagem, descobri o que tinha feito Manuela agir daquela forma, ela havia lido.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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