Lembranças De Um Verão escrita por Sarah Colins


Capítulo 51
Capítulo 50 – Despedida


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos leitores e amigos!
Espero que vocês estejam tão eufóricos quanto eu por esse último capítulo. Como todos sabem ele vai começar lindo e terminar trágico. Mas não se desesperem que vem por ai uma segunda temporada muito em breve!
Quero agradecer demais a todos que me acompanharam a té aqui. Os que comentaram e os que leram em off tbm! Aqui diz que a fic teve mais de 50 leitores ao todo. Não sei se todos realmente acompanharam. Sei que alguns ainda não terminaram todos os capítulos. Mas de qualquer forma vocês todos fizeram parte disso e sem vocês essa história não teria chegado onde chegou! Vou parar de mimimi se não vou começar a chorar aqui!
Quero agradecer também as lindas recomendações que recebi da Lana, Flavia Grint e Patricia Tresoldi! Elas apareceram só agora aqui pra mim e eu amei demais! Quem quiser deixar recomendação também agora que a fic acabou, fiquem a vontade ^^
Agora chega de papo e vamos ao que interessa...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/247439/chapter/51

Depois de quase cairmos dentro da fonte tamanha intensidade de nossa reconciliação, Percy e eu decidimos que era melhor irmos para outro lugar. E não foi necessário dizer nada para que os dois soubessem para onde deveríamos ir. Nenhum de nós estava preocupado com o que iam dizer. Afinal no dia seguinte estaríamos deixando o acampamento e quem sabe quando voltaríamos. Percy quase corria ao segurar minha mão e avançar floresta adentro. Até que eu o convenci de que não tinha porque termos pressa. Então passamos a caminhar num ritmo mais lento enquanto trocávamos alguns carinhos e falávamos sobre coisas sem importância. Eu estava tão distraída com o “passeio” que nem me dei conta quando chegamos a nossa cachoeira. Só percebi a proximidade quando o barulho da água já estava bem alto.

Seguimos de mãos dadas em direção ao santuário. A barraca com todas as coisas que Percy havia conseguido com a ajuda de Rachel ainda estavam ali. Ao me lembrar disso, movi meus dedos para sentir a aliança que ainda envolvia o dedo anular de minha mão direita. Mesmo quando Percy e eu estávamos separados eu não havia me desgrudado daquela joia. Já sentia que ela fazia parte de mim. Correndo o risco de parecer clichê eu não pude deixar de pensar que ela era o melhor símbolo de nosso amor. Dos laços tão fortes e verdadeiros que nos uniam. Paramos de andar quando já estávamos a poucos centímetros da agua. Era uma noite quente e eu não me importaria se Percy propusesse um mergulho. Mas ele não se deu ao trabalho de dizer nada. Fez algo muito melhor.

Senti suas mãos em meus ombros quando ele me fez virar em sua direção. Ficamos um de frente para o outro. Ele se aproximou mais deixamos alguns poucos milímetros entre nós. Sua boca estava próxima ao meu ouvido e eu podia sentir sua respiração. Com cuidado, ele levou as mãos as minhas costas e desceu o zíper do meu vestido. Eu nem me atrevi a me mover. Apenas deixei que ele levasse os dedos aos meus ombros e fizesse com que as finas alças deslizassem para baixo. Antes que o vestido tocasse o chão, suas mãos já estavam se ocupando de tirar as últimas peças que me restavam. Tentei me controlar ao máximo para me manter imóvel. Mas quando ele me puxou para junto de si pela cintura eu não resisti. Enrosquei seu pescoço com meus braços e o beijei.

Percy continuou me beijando e tocando meu corpo de forma urgente. Tentei ser sutil ao tentar tirar a roupa dele, mas acabei arrancando tudo de uma vez. Quando nos encontrávamos os dois da maneira que viemos ao mundo, Percy me pegou no colo e me levou para dentro da água. Senti um arrepio quando meu corpo ficou submerso, mas aos poucos fui me acostumando até que a temperatura ficou agradável. Ele me soltou e meus pés tocaram as pedras que ficavam no fundo da cachoeira. Fiquei de frente para ele e o abracei. Percebi que ele fitava o céu muito interessado. Olhei para cima também, mas não havia nada de mais ali, apenas o céu estrelado e a copa de algumas arvores que se assomava sobre nossas cabeças. Voltei a mirar seu rosto, tentando decifrar sua expressão.

– Já parou para pensar que o dia de hoje é como uma dádiva – começou a falar ele – Que, por exemplo, nós dois aqui juntos esta noite é tudo o que temos de seguro? Nunca podemos saber o que esperar do amanha. Mesmo com oráculos e profecias. O presente é toda a nossa vida e tudo ao que podemos nos agarrar...

– Percy, acho que não é um bom momento para falarmos disso de novo...

– Não é isso – disse ele me cortando – Não tem nada a ver com o que discutimos da outra vez. Eu quero dizer que o agora é o que temos de mais precioso. E enquanto eu tiver você no meu presente, não importa o que virá depois. Estou com um bom pressentimento. Acho que hoje será o começo de uma ótima fase para nós. Não me pergunte por que, mas sinto que estamos prontos para enfrentar o que for. Não que eu esteja querendo concordar com Afrodite, mas tudo o que passamos esse verão nos fez crescer muito. E só me deu ainda mais certeza do quanto eu te amo. Eu não tenho mais nenhum medo do que possa estar por vir. Desde que você esteja comigo, eu sei que estaremos bem.

– Oh Percy – fiquei meio sem reação diante das palavras dele. Ele conseguiu traduzir exatamente como eu estava me sentindo – Eu te amo! – foi só o que consegui dizer, e não era preciso dizer nada mais.

Ele me envolveu com seus braços pela cintura. Eu o envolvi em meus braços pelo pescoço. Apenas com encostar nossos corpos uma intensa e avassaladora sensação tomou conta de mim. A partir daquele momento eu só era consciente do meu próprio corpo e do dele. Nossos lábios se tocaram e já estavam se devorando instantes depois. Toquei seus cabelos que ainda estavam secos enquanto ele me segurava pelos quadris me mantendo colada a ele. Percy foi dando alguns passos para trás, me puxando com ele, até que ficamos submersos até a altura de meus ombros. Eu sabia que quanto mais agua existisse ao nosso redor, mais ele estaria em vantagem. Mas em momento algum eu pensei em protestar. Só o que eu sentia era curiosidade para saber o que ele tramava.

Percy afastou sua boca da minha para começar a distribuir beijos pelo meu pescoço. Beijos que formavam uma linha irregular que seguia cada vez mais para baixo. Eu lutava para manter o controle de meus sentidos enquanto ele insistia em me fazer perde-lo. Quando me dei conta Percy já estava com a cabeça embaixo d’água. Suas mãos continuavam me envolvendo enquanto ele continuava me desbravando. Vi seu corpo nadando em volta de mim, me provocando com seus toques. Seria difícil me manter de pé por conta própria, mas Percy não me deixava desamparada em momentos algum. Sempre que meus joelhos ameaçavam fraquejar ele me segurava ou fazia com que a água a minha volta me mantivesse em equilíbrio. Quando ele voltou a tona, sem precisar retomar o fôlego, meu rosto já estava corado e lívido com a excitação. Ele apenas sorria.

Deixei que meus braços se repousassem sobre seus ombros e encostei minha testa na dele. Suas mãos deslizaram da minha cintura até minhas pernas e me puxaram para que eu o envolvesse. Agora meu corpo estava completamente apoiado no dele. Eu podia sentir como ele controlava as águas para nos proporcionar um perfeito ritmo conforme nos entregávamos de corpo e alma um ao outro. Ao estar novamente assim com Percy eu me dei conta de que realmente senti falta disso. Parecia que não fazia amor com ele há anos. Foram apenas poucos dias, mas para mim pareceu uma eternidade.

Quando terminamos, não tive nem tempo de recuperar fôlego, Percy já nos levou para fora d’água onde pegou algumas toalhas para nos secar. Menos de um minuto depois ele estava me puxando para o interior da barraca. Nos deitamos no colchão, deixando partes dele molhadas por causa de nossos cabelos que ainda estavam úmidos. Percy não deixou que eu nem começasse a me preocupar com isso. Sua boca e suas mãos já estavam me reclamando outra vez. Ele agilmente se colocou por cima de mim ficando entre minhas pernas. Seus movimentos firmes e precisos me fizeram mergulhar em estado de êxtase. Deixei que meus gritos e súplicas de prazer ecoassem a todos pulmões.

Mais uma vez tive um sono tranquilo, sem sonhos. Mas ao contrário da última noite, onde eu estava precisando desse tempo para descansar minha mente, essa havia sido inteiramente perfeita. Eu nem me importaria de ter sido visitada por e um sonho ou outro. Me sentia tão feliz e plena que nada poderia me desanimar. Logo que abri os olhos naquela manhã, senti que havia despertado cedo demais. Os primeiros raios de sol começavam a aparecer entre as árvores. O calor do dia ainda não havia se apoderado do ambiente. Ainda predominava aquele friozinho da madrugada. Puxei o cobertor até meus ombros e me aproximei de Percy que estava de costas para mim. Coloquei um dos braços em volta dele enquanto me aconchegava em seu corpo. Ele despertou apenas tempo suficiente para segurar minha mão e me fazer grudar ainda mais nele. Então nós dois voltamos a dormir.

Depois do que eu pensei serem alguns minutos, nós dois acordamos novamente. Ficamos um tempão apenas deitados naquele colchão. Não tínhamos a mínima pressa de levantar. Estávamos um de frente para o outro, nos olhando. De vez em quando sorríamos e trocávamos alguns carinhos. Mas na maior parte do tempo apenas nos admirávamos. Eu pelo menos o admirava sem nenhuma restrição. Analisava detidamente cada traço de seu rosto e às vezes os percorria com a ponta dos dedos. Não dizíamos nada. Não era preciso. Palavras seriam supérfluas naquele momento. Com olhares, sorrisos e gestos conseguíamos nos entender muito bem. Só fui voltar à realidade quando percebi o canto dos passarinhos do lado de fora da barrada. Era hora de levantarmos.

Como de costume, tive que argumentar por alguns minutos para convencê-lo a deixarmos nosso santuário. Percy passaria o resto do dia todo ali se pudesse. Mas eu me recusava a passar meu último dia no acampamento, dentro de uma barraca. Depois que consegui persuadi-lo, nos vestimos e rumamos de volta ao acampamento. Cada um se dirigiu ao seu chalé para podermos nos recuperar da intensa noite que havíamos vivido. Tomei banho, troquei de roupa e aproveitei para pegar algumas coisas que talvez eu precisasse. Adaga, boné, mochila. Encontrei Percy momentos depois no refeitório onde tomamos um café da manhã reforçado.

Passamos o dia na praia, aproveitando cada segundo. Nenhum dos dois queria falar sobre a nossa incerteza sobre o amanhã. Por de fato não sabíamos o que aconteceria dali pra frente. O que cada um iria fazer de sua vida. Mas devido aos últimos acontecimentos, nós dois percebemos que não era uma boa ideia falar sobre isso. Vínhamos evitando o assunto desde então. Já havíamos encontrado alguns de nossos amigos meio-sangues de outros chalés que compartilharam seus planos e perspectivas futuras. Mas quando nos perguntavam o que iriamos fazer, simplesmente não tínhamos resposta. Eu particularmente preferia que deixássemos as coisas assim. Era melhor encerrarmos esse ciclo primeiro, para depois pensarmos no que tivermos que pensar. Então disfrutei daquele dia com Percy como se fosse o nosso último dia juntos.

***

A noite chegou mais rápido do que de costume. Quando você faz apenas coisas agradáveis durante o dia, as horas costumam passar mais rápido. Logo já seria a hora do jantar e logo depois iríamos até a praia onde haveria uma queima de fogos para encerrar o último dia no acampamento meio-sangue. Eu estava cansada e até um pouco bronzeada de tanto tempo que havia passado no mar com Percy. Ele às vezes se esquecia de que nem todo mundo é imune aos efeitos do oceano. Mais uma vez eu fui ao meu chalé para me recuperar. Tomei outro banho e dessa vez me arrumei um pouco melhor. Afinal aconteceria a um evento importante mais tarde. Era quase como ter um encontro com meu namorado. E mesmo que parecesse ridículo eu estava sentindo um friozinho na barriga por isso.

O jantar ocorreu normalmente. Todos fizeram suas oferendas aos deuses e comeram. O clima era animado e festeiro, apesar de todas as despedidas que aconteceriam em breve. Ninguém estava demonstrando estar triste por ter que deixar o acampamento por um tempo ou para sempre. Todos estavam felizes por que essa etapa havia sido concluída. Eu acabei me contagiando por essa atmosfera de felicidade e confraternização. Conversei com vários campistas, alguns com quem nunca havia trocado uma palavra sequer antes. Ri e me diverti muito. Quando procurei Percy com o olhar vi que ele estava fazendo o mesmo. Grover estava ao seu lado. Eu apenas ergui meu copo de refresco para eles simbolizando “saúde” e eles retribuíram da mesma forma.

Minutos mais tarde todos se encaminharam para a praia. Eu me apressei em encontrar Percy antes de chegarmos lá. Estava um breu tremendo. Só veríamos luz ali quando os fogos realmente começassem. Os semideuses foram de posicionando e aos poucos a areia ficou quase completamente tomada. Quíron que ia galopando a frente esperou até que todos houvessem chegado para dar um sinal para alguém, ou alguma criatura que ficara responsável por iniciar a queima dos fogos. Percy estava com os braços em volta da minha cintura, me abraçando por trás quando vimos os primeiros fachos de luz que cruzaram o céu noturno e explodiram lá no alto convertendo-se em cascatas de luzes coloridas. Meus olhos foram brindados por um verdadeiro espetáculo nos seguintes dez minutos.

A intensidade das explosões foi diminuindo até que a queima cessou. Me virei de frente para Percy e nos beijamos por um longo tempo. Só paramos quando percebemos que quase todos os semideuses já havia deixado a praia. No caminho de volta aos chalés encontramos Clarisse e Chris. Aproveitamos para nos despedir deles, já que na manhã seguinte tudo estaria uma bagunça e seria difícil encontra-los antes de partirmos. Também encontramos Rachel. Eu fiz o possível para parecer simpática enquanto ela contava a Percy seus planos para os meses seguintes. Enfim chegamos a área dos chalés.

– Sabe que essa noite devemos ficar cada um em seu chalé não sabe? – perguntei antes que ele tentasse me convencer de fazer exatamente o contrário.

– Sei sim... – respondeu ele desaminado – Temos que arrumar nossas coisas antes de dormir para não precisarmos ter que correr amanha de manhã – ele dizia aquilo numa repetição quase exata do que eu lhe dissera há alguns dias atrás. Eu não pude deixar de rir.

– Exatamente! Não tem porque dificultarmos as coisas – Eu o abracei ao notar que ele ainda não estava nenhum pouco satisfeito com essa ideia – Pensa que amanha estaremos longe daqui e poderemos ficar juntos o tempo que quisermos.

– Ok, vou pensar nisso – disse ele mostrando um leve sorriso – Também não quero atrapalhar as coisas pra você. Sei que ser conselheira-chefe deve exigir muito, principalmente na hora de “despachar” os campistas para casa.

– Pois é – concordei parecendo exausta – dá um trabalhão. Mas eu dou conta – ele riu da minha falta de modéstia e depois me beijou.

Foi um custo para conseguirmos nos separar. Não sei por que, mas naquela noite estávamos um tanto quanto mais grudados do que de costume. Quando enfim nos despedimos e eu me virei para ir ao meu chalé, Percy me puxou de volta.

– Espera! – disse ele parecendo angustiado – Não posso deixar você ir embora sem dizer uma coisa...

– O quê? – perguntei intrigada.

– Eu te amo!

– Também te amo, Percy – respondi enquanto acariciava seu rosto com uma das mãos.

– Você sabe que não importa o que aconteça, eu sempre vou te amar. E eu sempre vou estar aqui pra você. Promete que nunca se esquecerá disso?

– Por que isso agora, Percy? – perguntei desconfiada.

– Apenas me promete – insistiu ele segurando minha mão – Promete que não importa o que aconteça, você nunca vai se esquecer de que sempre estaremos juntos. E que nosso amor sobreviverá a qualquer coisa!

– Eu prometo, meu amor – disse enfim. E sorri ao ver o alivio em seu rosto – Não se preocupe. Estaremos juntos sempre, sim. E nada poderá ficar entre nós, nunca!

Nos beijamos novamente. Percebi que ele ficou me olhando enquanto eu me afastava. Quando abri a porta do chalé de Atena pude ver que ele ainda seguia lá, parado no mesmo lugar. Acenei para ele e entrei. Havia achado meio estranho aquele comportamento de Percy, mas decidi não dar importância a isso. Eu ainda estava no clima de alegria e confraternização daquela noite. Queria dormir e descansar bastante para que amanhã desse tudo certo. Eu não via a hora de eu e Percy podermos voltar as nossas vidas “normais” e poder enfim começar a construir nossos futuros juntos.

Felizmente tive uma noite tranquila sem sonhos. Consegui descansar bastante e não perdi o horário ao despertar na manhã seguinte. Tirei todos os meus irmãos da cama e orientei os que ainda não tinham feito suas bagagens. Os que iriam ficar o restante do ano no acampamento ajudavam os que iriam voltar para casa. Em poucos minutos estava tudo pronto. Minhas coisas já estavam empacotadas desde a noite anterior. Era estranho levar absolutamente tudo comigo. Eu sempre acabava deixando uma ou outra coisa ali para quando fosse voltar no verão seguinte. Mas dessa vez não existiria o verão seguinte.

Peguei minha mala e minha mochila, onde havia conseguido acomodar tudo e me dirigi à casa grande. Era lá que os semideuses esperavam até o horário de ir embora, ou então até que alguém os viesse buscar. Eu fui até lá para deixar minhas bagagens e esperar por Percy. Havíamos combinado de nos encontrar direto ali. Ele ainda não havia chegado, o que eu estranhei um pouco. Achei que eu iria demorar mais do que ele por ter que ajudar os outros semideuses em meu chalé, enquanto ele era o único no seu. De qualquer forma eu me sentei em cima de minha mala e fiquei esperando.

Vi diversos grupos de meio-sangues chegar ali e saírem. Me despedi calorosamente de alguns e acenava de longe para outros. Já se haviam passado mais de meia hora desde que eu chegara ali. Definitivamente alguma coisa estava errada. Decidi então ir ver se Percy estava com algum problema. Pedi a Quíron, que estava na varanda da casa grande se despedindo dos campistas, para olhar minhas malas enquanto eu não voltava. Voltei a área dos chalés e fui até o de Poseidon. Bati na porta. Nenhuma resposta. Bati novamente e chamei por ele. Nada. Resolvi entrar de uma vez. Já me sentia intima daquele lugar. Quando entrei me deparei com a cama de Percy desarrumada e todas as suas coisas ainda jogadas pelo quarto. Meu primeiro pensamento foi que se ele não corresse para arrumar aquilo seria comido pelas harpias da limpeza em breve.

Me aproximei da porta do banheiro mas não ouvi nenhum barulho que pudesse indicar que ele estava no banho. Abri a porta e confirmei que não havia ninguém ali. Aquilo estava deixando de ser estranho para se tornar preocupante. Procurei em todos os cantos escondidos daquele chalé até que cheguei a conclusão de que ele realmente não estava ali. Sabia que ele havia vindo para cá dormir, porque sua cama estava desarrumada, mas fora isso, eu não o tinha visto desde ontem à noite. Fazer uma dessas brincadeiras de mal gosto, de se esconder e depois aparecer de surpresa, era a cada de Percy.

– Isso não tem graça nenhuma, Percy Jackson! – falei em voz alta para que ele me ouvisse se estivesse por perto – Você vai ver só quando eu te encontrar!

Deixei o chalé e comecei a revirar o acampamento do avesso atrás do meu namorado. Chegou a um ponto que tive que avisar Quíron de que nós teríamos que adiar a nossa partida para mais tarde porque o sol já estava quase no topo e eu não o havia encontrado. Quíron pareceu mais preocupado que o normal e pediu para alguns sátiros e dríades ajudarem na busca. Tentei não me desesperar. Mas era um pouco impossível depois de mais algumas horas de procura sem sucesso. Já havia deixado de lado a hipótese de ele estar me pregando uma peça. Mesmo para Percy, as brincadeiras tem um limite. E aquilo já estava longe de ser engraçado ou ao menos irritante. Eu estava angustiada e muito, muito preocupada! Mas não descansei e continuei procurando por ele até mesmo fora dos limites do acampamento, até o final do dia.

***

Impotência. Não tinha outra palavra para descrever o meu sentimento daqueles últimos dias. Em um dia eu estava feliz e ansiosa por deixar o acampamento com Percy, e no dia seguinte eu já não sabia mais onde ele estava. Ele havia literalmente desaparecido. Havia sido engolido pela terra ou algo do tipo. Eu já havia sugerido várias vezes para Quíron, para nós fazermos uma “expedição” acampamento afora para ampliar a busca. Mas ele insistia em esperar até contatarmos todos os nossos meios. A mãe de Percy. Poseidon. Tyson. Thalia. Nico. Até mesmo Rachel que já havia ido embora dias atrás. Mas assim como eu havia imaginado, nenhum deles tinha notícias de Percy. Só o que conseguimos foi deixar mais gente preocupada. Tentamos poupar ao menos Sally Jackson, dizendo que ele estava bem e que em breve estaria em casa.

Sem que mais nada pudesse ser feito, Quíron não teve outra escolha. Ele me deu permissão para levar alguns semideuses, sátiros e armas, numa missão de busca fora do acampamento. Eu ainda não sabia aonde iria, mas qualquer coisa era melhor do que ficar aqui parada esperando notícias dele. No dia seguinte sairíamos, sem rumo e sem data para voltar. Era incrível como tudo havia mudado em tão pouco tempo. Só o que eu conseguia pensar era na minha profecia, e em todos aqueles avisos de Afrodite que enfim começavam a fazer sentido devido a situação atual. Mesmo assim, eu queria acreditar que nada daquilo era verdade. Queria acreditar que ainda estava tudo bem que em breve eu voltaria a vê-lo. Tentei não pensar no nosso último momento juntos e em como aquilo pareceu uma despedida.

Naquela noite, eu custei a dormi, só conseguia pensar na minha missão e em onde eu começaria a procurar por Percy. Onde diabos ele havia se metido? Não podia me esquecer da imensa bronca que eu daria nele assim que o encontrasse. Quando enfim preguei os olhos e o sono se apoderou de mim, eu sonhei com uma deusa. Uma com a qual já tinha sonhado esse verão, mas que não dera muito importância para que o ela dissera. Hera estava naquele mesmo cenário que eu havia visualizado no último sonho. Mas dessa vez Percy não estava lá. Eu não esperei nenhum segundo para bombardeá-la com perguntas sobre o paradeiro do meu namorado.

Quando eu me controlei e a deusa enfim conseguiu falar, ela apenas disse que eu precisava encontrar o semideus de um sapato só. E que isso me ajudaria a encontrar Percy.

FIM


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ficaria muito feliz se todos comentassem o que acharam do final! E esperem noticias sobre a segunda temporada no meu twitter: https://twitter.com/SarahColins_ ;)
.
Visitem meu blog: http://triipe.blogspot.com.br/
.
beijos ;**
@SarahColins_