Lembranças De Um Verão escrita por Sarah Colins


Capítulo 26
Capítulo 25 – Alerta II


Notas iniciais do capítulo

Boa noite leitores! Como estão? ^^
Primeiro quero agradecer a todos que responderam a minha pergunta. Informo que decidi continuar a fic até o capítulo 50 ou além disso se for possível. Estou muito empolgada ainda em escrever e saber que tem gente que esta apoiando é melhor ainda *-* Muito obrigada!
Recebi comentário de novos leitores no último capítulo e fiquei muito feliz! Sejam bem vindos ;)



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- Não precisam se sentir envergonhados, crianças! Eu sempre estou presente onde quer que haja alguma manifestação de amor e paixão – dizia Afrodite enquanto nos olhava. Nosso rosto deveria expressar um constrangimento imenso porque ela continuou – O que estava prestes a acontecer aqui é a coisa mais natural do mundo. Vamos, não há motivos para acanhamentos.

Ela repousou as mãos sobre a cintura enquanto Percy e eu nos colocávamos de pé e tentávamos ajeitar nossas roupas e cabelos que deveriam estar um verdadeiro desastre. Apesar do que a deusa havia dito, eu não conseguia deixar de me sentir extremamente envergonhada. Da outra vez tinha sido Nico a nos pegar no flagra. Agora ela. Precisávamos tomar mais cuidado. Tínhamos que encontrar um lugar mais reservado e seguro dá próxima vez que fossemos “perder o controle”. Sem perceber eu já estava planejando como seria a próxima vez que eu estivesse sozinha com Percy. Quando me dei conta daquilo fiquei assustada. A linda voz de Afrodite me fez voltar a realidade.

- Com certeza os dois pombinhos ainda terão muitas oportunidades de continuarem o que havia começado – ela insistia em nos deixar sem graça com aqueles comentários – Mas antes eu preciso que escutem o que tenho a dizer...

- E porque nós deveríamos te escutar? – rebati antes que ela começasse – Da outra vez você também veio com um “alerta” de que passaríamos por problemas e isso não adiantou de nada. Desconfio até que foi você que mandou aquele espírito para fazer Connor voltar-se contra nós.

- Sábia e perspicaz como sempre – ela me lançou um olhar penetrante acompanhado de um sorriso matador – Tem razão Annabeth, fui eu que induzi Forbs a fazer o que fez. Infelizmente aquele traste não se saiu nada bem. Vocês não ficaram nem dois dias brigados...

- Como pode dizer isso com toda essa naturalidade? – era Percy que se indignava agora ao falar com a deusa – Deve se divertir muito atrapalhando a nossa vida.

- Não, meu caro herói. Ainda que não acredite, eu não me sinto bem ao ter que fazer esse tipo de coisas com os apaixonados – ela abaixou seu olhar fitando o chão. Eu via uma sombra de insegurança em seu semblante – Mas vocês precisam viver experiências como essas. Precisam enfrentar momentos difíceis. Ou não estarão preparados para o que está por vir...

- O que está por vir? Está se referindo a profecia de Rachel ou ao que havia me dito quando invadiu meus sonhos? – perguntei esperançosa. Talvez ela pudesse aclarar mais essas informações que ainda estavam totalmente nubladas em meu cérebro.

- As duas coisas, Annabeth. O pressentimento que tive e a profecia do oráculo de delfos são sobre o mesmo. Esse é um perigo iminente, por isso venho alertá-los. E não só alertá-los. É meu dever prepara-los para quando chegar o momento. Vocês precisam estar fortes o suficiente para que nada abale seu amor.

- Basta! Não acredito que veio até aqui para nos dizer que está colocando empecilhos em nosso caminho para nos “ajudar” – explodi ao proferir aquelas palavras enquanto a deusa do amor continuava em sua postura inabalável – Obrigada, mas não precisamos de sua “ajuda”. Temos o suficiente para conseguir enfrentar qualquer coisa.

- Tem mesmo, querida? – ela sustentava meu olhar firmemente – Então porque você não aceitou que Percy tivesse ciúmes de você? Porque não o deixou te proteger? E você meu querido semideus, porque mentiu? Porque não confiou nela e deixou que cuidasse da situação? Porque ameaçou aquele pobre garoto por tentar se aproximar de sua amada?

Ficamos paralisados e completamente sem resposta para as perguntas de Afrodite.

- Como eu imaginava. Vocês pensam que seu amor é forte só porque não podem permitir que nada de mal aconteça ao outro. Acham que nada pode abalar a ligação que tem, mas se tornaram distantes e falsos no primeiro obstáculo que encontraram. Vocês dois ainda têm muito que amadurecer para descobrir o que realmente é um amor verdadeiro e duradouro. Eu não os culpo pela sua inocência, assim nascem todos os amores. Mas não venham me dizer que estou errada ao colocar provas em seu caminho, porque vocês precisam delas. Ainda vão me agradecer por isso!

Novamente eu fiquei estagnada olhando para a figura da deusa sem saber o que responder. Afinal não havia nada que eu pudesse dizer. Suas palavras entraram por meus ouvidos e sua lógica venceu as resistências que havia em minha mente. Ela estava certa. Sim, estava completamente certa. Percy e eu havíamos nos deixado abalar por algo tão insignificante. Havíamos brigado e quase nos separado por uma armação ridícula. Um plano de uma deusa para testar nosso amor. Eu não duvidava daquilo que sentia por Percy. Sabia que o amava mais do que tudo. Mas será que estávamos realmente prontos para enfrentar esses ‘contratempos’? Será que aquela profecia era sobre algo tão ruim que realmente poderia quebrar esse laço que nos unia?

Minha cabeça se encheu de dúvidas novamente. Mas não tive oportunidade de falar mais nada a deusa do amor e da beleza que já ia desaparecendo diante de nossos olhos. Olhei para Percy e ele olhou para mim no mesmo instante. Nós dois estávamos chocados e aturdidos depois da aparição de Afrodite. Tentei manter a calma e ao mesmo tempo acalmá-lo também. Segurei em sua mão e depois o abracei.

- Ela tem razão, Annie. Talvez não estejamos assim tão preparados para o que quer que esteja por vir... – ele disse com a voz quase falhando, expressando todo o medo que sentia.

- Talvez ela esteja certa sim, Percy. Mas sabe o que eu acho? – depois de me acalmar eu comecei a raciocinar melhor e tinha conseguido tirar uma conclusão não tão ruim de tudo aquilo que havíamos ouvido – Se Afrodite quer nos testar, então vamos deixar que ela o faça. Se ainda não somos fortes o suficiente, nós podemos nos tornar. Podemos enfrentar esses empecilhos e pouco a pouco ir construindo uma base sólida o suficiente para que nada possa quebra-la.

- Isso soou tão poético – debochou ele, e eu me soltei de seus braço e fechei a cara como forma de protesto – E foi uma das coisas mais bonitas que já me disse. Você está certa, é exatamente isso que devemos fazer.

Ele sorriu e voltou ao se aproximar de mim. Conseguiu fazer com que eu desmanchasse a cara de brava rapidamente ao me envolver em seus braços e dar um leve beijo em meu rosto. Sorri e retribui o abraço apertando-o fortemente contra mim. Ficamos por ali mais alguns minutos trocando alguns carinhos e palavras de afeto. Depois decidimos ir dormir. Cada um foi para o seu chalé depois de prometermos não pensar mais em Connor, Afrodite, profecia, nem nada daquilo.

***

Acordei super disposta e bem humorada no dia anterior. Tinha conseguido cumprir a promessa que Percy e eu fizemos na noite anterior e não havia pensado em nada sobre os últimos acontecimentos. Não havia tido nenhum daqueles sonhos. Estava conseguindo manter minha mente afastada das coisas ruins. Só o que eu queria pensar era que eu ainda tinha metade do verão pela frente e que deveria aproveitá-lo ao máximo com meu namorado.

Na noite passada eu havia estado alguns minutos acordada na cama bolando um programa divertido e interessante para fazer com Percy. Tinha dito uma ideia. Na verdade eu ainda não tinha certeza que essa seria a melhor ideia do mundo, mas não consegui pensar em nada melhor. Apenas torci para que Percy gostasse. Peguei minhas coisas e deixei o chalé.

Era domingo e a maioria dos semideuses estava relaxando ou jogando conversa fora por ai. Percebia que algumas pessoas cochichavam a me ver passar. Toda aquela história do duelo ainda era muito recente e rendia boas fofocas. Eu não os culpava por fazerem aquilo. O que havia acontecido era mesmo muito estranho, ainda mais visto de fora. Tentei não me importar com isso e continuei seguindo em frente. Ia encontrar Percy no refeitório, mas algo impediu que eu prosseguisse. Outra vez com aquela irritante mania de se colocar no meu caminho, Connor me olhava com uma expressão triste e envergonhada.

- Bom dia, Annabeth – foi como ele me cumprimentou e sua voz fez com que eu sentisse ainda mais pena daquela figura.

- Bom dia, Connor – me limitei a responder.

- Ontem eu não estava me sentindo bem por isso não falei com vocês ao sair da Casa Grande. Mas agora se você puder me ouvir apenas por alguns...

- Vá direto ao ponto, Stoll. O que quer? – fui ríspida e fria com ele. Apesar de eu já saber de toda a verdade, eu não conseguia simplesmente não sentir raiva dele. Por mais que tivesse sido influenciado, ele ainda tinha uma boa parte de culpa naquilo tudo. Sem contar o fato de que aquilo estava me lembrando demais da traição de Luke.

- Só queria te pedir desculpas pelo que fiz. Eu não pretendia prejudicar nenhum de vocês. Estou arrependido de deixar aquele espírito me comandar. Eu sinto muito, mesmo!

- Está bem, Stoll. Eu te desculpo. Mas não pense que seremos amigos de novo. E por favor, não entre mais no meu caminho, a não ser que queira fazer uma visita a enfermaria.

Ele arregalou os olhos surpreso e assustado com a minha resposta. Eu apenas contornei-o e continuei meu caminho. Alguns dos semideuses que estavam por perto e ouviram a conversa, pararam de cochichar imediatamente quando passei por eles e lhes lancei um olhar severo. Não é porque eu decidi não me importar com o que aconteceu de ruim que eu ia ter que ficar aturando o acampamento todo falando mal de mim pelas costas.

Chacoalhei a cabeça como se quisesse fazer aqueles pensamentos saírem a força de minha cabeça. Subi as escadas até chegar ao salão do refeitório. Percy ainda não estava lá, como eu havia imaginado. Então aproveitei para ir até a mesa do café e pegar algumas coisas para colocar na cesta. Enquanto fazia isso senti que duas mãos cobriam meus olhos.

- Adivinha quem é?

- É o herói mais cabeça de alga que já existiu? – falei e depois dei uma longa risada. Me virei para ele e vi sua cara de que não estava achando graça nenhuma – Bom dia!

- Bom dia, amor – ele sorriu quando eu me inclinei para lhe dar um beijo – Estou vendo que acordou animada hoje. O que é isso? – perguntou ele referindo-se a cesta que eu carregava.

- É uma cesta de piquenique.

- Isso eu sei. Quero saber por que você esta trazendo ela?

- Porque vamos fazer um piquenique, oras!

- Ah sim! E por acaso eu estou convidado?

- Vou pensar no seu caso – disse fazendo charme – Se me ajudar a colocar algumas coisas na cesta, talvez eu deixe você me acompanhar.

- É pra já senhorita!

Ele pegou a cesta de minha mão e foi enfiando tudo que encontrava pela frente dentro dela. Mesmo que estivéssemos com muita fome não conseguiríamos comer tudo aquilo. A não ser que acabássemos ficando até a hora do almoço. Ou até a hora do jantar. As duas opções me pareciam excelentes!


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Notas finais do capítulo

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beijos ;**
@SarahColins_