Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 6
Capítulo 6 - O dia dos opostos


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Logo depois de Rin voltar à vida, ficou inconsciente outra vez.

O médico descansou Sesshomaru, garantindo-lhe que era normal que ela desmaiasse depois do choque pelo qual o seu corpo tinha passado mas que, depois de fazerem um exame extensivo, ela estava fora de perigo.

- O coração dela foi um pouco danificado pelas nossas tentativas de reanimação. – explicou o doutor – Apesar de não ser preocupante, ela pode precisar de um transplante no futuro. Quer que a ponha na lista de espera?

Sesshomaru, que não tinha saído do lado de Rin desde então, anuiu para o doutor.

- E quem é que posso contactar quando tivermos uma resposta? – perguntou o doutor.

- Contacte aquelas pessoas que vivem no templo desta cidade. – respondeu Sesshomaru – Elas sabem onde é que me hão de encontrar.

O doutor apontou as informações na folha médica de Rin. – Uma enfermeira virá monitorizá-la de hora em hora. Se tudo correr bem, ela terá alta ainda esta semana. As horas para as visitas acabam daqui a trinta minutos. A enfermeira virá avisá-lo quando tiver que sair.

Tinha-se passado um dia desde que o milagre tinha acontecido e, apesar de ela ainda não ter acordado, o médico disse que ela iria abrir os olhos quando a anestesia que lhe tinham administrado para fazer os exames, passasse.

Sesshomaru queria estar ali quando isso acontecesse mas, uma vez que os visitantes só tinham 2 horas com os doentes, eram poucas as oportunidades de isso acontecer.

Quando a enfermeira veio chamá-lo, Sesshomaru arranjou o seu casaco, que tinha posto por cima de Rin, e seguiu a enfermeira, deixando-a sozinha. Quando a porta se fechou, Rin abriu um olho, para se certificar que não estava lá ninguém.

Já estava acordada há mais de uma hora. No entanto, decidira não abrir os olhos depois de ouvir Sesshomaru a falar com o doutor. O seu plano era revelar que estava acordada quando o médico saísse, mas depois Sesshomaru tinha começado a falar com ela, sobre como Hikari estava e sobre coisas embaraçosas que Rin nunca pensara que ele pudesse dizer.

Por isso, só abriu os olhos quando Sesshomaru saiu e ela ficou sozinha.

Corando intensamente, Rin levantou-se devagar por causa do corpo dorido, e olhou para o casaco que Sesshomaru tinha deixado ali.

Certificando-se outra vez que não estava ninguém no quarto, Rin pegou no casaco e abraçou-o, desfrutando do cheiro de Sesshomaru.

Amanhã iria definitivamente falar com ele. Depois do seu encontro com a morte, não queria deixar nada por dizer. E, sobretudo, queria descobrir o que é que Sesshomaru estava a dizer quando ela perdera a audição.

Também queria voltar a ver Hikari o mais rapidamente possível, e certificar-se que Yoru estava bem.

- Deviam casar-se.

Foi o que Kagome propôs, enquanto estavam a jantar à volta da pequena mesa da casa que pertencia ao templo.

- O que é que estás a dizer!? – perguntou Inuyasha, cuspindo a comida que tinha na boca. Sesshomaru nem se dignou a falar.

- Não sejas porco. – com as sobrancelhas franzidas, Kagome limpou a boca de Inuyasha – Bem, tu e eu casamo-nos na Era Feudal, Inuyasha. Mas o Sesshomaru-san pode ter medo dos comentários que os outros demónios fariam se soubessem que ele se tinha casado com uma humana. Se for esse o caso, eles podiam casar-se aqui.

- Oh, estou a ver. – concordou Inuyasha – Mas não sei se será só por causa dos comentários. Ele pode ter vergonha de ser casado com uma humana.

- O quê? A sério? – perguntou Kagome, chocada – Nunca tinha pensado nisso!

- Papá, tens vergonha da mamã? – perguntou Hikari, olhando para Sesshomaru, inocentemente – O que é um casamento?

- Um casamento é uma cerimónia onde duas pessoas que se amam muito, prometem ficar juntas para sempre. – explicou Kagome.

- Então porque é que o papá não é casado com a mamã? – perguntou Hikari, virando-se para o pai outra vez – Não amas a mamã?

Sesshomaru franziu as sobrancelhas e olhou para Kagome, chateado por ela falar naquele assunto. A Rin nunca tinha tido problemas em não estarem casados. Porque é que tinha de discutir aquilo agora? Ainda por cima, Rin ainda estava no hospital.

- Fazemos a cerimônia depois de a Rin sair do hospital. – decidiu Sesshomaru, levantando-se para sair da cozinha – Fim de discussão.

Contente, Kagome olhou para Inuyasha e sorriu. – Conseguimos.

Quando o sol nasceu, Sesshomaru já tinha acordado.

Como Rin já não estava em estado grave, Sesshomaru não podia estar na sala-de-espera a não ser nas horas dedicadas às visitas. Como isso só era de tarde, Sesshomaru acordava cedo e ia para o pátio, treinar com a sua espada.

Algumas horas depois, Hikari acordou e juntou-se ao pai, tornando o quintal num campo de treino para a menina.

Quando Sesshomaru mandou a filha contra a parede da casa, Kagome saiu e olhou para o demónio. – O que é que estás a fazer!? Vais magoar a tua filha!

Surpreendentemente, Hikari levantou-se, limpou a terra das roupas e posicionou-se em frente do pai.

- Essas roupas não parecem ser nada confortáveis. – comentou Sesshomaru – Atrasam-te os movimentos.

- Mas eu deixei as roupas de treino em casa e o meu kimono ainda tem sangue. – justificou Hikari – Foi a tia Kagome que me emprestou este vestido.

- Deixamos a prática de parte, hoje. – decidiu Sesshomaru – Vamos passar à teoria.

Passados poucos minutos, Sesshomaru e Hikari estavam sentados na sala, um em frente ao outro. Sesshomaru explicava à filha que tipos de demónios existiam, quais eram os pontos fracos deles e de quais é que se devia afastar, enquanto não fosse mais forte.

Depois fez-lhe perguntas, batendo-lhe levemente na cabeça quando ela errava.

- Vamos passar para venenos e magias. – avisou Sesshomaru – Vais aprender a livrar-te de alguns tipos de venenos letais. Comecemos.

Desistindo de se preocupar com Hikari, Kagome encolheu os ombros e foi ter com Inuyasha que se encontrava no seu quarto e tinha acabado de acordar.

- O teu irmão é horrível! – protestou Kagome – Tenho pena da Hikari.

Inuyasha limitou-se a olhar para Kagome enquanto ela explicava o que tinha visto e o que eles estavam a fazer agora.

- Por muito que eu queira dizer bem do Sesshomaru, ele só está a treinar a Hikari para sobreviver na Era Feudal. – disse Inuyasha – Ela é a herdeira de um dos demónios mais fortes. Vão ser muitas as vezes em que ela vai ser atacada e o Sesshomaru não vai estar sempre lá para a proteger.

- Estás a dizer que ele não está a ser mau para ela? – perguntou Kagome – Mesmo que seja como dizes, tu não vais fazer o mesmo ao nosso filho.

- Então como é que ele vai sobreviver? – perguntou Inuyasha, levantando-se.

- Eu vou ensinar-lhe arco-e-flecha. – decidiu Kagome – E ele vai evitar lutas. Quero que ele tenha uma vida relativamente normal.

- Como é que…

Enquanto os dois discutiam no segundo andar, Sesshomaru suspirava no primeiro andar. Como é que eles eram capazes de discutir tão alto logo de manhã? E quando sabiam que havia gente a tentar estudar na casa.

- Já acabaram? – perguntou Hikari, quando eles se calaram, na parte de cima.

- Deves concentrar-te nos estudos, Hikari. – avisou Sesshomaru – Quando eu for ao hospital, hoje, quero que vás com o Inuyasha buscar a tua roupa de treino. Não podemos parar com os teus treinos só porque vamos ficar aqui durante uma semana.

- Porque é que o tio Inuyasha tem que vir comigo? – perguntou Hikari – Eu consigo atravessar sozinha.

- Ele vai contigo porque sabe mais sobre aquele mundo do que tu. – mentiu Sesshomaru. A verdade era que estava preocupado com Hikari, desde o dia em que aparecera com o kimono branco coberto de sangue. Se ela perdesse a consciência novamente, Inuyasha estaria lá para acalmá-la.

Talvez a espada dele funcionasse para acalmar o sangue de demónio da filha. Se esse fosse o caso, valia a pena voltar a pensar em roubar a espada a Inuyasha. Tinha que investigar.

- O que é que se passa, papá? – perguntou Hikari, vendo o pai distraído.

- Nada. – respondeu Sesshomaru, levantando-se – Porque é que não vais comer, agora? Não te esqueças de trazer algumas roupas para a tua mãe e ver o teu irmão quando fores à Era Feudal. Eu vou percorrer a cidade para ver se há alguns perigos por aqui. Tens que estar de volta amanhã ao pôr-do-sol, entendido?

- Entendido. – disse Hikari, simplesmente – Cuida bem da mamã, papá.

Sesshomaru anuiu com a cabeça e saiu. Decidiu não correr, para analisá-la melhor.

As raparigas que começavam a ir para a escola àquela hora olhavam para ele e sussurravam entre risinhos. Os rapazes olhavam para ele desconfiadamente, mas nenhum era uma ameaça.

Passou por lojas, olhando com atenção para cada uma delas, mas não achou nada de suspeito. No entanto, parou em frente a uma montra de roupa para mulher e franziu as sobrancelhas à roupa em disposição.

As roupas daquela Era eram estranhas, mas perguntava-se se Hikari e Rin gostariam daquilo. Resolveu comprar um presente para as raparigas, já que não dava um a Rin desde que ela engravidara de Yoru. Também nunca tratara Hikari como uma rapariga normal. E, apesar de nunca ter-se queixado, ela merecia ser mimada de vez em quando.

Por isso, entrou e perguntou à funcionária do que é que as raparigas gostavam.

- As mulheres mais velhas costumam gostar de algo mais sofisticado. – respondeu a funcionária, mostrando-lhe um fato preto e branco – Se tiver uma fotografia da rapariga, posso dizer-lhe o que é que lhe fica melhor.

Sesshomaru pergunta-se sobre o que é era uma “fotografia”.

- Eu não tenho isso. – disse Sesshomaru – Mas ela gosta de coisas mais coloridas.

- Se é esse o caso, ela gostaria algo mais do género… - a funcionária pousou o fato e mostrou-lhe um vestido cor-de-rosa claro de alças – Talvez ela gostasse mais deste. O conjunto vem com um casaco vermelho e umas sandálias brancas com tacão.

E o que era “tacão”?, pensou Sesshomaru.

- Então eu levo esse. – disse ele, fazendo a mulher sorrir – Tem alguma coisa para meninas de sete anos?

Depois de entrar em três lojas de roupa, uma de sushi e sair com sete sacos nas mãos e um urso de peluche debaixo do braço do tamanho de Hikari, Sesshomaru decidiu que nunca mais passearia por aquela cidade, sozinho.

Quando voltou à casa de Kagome, já era quase horas das visitas no hospital.

- Aww… - foi o que Kagome disse quando viu Sesshomaru a entrar em casa com aquilo tudo – Mas pensei que ias procurar ameaças.

- Não vi nenhuma. – resmungou Sesshomaru, pousando as sacas e entregando a saca onde o shushi estava a Kagome – Trouxe uma oferenda para a tua mãe, por ela nos deixar ficar aqui.

Quando Kagome viu a caixa de sushi e três de ramen, ela sorriu de orelha a orelha. Aquele era o ato mais querido que tinha visto Sesshomaru fazer.

- A Hikari já saiu, certo? – perguntou Sesshomaru – Podes guardar as sacas e o urso até ela chegar?

O sorriso de Kagome brilhou ainda mais. Ele queria fazer uma surpresa a Hikari.

- Se precisares de ir ao hospital, eu posso levar-te quando chegar. – continuou Sesshomaru – A Hikari ficou em pânico quando entrou em trabalho de parto.

Aquele devia ser o dia dos opostos, pensou Kagome.

Sesshomaru chegou ao hospital em cinco minutos e ao quarto de Rin em alguns segundos depois de ouvir as boas notícias.

Quando entrou no quarto, Rin sorriu-lhe. Estava sentada, com um tabuleiro de comida à sua frente, e preparava-se para comer o pudim.

- A comida desta era é diferente. – disse Rin, um pouco nervosa por Sesshomaru estar ali – Bem-vindo, Sesshomaru-sama.

Raios, tinha-se esquecido de dizer a Hikari para trazer comida. Era no que estava a pensar quando avançou e abraçou Rin, chocando-a.

- S-Sesshomaru-sama…o que é que se passa? – perguntou Rin, corando intensamente – Está tudo bem?

Mas Sesshomaru não lhe respondeu. Continuou a abraçá-la, durante alguns minutos.

Rin jurava que o tinha sentido a tremer, mas provavelmente estava enganada. Sesshomaru nunca iria abaixo em frente a outra pessoa.

- Não devias assustar a Hikari dessa maneira. – disse Sesshomaru, quando finalmente largou-a – Ela estava muito preocupada.

Ainda com o rosto vermelho, Rin anuiu com a cabeça, tentando perceber o que tinha acontecido, enquanto Sesshomaru sentava-se na cadeira, ao lado da cama.

- Q-Quer um bocado de pudim. – perguntou Rin, tentando esconder a cara – Comi um ontem à noite e é bom.

- Talvez possamos ir comer um quando saíres daqui. – disse Sesshomaru, surpreendendo-a outra vez – Entretanto, precisas de te alimentar. E também… - Sesshomaru gaguejou, fazendo Rin pensar o mesmo que Kagome – O Inuyasha e a Kagome começaram a falar numa cerimónia e…a Hikari insistiu que tivéssemos uma cerimónia, e depois, a Kagome começou a preparar tudo, por isso…

- Do que é que está a falar, Sesshomaru-sama? – perguntou Rin.

- Eles estão a preparar o nosso casamento. – disse Sesshomaru, olhando diretamente para Rin, enquanto tentava parecer calmo e composto – Não há problema, pois não?

Rin abriu a boca e arregalou os olhos, sem saber o que fazer ou dizer. Será que ainda estava em coma e aquilo era tudo um sonho?

- Se achares que é um problema, podemos cancelar. – continuou Sesshomaru.

- Não é um problema! – disse Rin, imediatamente.

- Então está bem. – concluiu Sesshomaru, levantando-se – Eu vou buscar alguma coisa para beber. Ouvi dizer que eles têm água engarrafada, aqui.

Rin esperou que ele saísse do quarto para levar as duas mãos à cara e sorrir.

Ainda bem que não tinha morrido.


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Notas finais do capítulo

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