Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 35
Capítulo 34 - Resposta


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Sesshomaru tinha ficado a noite acordado, à porta da casa, à espera de Rin ou de Hikari com notícias da mãe. Infelizmente, Hikari voltou sozinha.

Depois de reportar tudo o que tinha visto, Sesshomaru levantou-se e entrou lentamente em casa, deixando a filha para trás.

Antes de Rin ter decidido ir com ele e deixar Kagome para trás, a mulher do cachorro dissera-lhe que seria melhor para Rin se ele não aparecesse mais na aldeia. Aquela já não era uma opção, já que estavam ligados pelos filhos, mas Sesshomaru continuava a lembrar-se disso sempre que Rin mencionava ficar ali até morrer.

Ele deitou-se e fechou os olhos. Se pensasse bem nisso, tinha sido sempre Rin a tomar as decisões. Se queria viajar com ele, se queria carregar os seus herdeiros, se se queria casar com ele. Sesshomaru limitava-se a perguntar ou, muitas vezes, nem perguntava. Deixava que Rin decidisse o que fazer e seguia em frente sem olhar para trás, confiante que ela estaria sempre ao seu lado.

Bem, agora, ele tinha olhado para trás e ela tinha desaparecido. Já não estava lá. Tal como fazia sempre, tinha tomado uma decisão sozinha mas, daquela vez, a decisão não envolvia Sesshomaru.

Sem conseguir dormir, Sesshomaru levantou-se e foi ver como é que a "solução" que Yoru tinha trazido estava. Abriu a porta onde a tinha posto e viu a rapariga, sentada na cama, com os olhos fechados. Quando Sesshomaru entrou, ela abriu os olhos, olhou para Sesshomaru e sorriso.

A "solução" que o filho tinha trazido era uma rapariga aparentemente normal chamada Mariah da idade de Rin. Tinham nascido no mesmo ano, no mesmo mês, no mesmo dia e, segundo ela, à mesma hora.

Mariah não era uma sacerdotisa nem uma bruxa, mas era especial, não só por ter aquela compatibilidade incrível com Rin. A avó dela, já morta, tinha sido uma bruxa. A mãe dela, tinha nascido com os poderes da mãe mas, como desprezava bruxas, decidiu aprender as artes de uma sacerdotisa. Eventualmente, casou-se com um poderoso monge e desse casamento saiu Mariah.

A mãe tinha morrido no parto e o pai tinha-a dado a aldeões para a criarem, uma vez que culpava a filha por matar a sua amada esposa. Mariah era como um casulo, onde os poderes das suas gerações anteriores se juntavam.

Mariah vivia numa casa de madeira perto de uma aldeia, um pouco longe dali e tencionava morrer lá sem falar com ninguém, até Yoru a encontrar. Isso porque não conseguia controlar os seus poderes...de todo.

Fazia meditação várias vezes por dia e isso ajudava-a um pouco, mas não o suficiente para que ela se sentisse confortável com outras pessoas.

Só tinha ido com Yoru depois de ele lhe contar a história de Rin e depois desmaiar à sua porta.

–Sesshomaru-san. - cumprimentou Mariah, baixando um pouco a cabeça - Vejo que não consegue dormir.

–E tu? - perguntou Sesshomaru, ainda à porta.

–Eu estava a meditar um pouco. - disse Mariah, com um sorriso da cara. Depois sentiu uma dor imensa no peito e uma enorme onda de poder saiu de dentro, espalhando-se pelo quarto, fazendo as paredes do quarto tremerem - Peço desculpa.

Era sempre assim. Vinha do nada e não desaparecia sem fazer os seus estragos.

Enquanto Sesshomaru olhava para as queimaduras no braço, Mariah pegou no lenço branco que tinha ao seu lado e tossiu violentamente.

–Está bem? - perguntou Mariah, enquanto limpava um pouco de sangue do canto da boca com o lenço manchado de vermelho.

–O teu quarto não aguenta o poder? - perguntou Sesshomaru, vendo Mariah a abanar a cabeça - Como é que tencionas ajudar a Rin se nem sequer consegues controlar o teu poder?

–Preciso de falar com a Rin-san, primeiro. - respondeu Mariah - E o seu filho também prometeu que a sua mulher podia fazer uma coisa por mim.

–O quê? - perguntou Sesshomaru, um pouco desconfiado.

–Alguma coisa. - murmurou Mariah, levando uma mão ao peito - Para as dores desaparecerem.

–Ela também não consegue controlar os poderes dela. - avisou Sesshomaru.

–Ela consegue controlá-los inconscientemente. - corrigiu Mariah, fechando os olhos outra vez - O seu filho disse-me isso. Também me disse que ela é descendente da Midoriko-sama. Foi por isso que eu concordei ajudar-vos.

–Por tais razões...

–O meu bisavô era um demónio. - revelou Mariah, abrindo os olhos outra vez - A minha avó conseguiu tirar o sangue de demónio que tinha no sangue quando tinha 18 anos. A minha mãe purificou-se a si própria aos 6 anos. - ela olhou para Sesshomaru - Mas o meu corpo está a desabar-se. Espero que a Rin-san me ajude pelo menos com as dores.

Quando Sesshomaru viu Mariah levar uma mão ao peito, fechou rapidamente a porta e sentiu-a a tremer segundos depois. Ter aquela mulher ali era perigoso, não só para os filhos mas também para Rin, uma vez que não sabia o que Mariah tencionava fazer com ela.

No entanto, tinha deixar aquela mulher e as suas preocupações de lado por agora, até ter Rin de volta a casa.

Com roupas de sacerdotisa que o monge lhe tinha emprestado, Rin foi até ao rio de madrugada, para lavar as suas próprias roupas. Infelizmente, tinha saído à pressa e não tinha levado nenhuma roupa adicional. Como não tencionava voltar para casa tão cedo, teria de ir comprar algumas de roupa ao mercado mais tarde.

Quando viu Sesshomaru, sentado à beira do rio brilhante, não ficou surpreendida de todo. Claro que ele a tinha seguido. Provavelmente tinha ido ali para dizer que ela estava errada em relação a Yoru.

–Sesshomaru-sama. - cumprimentou Rin, sem sequer olhar para ele. No entanto, sentou-se ao lado dele para começar a lavar a sua roupa.

–Como é que passaste a noite? - perguntou Sesshomaru, mas não obteve resposta - O Yoru está em casa.

Rin parou imediatamente de lavar a roupa e olhou para Sesshomaru.

–Como é que ele está? - perguntou Rin, corando um bocado quando reparou que Sesshomaru estava a olhar diretamente para ela.

–Está a descansar. - respondeu Sesshomaru - Porque é que não voltas para casa para tomar conta dele?

Rin voltou a olhar para a roupa, mas ainda sentia o olhar de Sesshomaru. Como se não houvesse mais nada a rodeá-los. Como se não houvesse mais ninguém no mundo a não ser eles os dois.

Afinal o que é que ele estava a tentar fazer? Nunca se tinha comportado assim antes! Quando voltou a lavar a roupa, as mãos de Rin estavam a tremer. Aquilo era estranho. Nunca tinham estado assim tão sozinhos.

–Vais voltar? - perguntou Sesshomaru.

–Eventualmente. - murmurou Rin.

–Eu podia ter-te matado quando eras criança e começaste a seguir-me. - disse Sesshomaru - Mas porque é que não o fiz?

Rin parou outra vez, mas desta vez não teve coragem para olhar para ele.

–Eu não queria herdeiros, mas pedi que os carregasses. - continuou Sesshomaru - Porquê? Esse tipo de respostas...talvez o meu pai ou o Inuyasha mas pudessem dar. Por exemplo, naquela noite quando te perguntei se virias comigo e tu aceitaste, porque é que eu te beijei?

Rin corou outra vez, ao lembrar-se do momento.

–Então, uma humana pode responder-me a isso? - perguntou Sesshomaru, dirigindo-se a Rin.

Ela olhou para ele e o silêncio instalou-se durante segundos que pareceram horas. Eram hipnotizantes, pensou Rin. Desde que se tinha apaixonado por Sesshomaru, achava os seus olhos hipnotizantes.

–Uma humana teria uma resposta. - disse Rin, com o coração aos pulos - Mas, seria um daiyoukai capaz de aceitá-la?

–Talvez. - respondeu Sesshomaru.

Houve outro silêncio. Depois Rin disse: - Uma humana provavelmente diria que isso é amor.

–Foi por isso que o meu pai deixou a minha mãe? - perguntou Sesshomaru.

–Foi por isso. - respondeu Rin - Porque ele amava a mãe do Inuyasha-san.

Sesshomaru pegou no queixo de Rin e levantou a cabeça dela ligeiramente.

–Um humano que ama uma humana é ridículo. - disse Sesshomaru - Dizer que sou igual ao meu pai também é ridículo.

–Ridículo... - murmurou Rin.

No entanto, quando ela fechou os olhos, ouviu o chefe da vila a chamá-la e afastou-se imediatamente.

Sesshomaru, um pouco irritado pela interrupção, levantou-se para olhar de frente para o chefe da vila.

–Olhe, se não é o senhor Sesshomaru. Não o tinha visto aí. - mentiu o chefe - Vinha ver como é que a Rin-san tinha passado a noite nos nossos aposentos.

Rin levantou-se com as suas roupas nos braços e sorriu para o chefe da vila.

–Dormi bem. - respondeu ela - Mas o meu filho já voltou para casa e eu tenho de ir ver se ele está bem.

–Oh, foi por isso que o senhor Sesshomaru veio vê-la? - perguntou o chefe.

–Sim. - respondeu Rin - Com os meus filhos em casa, não posso ficar durante muito tempo aqui. Mas agradeço que me tenha deixado ficar aqui.

–Não foi nada. - garantiu o chefe, com um grande sorriso na cara - Sinta-se à vontade para voltar quando quiser. Traga os seus filhos para os podermos apresentar aos habitantes da próxima vez. Senhor Sesshomaru, alguns dos habitantes já o conhecem depois de ter visitado o mercado, por isso não precisa de se incomodar.

Sesshomaru não lhe respondeu. Limitou-se a tirar a roupa dos braços de Rin e começou a andar.

Rin deu um último sorriso ao chefe da aldeia e seguiu Sesshomaru.

Não voltaram a falar no caminho de volta à colina mas, para surpresa de Rin, Sesshomaru parou a meio do caminho, onde já ninguém os via, virou-se e beijou-a.

A imagem congelou. As roupas molhadas dela eram a única coisa a separar os dois. O beijo prolongou-se por mais tempo do que os dois anteriores. Ela não se conseguia mexer-se, por isso foi Sesshomaru a afastar-se e a terminar o beijo.

Virou-se e continuou a andar como se nada tivesse acontecido. No entanto, não era só o coração de Rin que estava num frenesim.

–A minha mãe rir-se-ia se soubesse. - murmurou Sesshomaru, para si mesmo.

Rin só conseguiu mover os pés alguns segundos depois.

Mal chegou a casa, Rin foi a correr para o quarto, para ver Yoru, ao contrário de Sesshomaru, que decidiu não entrar. Mesmo assim, mesmo que ele não dissesse nada, Rin sabia que Sesshomaru tinha cuidado dele. Por isso, sorriu, passou uma mão pelo cabelo branco de Yoru e deu-lhe um leve beijo na testa.

–A mãe já está aqui. - sussurrou Rin - Vai ficar tudo bem, agora.

–Eu sabia que a Midoriko-sama estava aqui. - depois de entrar no quarto, Mariah fez uma longa vénia - É um prazer conhecê-la.

–Quem é você? - perguntou Rin, desconfiada. Porque é que aquela mulher estava ali? E porque é que lhe tinha chamado Midoriko.

No entanto, quando Mariah levou uma mão ao peito e a onda de poder espalhou-se pela sala, Rin ergueu uma barreira que a envolveu a ela e ao Yoru.

–Tal como eu pensava, você é talvez mais poderosa do que a verdadeira Midoriko-sama. - disse Mariah, tentando não tossir em frente dela - Esse menino...foi ele que me trouxe até aqui para a ajudar.

–Para me ajudar? - perguntou Rin, confusa. Quando Sesshomaru entrou no quarto, ela olhou para ele - O que é que se passa?

–O Yoru foi buscá-la para parar o teu envelhecimento. - respondeu Sesshomaru, simplesmente - Foi por isso que ele demorou tanto tempo a voltar.

–Foi por minha causa? - perguntou Rin, sentindo-se um bocado mal.

–Ele fez isso por vontade própria. - adicionou Sesshomaru, sabendo o que Rin estava a pensar.

–Então, Midoriko-sama, está disposta a ajudar-me? - perguntou Mariah.

–O meu nome não é Midoriko-sama. - disse Rin, irritada com aquela mulher - E não tenho a certeza se quero ajudar uma pessoa que acabou de tentar magoar o meu filho.

–Há muita coisa que não sabe sobre mim, Rin-sama. - disse Mariah, sorrindo inocentemente.

Entretanto, Hikari estava à porta, a falar com o seu outro "eu".

"Ela vai tentar magoar a tua família."

–Eu vou protegê-los.

"Tens a certeza que és capaz? A tempo?"

–Sim.

"De certeza?"

–...sim.

"És assim tão forte para ires contra alguém como a Mariah?"

–Não sei...

"Então deixa-me tratar do assunto."

–És capaz de tratar dela? Proteges a minha família?

"A nossa família é a coisa mais importante na minha vida."

–Obrigada. - murmurou ela, fechando os olhos. Depois sorriu e, quando abriu os olhos, a sua expressão era completamente diferente - Linda menina.


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Notas finais do capítulo

Razão porque não postei mais cedo: Estava doente.
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