Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 20
Capítulo 20 - Yandere


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/247383/chapter/20

Aquela parte da manhã era sempre caótica. Rin fazia questão de toda a gente estar presente na hora do pequeno-almoço. Até mesmo Jaken, que continuava a recusar todos os dias mas que, eventualmente, aceitava, por ordem de Sesshomaru.

Naquele dia, no entanto, tinham um convidado adicional que não parecia ser bem aceite por mais ninguém a não ser Rin. Yoru olhou para a comida à sua frente e fez cara feia.

– Comida de humanos. – resmungou Yoru.

– Tenho a certeza de que já comeste este tipo de comida na casa da Kagome-chan. – disse Rin com um sorriso, enquanto se ajoelhava em frente à mesa para comer. Tal como de costume, Sessomaru estava ao seu lado – Pode não ser igual, mas a Hikari diz que gosta da minha comida.

– Ela é meia-humana. – murmurou Yoru, brincando com a comida, enquanto via o pai começar a comer – A comida do pai é diferente, mulher.

– Oh. – Rin olhou para o prato de Sesshomaru – É só um pouco diferente. O teu pai gosta de pôr um pouco de comer um pouco de carne crua de manhã.

– Carne de demónio? – perguntou Yoru – Ou carne humana. Porque, mulher, os demónios adoram carne humana. Principalmente os mais fortes.

– Já chega, Yoru. – murmurou Hikari, que se encontrava ao lado do irmão.

– Isso… - murmurou Rin – É o teu pai que caça, por isso…

– Sabes que o teu corpo é especialmente “atractivo” para os demónios mais fortes? – continuou Yoru, sem deixar Rin terminar – Imagina só o que o meu pai tem de suportar só por estar ao teu lado. Ou quando te cortas e ele cheira o teu sangue. Ou quando dormem juntos e ele tem de tocar na tua pele. Ou…

– Já chega, Yoru! – gritou Sesshomaru, olhando para o filho com os olhos vermelhos – Eu vou lá para fora. Hikari, quando acabares, vem ter comigo para treinarmos. Mais ninguém é permitido.

Sesshomaru afastou gentilmente o prato, levantou-se e saiu.

Com pena, Rin olhou para o prato de Sesshomaru, quase intocado.

– Olha o que fizeste! – exclamou Hikari, dando uma palmada na cabeça de Yoru – Chateaste o pai!

– Não me toques, hanyou! – resmungou Yoru, afastando a mão dela.

– Sou a tua irmã mais velha! – corrigiu Hikari – Estou a tentar ensinar-te a não seres um pirralho para que o pai aceite que vivas aqui!

Yoru amuou e começou a comer relutantemente. Aquela comida, se quisesse admitir, era deliciosa, mas nunca admitiria. Por isso continuou a comer a uma velocidade normal.

– Também pus um pouco da carne que o teu pai caçou no teu prato, Yoru. – disse Rin, com um sorriso, obtendo a atenção do filho – Não devias dizer aquelas coisas em frente dele. Mas ele também não gosta que os filhos se desculpem por isso, não o faças.

Yoru olhou durante alguns segundos para Rin e depois voltou-se para o prato de novo. – Não tencionava pedir desculpas de qualquer maneira.

Jaken, que tinha ido atrás do seu mestre, mal este se levantara da mesa, encontrava-se actualmente em frente a Sesshomaru. Este, encontrava-se sentado no alpendre da casa, com as mãos a tapar a cara e um dente a morder o lábio.

– Se é assim, não acha melhor mandar a Rin de volta para a cabana da Kagome? – perguntou Kaken, sem obter resposta – Afinal, já tem herdeiros que chegue.

Sesshomaru olhou para Jaken.

– Jaken, já alguma vez foram atacados por demónios que quisessem devorar a Rin? – perguntou Sesshomaru, ainda com os olhos vermelhos.

– Bem… - disse Jaken, tentando evitar uma resposta muito directa – Ela transformou-se numa mulher muito “atraente”, conforme ia crescendo.

– Então, não é só imaginação minha. – murmurou Sesshomaru, voltando a ter os olhos amarelos – Mas, porquê?

– O mais impressionante é o facto de o senhor ainda não a ter devorado. – disse Jaken, anuindo com a cabeça – Qualquer outro demónio tê-lo-ia feito depois de receber o primeiro herdeiro.

– Eu não sou um demónio qualquer. – disse Sesshomaru, levantando-se – Jaken, quero que saias numa missão. Quero que descubras porque é que a Rin é tão apelativa para os demónios. Tem de haver alguma razão.

– Se houver e se pudermos reverter a situação, será que vai querer continuar com ela? – perguntou Jaken, levando com um olhar ameaçador de Sesshomaru – Quero dizer…a razão pela qual o Sesshomaru-sama escolheu a Rin como sua parceira pode ter sido por causa dessa tal atracção.

– Desaparece, Jaken. – ordenou Sesshomaru – E não voltes sem respostes.

Jaken fez uma vénia e saiu da barreira. Sesshomaru só suspirou quando o perdeu de vista.

– Então o que o Yoru disse é verdade? – perguntou Hikari, aparecendo por trás do pai – O pai também se sente atraído dessa maneira pela mãe?

Chateado com aquele dia, Sesshomaru virou-se e viu a filha com os braços cruzados e um arrozeiro no canto da boca.

– Hikari, se já comeste, vamos começar a treinar. – disse Sesshomaru, evitando a pergunta – Disseste à tua mãe para não se aproximar do Yoru, certo?

– Responda-me! – gritou Hikari, surpreendendo o pai – Porque, se o pai é como os outros demónios, também não posso deixar a mãe consigo!

Cada vez mais chateado, Sesshomaru virou-se e encarou a filha.

– Não podes deixar a Rin comigo? – Sesshomaru riu-se – Então o que é que vais fazer? Vais sair da mansão e deambular pela floresta? Só tu e ela?

– Eu consigo tomar conta da mãe! – exclamou Hikari, chateada.

– Pff. Um hanyou? – disse Sesshomaru, ventando a sua fúria para a filha – Nem conseguias proteger-te a ti própria.

– Eu conse…

Antes de ter tempo de acabar a frase, Sesshomaru agarrou-lhe o pulso e lançou-a até ela embater contra a barreira.

– Vá lá, Hikari, levanta-te. – disse Sesshomaru, aproximando-se – Finge que eu sou um demónio que apareceu perante ti e a tua mãe. Derrota-me.

Hikari levantou-se, com os braços a tremer e um fio de sangue a escorrer da cabeça. Olhou para o pai e, apesar de lhe apetecer chorar, cerrou os dentes e continuou a atacar. No entanto, continuou a ser atirada para o chão.

Quando finalmente estava a ofegar no chão, sem forças para se levantar, Sesshomaru aproximou-se e pegou nela pela garganta até ela estar em bicos de pés.

– Isto não foi treino, Hikari. – explicou Sesshomaru, um pouco mais calmo depois de ter gastado alguma energia – Isto foi só para provar que, neste momento, tu já estarias morta e a tua mãe estaria a ser comida por um demónio.

Hikari levou as mãos aos braços do pai e espetou-lhe as unhas até perfurarem a pele dele, até ele não ter escolha a não ser larga-la. Surpreendido, Sesshomaru afastou-se um pouco e ficou a ver a filha a levantar-se. Quando olhou para o pai, este deu mais um passo atrás.

Ela riu-se às gargalhadas e lambeu o sangue que tinha nas unhas.

– Daiyokai. – disse ela, sem tirar os olhos do pai.

– Hikari?

Ela riu-se outra vez, fazendo com que Sesshomaru pegasse na espada. Será que tinha ido demasiado longe.

– Hikari. – chamou ele, novamente – Tem calma.

Quando a filha olhou para o seu lado e sorriu, Sesshomaru teve um mau pressentimento.

– Yokai. – murmurou Hikari, com ódio nos olhos.

Ao virar-se, tal como esperado, Sesshomaru viu Yoru, que tinha saído ao ouvir o barulho e por estar curioso quanto ao treino que ela tinha. No entanto, quando saiu, não teve a certeza do que estava a ver.

– Yoru! – exclamou Sesshomaru – Vai para dentro!

Nem sequer deu tempo para ele dar um passo. Hikari começou a correr e, em dois segundos, já o tinha no chão com as mãos à volta do pescoço dele.

– Morre. – murmurou Hikari com um sorriso na cara, enquanto começava a apertar.

Yoru tentou puxá-la para longe mas, quanto mais tentava, mais ela aumentava o aperto. O último recurso foi olhar para o pai, como se estivesse a pedir ajuda.

Este largou a espada, aproximou-se e tentou separa-los mas, ao ver a oportunidade, Hikari afastou-se rapidamente, deu a volta e pegou na espada do pai. Sesshomaru olhou para ela, que continuava com um sorriso na cara e lembrou-se da luta que tinha tido com os irmãos.

– Queres matar-me, Hikari? – perguntou Sesshomaru, mas sabia que ela não era capaz de dar respostas lógicas.

Ela aproximou-se e apontou-lhe a espada à garganta. – Desde o dia em que deixaste o bastardo fugir com vida.

Sesshomaru ficou chocado por ouvi-la a falar calmamente.

– Mas, mais do que isso, quero ver sangue. – disse Hikari, começando a rir-se outra vez – Muito sangue. Não vou matar-te tão facilmente.

Ao dizer isso, espetou a espada no estômago do pai e prendeu-a ao chão, depois retirou-a novamente e começou a olhar para ele, como que para decidir em que ponto é que ia espetar a seguir.

– Porque é que não te transformas? – perguntou Hikari, divertida com o cenário – Eu quero ver esta mansão coberta de vermelho.

– Porque eu não quero ver esta mansão coberta pelo teu sangue. – explicou Sesshomaru, que continuava deitado no chão.

– E ainda achas que sou assim tão fraca. – ela riu-se, mas começou a chorar logo de seguida – Não queres ver esta mansão manchada com o meu sangue, huh?

Hikari virou a lâmina ao contrário e apontou-a ao pescoço de si mesma.

– Hikari! – o grito de Rin que tinha vindo à porta, sobrepôs-se ao de Sesshomaru.

Hikari parou, olhou para Rin e depois olhou para o pai. – Se achas que eu não consigo protege-la, que tal se a matasse agora.

– Hikari! – gritou Sesshomaru, levantando-se quando viu a filha a correr para a mãe com a espada.

Apesar disso, Rin ficou no mesmo sitio e, quando Hikari estava a dois passos de distância, Rin avançou e deu-lhe um estalo, fazendo-a parar e largar a espada.

Hikari olhou para as mãos manchadas de sangue, para o pai e o irmão, para a espada do pai no chão ao seu lado e finalmente para a mãe, que olhava para ela com as sobrancelhas franzidas.

– O que é que se passa aqui? – murmurou Hikari, olhando para a ferida do pai – O que é que eu fiz? Mãe?

Rin esticou os braços e abraçou a filha e depois olhou para Yoru.

– Yoru, vai buscar o teu tio. – ordenou Rin.

– O hanyou? – perguntou Yoru, levantando-se – Nem pensar. Não faço nada que me digas, mulher!

– Vai buscar o Inuyasha-san! – gritou Rin, assustando Yoru que anuiu com a cabeça imediatamente – Se fores rápido, estás aqui amanhã de manhã. Diz-lhe que é uma emergência. Se ele te perguntar, diz-lhe exactamente o que aconteceu.

Yoru anuiu e esperou que o pai abrisse um buraco na barreira para ele sair.

– Agora, venha para dentro, Sesshomaru-sama. – pediu Rin, encaminhando a filha para dentro – Eu vou ver se encontro algumas ligaduras…para vocês os dois.

Enquanto a mãe procurava remédios pela casa, Sesshomaru e Hikari encontravam-se sentados de joelhos, na sala principal, um ao lado do outro.

– Peço desculpa, pai. – disse Hikari, acabando com o silêncio – Eu não me lembro de o que é que aconteceu.

– Yandere. – disse Sesshomaru, surpreendo Hikari, que ficou a olhar para ele, confusa – Quando estávamos no hospital, havia alguns mangas na sala-de-espera. Num deles, aparecia uma rapariga que parecia ser inocente e doce por fora, mas era na verdade uma assassina psicopata e possessiva. Parece que o termo para esse tipo de raparigas é “yandere”. Tu és uma yandere.

Passados alguns segundos, Hikari começou-se a rir por apercebeu-se que o pai estava a tentar dizer uma piada mas, o que era mais engraçado, era o facto de ele ter lido manga.

– Não te preocupes. – disse Sesshomaru – O teu tio sabe muito sobre essas “crises”. Tenho a certeza de que ele vai conseguir ajudar-te.

– Obrigada. – agradeceu Hikari, com um sorriso doce na cara.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Alguns de vocês devem ter visto "Mirai Nikki"...? "Future Diary"...? Para quem viu, conhece a Yuno, rainha das "yanderes". Quem não viu, aconselho.
Comentários?