Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 15
Capítulo 15 - Soluções e Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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O pai tinha feito o máximo que podia para o distanciar, pensou Hikari. Provavelmente, tinha andado ali e acolá à “procura de alimento” para confundir Yoru. Isso significava que Yoru tinha escapado do castelo do seu clã e andava outra vez à procura da sua mãe.

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No entanto, se Hikari era apenas meia-demónio e conseguia encontra-los, duvidava que Yoru fosse enganado pelas tentativas do pai. Por outro lado, Hikari tinha mais treino do que Yoru.

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Quando os encontrou, Hikari viu a surpresa nos olhos do pai, apesar de a sua expressão não ter mudado. Depois as lágrimas nos olhos da mãe, que não tinha mudado nada durante aqueles três anos.

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- Hikari! – exclamou Rin, abraçando imediatamente a filha. No entanto, Hikari permaneceu imóvel.

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- Hikari, o que é que estás aqui a fazer? – perguntou Sesshoumaru.

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Hikari esperava aquela pergunta vinda do pai.

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- Descobri uma coisa sobre o seu herdeiro, pai. – respondeu Hikari, surpreendendo Rin, que se afastou imediatamente, com as sobrancelhas franzidas – Resolvi vir aqui para passa-las a vocês e voltar imediatamente para casa.

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Rin deu mais alguns passos atrás, pálida, ao ver a cara inexpressiva da filha que costumava reagir à mínima das coisas. Falava com tanta formalidade com o pai. Tinha ouvido bem? Ela tinha chamado Yoru de “seu herdeiro”?

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E “voltar para casa” significava voltar para casa da mãe de Kagome-san.

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Aquela menina era mesmo a criança que tinha nomeado baseada na palavra “Luz”?

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- E que roupa ridícula é essa? – perguntou Sesshoumaru, referindo-se ao uniforme escolar que Hikari trazia – Mesmo que sejam noticias urgentes, podias pelo menos vestir roupas decentes antes de saíres daquela Era.

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- Peço desculpa, pai. – disse Hikari, fazendo uma vénia exagerada – Vou pensar melhor nos meus actos daqui em diante.

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- Muito bem. – continuou Sesshoumaru, quando a filha se endireitou – O que é que nos tens a dizer?

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- Esperem! – gritou Rin, pondo-se entre o pai e a filha – O que é que se está a passar aqui!? – virou-se para Hikari – O que é que te aconteceu!?

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- Mãe. – começou Hikari, vendo Rin tremer quando ela disse aquela palavra – Eu prometi que voltava antes do jantar. Pode sair da frente?

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Chocada, Rin afastou-se sob o olhar de Sesshoumaru e sentou-se em cima de Ah-Hu enquanto se afundava na sua própria depressão.

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- Estão a ser descuidados. – disse Hikari, para obter a atenção do pai – Se eu consegui encontrar-vos, o Yoru também o irá conseguir.

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- Tenho a certeza que ele não conseguirá tão facilmente. – disse Sesshoumaru – Ele não tem o mesmo treinamento que tu. Agora, o que é que tu sabes que nós já não saibamos?

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Hikari fez uma pequena pausa, olhou para a mãe de lado e depois para o pai outra vez.

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- Consigo sentir que o Yoru está vivo porque somos irmãos, certo? – perguntou Hikari, vendo o pai anuir – Então isso significa que a avó obrigou-o a comer. – abanou a cabeça – Mais valia deixá-lo morrer.

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- Hikari. – disse Sesshoumaru, um pouco irritado por ela ter dito aquilo – O que é que tens a dizer?

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- O Yoru não vai acabar de vos perseguir até ter comido a mãe. – começou Hikari – Mas isso quer mesmo dizer que ele queira comê-la toda? Por exemplo, se lhe cortar uma mão ou um braço…

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Sesshoumaru franziu as sobrancelhas, cerrou os dentes, levantou a mão e deu um estalo a Hikari que a deitou ao chão.

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- Hikari! – Rin saltou de Ah-Hu mas foi travada por Sesshoumaru, que lhe barrou o caminho com o braço – Hikari…

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Ela levantou-se e olhou para o pai com uma expressão confusa e levou uma mão à face, no lugar onde tinha sido atingida.

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- Não percebo. – confessou Hikari – Disse alguma coisa ofensiva?

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- Hikari, podes ter perdido os sentimentos desnecessários que te faziam chamar-nos “mamã” e “papá” e que te faziam andar por aí a colher flores nestes três anos, mas não admito que sequer penses numa solução dessas. Olha para ela. – Sesshoumaru agarrou Rin pelos ombros e trouxe-a até à sua frente – És capaz de lhe cortar um membro neste preciso momento? Se fores capaz, fá-lo.

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Hikari avançou e posicionou-se em frente à mãe mas acabou por fechar os olhos e virar a cara.

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- Já estou atrasada. – murmurou Hikari – Tenho de voltar para casa.

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- Humanos com ideias idióticas não deviam vir a esta Era tão casualmente. – disse Sesshoumaru, fazendo Hikari parar durante alguns momentos.

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- Se isto continuar assim, ela vai ser comida, mesmo que continuem a fugir e a esconderem-se. – avisou Hikari – E depois sabe o que vai acontecer, não sabe, pai? Ele vai vir atrás de mim. Afinal, comer a mãe e tornar-se o herdeiro do nosso clã são os objectivos dele. Para isso, ele tem de me matar e também é por isso que ele está a crescer rapidamente. Matar a mãe não vai fazer com que ele volte a ser um hanyou. Isso são tudo mentiras. – havia ódio nos olhos dela, quando olhou para Rin – Mas a culpa é toda dela. Foi por achar que um hanyou como eu não era suficiente para ser herdeira, tinha de ser um demónio completo. A culpa não é da bruxa nem do Yoru. A culpa é toda dela.

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Depois de acabar, desapareceu entre os arbustos, deixando o grupo chocado.

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- A Hikari tem razão. – murmurou Rin, quando Sesshoumaru a largou – A culpa é toda minha.

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- É verdade, a culpa é toda tua por pensares que a Hikari não era suficiente e teres-me desobedecido. – concordou Sesshoumaru, ouvindo os soluços de Hikari – Mas isso não significa que a solução da Hikari seja acertada. Havemos de encontrar uma maneira de trazer o Yoru para o nosso lado. Por enquanto, porque é que não vamos ver a minha mãe para que ela nos diga o que aconteceu?

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Rin limpou as lágrimas, mas não conseguiu esquecer as palavras frias de Hikari.

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Quando perdeu os pais de vista, Hikari abrandou, chateada por ter levado um estalo do pai. Afinal, ela só estava a tentar ajudar a manter a mãe viva, apesar de ter sido ela a começar aquilo tudo.

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Subitamente, parou e arregalou os olhos ao ver as dezenas de flores brancas que se tinham desabrochado naquele ano. De repente, apercebeu-se que já não ia ali há muito tempo. Três anos, pensou ela sentindo a fragância no ar quando uma brisa lhe fez esvoaçar o cabelo e a saia do uniforme. Inconscientemente, ajoelhou-se e começou a colher flores.

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Para quem? Depois de se aperceber que a mãe tinha criado um demónio completo porque não a achava digna de ser herdeira, tinha começado a odiá-la aos poucos. Por isso, a quem iria oferecer aquelas flores que anteriormente oferecera à mãe todos os anos.

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“Vamos, Hikari. Se não te despachares, eu vou sem ti.”

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Hikari olhou para trás ao pensar ter ouvido o pai, mas não viu ninguém. Agora que era mais velha e pensava melhor no assunto, ele nunca tencionara deixá-la para trás. O pai, que parecera-lhe tão frio a falar com a mãe na altura, pensava ela…ele só não sabia o que dizer ou fazer para que a mãe entendesse o que ele sentia.

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Hikari levantou-se com um monte de flores brancas nos braços.

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Mas a mãe nunca percebera. Ela achava que o pai só a queria para criar herdeiros.

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Será que ela tinha-se tornado tão fria quanto o pai dissera, perguntou-se Hikari, largando as flores quando o vento levantou-se. Se ela era fria, o que é que ele era?

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Depois de ver as flores a espalharem-se pelo ar, ela vergou-se e pegou numa vermelha que se tinha misturado com as brancas e deixou-se cair até estar deitada entre as flores.

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Naquela Era cruel, cheia de demónios violentos e pessoas sem coração, ela tinha aprendido a defender-se e a lutar sozinha para, no fim, viver o resto dos seus dias na Era pacífica de Kagome.

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Suspirando, ela começou a tirar as pétalas da flor vermelha. A mãe ficava sempre tão chateada e preocupada quando ela vertia sangue ou lutava contra alguém, lembrou-se Hikari quando uma das pétalas vermelhas caiu-lhe no nariz.

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Afinal, uma mãe era assim. Sempre a preocuparem-se com o bem-estar dos filhos.

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Depois de curar-lhe as feridas, a mãe dava-lhe sempre um sermão mas acabava por abraça-la e afagar-lhe os cabelos.

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Lembrava-se bem da expressão da mãe quando descobrira que estava grávida pela segunda vez porque o sorriso que fizera tinha sido forçado. E depois disso, o pai tinha começado a treina-la com mais frequência.

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Subitamente, Hikari levantou-se, apercebendo-se de uma coisa. A mãe não a achava indigna do papel de herdeira. Só não queria que ela tivesse de combater com o irmão e enfrentar a morte.

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E um demónio completo podia ser considerado herdeiro automaticamente se a luta fosse contra uma hanyou. “Um hanyou não é suficiente” ou “Eu não quero que ela lute”. Qual desses seria?

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- Qual desses é, mãe? – murmurou Hikari, depois de se levantar.

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Talvez fosse uma mistura dos dois.

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Ela levou uma mão à face e sorriu. Tinha sugerido uma coisa estúpida.

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- Não sugeri, mamã? – perguntou Hikari, olhando para trás com as lágrimas a escorrerem-lhe pela cara abaixo.

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3 Anos Antes (Na mansão)

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- Hikari! – exclamou Rin, que estava grávida de seis meses – Estiveste outra vez a lutar contra vez, não estiveste!?

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Não havia maneira de mentir. A sua roupa estava coberta de sangue.

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- Mas o papá diz que eu tenho de me tornar forte o quanto antes. – justificou Hikari, fazendo beicinho – E eu também quero proteger o bebé quando ele nascer.

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- O teu pai está cá para isso! – disse Rin – Agora, vai-te trocar.

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Hikari fez exactamente isso mas parou antes de voltar à sala quando ouviu os pais a conversarem.

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- Eu não quero que a Hikari seja herdeira. – começou a mãe, surpreendendo Hikari, que se tinha escondido para ouvir – Quero que a convença a desistir.

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- Ela é mais do que capaz de vencer. – contrapôs Sesshoumaru – Não tens de te preocupar com isso.

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- Não estou preocupada com isso! – exclamou Rin – Eu não quero ver os meus filhos a lutarem um contra o outro! E sabe que a Hikari tem um coração puro. Ela acabaria por morrer em semanas mesmo se se tornasse herdeira. E se matasse a criança que carrego, nunca mais seria a mesma.

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- Vou arranjar uma maneira para que eles aceitem a Hikari sem lutas. Não te preocupes. Eu vou protege-la enquanto puder. – prometeu Sesshoumaru – Mas tu não devias falar dessas coisas, já que as paredes têm ouvidos nesta mansão.

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Hikari apercebeu-se de que o pai tinha sentido a sua presença e foi a correr para o seu quarto.

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De o que é que eles estariam a falar?

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3 Anos Depois (Casa da Kagome)

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Hikari abriu os olhos, apercebendo-se de que tinha voltado sem o saber.

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Agora sabia do que eles estavam a falar naquele dia.

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Mesmo sem ouvir a explicação para a mãe ter criado um demónio completo, tinha-a culpado por Yoru estar atrás dele.

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Hikari levou uma mão à cara e abanou a cabeça.

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Ela era mesmo fria.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que este capitulo não é muito "mexido", mas queria mostrar o quanto a Hikari mudou durante estes 3 anos.
Comentários.