Antes de entrar, eu tive um pressentimento: Essa festa ia ser inesquecível.

Eu fiquei lá parada, olhando todos aqueles adolescentes, conhecidos ou estranhos para mim, já bêbados, caindo no quintal, uns amontoados nos outros. Eu até podia entender que eles ficassem assim no final da festa, mas cara, com MEIA HORA de festa eles já estavam botando os órgãos pra fora! “Hoje eu não vou beber, porque tenho certeza que vou ter que carregar os meninos na volta pra casa.” Pensei. Kendall me cutucou e eu percebi que fiquei uns 5 minutos parada só observando a casa.

Fomos andando, passando por todas aquelas pessoas caídas xingando o ar, porque é o que parecia que eles estavam fazendo, e entramos. Já dentro da casa, o cheiro do ar estava insuportável, estava fedendo a álcool. Na sala só havia casais se beijando, uns se comendo no sofá, outros se espremendo na parede e algumas putas puxando uns meninos para os quartos no andar de cima para... vocês sabem. Dava para ver algumas luzes de boate vindas do quintal, e a música eletrônica vinha de lá. Na cozinha, havia uma fila para pegar bebida. James de repente se virou para nós e perguntou:

– Muito bem, quem vai beber? –Ele, Carlos e Logan levantaram a mão, mas Annie deu um tapa na cabeça do Logan e falou:

– Nem pense nisso Logie, eu não vou ser babá de bêbado na hora de voltar para casa! –Ele abaixou a mão resmungando, e eu sabia pela expressão dele que ia acabar arrumando um jeito de beber, seja convencendo Annabeth, ou bebendo sem ela saber.

– E você Kendall, não vai beber nada? –Eu perguntei e ele me olhou com uma cara de surpresa.

– Eu até queria, mas aposto que você não vai querer dar uma de babá também.

– Nada disso, eu não me importo, pode beber, só não exagera, porque eu não quero te ver passando mal ok?

– Tudo bem. Valeu amor. EI JAY, PEGA UMA PRA MIM TAMBÉM! –Ele gritou, porque o James já estava na geladeira tirando algumas Big Apples.

P.O.V. CARLOS GARCIA

– James, tem certeza que eu não vou morrer se eu tomar isso? –Eu perguntei, cheirando a bebida e fazendo cara de nojo, pois eu nunca tinha bebido. James bufou e riu da minha cara.

– Calma Carlos, isso é só Big Apple, se você tomar vai ficar bastante tonto, e talvez vomitar, nada de mais. –James olhou em volta e viu duas garotas nos chamando. Elas eram bem bonitas, e usavam vestidos muito curtos e apertados.- Carlos! Lembra que eu disse que ia “te ensinar a ser mulherengo”? Então, essas duas vão ser as primeiras de muitas garotas hoje. Mas primeiro, toma essa garrafa toda aí, pra tomar coragem.

Pus a garrafa na boca e dei um gole, fiz cara feia, mas fui envolvido por uma súbita vontade de beber mais. Esvaziei a garrafa sem parar para respirar e falei para James:

– Vem Jay, vamos beijar algumas bocas!

– Bom, como eu sou generoso, vou deixar você escolher qual das duas você quer agarrar. –Tinha uma morena e uma loira, eu apontei para a loira e murmurei um “é minha”.

Acho que a bebida já tinha feito bastante efeito, porque eu nem esperei a garota falar oi e já fui a agarrando e beijando. Não era um beijo doce, era quente e só tinha desejo e mais desejo. Comecei a beijar o pescoço dela e morder sua orelha, o que a fez me puxar escada acima, querendo me levar para um dos quartos. Nessa hora eu me dei conta do que estava fazendo. Larguei a menina e disse para ela:

– Me desculpe, mas isso eu não vou fazer.

Beijar ela tudo bem, mas transar? Não nessa festa e nessas condições, e muito menos com alguém que eu nem sei o nome. Eu saí andando, procurando o James, que estava deitado no sofá, agarrando a amiga da menina com quem eu fiquei. Decidi não os atrapalhar e passei direto.

Fui até a cozinha, peguei mais bebida e resolvi ver a festa, dar uma “reconhecida” na área. Vi Marty sentada em um canto, observando as pessoas. Fui até ela, eu estava meio tonto mas consegui chegar até lá sem tomar nenhum tombo.

– Oi –Eu disse sorrindo e estendi a garrafa para ela.- Quer um pouco?

– Ei! Quero sim! –Ela deu um gole e depois me olhou desconfiada.- Achei que você não bebia Carlitos.

– Tudo tem sua primeira vez. –Disse dando de ombros.- Culpa do James. Posso sentar aqui com você?

– Claro!

Sentei a seu lado e ficamos conversando e bebendo juntos por um tempo.

P.O.V. LOGAN MITCHELL

Se Annabeth achava que eu não ia beber nessa festa, ela estava muito enganada. Eu ia dar meu jeito.

– Mas e se eu te disser que você não vai precisar me carregar pra casa no final da festa? É só eu não beber tanto! Além disso eu tenho certeza que EU vou ter que carregar o James, como sempre. Aí se eu beber muito ele vai acabar ficando aqui, porque ninguém vai lembrar de leva-lo embora. –Eu disse, e Annie bufou, mas pareceu mudar de idéia depois do que eu falei.

– Ok, pode beber, eu não tava te proibindo, só não queria que você acabasse igual aqueles caras que tavam na entrada quando a gente chegou, vomitando até as tripas.

– Own, você se preocupa comigo amor? -Eu achei aquilo muito fofo da parte dela, eu pensei que ela não queria que eu bebesse só por bobeira mesmo.

– Claro meu bebê!

– Eu te amo. –Falei e ela sorriu, o sorriso mais lindo do mundo. Eu queria beijá-la, mas não ali no meio de todo mundo. A puxei comigo enquanto procurava um lugar mais calmo. Como no quintal estava tendo a boate e na frente da casa estava cheio de gente bêbada, fomos para a lateral. Lá, achei o lugar perfeito. Era um banquinho, que ficava encostado na parede da casa, e ninguém estava por perto. Não sei qual o motivo de terem um banquinho onde se você sentar só vai enxergar um muro. Mas ainda assim era um lugar romântico. Sentei-me no banco e Annabeth se sentou do meu lado.

Na mesma hora a beijei. Como era bom ter a Annabeth, a MINHA Annabeth, aqui comigo.

Paramos um pouco e ficamos olhando para a lua, em uma típica cena de um daqueles filmes melosos, até que senti meu celular vibrar. Era James me ligando, preocupado com nós dois, já que havíamos sumido da festa por um tempo.

– O James cortou o clima né?

– Cortou. –Ela riu- Vamos lá pra dentro.

P.O.V. DAPHNE CHASE

Eu e Kendall passamos um tempo conversando com Carlos e Marty, mas depois resolvemos ir sentar no sofá e nos curtir um pouco. Tivemos que esperar um casal se levantar, pois os outros sofás estavam cheios, o que não foi muito legal, mas tudo para ficar perto do meu Kendall.

– Você sabia que você é linda? –Kendall falou com a boca perto da minha assim que nos sentamos.

– E você sabia que você me enlouquece? –Falei rindo e ele assentiu com a cabeça antes de me beijar.

Ficamos vários minutos nos beijando até Kendall dizer que precisava ir no banheiro. Logo depois que ele saiu, senti alguém se sentar a meu lado.

– Oi gata. –Me virei e vi um Anthony muito mais próximo de mim do que deveria e com um sorriso malicioso no rosto. Bufei.

– O que você quer Anthony?

– Vim buscar o que me pertence, ou seja, VOCÊ.

– Primeiro, eu não te pertenço mais, e segundo, cadê a sua namoradinha?

– Nós terminamos.

– Que bom para vocês. Agora dá para me deixar em paz? O meu namorado foi no banheiro e se você não quiser apanhar quando ele voltar, é melhor sair de perto de mim.

– Ele não vai me bater. –Ele disse, então segurou meu rosto com força e me beijou.

Eu tentei o empurrar, mas ele era mais forte. Fiz de tudo para tirá-lo de cima de mim, me debatia embaixo dele e virava o rosto, mas quanto mais eu tentava, com mais força ele apertava meu rosto e aquilo já estava machucando. Então senti que Anthony saía de cima de mim, ou melhor, era empurrado. Tomei coragem para abrir os olhos e vi um Kendall com muita raiva socando e chutando Anthony, que havia caído no chão.

– SEU FILHO DA PUTA EU JÁ TE DISSE PRA FICAR LONGE DELA. –Kendall gritava enquanto batia em cada centímetro do rosto de Anthony que ele conseguia.

– A BOCA DA DAPH QUE VOCÊ CHAMA DE SUA KNIGHT, UM DIA JÁ FOI MINHA, E VAI VOLTAR A SER EM BREVE.– Anthony gritou e depois deu um sorriso malicioso. Nessa hora a sala toda ficou em silêncio, todos se perguntando porquê Anthony estaria dizendo aquilo. Eu aproveitei que Kendall tinha parado de socá-lo para me olhar, o puxei pelo braço e disse:

– Vamos embora. A gente pode conversar a sós e eu te explico essa história toda.

Ele assentiu, me abraçou e saímos andando, sentindo os olhares de todos em nós.