Reticências escrita por NoOdle


Capítulo 2
Capítulo 2 - Snape


Notas iniciais do capítulo

Hey! Voltei com mais um capítulo hehe Espero que gostem! Obrigada por estarem acompanhando a FanFic, tomara que esteja bom!
Novamente, desculpe os erros de português e outros >//u//<" Beijinhos!
=Have fun=
NoOdle.



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Um raio de sol brincava com minha paciência: mexia em meu nariz e iluminava meus olhos fechados. Puxei a fronha para um lado para esconder-me sob o cobertor.

Algo segurou meu travesseiro e o puxou, descobrindo meu rosto novamente. Consegui sentir a luz forte cegando-me lentamente.

“Oh, droga, quem está aí?” Reclamei, pronta para virar para o outro lado. “Deixe-me dormir, não tenho as primeiras aulas hoje!” Cobri os olhos com os braços, mas puxaram minha coberta com força, os risinhos ecoavam pelo pequeno dormitório. Sentei com um vinco no meio das sobrancelhas, visivelmente estressada. “Ok, o que há? Já acordei!”

Meus olhos embaçados quase não focavam as coisas direito, mas pude ver o vulto de Marie e Lola com seus sorrisos enormes à minha frente; ambas pularam em minha cama, animadas.

“Conte, Lily, Como foi??” Me perguntou uma delas, eu já não entendia mais nada. “Não vimos a hora que você voltou, acabamos pegando no sono fazendo a lição de Adivinhação...!”

Sentei-me direito, tentando raciocinar. “Do que vocês...?” Comecei, porém Lola me atropelou.

“Ah, não nos esconda nada, amiga! Onde vocês foram, quantas vezes se beijaram, quando vão se encontrar de novo...?”

“Tiago Potter, quem diria!” Marie exclamava, os olhos brilhando. “Já sabíamos que ele era gato, bem menos do que o Black, na verdade, mas é que vocês dois não combinam...”

“Black, Marie? Está doida, garota?” As duas discutiam. “Onde já se viu, é claro que Potter é muito mais...” Parou, pensando em um adjetivo, apesar de que minha cabeça nem mais ouvia a conversa.

Meus olhos arregalaram-se em duas bolas de cristal, eu começara a lembrar de meu pequeno sonho da noite passada. Fora tudo real, então? A ida ao Três Vassouras, o Salgueiro Lutador, os beijos, os olhos de Tiago, o sorriso maroto deste enquanto falava comigo... Por mim eu acordaria sem acreditar que tal coisa era real.

Levantei da cama e passei pelas meninas sem mesmo entender o que comentavam. Escolhi um agasalho bonito em minha mala, afinal estava nevando. Neve! Ah, tudo me fazia lembrar a noite passada.

“Xii, Lola, olha só como ela viaja no tempo!” Sorria Marie. “Deve estar pensando nele!”

“É...” Suspirou a outra. “Ei, e por que ainda não sabemos dos detalhes?” Levantou da cama e me sacudiu, sorrindo abertamente. “Lílian, garota, acorda! Sonhe menos e fale mais!”

Sacudi a cabeça em uma risada. “Ok, ok, acalmem-se. Não ocorreu nada de tão grande assim! Só saímos um pouco, sentamos em um lugar romântico, tomamos cerveja amanteigada...” Parei, viajando em pensamentos.

“O que? Onde vocês foram??”

Com um pequeno impulso contei os detalhes de meu segundo encontro com Pontas; parecia lembrar-me de cada coisa como se tivesse acontecendo naquele instante.

Deixei as duas boquiabertas, ambas me criticaram (rindo, é claro) por ter quebrado as regras e saído descaradamente do castelo. Também ri junto o sem tempo, porém, de ter mais conversa. Troquei de roupa mais rápido do que o costume e passei maquiagem, logo já descia para o salão principal, receosa.

Hesitei perto da escada, onde tinha uma visão mais ampla do local. Precisava ver quem estava ali, por mais que eu quisesse encontrá-lo ainda tinha aquele frio na barriga do que poderia dizer. Será que ele estava pronto para ficar perto de mim em público? Da ultima vez fora eu quem não queria. Como tinha certeza de que era só uma bobagem do primeiro encontro não quis deixar os outros saberem de nada. Mas agora, na segunda vez, já fora diferente... Eu sentira algo especial.

É, sim, eu queria e nem me importaria se todos ficassem sabendo que nós estávamos juntos.

Meus olhos terminaram de percorrer do canto da lareira até as ultimas mesinhas e os sofás, mas ele não estava ali. Lupin encontrava-se lendo em uma poltrona bem aquecida perto do fogo, os cabelos surrados e a expressão cansada jogada pelos olhos roxos de insônia.

Desci um pouco mais animada e sentei-me ao seu lado. “Bom dia, Remo!” Sorri. Ele pulou de susto, mas ao ver quem era relaxou.

“Ah, sim, bom dia Lílian...” Olhou seu livro, porém logo desviou o olhar para mim novamente. “Tiago estava te procurando. Esperou aqui comigo até pouco tempo atrás, mas Sirius o levou para comer alguma coisa...”

Levantei as sobrancelhas, surpresa. Será que ele sabia? “Oh, bem, obrigada... O que será que ele quer? Vou procurá-lo.” Levantei, receando que ele tivesse percebido alguma coisa.

Ele soltou uma pequena risada e balançou a cabeça, sem muito o que dizer. Senti meu rosto ruborizar, provavelmente agora ele já sabia; ou tinha certeza. Seria esse um sinal de que Pontas queria ficar comigo de verdade? Namorar?

Não pensei duas vezes ao sair pelo retrato da Mulher Gorda, rumando ao Salão Principal. Meu coração batia rápido, o medo do que poderia acontecer era evidente.

Encostei-me a parede fria daquele saguão, meus cabelos foram os primeiros que espiaram o grande salão. Tombada para o lado quase imperceptivelmente, eu agora observava todos das quatro casas comerem e conversarem. Poucos ali se encontravam, então consegui encontrar Tiago ao lado de Sirius sem problema algum. Riam e conversavam de uma coisa pela qual eu não sabia, e com minha respiração rápida consegui entender que por um momento não queria saber o que era o assunto principal daquela conversa animada.

Meus olhos caíram quase que instintivamente em um grande amigo do outro lado do lugar, aquele que comia sério e sem conversar com ninguém. Os cabelos escuros e meio sebosos caíam sobre seus olhos e cobriam sua face dura, não deixando nenhuma pista que já estava naquela posição há muitos minutos atrás, lendo seu livro de poções ao lado do prato cheio de comida intocada.

Droga, Severo estava ali. Ele odiava Potter mais do que qualquer coisa e quando descobrisse que eu tinha saído com ele... Provavelmente até deixaríamos de ser amigos. Uma vez eu jurara que odiaria para sempre aquele garoto de óculos e cabelos rebeldes, mas agora a situação era diferente... Respirei fundo, pedindo silenciosamente para que Snape não me notasse naquele salão.

Entrei, cabisbaixa, torcendo vagarosamente para não ser notada. Consegui ver com o canto do olho que Almofadinhas cutucava o amigo, este esticou um grande sorriso e se levantou, vindo em minha direção.

Parei, um pouco estupefata, antes mesmo de sentar no banco da grande mesa cheia de comidas deliciosas. Ele vinha em minha direção, os olhos com um brilho que eu nunca poderia resistir.

Como se não ligasse para ninguém ali em volta ou até como se todos já sabiam e não precisavam se assustar com a novidade de um casal diferente, ele colocou a mão em minha cintura com um sorriso amigável no rosto.

“Bom dia...!” Deu-me um beijo em minha face corada. “Dormiu bem?”

Não pude deixar de sorrir. “Muito... E você?” Meus olhos percorreram quase sem perceber a mesa da Grifinória, onde todos os presentes colocavam seus olhos em mim, assustados. Nem ousava olhar para a mesa da Sonserina, um arrepio até me percorria com a ideia de também estarem me olhando.

“Não tão bem assim...” Respondeu ele, quase já havia esquecido minha pergunta. O fitei inesperadamente, não entendendo. Antes de uma nova indagação sair de minha boca ele completou; “Você não estava lá comigo, então tive que ficar te imaginando por algum tempo...”

Um novo e grande sorriso se formou em seu rosto, ele chegou bem perto de mim e me beijou. Consegui ouvir algumas exclamações de surpresa em todas as mesas, afinal nós dois éramos praticamente rivais. Minha tontura com ele me beijando era tanta que eu nem liguei com todas as pessoas ali congeladas, só passei minha mão por seu pescoço e o beijei muito.

Uma coisa me tirou a atenção daquele momento perfeito. Senti uma capa preta e comprida passando por nosso lado, apressada, seguindo os passos firmes do dono nervoso. Afastei-me de Pontas e segui o olhar naquela direção, Snape já não estava mais em meu campo de visão. “Ah, droga...” Sibilei, muito vermelha. Olhei os olhos de Tiago, tentando fazer com que ele entendesse.

“Eu sei, você precisa explicar...” Ele disse somente, um pequeno sorriso no canto dos lábios que eu tanto queria naquele momento. “Mas promete que volta para mim depois?”

Quase esquecendo-me de meu problema eu assenti, os olhos brilhando. “Sempre.” O abracei, mas logo saí correndo para descer as escadas atrás de meu amigo.

O Sonserino estava bem à frente, passara todo o pátio da entrada coberto da neve pouco derretida pelo sol e agora ia contornando o lago em passos firmes.

“Severo!!” Gritei, tentando alcançá-lo. Ele nem ao menos me olhou. “Por favor, espere!” Estava chegando mais perto. “Por favor...”

Por um pequeno milagre ele me atendeu, parou um pouco naquela sombra, de costas para mim. O alcancei com um pouco de dificuldade, ofegando.

“Por... Favor... Deixe-me explicar...” Consegui pronunciar. Coloquei uma mão em seu ombro, ele se virou.

Um grande arrepio percorreu toda minha coluna. Minha expressão cansada se tornou um pouco acanhada, a tristeza se empregou em meus olhos. Snape me fitava com um olhar de desdém cujo qual ele nunca havia lançado a mim.

“O que é?” Disse somente, enquanto eu encolhia os ombros, quase me esquecendo do que tinha para falar.

“Eer... Queria poder explicar o que você viu...” Sibilei, agora não conseguindo olhá-lo.

“Não tem nada o que explicar... Você faz o que quiser... Não precisa me justificar alguma coisa.” Continuou, frio, o que me fez ficar mais uma vez muito triste.

Ele era meu amigo, eu precisava dele. Sim, havia coisas que eu não concordava que ele fazia, mas mesmo assim... Ele sempre fora meu amigo. “Eu...” Tentei, porém minha voz emaranhada não me deixava prosseguir. Por um instante pude ver que Severo se arrependera de agir daquele jeito comigo, porem ainda sim balançou a cabeça, visivelmente chateado.

Sem se quer dizer algo mais ele continuou seu caminho, me deixando sozinha. Envolvi os braços em minha barriga, sentando naquela parte da grama gelada. Não acreditava que ele tinha sido tão duro comigo... E eu não tinha tido a chance de me explicar...!

Algumas lágrimas rolaram sem meu consentimento, tentei esconder meu rosto em dúvida. Ele era meu amigo... Tinha que entender... Algum dia, talvez...

Senti um braço quente me envolvendo em um abraço, eu o aceitei com carinho, só depois percebi que aquele gesto vinha de alguém que eu mais queria que estivesse ali.

“Calma, vai ficar tudo bem.” Sussurrou Pontas em meu ouvido, abafando meu pequeno choro. “Ele vai entender, só deve estar nervoso agora...”

Solucei uma vez. “É que ele é meu amigo... Mesmo depois de tudo que ele fez e como faz as coisas, sempre vai ser meu amigo...” Olhei-o, suplicante. “Promete que vai ser legal com ele?”

Tiago hesitou, mas logo sorriu, passando um dedo por minha lágrima. “Prometo.” Chegou bem perto de mim e me deu um beijo, quase acabando com minhas preocupações.

Eu tinha certeza que tudo ia ficar certo. Só tinha que esperar um, pouco... Talvez alguns dias, talvez meses.

Mas enquanto ele estivesse ali e não me soltasse estaria tudo perfeito. As reticências seriam um pedaço da história.


{Continua...}



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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Vou tentar escrever o próximo em breve (:
Kissus!