You Wanna Be Loved escrita por Kate Simplicio


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

oie!



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Harry olhava o teto sem possuir coragem suficiente para se levantar.

Dentro da sua cabeça, ele ainda podia ouvir a voz de Charlotte repetindo a mesma frase que ela havia dito na noite anterior: “Eu ainda te amo, Harry”.

O garoto tentava se convencer de que aquilo não fora um sonho, de que ele não imaginara a cena toda. Não, ele não tinha imaginado nada. Teve certeza quando se lembrou do que ela disse logo em seguida: “Mas, eu não serei uma idiota novamente”.

Harry se sentiu desolado.

Por quê? Ele se perguntava. O que estava fazendo de errado?

Harry fechou os olhos e logo tornou a abri-los novamente. A imagem dela reapareceu assim que tudo ficou escuro, o que ele deveria fazer? Ela era tudo em que podia pensar.

O barulho de algo se partindo chegou aos seus ouvidos. Harry olhou para o colchão que estava no chão ao lado de sua cama, ele estava vazio. Louis provavelmente estaria detonando a cozinha nesse momento, Harry decidiu que era hora de acordar.

-Eu te acordei?- Louis perguntou assim que viu Harry entrar na cozinha.

-Não- ele respondeu- Mas provavelmente acordou minha mãe.

-Sua mãe não está em casa, ela saiu faz uns vinte minutos.

Harry mexeu no cabelo do modo como sempre fazia.

Era domingo, provavelmente um pouco mais de nove horas, e ele olhava Louis tentar de tudo para ligar o fogão.

-Minha mãe não perguntou o porquê de você ter dormindo aqui?- ele cansou de tudo e foi ajudar o amigo.

-Não, - respondeu Louis colocando a chaleira no fogo já ligado- eu durmo aqui praticamente todos os finais de semana, ela já se acostumou com a minha presença.

-Só você que ainda não se acostumou com o fogão.

-É que...

Harry riu. Louis era um desastre nesse setor da casa.

-Então?- Louis se sentou na bancada da pia- Porque está com essa cara?

-Eu estava pensando em ontem à noite.

Foi a vez de Louis sorrir.

- O que teve ontem de noite?- instantaneamente ele se lembrou da bunda de Carol. Fora uma lembrança involuntária, e uma brincadeira apenas, mas o garoto não pode deixar de concordar que fora muito bem vinda.

Louis no geral não era aquele tipo de encrenqueiro, ele só gostava de aprontar algumas vezes. E isso acabava o deixando com uma fama que não queria possuir: a de um garoto que não levava nada a sério. Em parte era verdade, mas uma pequena parte dela. Era incrível o modo como ele podia simplesmente se importar com nada e tudo ao mesmo tempo.

E a coisa com que ele mais se importava era com as irmãs.

Louis havia dito para a mãe dele, que conseguiria cuidar delas sozinho enquanto ela estivesse fora. Mas um jovem, cuidando de quatro meninas, não era possível. Foi aí que Carol apareceu.

Contratada pela mãe dele, Carol o ajudou, e muito, nas noites em que ambos deveriam ficar de babá, além disso, ela acabou se tornando uma grande companhia.

Mas Carol saiu do emprego sem dar explicações, e deste então, Louis tentava trazê-la de volta. Algumas vezes dizendo que era a mãe dele que queria, outras que eram as irmãs. Sem nunca revelar que o verdadeiro motivo era ele, ele que precisava tê-la de volta.

-Eu quase beijei Charlie ontem à noite.

Louis o olhou espantado.

-Quase?

-É, eu não...Eu meio que... Travei.

-Você travou?-Louis continuava com a mesma expressão- Era a Charlie, Harry. O que deu em você?

-Eu não sei- o menino se levantou- Ela estava lá, eu comecei a me aproximar. Estava tudo indo muito bem, mas eu fiquei assustado, e perdi o momento. Ela saiu praticamente correndo antes que eu pudesse fazer alguma coisa.

-E porque você ficou assustado?

-Sei lá!- ele começou a andar- Era como se eu estivesse tentando beijá-la pela primeira vez, como se aquilo fosse novidade para mim. Mas não é! O que eu devo fazer?

-Voltar no tempo é que não vai ser.

É, Harry já havia descartado essa possibilidade.

-Eu estou ficando louco com tudo isso.

-Que nada- Louis se levantou e foi em direção à chaleira que estava apitando- Vamos, se arruma. Nós vamos para a minha casa. Lottie, Felicite, Daisy e Phoebe vão lhe fazer bem. Mas espera eu tomar meu chá.

-Chá, Louis?

-É, chá. Algum problema?

-Nenhum.

E Harry subiu as escadas com um sorriso no rosto.

***

Charlotte estava sentada em uma das inúmeras mesas vazias da sorveteria, a espera que Carol trouxesse o seu sorvete. 

Eram quinze para o meio-dia, mas as duas meninas não conseguiram aguentar mais. Elas realmente precisavam de um sorvete.

Enquanto esperava, Charlie estava entretida ouvindo uma música no seu Ipod. Sem perceber, a menina começou a cantar.

- You don’t know me, you don’t even care...

-Você tem uma voz incrível.

Charlie abriu os olhos devagar. Ela reconheceu a voz, e estava muito envergonhada de terque encará-lo.

-Obrigado!- ela respondeu timidamente.

A sua frente, um rapaz alto, com os cabelos castanhos, a encarava. Seus olhos, também castanhos, não deixavam a menina um só instante.

-De nada- respondeu o vocalista da banda Never Mind- Posso me sentar aqui?

Charlie fez que sim, e tirou o pé de cima da cadeira. A sorveteria estava tão vazia, que Charlie não se importou em se comportar da maneira que quisesse. Agora, ela percebia, deveria pagar por se sentir tão a vontade em um lugar que não era a sua casa.

-Então, o que você e sua amiga estão fazendo aqui, numa sorveteria em pleno domingo, faltando pouco para o meio-dia?

-Bem, nós estávamos doidas por um sorvete, e esse é o melhor da cidade.

-Obrigado.

Charlie não entendeu o porquê do agradecimento. O menino explicou.

-Meu pai é o dono daqui- o menino explicou- Aliás, me chamo William, ou Will se preferir.

-Charlotte, ou Charlie.

Os dois apertaram as mãos.

-Então, seu pai comprou a sorveteria do George?

O menino riu. Incrível como o sorriso dele era bonito, fora idêntico aos que ele lançou para Charlie juntamente com as piscadelas.

-Não, meu pai é o George, apesar de eu não chamá-lo assim.

O quê? O mundo havia dado uma pirueta para Charlie.

George, além de ser o dono da sorveteria, era também o irmão mais velho de Josh, o padrasto dela. O que fazia de Will, primo da sua meia-irmã.

De repente as coisas conseguiram ficar mais confusas.

-Desculpa, eu não me lembro de Josh ter falado que tinha um sobrinho.

Mentira! Charlie lembrava sim, mas não queria revelar que não tinha dado a mínima a esse fato. Aliás, o primo não era dela.

-Não tem problema, eu também meio que ando sumindo das reuniões de família deste que cheguei aqui.

-E de onde você veio?

-Berlim. Minha mãe é diretora de uma empresa inglesa que tem sede na Alemanha. Mas eu estava cansado dos alemães e resolvi voltar. Eu pensei que seria chato aqui, mas desde o concurso, eu venho mudando essa minha concepção.

Charlie aos poucos percebia a diferença que havia no sotaque dele.  A menina não se importou, aquilo meio que dava um charme a mais no garoto.

-Vocês estão indo muito bem- ela falou para poder quebrar o silêncio que havia se formado.

-Obrigado- disse ele- Nós só estamos atrás do One Direction, mas eles também são bons, por isso não tem problema. Ainda nos restam oito semanas para tentar virar o jogo.

-É-Charlie concordou.

***

-Aff! Aquelas meninas estão se achando só porque ganharam uma partida- Louis reclamava das irmãs enquanto andava- Espere até a gente voltar, elas vão ver o que é ganhar.

Harry, ao seu lado, sorria. O menino andava calado enquanto ouvia o mesmo discurso que Louis fazia toda fez que perdia uma partida no vídeo game. Não importa para quem fosse, ele sempre falava as mesmas coisas.

Ambos estavam indo em direção a sorveteria. Daisy e Phoebe haviam insistindo tanto que a mãe de Louis acabou permitindo que houvesse sorvete de sobremesa.

Harry acabou parando de repente.

Louis, distraído, andou mais um pouco até percebe que o amigo não mais o acompanhava.

-O que foi?

Louis seguiu a direção do olhar de Harry e percebeu o que estava afligindo o garoto.

Sentada,perto de uma das imensas janelas do estabelecimento,  estava Charlie. Ao seu lado, estava Carol, e bem na sua frente estava um garoto que Louis reconheceu como sendo um vocalista de alguma banda que também estava se apresentando no concurso.

-Vamos, Harry!

Mas o menino não se mexia.

-Eles não estão fazendo nada demais, só estão conversando.

-Porque não vamos comprar o sorvete no supermercado?

Louis estava indignado. Não só deveriam ter que andar mais do que já haviam andado, como também perderia a oportunidade de poder falar com Carol.

Mas Harry parecia realmente não querer entrar lá.

Não que ele possuísse alguma razão especial. Mas, só o fato de olhar para Charlie e perceber o quanto ela estava feliz conversando com aquele cara, enquanto que ele, por dentro, se sentia um lixo depois de tudo o que ocorrera na noite passada, não era uma sensação muito boa. Ninguém a sentiria se tivesse uma maneira de evitar.

E era isso que Harry queria fazer: evitar.

Ele não estava com ânimo para evitar aquilo tudo e fingir que não se importava. Naquele instante ele estava se importando, e não conseguia esconder.

Se ele entrasse naquela sorveteria, e desse de frente com aquele cara, boa coisa não iria sair. E foi o que Louis percebeu enquanto olhava para o amigo.

-Ok, vamos sair daqui.

E os dois meninos deram as costas para a sorveteria e seguiram em frente rumo ao supermercado.

Mesmo que estivesse um pouco longe, Charlie conseguiu identificar aquelas duas criatura que estavam indo embora: eram Louis e Harry.

“Harry”, ela pensou.

Harry.


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Notas finais do capítulo

A opinião de vocês é importante! :)



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