Corazón De Angel escrita por Bells


Capítulo 18
Capítulo 18 Eu não sou de ferro.


Notas iniciais do capítulo

Gentiiiiiiiiiiiiiiiiiiiie tão vendo como to me esforçando pra postar?!
Esse capitulo ta grandão LOOL
E além de que quero pedir mais reviews, 12 leitores, 12 reviews por capitulos.
U.U
E gente obrigada pela votação eu adoro vocês!
Sinto para as pessoas que votaram na numero 2, a opção numero 3 venceu por uma diferença de dois votos!
Vou pedir novamente uma votação nas notas finais viu?
Obrigada por TUDO!
E espero que gostem deste capitulo >.



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POV DANIEL

–Francesca – Atendi o telefone.

Estávamos há alguns dias procurando Emily, Francesca estava reunindo anjos e nelfilins e todos os que conseguíamos eram encaminhados para as garotas e o Sr.Cole, para um treinamento.

–Daniel, como está Luce? – Perguntou ela.

Luce não havia parado com os desmaios e toda vez que acordava pegava um pedaço de papel e um lápis e rabiscava um quarto, as vezes uma sala, sempre nervosa e sem falar nada sobre o que era aquilo.

–Continua com os desmaios... E com os desenhos que ela diz não saber por que os faz.

–Eu quero ver os desenhos. Podem vir aqui hoje?

–Claro. Eu vou chamar Luce.

–Vejo-te daqui a pouco?

–Sim.

Desliguei o telefone e fui até o quarto, Luce estava na cama, ainda de pijama, com um caderno na mão e o lápis em outra e ela desenhava como se tivesse segundos até o mundo acabar.

–Luce, querida? – Chamei.

Ela levou um sobressalto.

–Ah, que susto, Daniel. – Ela sorriu, aquele sorriso que faz quando quer parecer forte e controlada, mas por dentro está chorando como uma criança assustada.

Aproximei-me dela, sentei-me na cama ao seu lado e acariciei seu rosto.

–Posso ver? – Falei tirando o caderno da mão dela, ela assentiu.

Dessa vez havia uma casa, enorme. Mas abandonada, dava para perceber os aspectos dela. Ela era acinzentada, mas parece que em um dia foi amarela, ela tinha dois andares e tinha as janelas quebradas, haviam alguns degraus que provavelmente um dia foram brancos, mas que segundo o desenho de Luce agora eram tão cinza quanto a casa. Sujos e esquecidos.

–Luce, onde viu essa casa? Por que tem desenhado isso?

–Eu não sei, toda vez que eu desmaio, eu tenho um flash de alguma casa, de alguma parte da casa. Nunca vou entender porque, mas eu estou vendo isso.

–Luce, Francesca ligou, perguntou sobre você. Quer ver os desenhos, tudo bem irmos lá agora?

–Claro,mas e Tay?

–Henry está em casa.

–E Henry?

–Tudo bem, tem razão, vamos levar os dois pode ser?

–Uhum, vou me arrumar.

Ela me deu um selinho, e é ai que eu percebo o quão mal ela está. Normalmente os beijos, até os selinhos, dela são repletos de amor, quando ela quer mais são excitantes, ou são simplesmente calmos e cheios da doçura dela. E agora eu quase pude sentir o gosto de suas lágrimas e de sua dor.

Era como se minha dor, viesse em sentido duplo, pois além de minha filha estar sequestrada, a minha mulher está neste estado.

Luce logo voltou [http://www.polyvore.com/coraz%C3%B3n_de_angel/set?id=56550734] com a mesma roupa de ontem, provavelmente sem animo algum para escolher outra e eu a entendia tão bem quanto imagina.

Eu juntei os desenhos dela e botei em uma pasta, peguei a mão dela e saímos do quarto, fui até o quarto de Henry e ela ao de Tay.

–Tay! – Ouvi ela falar – Ainda está de pijama?

Tay riu.

–Henry – Bati na porta do quarto dele e entrei. Ele estava olhando pro teto, de novo, jogando a bolinha para cima e a pegando – Levanta vamos na Tia Francesa.

–Não quero, obrigado.

–Henry, não é convite. Sua mãe quer que você e Tay vão. Ela está preocupada, sabe que ela tenta se mostrar calma.

Ele suspirou e levantou.

–Certo. Vamos.

Tay veio dançando pelo corredor [http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=56557758] ela não sabia de nada, achava que Emily estava viajando.

Não precisávamos assusta-la também,ela ainda é pequena e já tem pesadelos de mais. Ás vezes eu desejava que fossemos apenas mortais, queria que eles tivessem uma vida normal.

Henry e Taylor entraram no banco de trás e Luce como sempre sentou-se ao meu lado, com a expressão vaga, acariciei sua mão, ela sorriu para mim.

Chegamos em torno de uns vinte minutos, Henry tirou Taylor da cadeirinha e ela entrou saltitando na casa.

–Linda da Dinda! – Disse Annabelle e a pegou no colo.

–Dindinha!

Luce sorriu vendo Taylor rindo.

Nós entramos e a sala estava cheia de anjos, alguns de meu conhecimento e outros não. Henry sentou no sofá e afundou lá.

–Henry! – Disse Gabbe e o abraçou – Que saudade de você;

–Também senti sua falta tia.

–Vamos achá-la – Ela o reconfortou.

–Daniel, Luce? – Era Francesca.

–Sim? – Falei.

–Podem passar aqui, um minutinho?

Luce olhou para Taylor e viu que Annabelle distraia ela, então nós seguimos Francesca até nosso antigo ponto de reunião, a cozinha.

Sr.Cole estava lá. Nós o cumprimentamos e sentamos.

–Trouxe os desenhos? – Perguntou Francesca.

Eu os passei para ela.

Ela os olhos com cuidado.

–O que é isso, neste desenho, no canto da cama? – Perguntou Francesca apontando para algo encapuzado.

–Foi o que eu vi, é alguém. Não sei quem. – Luce respondeu sem nenhuma emoção presente.

Francesca assentiu e continuou vendo os desenhos.

Eu puxei Luce para mais perto de mim quando percebi algo brilhar no canto de seu olho. Outra lágrima, ela limpou rapidamente. Beijei o topo da cabeça dela. Ela fechou os olhos e encostou-se a meu peito. Acariciei seus cabelos.

–Luce? – Chamou Francesca.

Luce manteve os olhos fechados.

–Hm? – Disse ela.

–Eu acho que isso é a localização de onde está Emily, na casa onde ela está. Mas Cam não a manterá lá por muito tempo – Falou Francesca pensativa.

Luce abriu os olhos.

–Vamos até essa casa! – Falou Luce com um pouco de esperança.

–O problema Luce – Falou Sr.Cole- É que não sabemos onde fica, você desenhou apenas a casa, o que tem ao redor não sabemos.

A esperança de Luce sumiu tão rápido e subitamente quanto apareceu.

–Francesca pode botar os anjos a voar pela área, talvez eles a achem, ele não pode estar tão longe.

–Certo, vou pedir isso. E há mais.

–O que?

–Os desmaios de Luce...

– O que tem eles? – Perguntei.

–Foram ao médico?

–Acha que ela pode estar doente? – Perguntei olhando para ela.

–Claro que não. – Disse O Sr.Cole – Lembre-me a última vez que um imortal ficou doente.

–Sr.Cole – Repreendeu Francesca

–Tem razão, não é hora para isto, vou até a sala começar a prepara-los para voarem.

Sr.Cole se retirou.

–Parece que não é a hora mais propicia para isso. – Disse Francesca – Mas estes desmaios de Luce trazem um flash de onde está Emily.

–Sim, entendemos isto. Mas por quê? Antes ela só sonhava.

–Porque é o poder de um nelfilim.

–Um nelfilim?

–Sim. Gabbe confirmou.

Luce e eu nos sobressaltamos e encaramos Francesca. Já sabíamos o que isso significava.

–Luce você está grávida de novo.

–O que?! – Luce gritou – Mais um para estar em perigo?

–Luce, eu sei que é péssima hora, mas é mais uma alegria não é.

–Eu não sei. Logo no meio desta confusão, como ter outro filho assim? Ele apenas virá ao mundo para se expor e correr risco de vida.

–Luce se acalme – Disse Francesca.

Luce respirou fundo e deixou as lágrimas rolarem.

–Só isso? – Perguntei, falaria com Luce depois.

–Sim, qualquer novo desenho, me mostre, pode ajudar.

–Claro.

Eu e Luce nos levantamos e nos despedimos de Francesca. Francesca abraçou por um tempo Luce e disse:

–Isso vai passar.

Luce sorriu para ela e assentiu.

Nós fomos até sala, onde me deparei com o que não queria.

Ariane e Roland estavam ali. Ariane pendurada no pescoço de Roland.

Percebi Luce enrijecer.

–O que faz aqui? – Eu perguntei. – Não deveria estar com Cam?!

–Daniel... – Começou Ariane.

–E você Ariane! Ainda está com ele! Como pode?! Ele está do lado do cara que sequestrou minha filha. Ele nos traiu!

Luce apoiou-se no sofá e eu olhei urgentemente para ela, mas ela apenas se sentou ao lado de Henry.

–Calma, Daniel! – Ela pediu – Não vamos começar com os julgamentos!

–Como me pede isso? Minha filha desaparecida e você aparece pendurada no pescoço do cara que está ao lado dele!

Luce olhava ansiosa para mim e para Roland.

–Daniel, amigo, irmão, deixe-me explicar... –Ele começou.

–Não me chame assim. Perdeu esse direito há muito tempo. Quando lutou contra mim. Contra Ari, contra seus amigos. Você escolheu isso Roland e não tem volta!

–Daniel você não está entendendo...

–O que?! O que eu não entendo, agora, realmente, não entendo como pode fazer isso Ariane! Vamos. – Falei olhando para minha família.

Taylor pegou a mão de Henry assustada, e Henry a pegou no colo e a tirou dali.

Quando Luce levantou seus joelhos oscilaram e eu me precipitei e a segurei quando ela novamente desmaiou.

Os anjos e nelfilins que não sabiam a situação se assustaram.

–Daniel, leve-a para o quarto. – Falou Francesca – Quando ela acordar pode ter tido mais algum flash.

Assenti e a peguei totalmente em meu colo, levei-a para o quarto onde uma vez foi nosso.

–Avise a Henry para esperar no carro, com Taylor.

–E se demorar?

–Não quero os dois perto de Roland.

–Daniel... Você está sendo muito severo com Roland!

–Ele lutou contra mim, ele foi meu melhor amigo e ele me traiu. E ele está do lado daquele que sequestrou minha filha! – Percebi que tinha lágrimas de ódio nos olhos.

–Daniel... Ele veio ajudar. Ele mudou seu lado. Ele nos falou tudo que sabe sobre Cam... Podia ser mais compreensível? E com Ariane também. Ela está feliz como nunca a vi com ele. E por favor, deixe seu orgulho para lá e peça desculpas á ele.

Droga!

Eu e minha boca grande, eu e minhas burradas! Que droga! Que droga!

–Tudo bem. Tem razão. Devo desculpas a ele e a Ariane.

–Quando ela acordar me chame, vamos ver se há algum Flash.

Assenti.

Francesca saiu do quarto e eu sentei na cama, peguei a cabeça de Luce e a botei em meu colo.

Confesso que estou aliviado que Luce esteja bem, certo que imortais não podem adoecer, e as hipóteses ridículas de que ela estava com uma doença grave não faria sentido. Mas grávida? De novo? Como? Ta, eu sei como,mas logo agora? Não que eu não esteja feliz, parece até um ponto de luz no escuro.

Mas isso apenas aumentava minhas preocupações. Como disse Luce é mais um que corremos risco de perder. De não viver direito. Sem falar que ela anda muito estressada e isso pode lhe causar um aborto espontâneo. E ela é teimosa, vai querer ir atrás de Emily, vai querer lutar com Cam, em casa ela vai se recusar a ficar.

Ah, ajudem-me a botar juízo na cabeça dela!

Deixei ao lado da cama um caderno e um lápis assim ela poderia desenhar quando acordasse, e teríamos pistas de onde Emily estava.

Depois de mais alguns minutos Luce acordou, pareceu nem perceber que eu estava ali, apanhou o lápis e o caderno e desenhou tão rápido quanto podia desenhar. Desesperadamente, pode-se dizer.

Quando ela terminou olhou para o desenho e virou-se, para me ver.

–Daniel – Ela me entregou.

Era a mesma casa, porém, havia a paisagem ao redor.

[N/A: Obvio que não é o desenho né gente, mas é a casa: http://2.bp.blogspot.com/-s9VzpMU4bkU/T1nzKm4-upI/AAAAAAAAAAM/UezrELYEd34/s1600/casa-abandonada-de33f%5B1%5D.jpg]

–Isso facilita muito Luce! Ficará muito mais fácil encontra-la. – Eu a beijei entusiasmado e ela riu.

Espera, ela riu? Ela não ri há dias. Eu a abracei.

–Luce, eu te amo muito.

–Eu também te amo, amor, nem imaginas o quanto.

Eu a beijei de novo.

–Vou mostrar isto a Francesca.

–Certo, e vamos para casa, sim?

–Sim.

Eu peguei em sua mão e nós fomos até o encontro de Francesca.

–Ah! Isso é perfeito! Eu vou passar para todos, assim poderão reconhecer se sobrevoarem pela região!

–Nos avise, estamos indo.

–Daniel, falta algo. – Disse Francesca.

Acariciei os ombros de Luce que me olhava preocupada, depois virei para Roland e Ariane.

–Creio que lhes devo desculpa – Falei, odiava pedir desculpas- Eu agi sem saber dos verdadeiros acontecimentos. Perdoem-me.

–Ta tudo bem, cara. Eu errei, não deveria esperar outra reação sua. – Falou Roland, nos abraçamos.

Virei para Ariane.

–Ari, sinto muito. Por ter lhe julgado, e não tê-la deixado explicar.

–Tudo bem, Dan.

Sorri para ela.

Luce segurou minha mão.

–Luce, há tempo – Disse Roland.

–É. Soube que anda contrabandeando bebida alcoólica para meu filho mais velho.

–Então...

–Tudo bem, só não o faça mais.

–Fechado.

–Vamos – Falei- Até mais.

Eu e Luce entramos no carro, Henry estava ouvindo música e Tay tinha dormido abraçada no ursinho.

–Tudo bem, mãe? – Perguntou Henry.

–Sim, querido.

–Alguma novidade?

–Nós sabemos como é a casa onde Emily está. – Falei.

–Não brinca! E o que estamos esperando?

–Achar o local, sabemos como é, mas não onde. Estão sobrevoando para procurar – pronunciei-me novamente.

–Como descobriram isso?

–Os desmaios de sua mãe, vinham com flashes, porque...

Luce me olhou suplicante, percebi que ela não queria contar agora. Que ela estava insegura e respeitei isso, deixei a frase sem final.

–Por quê? – Tinha que ser filho de Luce, insistente.

–Porque ela já sonha com o que vai acontecer e agora os desmaios a mostraram isso – Falei dando de ombros, perfeita resposta.

Luce me olhou grata.

Chegamos em casa e Henry foi primeiro a entrar, Luce pegou uma Taylor adormecida.

–Luce...

–Daniel, por favor, não comece de novo.

Ela entrou em casa e levou Taylor até o quarto. Subi até nosso quarto e botei meu pijama, deitei-me na cama para esperar ela.

Ela entrou no quarto e foi direto botar seu pijama, ela deitou na cama e ficou em silencio.

Acariciei seus cabelos.

–Luce...

Ela se abraçou em mim.

–Eu queria que eles não estivessem em perigo, queria não botá-los mais em perigo. Todos eles. E agora eu vou botar outro em perigo? Não aguento ficar parada! Sem fazer nada para ajudar! – Percebi seu rosto banhado em lágrimas.

Eu queria consola-la, mas estava tão assustado quanto ela. Eu sabia todos os riscos, que ela e nosso novo filho iriam correr, que todos iriam correr.

–Luce, eu sei tudo isso. Eu sinto tanto que Emily não esteja com a gente, sinto que nosso filho apareça justo em um período perigoso á todos. E Luce lembra o que me disseste? Não podemos proteger todos, por mais que tentamos. Mas Luce você terá de ficar, você e Taylor, enquanto nós vamos atrás de Cam.

–Não!

–Luce, eu sei que quer ajudar, eu entendo isso, mas pense no bebê. Você pode perdê-lo. Não queremos perder mais ninguém não é?

Ela assentiu.

–Então, eu sei que já disse isso diversas vezes, mas tudo ficará bem. Como sempre fica. Emily estará de volta em casa e tudo ficará bem. Eu sei que vai. Acredita?

–Acreditei tantas vezes e me arrependi, mas que outra escolha tenho? Preciso acreditar que tudo vai sair bem.

–Essa é minha Luce.

Eu a puxei para mais perto de mim, aconchegando-a em meus braços. Ela fechou os olhos e eu acariciei seu rosto.

Eu sentia tanto que ela passasse por isso que todos passassem por isso.

–Luce eu sinto muito.

–Hm?

–Sinto que vocês tenham que passar por isso. Tudo o que eu queria era que tivessem uma vida normal. Uma vida sem nenhum pária, demônio, anjo, Nelfim, ou qualquer coisa. Se não fosse por mim...

–Eles não existiriam. E eu não sabia o que era viver, não saberia o que era amor. Por favor, Daniel, não se culpe. Alias, não devíamos nos culpar por nada. É o risco que corremos para sermos felizes. Nunca, Daniel, nunca considere-se culpado por tudo que está havendo. Eu te amo ouviu? Eu te amo muito, preciso de você, não queria nossa vida diferente, pois isso significa que você não estaria nela.

É incrível como Luce passa de inconsolável para quem consola. É incrível como ela consegue mudar tudo que penso. É incrível o quanto amo ela.

–Eu te amo, Luce – Eu disse e a beijei.

Ela voltou a se aconchegar em meu peito e fechou os olhos, adormecendo.

Fiquei um tempo acordado olhando para ela, e acariciando seu cabelo. Ela estava tão cansada. Eu percebia que se cabelo não tinha mais aquele brilho e que os olhos não tinham felicidade, que sua pele estava pálida. Mas isso mudaria, quando nossas vidas voltassem ao normal.

–Emily! Emy! Emily!Emy!

Ouvi uma voz infantil chamar, ela estava chorosa.

–Emy! Manha!

Era Taylor, levantei com cuidado e corri até o quarto dela, ela chorava no colo.

–Emy! Emy!

–Shh, o que foi querida?

–Emy! Manha! Tay qué a manha!

–Ela logo volta – Falei pegando-a no colo. Não era fácil mentir á ela.

Manha machucada papa! Manha com blaço dodói!

Como ela podia saber disso?

–Querida, Emy está bem. O que ouve.

–Tay sonho que Emy ‘tava dodói! Dodói blaço! Eu quelo minha manha!

–Quando você menos esperar ela ta de volta, viu? Quer que eu deite e faça você dormir?

–Uhum.

Eu deitei com ela sem sua cama e ela se abraçou em mim.

POV EMILY.

Mais dois dias, e eu não comia ou bebia a muito tempo, meus pulsos estavam sangrentos e com graves cortes, minha pele estava pálida e meus olhos dilatados, com olheiras profundas. E eu odeio admitir, mas estava fraca, passava todo o dia no quarto de baixo da coberta. Além de querer esconder os cortes infeccionados, pelo vidro sujo e quebrado, eu estava delirando de febre.

–Emily? – Ouvi uma voz ao longe.

Meus olhos tremeram.

–Papai?

–Emily! – Não, era Cam. Não era papai. Será que um dia voltarei a vê-lo?

–Emily o que houve com você? Não come a dias, nem bebe nada – Ele tocou minha testa- Está delirando de febre, saia de baixo deste cobertos, vamos tome um banho frio.

Ah, não. Segurei o cobertor com força.

–Não. Deixa-me. Deixa-me morrer, é preferível!

–Emily, por favor – Era preocupação em sua voz?

–Não!

Ele puxou o cobertor, e ele estava mais forte que eu. Meus braços ficaram expostos.

–Nossa! O que aconteceu com seus braços?! – Cam os pegou – Estão infeccionados! Da onde saiu esses cortes?

Eu sorri. Não sei porque, mas sorri. Eu estava tão fora de mim que fazia coisas fora de meu controle, eu buscava um pouco de lucidez, mas infelizmente as vezes perdia.

–Vamos Emily, vamos tomar um banho e lavar esses cortes! Da onde eles saíram?

–De um caco de vidro que eu achei.

–Está tentando se matar Emily Grigori?

–Se eu disser que sim, Cam Briel, acreditaria em mim?

–Emily... Por favor.

Eu comecei a rir e a tremer, eu não via nada direito, tudo parecia desfocado, eu estava um tanto desmaiada e um tanto acordada, Cam pegou-me no colo.

–Solta-me Cam! Agora! Eu não quero encontrar-me de novo nos teus braços! – Falei irritada.

–Emily precisa de um banho e precisa lavar estes cortes.

Ele chegou ao banheiro da casa, tão velho e caído quanto o resto dela. Ligou o chuveiro e me jogou lá com roupa e tudo. Os cortes arderam quando a água os tocou, eu apertei-los e começou a sangrar.

Cam passou o sabonete neles e os esfregou, aquilo ardia e me fazia gritar.

–Vamos enfaixar isso.

Ele tirou meu casaquinho e o jogou no chão do banheiro.

–Não ouse a tirar mais de minha roupa! – Ameacei.

–Vai fazer o que? Escute Emily está delirando de febre, deixe-me te ajudar.

–Quer me ajudar? Devolva-me a minha família, a minha casa, a minha vida. Suma!

–Emily, cala a boca. E me deixe te ajudar. Você vai morrer assim!

–Que morra!

Ele tirou o resto da roupa me deixando apenas de roupa intima, e então deixou água fria escorrer por mim.

Escorei-me na parede do banheiro, era tão bom aquele gelado contra a minha pele quente.

Cam me olhava.

–Se aproveitando da situação? – Perguntei com um riso curto.

–Estava olhando seus braços.

Queria esconder todas as cicatrizes, mas elas eram em demasiado para isto.

–Sabe – Falei sentando-me do boxe – Eu nunca pensei que faria isso. Nunca pensei que chegaria a esse ponto. Nunca pensei que falaria isso á alguém. Mas... Eu não sou de ferro. E não aceito isso. Eu me cortei e me culpei por isso, me culpo por isso. Mas é um vicio, e só assim eu consigo dormir, só assim alivia o que eu estou sentindo. Algo que eu nunca senti.

Ele ficou quieto, encarou o chão.

–Não precisa falar nada. Não tem o que falar. Não espero isso de ninguém. Não sou como os outros que esperam sempre de mais dos outros.

–Eu sei como você é Emily. Admiro isso em você.

Eu dei um riso debochado e fechei os olhos deixando a água escorrer pelo meu rosto.

–Vou pedir para que Molly ache algumas roupas para você.

Ele me deixou sozinha no banho e eu não sai da posição onde estava.

–Aqui – Disse Cam, não sei há quanto tempo ele saiu,pois acho que adormeci embaixo do chuveiro.

Eu levantei-me e sai, ele me deu uma toalha e eu me sequei.

[http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=56576373]

Botei a roupa e passei por ele seguindo para o meu quarto onde me joguei de novo na cama.

Eu me forcei a fechar os olhos, tapei-me para conter o frio, e esperei cair na inconsciência, quando estava perto ouvi a voz rouca de Cam:

Pequena Emily, tão linda, com lábios tão doces. E tão pura, Ingênua... Lamento fazer isso. – Foi estranho, pois tive um sonho assim. Apenas não sabia que era ele. E ele falou com arrependimento.

Eu não liguei para isso. Afinal se eu estava aqui se eu estava assim a culpa era dele.

Quando dormi jurei ouvir minha irmã me chamar. Chorosamente:

“Emy! Emily! Emy! Emily!”

Era o que ela gritava e o que eu queria de todo o coração responder.

Eu estava começando a delirar.

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NOTAS FINAIS~NOTAS FINAIS~NOTAS FINAIS~NOTAS FINAIS~NOTAS FINAIS~



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Notas finais do capítulo

Gente quem vocês querem que deixe a fanfic, tipo que parta dessa pra melhor, ou pra pior, tipo que morra? ASUHAUS
E gente vocês acham que a Luce deve:
1- sofrer um aborto espontâneo
ou
2- continuar e ter o pequeno bebê. Se sim escolham o nome: Thomas ou Vincent.
Beijoooooooooooooooooooooos obrigada por tudo!