The Fourth Quarter Quell escrita por Izzy Figueiredo


Capítulo 33
Só piorando...


Notas iniciais do capítulo

Tã, tã, tã, tãnnn... quase ein!



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Quando acordei, temi que tudo o que tinha passado fosse um sonho, e eu iria abrir os olhos e veria a Arena, e teria que lutar contra os Carreiristas. Fiquei com os olhos fechados por mais um tempo, e reparei que não sentia mais dor nenhuma.

Então abri os olhos, e vi um teto branco brilhante. Virei o rosto e vi uma sala com paredes e chão brancos também, e nela só tinha a cama onde estava sentada e uma mesinha com um aparelho que parecia um monitor cardíaco ligado a um monte de fios, só que na telinha haviam vários e pequenos números. Não haviam portas ou janelas, só a parede.

Tentei me levantar para ver se encontrava algo, quando reparei que meus dois braços tinham fios: uns estavam ligados ao monitor, e o outros estava ligado a parede ao meu lado; e que algo me prendia a cama, como uma espécie de cinto de segurança.

Me debato, tentando arrancar os fios ou me levantar, e começo a me sentir tonta. Nesse momento, uma porta no meio da parede se abre, e duas avoxes entram. Avoxes são pessoas que fizeram algo muito errado ao Distrito, ou a Capital, e por isso tem a língua cortada. Acho que é isso, mas não importa. São duas meninas, uma careca (isso mesmo) e a outra com cabelos pretos como piche, e elas começam a mexer em meus braços, arrumando os fios. Uma tem uma bandeja com algo em cima, e ela a poe em na escrivaninha com o monitor. A outra (não consigo prestar atenção de quem é) me coloca na posição sentada apertando algum botão, e vejo que estou apenas com minhas roupas íntimas embaixo do lençol que me cobria. Também percebi que minhas cicatrizes estavam sumindo. Não havia mais sangue, só claros cortes onde fui estocada com armas/mordida/etc...

Me lembrar das cicatrizes me fez lembrar do Distrito 4. De minha família, do lago, de pescar, de Flinn... queria sair daquela cama e reencontrar meus irmãos, meus pais, minhas amigas e meu namorado! Comecei a me debater novamente quando a Avox careca, com uma expressão carrancuda, aperta um botão e quase imediatamente desmaio.

* * *

Acordo, desnorteada, com barulhos vindos do monitor. Imediatamente penso que tem algo errado, e começo a gritar, como uma doida, chamando as Avoxes (ou qualquer outra pessoa).

Fico esperneando por um tempo, e então a Avox careca entra, com um semblante aterrorizado e foca o monitor. Dá um risinho e então vai até ele, apertando um botão. E aí ele volta ao normal.

_Sério? Só isso? - pergunto, e ela olha para mim.

A Avox aperta mais botões (nota: botões invisíveis, porque não vi nenhum até agora), e os fios plugados em meu braço se soltam (tão facilmente, fiquei surpresa), o "cinto" em minha cintura se solta também, e ela faz um movimento como: "Levante-se!"

Vagarosamente, me sento. Um segundo depois, ela põe uma bandeja com uma sopa, água e uma pêra sobre minhas coxas.

Estava faminta. Começo a comer (esperava uma refeição melhor por minha volta), mas logo vejo que não consigo nem comer mais uma colherada da sopa. Acho que fiquei tanto tempo vivendo de escassos pedaços de biscoito e água na Arena, que meu estômago não irá aguentar tanta coisa. Relutante, tomo mais um pouquinho de sopa e retiro a bandeja, que a Avox pega e a leva para fora.

Espero um momento, respirando fundo. "Acabou", eu repetia pra mim mesma. "Acabou." Me levanto, e me sinto um pouco tonta (novamente). Penso que vou cair, mas sinto minhas pernas ficarem mais fortes.

Olho para baixo e vejo que todas as cicatrizem sumiram totalmente. As que fiz na Arena e que fiz no Distrito 4 também (não gostei que eles tiraram a que fiz quando fui mordida por peixes, ou os cortes acidentais com machados e lanças que fazia quando treinava; isso me lembrava de casa, e de que era desastrada); não havia mais nenhuma.

Passei a mão por minha coxa esquerda, e minha pele parecia pêssego. Passei a mão na testa, na lateral da barriga, tudo estava macio. Parecia que eu havia sido polida. Toquei meu cabelo, e ele estava volumoso e macio, também.

Olhei para o lado e vi meu traje da Arena, limpo e intacto. Senti um terror ao vê-lo ali, como se fosse enfrentar tudo aquilo de novo. Ia sair com as roupas íntimas da sala, quando vi um bilhete ao lado do traje:

"Vista este traje para se apresentar novamente a sua 'equipe'."

Então lembrei-me que eu tinha mesmo que vestir essas roupas para reencontrar Ane, Flinn, e quem mais viesse...

Me vesti rapidamente e fiquei apertando cada centímetro da parede para ver se alguma porta abria, quando uma abriu do outro lado da vazia sala.

Corri e entrei em um corredor estreito e longo, com paredes amareladas e bem brilhantes, com nenhuma porta. Começo, novamente, a apertar as paredes como uma idiota, pois agora o pensamento de que irei reencontrar todos me invadiu.

Meu coração já disparava e ia começar a gritar para abrirem a porta quando vejo uma luz azul no final do corredor (as pessoas dizem isso quando estão morrendo, mas era uma luz no final do túnel mesmo) e dentro dela haviam oito vultos. Contraí os olhos, pois a luz estava ficando mais forte, e fiquei muito tonta. Acho que estava fraca de novo, e sentir minhas pernas bambas, mas quando vi as pessoas que saíram daquela sala, esqueci disso.

Flinn, Ane e três pessoas que não conhecia saíram do cômodo, e o resto (não consegui ver quem eram) ficou lá.

Flinn estava maravilhoso. Seu cabelo estava cortado (só um pouquinho) e brilhante. Ele parecia estar maior (o que me fazia parecer menor ainda), e suas roupas agora eram ternos "casuais". Ane havia cortado o cabelo na altura dos ombros e pintado de loiro/branco. Não entendi porque ela havia feito aquilo se eu cabelo estava lindo do outro jeito, mas não importa. Os outros três eram um homem (com cabelos arrepiados azuis e laranjas, com grandes sobrancelhas prateadas e unhas prateadas enormes), e duas mulheres (uma com cabelos dourados; dourados mesmo, que brilham; sedosos e presos em um coque, com batom preto e lentes douradas e a outra com cabelos bem curtinhos, na base do pescoço, e eles eram bem ruivos, com mechas pretas. Ela era muito magrinha, mesmo, e usava uma maquiagem tão berrante que parecia um palhaço).

Todos sorriram radiantes pra mim, e me senti mais forte. Corri, devagar (temendo que minha perna doesse, mas lembrei que não haviam mais machucados) e Flinn sorriu mais.

Quando cheguei perto, pulei nos braços dele, e o esmaguei (a ação foi mútua). Senti o cheiro dele, passei a mão em seu cabelo... ele estava ali. Percebi como estava sentindo sua falta. Não queria mais soltá-lo, mas ele se separou de mim e me deu o melhor beijo de minha vida. Estava presa em uma subsistência de comida, de água, de força, e daquele beijo... Fiquei arrepiada.

Não sei por quanto tempo nos beijamos, mas Ane interrompeu, pigarreando várias vezes.

Relutante, me separei dele, e olhei nos seus olhos, encontando meu nariz com o dele (o que era difícil, pois tinha que ficar bem na ponta dos pés).

_Eu sei que você gosta mesmo de mim... - disse, sorrindo. - Mas eu só quero a amizade.

Ele ficou sério e se separou de mim. Ele era muito lento no quesito sarcasmo.

_Sério? - ele perguntou e revirei os olhos. Só aí que ele percebeu que estava brincando. - Idiota!

Flinn me abraçou de novo, e aquele cheiro de água salgada me deixou feliz.

_Senti sua falta, garotinha violenta. - ele sussurou, para só eu ouvir. - Não sei como vivi sem você.

_Nem eu. - disse, chorando. Sim, chorando, porque sentia a falta dele. Na Arena, as vezes não tinha certeza se o amava, tinha sido só um beijo... mas aqui eu vi. Ele foi feito pra mim. Eu realmente o amava.

Olhei para o lado, e abracei Ane.

_Eu sabia que você ia voltar! - ela me abraçou de volta, calorosamente.

_Obrigada por tudo, Ane, sério!

Me separei dela, e ela virou para os três estranhos.

_Quero te apresentar o seu maquiador, sua cabelereira e sua manicure. Eles que vão cuidar da sua aparência.

Sorri para eles, mas estranhei... porque eles só apareceram agora? Quer dizer, em todas as edições o estilista, o maquiador, o cabelereiro e a manicure estavam juntos...

_Desculpem só aparecermos agora. - disse o homem, sorrindo, como se lesse meus pensamentos. - Estivemos muito... ocupados. Muitíssimo ocupados.

A voz dele era bem séria, e sua expressão ficou assim também. Senti que ele estava falando mesmo a verdade, e fiquei curiosa em saber no que eles estavam ocupados.

_Eu sou Vaktor. - o homem se apresentou e fez uma reverência.

_Prazer, Légict. - a de cabelos dourados e de coque disse, com uma voz tristonha, mas sorridente.

_E eu sou Dórict. Irmã dela. - a magrinha falou,e com uma voz estridente, e percebi que ambas eram bem parecidas.

_Maquiador, Cabelereira e Manicure. - repeti. - Prazer.

Eles sorriram, mas percebi que usavam maquiagem demais, como se escondessem algumas marcas... e estavam bem sérios...

_Vamos. - Ane disse, me levando para a porta.

Lá dentro estavam Lutt, e Louise. Lutt foi me abraçar e disse:

_Parabéns... achei muito justo o que você fez com Bill. Eu sei o que foi perder ele. - simplesmente concordei, abraçando-o mais forte.

Me virei para Louise e seu olhar carrancudo. Senti raiva no mesmo momento. "Ela é estúpida que nem Irmand.", pensei. Não a conhecia bem, mas só pelo olhar dela, conseguia ver que ela me odiava.

_Parabéns. - ela disse, apertando minha mão (forte demais).

Não respondi e segui para o elevador no final daquela pequena sala (que também não tinha nenhum móvel).

Fizemos duas viagens até o Centro de Treinamento (o hospital era no subterrâneo). Eu, Lutt, Louise, Flinn e eu fomos na primeira viagem, e chegando no Centro de Treinamento, imediatamente fomos para a limosine que já nos espervava do lado de fora.

Chovia muito (e eu não gostava tanto de chuva). Esperamos o resto da equipe chegar e partimos para o prédio onde fiquei.

Entrar naquele elevador de novo fez eu me sentir mal. Queria logo ir pra casa. Sair dali. Pois agora, eu concordava, e muito, com Flinn em uma coisa: Eu odiava a Capital.

Falava que por mais que não gostasse, ela que nos ajudava e nos deixavam vivos, mas agora isso mudou. Acho que só depois que vivi o inferno que é ser trazido para cá, com os nervos a flor da pele, ter que treinar para matar seus amigos e fazer só um sair vivo dali? Era idiotice. E eles nem ajudavam tanto os Distritos... agora tinha uma nova inimiga, a pior de todas: a Capital. Agora não iria me curvar a seus comandos, não como antes. Agora eu acordei.

Chegamos ao andar número 4 e Ane me leva à sala de jantar, onde vejo uma refeição fabulosa me esperando: três tipo de peixe (agora sim!), porco com molho de laranja, macarronada, vários sucos, um pudim, etc...

Sentei-me rapidamente, e peguei um pedacinho de cada coisa (pois eu sabia que ainda não conseguiria comer tudo).

Depois que terminei, ainda estava com fome, mas não podia repetir.

_Quer vomitar na frente do palco? - Vaktor perguntou, sarcástico.

_Isso seria engraçado... - Louise falou baixinho, e eu a fuzilei com o olhar. É, ela não gostava de mim.

Sou levada (ou arrastada) para meu quarto por minha "equipe", e Flinn diz que vai me esperar na sala. O quarto estava meio diferente: na escravaninha haviam muitas maquiagens, tinha uma cadeira de cabelereiro no meio do quarto, e ao lado secadores, escovas, babyliss, chapinhas; além de um cadeira ao lado, com vários esmaltes em uma caixinha (caixinha é o modo de falar, pois a caixa era gigante...

_Eles vão cuidar de você agora. - fala Ane. - E eu vou cuidar do seu vestido.

Ela saiu e me deixou com aqueles estranhos sombrios.

Vaktor cuidava de meu rosto, passando blush, sombras, batons, rímeis... não me deixava abrir os olhos por nada.

Légict lavava meus cabelos em uma água morna. Sentia muita falta de água, pois não tomei um banho na Arena (imagina meu estado quando saí de lá...). Massageava meus cabelos levemente, era uma sensação gostosa.

Dórict pintava minhas unhas bem rapidamente. Acho que ela passou meia hora tirando as sujeiras da unhas, pois sentia umas pontadas embaixo da unha.

E todos perguntavam, ao mesmo tempo: "O que aconteceu na Arena? "Como foi sua vida lá?" "Fiquei muito triste quando não pudemos te produzir, queríamos tanto!..." "...Mas Ane caprichou muito em você!" "Meus pêsames por tudo o que você passou lá, nem imagino...", como se me conhecessem a muito tempo.

Fiquei tonta, eles falavam bem rápido! Respondia só algumas perguntas com "Sim." "Não." "Ela fez um bom trabalho mesmo...", etc.

Depois de uma meia hora, escuto a porta abrindo, e a voz de Ane.

_Achei o vestido perfeito! - não aguento e abro os olhos. Vaktor quer me matar, mas se acalma e resmunga.

Fiquei maravilhada. O vestido era armado (volumoso, entende?) da cintura para baixo, um pouco acima dos joelhos e tomara que caia. Acima da cintura haviam desenhos de rosas, na renda (cobriam quase toda a parte de cima, e onde não haviam as rosas tinha um tecido cor da pele); e abaixo da cintura era volumoso, com fios longos de renda. Era vermelho sangue.

_Quando Flinn disse, um dia, garotinha violenta... eu tive essa ideia. Rosas e sangue... que tal?

Era lindo.

_Nossa, é... você se superou, Ane!

Ela piscou para mim e mandou minha equipe terminar o trabalho. Fiquei parada mais uns minutos e eles gritaram, em unissono:

_Terminamos!

Antes de começar a me arrumar havia posto um roupão. Dórict o tirou, cuidadosamente e me pos o vestido, cuidando para não relar em nenhuma parte arrumada (ou danificada) por eles... quando o arrumei em meu corpo e ia me olhar no espelho, Vaktor gritou:

_O sapato! - e saiu correndo, destrambelhado, até o banheiro.

Voltou uns segundos depois com um sapato de salto vermelho também, só que brilhante. Era lindo, também.

Encaixei-o nos pés, era muito confortável, e então me virei, lentamente.

Nossa... estava tudo lindo. Não querendo me gabar, mas vamos dizer que tenho a melhor equipe do mundo!

O sapato ficou perfeito em mim (acho que agora tinha quase chegado a altura de Flinn); o vestido ficou formidável, se encaixou perfeitamente em mim; o cabelo estava todo enrolado, caindo sobre meus ombros, e havia uma presilha de gota no meio do cabelo. Minha maquiagem, então? Era de um vermelho pálido, com pouco rímel, pouco lápis, pouco blush; eles tentaram me deixar "leve" até ai... porém, o batom era de um vermelho bem lindo, cintilante e forte. Minhas sobrancelhas estavam bem feitas também.

Meu brinco era uma gota, como a presilha, vermelha; e meu colar tinha um "WINNER" (vencedora, em inglês), em letras muito bem feitas e pequenas, vermelho brilhante também.

Girei duas vezes, fazendo o vestido flutuar, e falei:

_Estou pronta. - todos sorriram para mim e fui até a sala, onde Flinn me esperava.

Não sei o que tinha que pensar quando vi a expressão de Flinn. Era uma mistura de "Mas o que?" "Uau!" "Nossa..." "Esqueci meu nome", então só sorri.

_O que acha? - perguntei, girando.

_Você... é... tá bem... uau!

Fui de encontro a ele, abraçando-o novamente. Ele estava com um terno agora, preto e com um desenho de rosa (acho que todos teriam essa marca nas roupas, não sei por quê), e estava lindo.

Abracei-o, forte. Eu não acreditava que tinha voltado para ele. Acho que nem tinha tempo para processar tudo aquilo ainda.

_Vamos. - ele falou e segurou minha mão.

Entramos no elevador, nós dois, e ele falou:

_Depois eu quero falar com você.

_E você acha que eu não quero? - sentia muita falta dele. Tá, como se eu fosse ignorá-lo e não falar sobre tudo o que passei nas últimas semanas.

_Na Entrevista, continue com o jeito violenta, só que mais sensível agora, ok?

_Eu já estou, sensível, relaxe.

Chegamos no térreo. A chuva havia parado um pouco e a limosine nos esperava.

_Eu sei como você se sente em relação a Bárbare, e Billiam... eu te entendo.

Olhei para ele e o segurei em meus braços, novamente. Ninguém, além de minha família, me dava tanta proteção como ele dava. Quando ele se metia na minha vida na escola, em casa, quando ficava bravo comigo e eu brigava com ele por alguma coisa desse tipo; agora eu entendia: ele só queria me proteger. Tive vontade de chorar, então me separei.

_Obrigada por tudo, Flinn. - meu namorado (acho que só vou usar essa palavra agora, sabe?) segurou minha mão e entramos na limosine.

Esperamos o resto da equipe, sem dizer uma palavra (queria estar em um lugar "seguro" para desabafar com ele), e então partimos.

Demorou um tempinho, mas quando cheguei imediatamente fui levada ao subterrâneo, para debaixo do palco.

Esta era minha entrevista de "volta". Entraria no palco a qualquer momento, primeiro a equipe, depois Ane, Flinn e eu.

_Cuidado a partir de agora. - Flinn sussurou, parecendo tenso, e eu concordei, sem entender. - E se prepare. Vai começar tudo de novo agora. Só que vai piorar.

Dei um leve sorriso. Acho que ele tinha razão, agora teria que ver pais e irmãos de tributos que matei, teria que fingir amar mais a Capital... ia só piorando, nesse ponto...

O hino da Capital começa. Eu deveria estar nervosa, mas não estava. Já havia passado por isso antes.


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Notas finais do capítulo

Continuem comentando ♥