Levei Mikey até o lugar onde eu tinha achado a tal da gordinha rica presidenta.

- Foi aqui... Acho que o quarto dela era esse?

- Acho que ela é a única daqui que tem quarto completo.

- É verdade.

- Vamos entrar? – Falou Mikey.

- O quê? Primeiro: o que vamos fazer, segundo: e se tiver alguém ai dentro, e terceiro: por que vamos fazer isso?

Ele deu de ombros e colocou a mão na fechadura.

- MAS o que vocês estão fazendo... Tstc, tsc tsc...- Falou uma mulher, magra, alta e com cara da madrasta de cinderela. Encolhi-me.

- N-nós não estamos fazendo n-nada! – Falei.

Ela revirou os olhos, e abriu o quarto.

- Devem ser sobrinhos dela não é? A gorda! Desculpe! Bem meus queridos, o dia não está para artimanhas. – Ela sorriu e depois fechou o quarto com uma chave.

- Quem é você? – Perguntei.

- Ninguém... Tchau crianças – Ela se afastou fazendo dança com os pés.

- Vamos seguir ela – Falou Mikey.

- Vamos acabar arrumando encrenca com isso, nem quero ver.

Segui Mikey até onde a mulher andava, ela cruzou mais um corredor e eu me vi diante de um grande salão enorme, com mesas bem decoradas a talheres chiques, música ambiente, e mais coisas refinadas.

- Nossa... – Mikey falou boquiaberto.

- Que parte legal! – Falei. Peguei um copo em uma das bandejas que o garçom passava.

- Devolve isso!

- Vamos provar... Ah, é vinho – Sorri e bebi.

Mikey balançou a cabeça, e começou a me cutucar.

- Gee! Gerard! Não é aquela ali a mulher que você falou? Ah meu Deus!

Estreitei os olhos e vi uma mulher gorda conversando com uns homens de terno.

- É ela mesma.

- Com licença, os senhores podem me mostrar seus cartões? – Falou um atendente se postando ao meu lado e ao lado de Mikey.

- Ah... – Mikey me olhou completamente desnorteado. Depois me liguei que aquele lugar devia ser restrito. – N-nós... N-nosso cartão? N-ós somos sobrinhos da Emelina! – Ele tentava falar.

- Scott Bruce, prazer. É a primeira vez que venho aqui – Falei sorrindo estendendo a mão, Mikey quase teve um enfarte quando fiz isso.

- Claro, mas, terei que falar com ela. Com licença.

- Gerard... – Mikey estava com um ar assassino e me puxou para o lado, tentando manter a calma – Você pode me dizer que merda é essa?! O que está fazendo? Imagina se perdemos nossas férias e nossa viajem por causa disso?! – Ele falava rouco fazendo força para não gritar comigo.

Ele segurou no meu braço com força.

- Escuta aqui, com isso NÃO se brinca. Agora trate de dizer a verdade. O que está querendo com isso?!

- Nada! E me solta! Sei lá falei por impulso!

- É, mas, as coisas podem acabar muito mal. Não estamos em filme seu filho da puta!

- Me larga!

Vi o homem se aproximando vindo em nossa direção.

- Podem entrar – Ele sorriu convidativamente.

- O q-que? – Perguntei bestificado.

- Podem entrar ela confirmou a presença de vocês – Dizendo isso se retirou.

- Okay como... – Comecei a me questionar quando vi a mulher que parecia a madrasta de Cinderela sentada junto com a Emelina...

- O que está acontecendo? – Perguntei.

- Não sei! Mas parece que alguém nem se ligou em você. Mas não podem descobrir nossas faces.

- Isso é só um mal entendido, veja só meu amigo vai passar! – Tentei soar animado e acidentalmente esbarrei em um garçom derrubando a bandeja que continha uma taça de vinho que ao cair no chão... Quebrou-se.

- AH MEU DEUS, VOU ENTRAR EM PÂNICO! – Falei gritando, todos pararam para olhar. Senti Mikey me puxar para debaixo de uma mesa, entrei engatinhando.

- Vamos sair daqui sem que ninguém nos perceba está bem? – Falou Mikey.

Apenas acenei com a cabeça.

- Ótimo, agora eu vou sair daqui e correr feito um condenado de costas e ninguém vai saber quem somos nós okay?

Acenei mais uma vez.

- No três... um... dois... três! – Me adiantei a sair com Mikey debaixo da mesa, minhas pernas tremiam sai rápido demais a ponto de esbarrar em uma pessoa do mesmo tamanho que eu. Estava de costas o ser humano. Aquilo me impediu de correr, portanto depois do susto levantei a cabeça.

Olhei de olhos arregalados, já estava ficando sem ar.

A pessoa radiante sorriu e me segurou pra que eu não caísse esbocei um sorriso, mas não antes de vir dois homens nos cercando.

Merda, tarde demais pra correr.

- Quem são vocês e o que estão fazendo aqui? – Perguntou um dos guardas.

- Opa, merda. Posso entrar em pânico agora? – Falei com metade do meu cabelo na frente do meu rosto. Olhei pra Mikey, nem respirei sai em disparada pra fora do salão. Os dois homens ainda em nosso encalço, até que tombei em mais alguma coisa que estava na minha frente e cai.

- CORRE GERARD! ANDA! – Falava Mikey no meio termo se andava ou corria.

- MIKEY... – Tentei me levantar, os homens estavam perto demais, balancei a cabeça negativamente pra ele – FIM DA LINHA, PELO MENOS CORRE! ANDA LERDO!

Ele fez uma cara de desespero, fez que não com a cabeça e veio até mim me dando um abraço que foi brutalmente separado.

- Comecem a dar explicações! – Falo um dos caras me segurando por trás.

- O QUE QUER OUVIR? – Falei.

- Quem são vocês?

- SOU SCOTT BRUCE! – Falei tentando alguma esperança, mas não tinha indícios e essa história não colava mais. Tentei rejuntar de novo. Em vão.

- Vocês não são sobrinhos da Sra. Vance!

- Pela amor de dios, solten os garrotos! – Ouvi uma voz indo de encontro.

- Os conhece?

Olhei e vi a gordinha rica mais a madrasta de cinderela.

- O magrrinho non, mar esse rotrro sim.

- Quem são seus pais? – Falou um dos guardas que segurava Mikey querendo rir.

- Donald Way, por quê? – Me dei por vencido.

- Vamos, são crianças tentando aparecer vamos mandar eles de volta – Falou um.

- Hey! Sou maior de idade!

- Ah é quanto anos você tem?

- 13!

- Nossa, eu tô vendo.

- Mas eu não paguei a passagem!

- Tá certo – Ele realmente riu nessa hora e me senti carregado pela gola da camisa, com um Mikey do meu lado.

11h35min da manhã, outra parte do avião.

- Estes são seus filhos? – Falou com tédio na voz.

Donald se exaltou jogando o jornal e olhando com espanto.

- Sim são...

Senti-me uma mercadoria sendo segurado daquele jeito.

Bufei.

- Eles foram encontrados em uma área não autorizada e restrita, fazendo bagunça.

- Mas... – Papai parecia à beira de um ataque.

- Non se prreocupe, eles non causarram nada demar – Se intrometeu a gorda.

- Que... – Meu pai iria desmaiar a qualquer momento – Emelina Vance... O que... ALGUÉM PODE ME EXPLICAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO? – Papai explodiu.

Então terminou assim: Depois que papai levou um susto expliquei tudo o que tinha acontecido a ele, desde que vi Emelina até querer visitar outras partes do avião. E que o que eu não sabia seria que iria causar tanta tragédia no final. E pelo que eu vi a gordinha Vance não era chata, ela era bem legal; na verdade acho que pegamos ela em um péssimo momento não foi?

Papai foi convidado por ela pra jantar e ficar na área restrita, ele quase não acreditou. Depois que ele disse que trabalhava em uma empresa de publicidade ela pediu a ele pra ajudar com a campanha, anunciar a eleger ela como presidenta da Suécia, já que ela realmente gostou do trabalho dele. Papai quase teve um ataque de pânico, mas aceitou de bom grado.

Papai nem acreditou que estava “trabalhando” para a Emelina Vance.

Com isso ganhamos um “quarto” perto da área que ficava só para políticos ou pessoas importantes.

- Nossa, subir na vida com uma simples derrubada de vinho! Que viva a Suécia! – Falei pra Mikey sentado em uma mesa.

Ele apenas sorriu.

- Que sufoco esse ein – Ele comentou.

Sorri e me levantei indo pegar mais bebidas quando vejo alguém quase bater de encontro a minha mão.

- Oi! – Ele falou sorrindo amigavelmente. Ah meu Des vou morrer. – Olá Scott.

Era o mesmo garoto lindo que me chamou de maluco.

- Sinto informar, mas, me chamo Gerard Way, só Gerard, por favor.

- Ah, sou Danny, Danny Lowell.

- Prazer.

- Sr. Vance? – Um homem se aproximou Danny atendeu. Ah não acredito ele é parente da gordinha!

- Desculpe Gerard, mas preciso ir.

- Não, claro tudo bem - Ele sorriu mais uma vez e saiu.

- Quem era? – Perguntou um Mikey ciumento do meu lado.

- Ah, é um parente da Sra. Vance... – Falei olhando longe.

As horas iam se passando e almoçamos no mesmo lugar refinado e espaçoso, notei que até o piso era diferente.

À tarde eu e Mikey estávamos sentados em um sofá estofado. Ele estava lendo revista.

- Mikeeeeeey... Vou ao banheiro – Falei sorrindo.

- Não precisa me avisar toda vez que você vai.

Aproximei-me e sussurrei em seu ouvido.

- Quero que venha junto.

- Bem isso muda as coisas.

Acenei com a cabeça.

- Vou naquele ali está bem? Quando você perceber que não há ninguém olhando entra nele está bem? – Falei me levantando e indo até uma porta escura, abri e deixei entre aberta.