O Que Você Quer? escrita por Frozen Lotus


Capítulo 1
Brincadeiras de presentes


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!
Pessoa inexperiente aqui! (Eu)... Sejam bonzinhos *-*
1º CAPÍTULO ON XD
Espero que se divirtam lendo! Desculpem as possíveis coisas incompatíveis com a realidade na fic, mas... Vocês sabem... É pra felicidade geral da nação. xD



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O sol brilhava frio naquela manhã no santuário, ventava um pouco, ainda era muito cedo. O ariano olhou o dia e concluiu que não devia passar das seis da manhã. Estava acostumado a acordar cedo assim.

  Em seu moletom cinza de corrida, andava silencioso até a 2ª casa. Sabia que o amigo taurino ainda deveria estar dormindo. Em suas mãos, o ariano levava uma garrafa grande de refrigerante - Guaraná Antártica-. Tinha certeza de que o brasileiro gostaria da surpresa, ele prezava tudo o que vinha de seu país de origem e refrigerante brasileiro não costumava circular pela Grécia com muita freqüência.

Nos últimos meses, ele e o taurino andavam com uma brincadeira que consistia em tentar adivinhar algo que o outro quisesse e conseguir essa coisa para o outro. Já haviam feito isso algumas vezes e essa era a vez de Mu. O garoto de cabelos lavanda deixou a garrafa no interior do 2º templo e esfregando as mãos, devido ao frio do refrigerante, seguiu seu caminho para as montanhas que ladeavam o santuário.

 Subia as montanhas correndo, correndo como se pudesse fazê-lo pelo dia inteiro e podia. Poderia tem usado seu teletransporte, mas gostava do exercício. Apesar de estar por volta de seus 16 ou 17, era muito bem treinado e tinha físico para suportar a corrida tranquilamente. Afinal, era um cavaleiro de ouro.

  Quando seus fios compridos começavam a dar o sinal de suor, o jovem alcançou o topo da montanha, juntamente com os primeiros raios do dia.Dali do alto, Mu tinha a visão do Santuário inteiro. Estava mesmo num lugar elevado e muito bonito. Algumas árvores já começavam a fazer sombra, suas copas balançavam suavemente cumprimentando o recém-chegado. As flores coloridas curvavam-se dóceis ao vento no local. Era um ambiente muito tranqüilo e agradável.
Parou, tomou um pouco de ar e caminhou lento em direção ao rapaz, de idade semelhante à sua, que se encontrava de olhos fechados e sentado em posição de lótus. Os cabelos muito dourados dele brilhavam ainda mais ao serem tocados pelo sol, a pele alva parecia tão suave quanto o vento que a acariciava.

– Shaka... – Chamou o ariano, sem pressa.

O rapaz continuou imóvel, pareceu não ouvir. Como não obtivera resposta, sentou ao lado do indiano sentindo a grama verde ceder ao seu peso. Levantou uma das madeixas douradas do amigo, soprou de leve em seu ouvido e observou-o remexer em desconforto e começar a rir.

– Pare, Mu. Já lhe pedi que não fizesse isso. – O jovem de Virgem tombou a cabeça para o lado de forma que o ombro protegesse a entrada do pavilhão auditivo, ainda ria. – Faz cócegas, seu bobo.

– Oras, diga-me outro jeito de chamar sua atenção enquanto medita que eu paro. – O cavaleiro de Áries bateu o dedo na ponta do nariz do amigo, divertido. – Então, vai correr comigo?

– Claro. – O indiano sorriu docemente. Levantou-se e fez um pequeno alongamento, para que preparasse o corpo para correr após tantas horas sentado a meditar.
Os dois rapazes tinham o costume de fazer algo juntos com freqüência. Ora treinar, ora correr, ora simplesmente procurar relaxar – obviamente, depois de certa insistência por parte do ariano-. Porque apesar de cavaleiros, eram adolescentes e o templo de Athena estava seguro. Não havia tanta necessidade pra rigor excessivo.

***

Virgem e Áries vinham diminuindo a velocidade da corrida e deixando os passos menos certeiros, a respiração já era forçada e as camisas estavam molhadas.

– Eu preciso parar. – O loiro ofegava.

– Eu também. – O ariano também tinha dificuldades, quando avistou um lago cristalino cerca de 50 metros à frente. – Só até lá. Vamos! Quem chegar por último lava a roupa do outro!

– O QUÊ? – O loiro gritou. O ariano já havia disparado. - VOLTE AQUI, MU! ISSO É INJUSTO! - Tratou de apressar o passo alcançar o amigo.


Os cabelos lavanda de Mu voavam tanto quanto ele próprio, mas o tibetano não pôde deixar de se assustar quando viu Virgem prestes a ultrapassá-lo. Com o susto, não percebeu uma pedra e tropeçou, caindo em cima do loiro.

– Seu trapaceiro! – O cavaleiro de virgem estava com as costas coladas ao chão e respirava pesadamente. – Eu ia ganhar.

– Eu tropecei. – O ariano também arfava, de queixo junto a um monte de grama. – Pare de choramingar. Você sabe que no fim eu iria ganhar.

O tibetano deixou os olhos se fecharem, cansado. O suor escorria-lhe pela testa, o cheiro da grama invadia suas narinas, mas ele gostava. Passados alguns segundos, o garoto se incomodou com o silêncio do indiano.

– Não fique tão quieto. Era certo que eu ganharia mesmo. Você sabe. Não sabe, Shaka? – O jovem tirou sua cabeça roxa do chão, estranhando. Abriu seus olhos verdes para se surpreender com o que via. – Shaka!

O loiro dava-lhe um aceno de mão, de longe. Do lago.

– Eu não me lembro da competição ter sido cancelada, Mu! O que faz deitado aí? Aja como um bom perdedor e venha aqui me cumprimentar! – Virgem lhe dava um de seus sorrisos mais sapecas.

– Ora essa, virginiano! Muito esperto! – Mu se endireitou, sentando-se ainda no lugar em que havia caído.

Shaka ainda ria quando viu o tibetano desaparecer.

– Mu?... – Shaka olhava em torno de si. – Arghh! Muuu!

O amigo reaparecera atrás do virginiano, prendendo-o com os braços e desaparecendo de novo. Quando Shaka se deu conta estava caindo de cabeça dentro da água fria do lago, junto a Mu.



– Seu cabrito do Tibet! O que pensa que está fazendo? – O rapaz tomava ar e tremia com o frio, tirando a franja loira que havia colado em sua testa.

O que o virginiano teve como resposta foi uma gargalhada explosiva de Áries.

– Cabrito não, carneiro. E... Eu posso ter perdido, mas ainda tenho o gostinho da vitória de ter te molhado. – Mu jogou um pouco de água no rosto do indiano.

– Espero que esse gosto dure, porque você vai lavar as minhas roupas... Cabrito. – Devolveu, com um sorriso vitorioso, o ataque do amigo com outro punhado d’água.

*****

A tarde vinha alta quando os rapazes subiam as escadas do santuário, retornando à suas casas. A trilha de pingos d’água se formava por onde passavam.
Chegaram à saída da primeira casa e com um sorriso no rosto, se despediram.

– Até amanhã, Shaka. – Áries acenava da porta dos fundos de sua casa.

– Até! – O loiro acenava de volta. – Ah, vê estas roupas? – Apontava a própria roupa de treino. – Amanhã as trago pra você dar um jeito. – O loiro riu, adorando provocar o outro, e seguiu para a casa de touro.

– Certo. Não sou um mau perdedor. – Áries sorriu e adentrou pelo seu próprio templo.

Estava cansado. Não. Estava exausto. Precisava de um banho. Queria dormir.

–--

Corria. Seus orbes verdes se recusando a ficarem abertos diante do vento. Corria.
Via um corredor à sua frente, fartos cabelos dourados. Cabelos que brilhavam muito com o sol. Por mais que corresse, que se esforçasse, não conseguia alcançá-lo. Quis gritar, a voz lhe falhou.
O loiro sumiu. Quis chorar. Sentou no chão, aborrecido. Abraçou os joelhos e enfiou a cabeça pelos braços. Seus cabelos de lavanda abraçando seu corpo solitário.
Sentiu uma mão pousar em sua cabeça. Uma mão quente, macia... Um cheiro que conhecia... Sândalo...
Levantou os olhos e deparou-se com o mesmo garoto que corria, com seu sorriso doce de sempre. Sorriu também.
Era impossível não sorrir diante do sorriso daquele ser tão meigo.
O loiro deixou a mão correr em seus cabelos de lavanda e, Mu fechou os olhos aproveitando a carícia.

– Shaka... – O Ariano gemeu baixinho.

–--


Mu sentou-se na cama em um sobressalto. O coração acelerado. Suava.

– Foi só um sonho. – Repetiu pra si mesmo, secando a testa com o dorso da mão.

Por Athena, o que fora aquilo? Era a segunda vez naquela semana que sonhava com o amigo... Daquele jeito estranho. Lembrou-se do sonho com certo calor no coração, algo morno que o deixava confortável. Chacoalhou a cabeça afastando aqueles pensamentos de si.

– Shaka é meu amigo. – Dizia como se tentasse convencer a si mesmo disso. – É melhor eu dormir.


O sol já batia forte em seus olhos. Deveria ser por volta de nove horas da manhã.
Áries levantou-se um pouco tarde, o que não era usual. O sonho havia feito perder um pouco do sono. Vestiu-se, tomou seu café e saiu pra olhar como estava o dia.

– Mu! – Touro abria um largo sorriso e vinha ao encontro do amigo da primeira casa. – Adorei o presente. Tinha muito tempo que não via um refrigerante da minha terra.

– Ora, Al. Que bom que gostou. – O tibetano sorria satisfeito de ter agradado.

– Veja o que tenho pra você! - O brasileiro entregou ao outro um recipiente grande, ainda sorrindo. – Lembrei-me de que é seu preferido.

O menor pegou o recipiente e o abriu, seus olhos brilhando ao ver conteúdo.

– Torta de nozes! Não acredito que você lembrou! Obrigado, Al! – Mu cheirava a torta já ansioso para comê-la. – Você está pegando pesado. Eu amo torta de nozes.

– Eu sei. - O taurino riu com felicidade. – Bem, está tarde. Tenho que começar meu treino. Até mais, Mu.

– Até. – Sorriu, ainda olhando a torta. – Já que você está apelando tanto, também vou te surpreender. Vai gostar mais ainda do que o refrigerante. Sabe que sou competitivo, vou ganhar isso taurino!

Touro riu.

– Que isso, ariano! Eu jogo com você porque somos amigos e é divertido. Não estou preocupado em ganhar. – O cavaleiro da segunda casa desceu as escadas passando por Mu e se dirigindo à área de treinamento.

Áries voltou à sua cozinha. Faca! Torta! Já!

O garfo descansava em sua boca. O que daria ao taurino que fosse melhor do que tudo que eles já haviam trocado?
O tibetano olhava para o teto, descendo os olhos chegou à sua armadura, que repousava montada. Brilhante... Dourada... Brilhante? Dourada? De novo, a imagem do indiano chegou-lhe à mente.

– Ah, Shaka. – Mu lambeu o garfo. Aquele calorzinho no peito de novo.

– Chamou?


– ARGH! QUE SUSTO, LOIRO! – A mão de Áries espalmada sobre o peito.

– Ué... Eu tava te chamando, você não ouviu. E você disse meu nome. - O loiro teimou.

– Disse nada. Eu disse “faca”. – Mu pegou a faca, mostrando-a ao amigo e logo depois cortando um pedaço da torta que Aldebaran lhe dera. – Senta, vem comer comigo. – Áries sorriu. Gostava da companhia do indiano.

***
Era tarde da noite. O tibetano sentou-se em sua cama, olhando o quarto vazio, a luz da lua que invadia a janela. Pensava... O que daria ao taurino? Precisava de algo interessante, que despertasse a alegria do outro. Queria, sim, agradar ao amigo, mas também queria sair vitorioso do jogo. Seu rosto de repente se iluminou, lembrara-se de algo dito por Aldebaran alguns meses atrás.
Teria que ir ao Brasil, agora!
Teletransportou-se.

***

Alguns dias se passaram desde então.
Shaka olhava desolado para o vazio templo de Áries. Há dois dias ele ia lá e não encontrava o amigo. Não tinha nem sinal de Mu. Não sentia seu cosmo afetuoso. Preocupara-se.

Um saltitante Afrodite pulava os degraus da escadaria do santuário distribuindo panfletos.

– Bom diaaaaa! – O pisciniano disse de maneira afetada.

– Bom dia. – Virgem sorriu. Dite era meio amalucado, mas sempre lhe tirava algumas risadas.

– Tome um pra você também! – Peixes entregou um panfleto para Virgem, mas não tirava os olhos do cavaleiro de Câncer, que treinava logo a frente. – Não vá faltar hein??

Shaka passou os olhos no papel, enquanto Afrodite dava mais uma espiada nas coxas grossas do canceriano.

– Jogos de verão?? – Perguntou desconfiado.

– É, gato. Não tem nada pra gente fazer. Então eu resolvi organizar alguma coisa pra gente se distrair por um tempinho – Ele piscou.

– É, pode ser interessante. – O indiano passou a mão pelo queixo.

– Lógico que vai ser interessante, amore! – Afrodite tinha um tom alterado. – Ei... Cadê o carneirinho???

– Também não sei. Estive a procura dele. – Shaka coçou a cabeça.

– Ué. Devia saber. Não vivem colados por aí?? – Afrodite afagou os cabelos do loiro com um sorriso malicioso quanto à Mu. Shaka não entendeu. – Bom, quando o vir entregue um panfleto a ele. – Disse o pisciniano, entregando a Shaka mais um panfleto e correndo para a área de lazer.

– Ta...

****

O tibetano retornou ao santuário, feliz com o que havia conseguido. Agora Touro ficaria sem palavras. Subia as escadarias, quando foi surpreendido por Escorpião.

– Olá, Mu! Você sumiu! – O escorpiano o cumprimentou

– Fui ao Brasil! – Sorriu safado, o ariano. – Quero ver Aldebaran fazer melhor do que eu.

– Que flores são essas? – Milo perguntou, curioso. Pensou um pouco. – Vocês estão tendo um caso?!!! – O jovem chocou-se.

– Claro que não! Não seja tolo. – Áries tapou a boca do outro, para que não gritasse. – São flores nativas do Brasil. Estão na lista de flores em extinção. Aldebaran só as viu pelo álbum de colecionador que tem.

– Ahhhhhh... – Escorpião olhava as flores. Eram magníficas. Tinha flores de várias cores, mas todas estavam no degradé do branco ao magenta. – São lindas!

– É, são mesmo. – O ariano apreciava as flores. – Agora eu o deixei enrolado. – Riu.

– Bem, boa sorte. Vou indo. Vou jogar baralho com Camus. Quer vir? – Milo perguntou.

– Fica pra próxima, tenho que resolver esse assunto.

***
As horas se passavam. Mu estava ansioso. Em pouco tempo Aldebaran estaria ali em sua casa e seria, com certeza, surpreendido. E tinha que falar com Shaka. Com certeza o amigo deveria estar preocupado com ele. O tibetano saiu sem dizer nada a ninguém. Mas como iria acordar Shaka no meio da madrugada para avisar uma coisa dessas?
Olhava o vaso grande com muitas flores. Tinha um sorriso maroto no rosto.

– Ei, Mu! Queria me ver? – O taurino chegou na sala do ariano e de repente parou de andar. Emudeceu, seus olhos não acreditavam no que viam. – MUUU!

– Eu seeeii! – Áries sorriu gostosamente, como se garantisse a vitória.

Aldebaran abraçou Mu, quase quebrando a coluna do tibetano. Lágrimas desciam em cascata de seus olhos. O taurino parecia realmente emocionado.

– E-Eu não acredito. – Ele soltou Mu e abraçou o vaso, tomando cuidado com as flores. – É a Nicotiana mutabilis!! A flor que muda de cor de branco pra magenta durante a sua vida!!

Mu nem sabia que as flores magenta um dia foram brancas. Nunca tinha visto flores que mudavam de cor durante sua vida. Começara a entender um pouco do fascínio do Touro pelas plantinhas.

– Eu vou te recompensar, ariano. Esse foi um presente pra minha vida toda!

– Fico feliz que tenha gostado! – O tibetano deu um tapinha nas costas do outro.

– Onde as conseguiu? – Perguntou, curioso.

– Me teletransportei ao Brasil e saí a procura.

O brasileiro sorriu, agradeceu mais uma vez. Outro abraço quebra-ossos foi dado ao cavaleiro dos orbes verdes.

Aldebaran levou as flores ao seu templo. Estava disposto a cuidar delas para sempre. Colocou-as em um lugar seguro, mas em que estivesse à sua vista.
O taurino sentou-se na entrada de seu templo, olhava as estrelas, como se pedisse um auxílio. Tinha que agradecer a Mu com outro presente. Algo muito especial.
Os jogos dos dois sempre foram simples, mas com esse presente... Touro queria dar ao amigo algo especial, que Áries queria do fundo de seu coração.

Baixou seus olhos ao ouvir barulhos de passos. Um loirinho apressado descia correndo as escadarias, pediu licença ao brasileiro para passar por seu templo e seguiu inquieto à casa de Áries.
Aldebaran viu o indiano correr e abraçar o ariano, que ruborizou dos pés à cabeça num instante e devolveu o abraço.

– Que bom que veio. Entre. – Ouviu o tibetano dizer ao loiro.

– Por onde andou? Matou-me de preocupação. – O indiano respondeu, um tanto irritado.

O ariano riu.

– Venha. Vou lhe explicar.

O cavaleiro da segunda casa olhou os rapazes entrarem no templo de Áries. Olhou as estrelas, um pensamento um tanto... inusitado lhe ocorreu, mas era só um pensamento. Um pequeno lampejo do que poderia ser uma grande idéia de como ajudar Mu. Não sabia se deveria levar aquilo a sério. Queria agradar o coração do tibetano e não lhe causar constrangimento desnecessário. Sacudiu a cabeça... meio que sem saber o que pensar.

O que poderia fazer? Qual era o desejo mais profundo do coração de Mu?




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Notas finais do capítulo

Espero agradar vocês. To começando a escrever agora.
E... Ainda to me acostumando com o site e tudo mais. Aprendendo aos poucos a mexer aqui. XD