Small Bump escrita por seaweedbrain


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

- E aí, sentiram minha falta? Um dia só sem fic, nem deu pra morrer.
- Uma pequena pausa pra amar a notícia do Liam com os dois rins funcionando: EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE lol há agora podem ler.



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Cinco anos depois.

– E o que você quer que eu faça? – Victória falou ao telefone, depois pegou uma colher dentro da gaveta da cozinha, despejando leite condensado em uma grande tigela. – Eu não sei como vou fazer isso, mas não vou voltar para Londres Giovanna, acho que Robert e a revista terão de se livrar sem mim. Estou ótima aqui por enquanto, e Emily... Bom, Emily está feliz.

– Tenho que ela ficaria melhor aqui, ao lado do pai e dos tios que a amam tanto, Victória. – Goularth pode ouvir o suspiro da amiga e depois ouviu uma porta bater. – O que foi isso?

– Acho que Letícia já voltou com Lily. – Victória mexeu algumas coisas que tinha em sua tigela grande alaranjada com uma colher de aço e viu o vulto de sua filha correr corredor adentro, achou estranho mais somente olhou para Letícia que sorria. – Ei, Wicthoff vou ter que desligar. Te ligo amanhã para saber mais detalhes está bem?

– Ei, nós não... Ah, tudo bem. Mande um beijo para pequena Lily, e diga que estamos todos com saudades. – Giovanna urrou do outro lado. – E diga que o padrinho chato dela está lhe mandando um grande abraço de urso.

– Mande um beijo para Elliot também. Até logo Giovanna. – Ela desligou o telefone e mirou Letícia que se sentava no banco que tinha a frente do balcão grande que separava a cozinha da sala de jantar. – E então, o que aconteceu com Emily?

– Passamos em uma loja de brinquedos e... – houve passos no corredor correndo. – Ela te explica.

– Mamãe. Mamãe! – Emily correu até Victória, a pequena garota que não tinha nem se quer um metro de altura estava com um vestido vermelho com branco rodado e os pés descalços por conta do calor, tinha o cabelo encaracolado preto solto com algumas presilhas prendendo sua pequena franjinha para o lado, mas a mesma se soltava dos prendedores caindo lisa para frente novamente. A pequena Emily tinha a pele parda, nem tão escura por conta do sol quente que tomava, e era um tanto magra, mas estava na medida ideal. – O passei com a tia Let foi tão legal, passamos em uma loja de brinquedos e ela me comprou uma boneca. – Victória olhou na mesma hora para Dantas que sorriu e levantou as mãos, indo em direção à geladeira. – Lembra-se dos bonecos legais que o papai me enviou uma vez? E que eu montei todos os casais deixando só o papai de fora? Então... Tia Let comprou uma boneca para mim, e é perfeita para o papai. – Emily por mais de ter somente cinco anos era uma garota um tanto hiperativa, falava bem e sempre aprontava. Não era uma criança ruim, porque Victória conseguia a educá-la muito bem, mas nem por isso ela deixava de ser criança, e Goularth nem de longe impedia isso. Lily mostrou os dois bonecos para sua mãe, um era a copia exata de seu pai, e a outra era... A cópia de Victória. Era uma boneca fora do proporcional, era bem menor que todas as outras, bem pequena. Ela usava um short jeans e uma blusa branca com “Star” na frente, e uma jaqueta vermelha que combinava com seu sapato all star no pé, tinha o cabelo solto em grandes ondas e era preto, sua maquiagem bem delineada, Goularth quase jogou aquele vodu para longe dali, se não tivesse paralisada. – Ela é linda não é mamãe? – Emily perguntou com seus grandes olhos verdes esmeraldas que fitavam a mãe com ansiedade, Victória sabia que nem de longe sua filha tinha feito aquilo inocentemente.

– Ela se parece comigo, Emily.

– Exatamente. Mas esse é o ponto. – ela falou como uma adulta, pegando os bonecos da mão de sua mãe e lhe dando um beijo na bochecha. – Agora, se não se importam meninas, eu preciso realmente ir arrumar um casamento explendido no meu quarto. – Emily estava lendo um dicionário e por isso, falava palavras confusas para a maioria dos adultos, mas ainda sim as pronunciava de um jeito enrolado e engraçado. Ela saiu calmamente da cozinha olhando para trás somente quando chegou ao correrdor. – Fome. Mamãe. – e depois sumiu correndo dali. Goularth mirou Dantas automaticamente, a mesma bebia um copo de água e olhava vidrada a cena, depois deu leves palmas rindo.

– Não é engraçado, Dantas. – Goularth se concertou indo para o seu fogão e tirando o bolo que preparava de lá de dentro, deixando por cima do balcão grande de mármore.

– É sim. Assim que entramos na loja, ela já foi ao corredor das bonecas, acho que já tinha visto antes. Quando ela pegou a sua cópia eu não tinha entendido muito bem, mas daí ela foi falando no caixa como o pai dela era o único solteiro do grupo. – Letícia riu, como se terminasse de contar uma grande piada. – Ah! Qual é Vick? Vai dizer que a sua filha não tem criatividade?

– Tanto que me assusta. – Goularth que estava realmente muito atordoada tirou o bolo da forma, o confeitando depois. – Não vai trabalhar hoje?

– Greve. – Dantas deu ombros. – Vou descer porque tenho um encontro com Lucas daqui a três horas, nos falamos mais tarde. E Vick... Não surte! – Goularth quem deu de ombros vendo a amiga ir embora. Letícia era prima de segundo grau de Victória, e fora a única que a acolheu depois de toda a mudança. Goularth agora vivia no Brasil junto a Emily desde que a garota tem quatro semanas de idade. Tinha deixado Zack depois do acontecido, e o mesmo só tinha visto a filha duas vezes em toda a vida que fora quando veio em turnê e recentemente que veio a passeio, e todas essas vezes Victória fazia de tudo para não ter que ver Zack, os dois se falavam por telefone, muito brevemente, mas tinham mesmo contato somente por Lily, que achava os dois formarem um casal lindo. Desde que se mudou, Vick conseguiu trabalho em um dos jornais locais – Veja! – e desde então trabalha lá, agora como produtora chefe, mas recentemente recebeu um lindo convite de Robert, que estava tentada a aceitar e colocar tudo a perder. Giovanna a infernizava com isso há meses, porque a amiga só tinha mais um mês para decidir tudo, se ela fizesse o que Robert tivesse a proposto, ganharia dinheiro mais do que ganhou esses cinco anos. Mas a questão não é nem o dinheiro e sim, que se Victória for mesmo fazer a tal matéria, os riscos de ser sócia de uma revista crescem, e quem sabe ter sua própria. Ela gostava de pensar nos lados positivos, já que o lado negativo tinha um grande peso, e a fazia desistir de tudo na hora: Zack. Mesmo que já tenha se envolvido com outros homens depois que chegou a São Paulo, era Zack quem dominava seus sonhos há cinco anos, quem ela desejava ferozmente, e quem ela queria esquecer vividamente. Mesmo agradecendo Donovan todos os dias da sua vida por ter dado a pequena Emily, Goularth ainda desejava poder voltar ao passado e negar o drink de Zack, ele infernizava sua vida... Mesmo de longe. E não, o mesmo não casou com Larissa, mas isso não signifique que tenha diminuído a raiva de Vick.

– Emily... – Goularth gritou cortando um pedaço do bolo e colocando o prato de frente ao balcão com um copo de leite ao lado. Lily apareceu dessa vez com as mãos vazias, Vick não sabia como isso tinha acontecido porque na verdade a menina sempre viciava em um só brinquedo quando comprava, e como toda criança o acabava esquecendo depois, mesmo Emily sendo diferente nesse aspecto porque a menina brincava com todos os brinquedos que tinha possíveis, ela sempre se esquecia dos mais velhinhos. – E então minha filha, como foi o passeio com a sua tia?

– Foi legal mamãe. O parque estava cheio hoje aliais, e eu vi cachorros lindos. Nada de ter um? – ela falou enquanto comia depois fez um pequeno bico de tristeza.

– Se a senhorita aprender a comer de boca fechada, eu posso até pensar. – Emily arregalou os olhos verdes e sorriu com a boca fechada, comendo outro pedaço do bolo de sua mãe em seguida. – Seus padrinhos lhe mandaram um beijo.

– Falou com papai? – Emily sempre perguntava aquilo quando sabia que sua mãe tinha conversado com Giovanna, o que deixava Goularth um pouco perturbada.

– Não, pelo que entendi seu pai estava em reunião na gravadora. Mas podemos ligar para ele mais tarde se você quiser. – Victória ficou feliz com o sorriso que a filha deu de orelha a orelha. Emily adorava falar com seu pai, e quando fazia isso todos ficavam feliz, tirando a perturbação de Vick por ter que ligar para o mesmo.

– Sério? – dessa vez ela não aguentou e falou mastigando, fazendo Vick rir.

– Sério.

As duas foram para a sala depois do banho de Emily que carregada seu pai e sua mãe bonecos no braço e se sentou quieta no sofá esperando sua mãe que veio com o telefone já discando o número. Chamou uma, duas, três vezes e a voz que a fez perder o consciente atendeu do outro lado da linha. Era a primeira vez que falava diretamente com Zack sem ter algum problema certo para lhe contar ou algo sobre Emily, porque ela nunca discará o número do rapaz antes, somente quando muito necessário.

– Alô. – ela ouviu a voz de Zack do outro lado, parecia que havia acabado de acordar.

– Oi Zack. – ela pensou em quão informal poderia ter passado e sentiu vontade de se bater engolindo á seco. – E a Victória.

– Victória? – ele pareceu surpreso por um instante. – Victória Goularth? O que aconteceu... Algo com Emily? Ela está bem?

– Fique calmo papai. – Vick riu nervosamente e Emily a olhou indiferente. – Sua filha está bem e eu vou passar para ela. – Goularth nem ao menos esperou Donovan se despedir e já passou o telefone para a filha com as mãos tremulas, era sempre assim que ela ficava quando falava com Zack.

– Olá papai, é muito tarde em Londres? – Emily falou com sua voz doce, e Victória percebeu como triste ela ficava por falar com o pai por um aparelho telefônico. Claro que ela sabia disso, porque toda noite Emily fazia questão de rezar e orar para ter seu pai perto dela algum dia, o que deixava Goularth um tanto irritada com aquilo. Pensou que poderia proteger a filha, e lhe assegurar a ter uma infância melhor longe de seu próprio pai. Quanto tola ela era agora. – Sim papai, eu estou bem. Hoje eu sai com tia Let e ela me comprou uma boneca idêntica a mamãe. Agora papai, você não é mais solteiro dos meus bonecos. – Vick respirou pesadamente com Emily falando. – Mamãe está bem, está aqui olhando pro nada, daquele jeito que ela faz quando ela fica nervosa. Bem que o senhor disse que o sorriso de surpresa dela era o melhor, porque hoje quando eu mostrei a boneca para ela, ela sorriu tão bonitinha. – Emily riu da sua própria mãe que balançou a cabeça e se levantou, nunca ouvira uma conversa da filha com o pai, porque isso a perturbava muito à noite, então resolveu sair dali indo para a cozinha, mas mesmo assim ainda podia ouvir. – Quando virá me ver novamente papai? – a pequena Lily sempre fazia a mesma pergunta, e sempre obtia a mesma resposta “Logo, minha princesa” era o que Donovan falava, mas esse logo nunca realmente chegara. – Acho que eu tenho que desligar, preciso dormir. Amanhã tia Let vai me levar no aquário, não sei se a mamãe vai porque ela anda muito estressada com o trabalho. Queria que você estivesse aqui para ir comigo papai. – Vick pode ver que mesmo de costas sua filha sorriu, ao pular e saltitar na frente do sofá e se virar na direção da mãe com um sorriso de orelha a orelha como se tivessem lhe dado um presente. – London Eye? Sério? Ela é muito grande papai, eles vão me deixar entrar? Sou tão pequenininha. – Emily fez uma cara de choro, e Victória se aproximou batendo dois dedos no pulso mostrando que já era hora de desligar, ligações para Londres não eram baratas do Brasil, mas esse na verdade nem era o real problema ali. – Papai, vou ter que desligar. Fique bem e eu te amo sempre para sempre. – Emily fez um barulho de beijo no telefone e desligou entregando para a sua mãe.

– E então... Vamos dormir? – Victória limpou a garganta e sorriu para a filha forçadamente que deu a volta no sofá e foi correndo para o seu quarto com uma expressão de choro no rosto, Goularth foi atrás encontrando sua filha sentada completamente encolhida ao lado da casa de bonecas em seu quarto. – Emily, minha querida, o que aconteceu?

– Papai disse que vai me levar a London Eye, mamãe. – ela disse chorando, aquilo quebrou coração de Victória. – Ele me disse que quando eu for maior de idade eu vou poder ficar um tempo com ele e um tempo com a senhora. Mas mamãe falta muito ainda, eu quero meu pai agora. – a menina recomeçou a chorar de soluçar e Goularth a abraçou limpando suas lágrimas em seguida.

– Escute minha filha... – Vick levantou a cabeça de Lily lhe dando um beijo na ponta do nariz. – Esse tempo vai passar rápido, e logo você verá seu pai, sabe disso. Não fique magoada, ele também sente saudades.

– Você também sente falta dele mamãe? Porque vocês... Vocês não são casados como os pais das minhas amiguinhas? – Ouviu aquilo da própria filha fez cortar o coração mais ainda de Victória, ela se lembrou vagamente de quando tinha a idade de Emily e perguntava para a sua avó porque não tinha pais como as amiguinhas dela. Emily os tinha, mas os tinha separado fazendo assim parecer bem mais doloroso.

– Está na hora de dormir pequenina. – Victória levantou-se e puxou Emily para o seu colo indo para a cama com ela e a deitando lá em seguida. – Você escapa hoje de escovar os dentes, mas amanhã escovara o dobro está bem? – ela beijou a testa da filha acendendo o abajur ali do lado da cama da menina que tinha medo de escuro. – Boa noite minha filha. – a menina se virou para o lado, mas Victória sabia que ela não iria dormir, simplesmente pelo fato de que ouvia sua filha soluçando de chorar no meio da noite.



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Notas finais do capítulo

- E então? O que acharam? comentem meninas, x.