Um Recomeço Para Percabeth escrita por Miss Weirdo


Capítulo 25
O final.




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POV ANNABETH










–Kassandra!


Ela olhou para mim, instintivamente.

–Você?!

–ARGHHHH! - gemeu a mulher grávida.

–Você! Você está aqui tentando matar ela, não está, K?!

–Shhh!!!! Vamos acabar irritando ela!

–ARGHHHHHH!!!!! - gemeu de novo a mulher, segurando sua barriga com força.

–Vem comigo - ela disse, vindo perto de mim. Segurou meu pulso e me puxou até a porta do banheiro. Nós entramos e ela fechou atrás de si.

–O que você está fazendo aqui? - perguntei.

–Catarina é minha tia!

–Hum??? - perguntei, confusa.

–Ta na cara que você não sabe de nada. Catarina é a mulher grávida. Eu estou aqui para cuidar dela! Jonathan é muito pequeno para entender.

–Jonathan é seu primo?

–Sim. Dã.

–Mas você é K!!! Você não é confiável!!!

–Pois é. Você diz que eu não sou confiável. - disse ela me encarando, tirando seu cabelo preto e curto para longe do olho verde - Mas de onde você tirou essa ideia?! Eu tive motivos para roubar a esfera cristal!

–E esse morivo seria sua irmã? - disse sem paciência.

Kassandra então olhou para cima e fungou. Ficou calada e se apoiou na parede.

–Desculpe...

–Você tem razão. Eu não devia ter roubado a esfera cristal. Eu deveria saber que eles a pegariam...

–Não! A culpa não foi sua! - O QUE EU ESTAVA FAZENDO? CONSOLANDO KASSANDRA? - eu faria a mesma coisa.

Então comecei a chorar. Eu não sabia o motivo. As lágrimas apenas saíram, sem aviso antes. Kassandra também. Ela me entendia.

–Eu... Eu estou querendo salvar o novo deus! Eu queria que Percy recuperasse a memória e nós pudessemos voltar a namorar! Falhei com ele, não posso falhar com mais alguém - finalmente me livrei daquele peso enorme que estava tomando conta de mim.

-Minha irmã morreu! - disse ela - meu pai também. Só tenho Jon e minha tia! Só eles!

 Fomo interrompidas por um gemido de Catarina.

–Tenho que ir lá, ajudá-la... - disse ela, limpando as lágrimas com a mão.

Ela saiu e eu fiquei lá. Por que ela iria querer fazer algum mal a sua tia? Talvez ela quisesse fazer algo ao seu futuro primo deus, para se tornar deusa no lugar dele... Tudo muito estranho.

Funguei e me levantei. Eu ia ter que dar um explicação pra todos.

Abri a porta e saí. Caminhei pelo quarto e Kassandra estava pondo um lencinho úmido na testa da tia.

Andei pelo corredor e cheguei na sala.

Halley e Marina estavam dormindo. Percy estava tentando pegar no sono. Ane estava brincando com sua espada, Don estava fazendo tricô e Danna estava brincando de transformar a luz do abajour de branca para roxa.

–Você demorou... - disse Percy - já são quatro e quinze da manhã.

–Ah. Não houve nada demais.

Deitei no chão, pois no sofá não cabia mais ninguém.

Dormi.


DREAM MODE ON


–Hello! You are back!

–Oi Janette. Como é que vai?

Me surpreendi com aquele sonho. Reconheci aquela voz na hora. A última vez que eu sonhei com a Janette foi quando eu havia chegado no acampamento! Meu primeiro dia lá.

A Janette é meio que uma amiga imaginária de quando eu ainda morava com meu pai e tinha que aturar Jane e meus meio irmãos. A Janette é uma melhor amiga. Eu havia parado de sonhar com ela quando eu comecei a ter amigos reais. Eu havia reconhecido ela porque ela sempre me dizia a mesma coisa quando eu ia sonhar com ela: Hello! You are back!

–Bem! e você?

–Nada bem, baby.

–Porque gatz?!

–Vem que eu te conto.

Puxei ela para uma árvore e sentamos em baixo.

–Ta tãooooo quente hoje né?!

–Ta sim! Quer que eu mude o clima?

–Quero só que você nos traga um sorvete!

Fechei os olhos e imaginei dois picolés de abacaxi. Um na minha mão e outra na da Jan.

Hora que abri, eles estava lá.

–Delicia!

Nós duas adoramos sorvete de abacaxi.

–Você mudou, Jan.

–Você mudou, Annie.

Rimos juntas.

–Tinha esquecido de que era tão bom ficar com você! - dissemos juntas e rimos mais uma vez.

Janette era tão baixinha da útima vez que eu tinha visto ela! Agora era mais alta que eu! Ela tem a pele bronzeada e cabelo castanho claro. Eles são lisos até o ombro. Seus olhos eram pretos.

–Annie, agora me conte.

–O quê.

–Por que você está triste?

Suspirei e fechei meus olhos.

–Meu namorado perdeu a memória.

Ela arregalou os olhos.

–Tadinha de você!

–Eu sei...

–Me conta como!

–Vamos lá então...

–Não! Tenho uma ideia melhor! E se você imaginasse uma tela e o momento aparesesse na TV?

–Pode ser...

Imaginei aquela tela.

Ela apareceu.

O dia voltou na tela, de acordo com minha visão, como se fosse uma câmera que gravou tudo pelo que eu vi naquele momento.

A cena terminou e Jan olhou pra mim.

–Sinto muito...

–Não! Você não teve culpa! Vem, vamos curtir esse tempo juntas!

Agarrei seu pulso e corri pelos campos com ela atrás.

Curtimos muito. Conversamos, nadamos nos riachos, roubamos frutas da feira, fizemos tudo!

–Foi um ótimo sonho!

–Foi mesmo, Annie. Pena que você vai acordar agora.

–O que?

Do nada, Jan começou a gritar muito alto, com a voz do Percy: Annabeth! Annabeth! Annabeth!


DREAM MODE OFF



Abri os olhos super assustada. Percy estava me sacudindo e gritando meu nome.


–Acordei seu abestado!!!

–Annabeth! Já são cinco horas da tarde!

–O QUE?

–Você dormiu treze horas! Ta tão dificil de entender? - disse Danna.

–Não creio!

Olhei ao meu redor.

–Onde estão as meninas?

–Aqui! - disse Marina, entrando na sala.

–E aqui! - disse Halley, a acompanhando.

–Fomos andar a cavalo! - disse Marina.

–Não. Ela foi andar a cavalo. Eu fiquei brincando de jogar gravetos para o Chay! - completou Halley.

–Eita meninas!

–Tem um pé de goiaba muito legal que dá pra subir! - disse Marina.

–É. E essa louca resolveu subir - começou Halley - Então ela esbarrou em um ninho de vespas. O ninho caiu no chão e explodiu. Então as vespas nos seguiram e saimos gritando e correndo. Passamos por um galinheiro, que para mim foi uma tortura, já que eu odeio galinhas. Elas se irritaram e correram atrás da gente! Eu tive que saltar de uma montanha para me livrar delas! - terminou ela, tirando um matinho do cabelo crespo que estava mais crespo ainda.

–Eu fui picada! - gritou Marina.

Me lembrei do que Ane havia dito quando estava no portamalas inconsciente. Vinte e três de janeiro. Sete horas. O bebê nasceria daqui duas horas! Tinhamos que nos preparar!

Fizemos uma comida boa o suficiente, o banho especial do deus, uma fogueira do lado de fora, uma decoração digna e uma limpeza geral. Eram seis e meia quando terminamos.

–Pronto! Tudo pronto para o nascimento do novo deus! - disse.

Todos estavam satisfeitos.

Algo me cutucou. Era Jonthan.

–Oi Jonathan! O que foi?

Ele puxou minha blusa e apontou para a porta.

–Quer me mostrar alguma coisa la fora?

Ele assentiu.

Saí com ele e ele me apontou a torre de observação.

–Quer ir na torre?

Ele assentiu, de novo.

–Mas é muito longe.

Ele agarrou minha blusa e me puxou pelo caminho.

Era longe mesmo. Demorou quinze minutos de caminhada difícil pelo meio da floresta. 

Chegamos. Era muito alto. Monstruosamente alto. Jonathan então deu a volta correndo e eu o segui. Ele entrou e subiu toda a escadaria. Eu fui atrás.

Chegamos no alto e ele parou de correr. Tivemos que dar a volta para chegar no posto de onde se via a casa. Andamos até chegar, mas eu não prestei atenção na vista, apenas em Jonathan. Alguns postes iluminavam o caminho de baixo. Tudo parecia pequeno. Bem pequeno mesmo!

–O que foi Jonathan?

Ele apontou para a casa, que até então eu não tinha visto.

–O que tem de especial la que eu não...

Parei. Gelei. Tudo. Eu quis gritar com o que eu vi.

Os postes de iluminação ao redor da casa estavam formando uma letra.

A letra K.

–JONATHAN?! AQUILO É MESMO UM K?

Ele acentiu novamente. Então revirou sua mochila e suas cartelas, até achar uma com um desenho. Ele me mostrou.

Era uma bomba.

–O que você quer dizer? Quer dizer que este K está cheio de bombas?

Ele acentiu novamente.

–Vai tudo explodir?

Mais uma vez, sua cabeça mexeu de cima a baixo.

–Droga! Que horas?

Ele remexeu e pegou uma cartela com um numero.

Sete horas.

Quer dizer então que Kassandra não era K. K era o formato que as luzes formavam! e TUDO IRIA AOS ARES! As sete horas! O deus nao iria nascer as sete! As bombas explodiriam as sete!

–Vamos Jonathan! Temos que avisar todos!!!

Saí correndo e ele foi atrás. Descemos os degraus quase que voando. Corremos pela floresta igual uns loucos. Tinhamos gastado cinco minutos lá. Corremos com a maior vontade de todas para voltar para a casa. Foram cerca de 14 minutos, apesar do esforço. Tinhamos apenas um minuto para tirar todos de dentro da casa.

Chegamos lá. Abri a porta com meu pé. Gritei para todos sairem da casa, e eles me obedecerem.

–O QUE ESTÁ ACONTECENDO? - perguntou Ane.

–SEM TEMPO PARA EXPLICAR!

Todos sairam. Pude avistar todos eles em um campo seguro.

–Todos aqui!

Estavam todos lá.

Não. Catarina e Kassandra estavam tentando sair.

–Droga! - gritou Halley quando percebeu.

–KASSANDRA!!!

Pude ver ela correndo com Catarina no colo.

10. 9. 8. 7. 6 ...

–Elas não vão conseguir!

Fui correndo morro abaixo. Kassandra empurrou Catarina para mim.

–Eu não consigo... Eu sou uma inútil...

Kassandra então se jogou morro abaixo

3. 2. 1.

–NÃO!!!

Tudo ficou quieto por um instante. Tudo ficou brilhante. Ouvi apenas um barulho, como um apito. Uma dor terrível cortou meus ouvidos.

Explodiu.

Tudo foi aos ares. Tudo.

Olhei para os lados. Estavam todos bem. Então expliquei tudo. Desde o observatório até aquela hora.

Uma parte da minha perna estava destruída. Mas agora não era hora para meu drama. Eu tinha que ver se Catarina estava bem. Afinal, no meio da explosão eu pulei na frente dela para protege-la.

Olhei. Ela estava ótima. O sol destava se pondo. Um raio dourado desceu do céu. Todos se aproximaram de mim. A luz dourada iluminava Catarina.

–Está na hora - disse Danna, maravilhada.

–Don, você é o mais forte daqui. Faça o parto - disse Marina, sem tirar os olhos dela.

–Eu não quero fazer um parto - disse Don, com nojo.

–Acho que você não entendeu, então eu vou repetir. Faça o parto.

Pelo visto, Don ficou com medo, pois se apressou e aproximou-se da grávida.

–Eca! Essa é a pior cena da inha vida!

Don olhou para trás e vomitou.

–Sai daí seu molenga! - gritou Danna.

Ela se abaixou e disse:

–Vou por um feitiço em você para não doer, certo?

–VAI LOGO! - ela gritou.

Danna recitou umas palavras, logo a mulher parou de gemer. Acho até que ela soltou um suspiro de alívio.

–Faça força no três. Um. Dois. Três!

A mulher fez força. Logo Danna estava segurando um minúsculo ser.

–Pronto! Esse aqui é seu bebê.

Danna entregou o pequenino a sua mãe.

–Que lindo!

Ela pos o bebê na grama.

–O que você está fazendo? Não se pode por um bebê no chão!

Mas então, o bebê que chorava ficou iluminado em luz amarela. Ele então cresceu e virou um adulto.

–Annabeth, feche a boca senão entra mosquito! - disse Halley.

–Boa noite, jovens aqui presentes. - ele começou.

Era uma imagem incrível. Era um Deus de apenas alguns minutos de vida, que acabara de nascer em frente aos meus olhos. Ele brilhava, com os olhos cheios de energia.

–Você cresceu!!!

–Sim, estou do tamanho de um homem adulto.

–Nossa. Me diz, como você pode ser um Deus nascendo de uma mortal?

-Esses são mistérios que apenas nós, os imortais, saberemos.

–Eu vi o que vocês fizeram pela minha mãe. Vocês a salvaram. Por isso vou conceder um desejo a vocês. Qualquer coisa.

Todos se animaram.

–O que você vai pedir, Hal?

–Ainda não pensei. E você Má?

–Também não.

O deus enrubeceu.

–Acho que vocês não entenderam. Eu vou conceder um desejo para todos vocês, não um para cada um.

Todos ficamos calados.

–Gente... - começou Percy - eu acho que deveríamos pedir que a Kassandra voltasse... Já que ela não era a culpada.

Todos assentiram. Mas percebemos duas sombras brancas brilhantes atrás de Percy.

Era Kassandra. Kassandra era um espírito. E ao seu lado estava uma sombra menor. Uma menininha. A irmã de Kassandra.

–Não. Não pessam que eu volte. Por favor. Eu finalmente encontrei a paz. - ela disse. Sua voz estava ecoando num sussurro - se querem uma dica, olhem para Percy. Acho que ele perdeu alguma coisa.

Todos olhamos para Percy. Kassandra e Madu sumiram.

–Gente, acho que deveríamos... - Marina começou.

–Sim - disse Don.

–Devemos - concordaram Ane e Danna.

–Então está decidido - começou Halley - queremos que Percy recupere sua memória.

Eu e Percy arregalamos os olhos.

–Então tá - disse o deus. Ele estalou os dedos e subiu aos céus.

Olhei ao lado e Percy pos a mão na cabeça. Então olhou pra mim e se aproximou. Ele me envolveu em seus braços e disse:

–Eu te amo - ele sussurrou no meu ouvido.

–Eu também te amo - sussurrei no dele.

Então, como se nada mais existisse, nós nos beijamos.


Fim



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