Distrito 5 - A Força Da Inteligência escrita por BelleJRock


Capítulo 9
Capítulo 9




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   E a mesa silenciara. Não sabia que já ter uma estratégia faria tanta diferença. Rodney deu um sorriso, seria um bom sinal? E então, perguntou:

  - E qual é a estratégia da sabida? – Fiquei observando todos á mesa pensando se iria dizer na frente de todos. – Tudo bem. Falaremos disso depois. – O jantar foi silencioso e até tedioso.

   Nesses dois dias somente focou no centro de treinamento. Fiquei treinando muito, concentrando em mim e observando os outros. Foi tudo tão rápido, sentia falta da minha família e da comida da minha mãe, das brigas com meu irmão e de tudo. Sempre que estava aprendendo algo fazia por fazer. Já não era algo que me orgulhava. Mas foi no último dia em que fui á estação de reconhecimento das plantas que se erguia uma espécie de máquina que se chamava computador(Bem maior , na verdade). Tinha vários pares de imagens de plantas, flores e ervas espalhadas pela tela. Era simples, achar os pares que também eram distribuídos nos teclados. Porém apertar somente quando a característica da planta que aparece na tela for correspondente.

    Comecei a apertar as plantas de acordo com suas características. Era fácil, muito fácil. Meus dedos se lançavam contra o teclado e apertava freneticamente sem nenhum erro. Jamais tocara num computador antes, e aquilo me lembrava o distrito 5 de todas as formas. Terminei tudo corretamente, espero somente ser rápida na Arena também.

       Ethan e Eu estávamos na varando do nosso apartamento junto com Rodney para falarmos sobre a estratégia e depois ter nossas sessões individuais com os idealizadores. O momento que poderia definir nossa vida na arena quando precisarmos de ajuda: os patrocinadores.

        Conversamos muito, porém Rodney andava mais quieto e melancólico. As faltas de suas barrinhas o fizeram mal. Ethan desistira de tentar me copiar em tudo e acabou treinando um pouco em cada estação. Mas se dava muito bem com animais, consegui convencer ele á acreditar nisso. Estávamos nos dando bem melhor agora e expliquei um pouco do que andava pensando para a arena:

        - Não quero matar, Rodney. – Eu disse claramente á ele.

        - Então morra. – Disse Rodney.

         -Não matarei e fim, Rodney. Sei um jeito muito mais ético. – Eu continuei minha proposta.

        - Ética? – Rodney deu uma gargalhada e continuou – Não existe ética lá, está bem?

         - Eu vou ser ética. Eu. Não me importa os outros. Não adianta o que você diz, eu irei fazer o que estou pensando e gostaria que você parasse com esse sarcasmo e nos ajudasse, obrigado. – E o silêncio caiu sobre nós como o vento que começou a soprar nossos cabelos desajeitados.

         - O que está pensado? – Ethan depois de sua quietude anormal,  perguntou á mim.

        - Observar. Entender. Sobreviver. Junto com a minha ideia de não matar e me esconder.

        -Ahn...

          - Observar tributos, entender seu modo de sobrevivência, e o que ele não conseguiria viver sem (me lembrava muito dos carreiristas), e usar isso como um modo de sobrevivência. Enfraquecer eles. Ou então, eu usar suas ideias á meu favor.

          -Uau. Você é ótima. Não conte isso á ninguém. Se conseguir praticar isso na arena continue com a ideia de uma nota não tão alta, porém algo que consiga alguns patrocinadores. Se você precisar muito de algo.

          - Com certeza. – Eu confirmei.

          -Eu mereço barrinhas por isso, mas não, nunca tem. – E ele chegava com esse papo de barrinhas de novo. Respirei fundo antes que eu gritasse de novo com ele. – Bem... O que farão nas suas seções individuais?

          - Eu podia fazer algo relacionado com os animais. – Disse Ethan. Uma palavra dele com confiança é algo ótimo de se admirar.

          - Com certeza. –Confirmou Rodney – e você? – Disse penetrando seus olhos vazios em mim.

          Eu não fazia ideia. Eu não sabia o que fazer. Acho que não pensei muito bem no que fazer lá, sei que não posso impressionar muito, mas como conseguir uma nota razoável? O que eu faria?

           - E aí? Vai fazer o que? – Disse Rodney que esperara uma resposta minha.

           - Er... Eu pensei que... Bem...

         - Você não sabe?

         - Não. – Admiti friamente.

          - Não tenha vergonha. – Riu Rodney. – Faça algo em que não é muito boa. Quando conseguir a atenção deles e faltar somente alguns minutos na sua seção você faz algo que é ótima.

           - Mas...

           - Não venha com ‘’mas’’. É isso, ou tem algo melhor?

           - Farei isso então. – Eu tive que engolir á seco e acabar aceitando aquilo.

           Ficamos conversando um pouco mais sobre cada tributo tentando descobrir qual seria suas respectivas notas, até que fomos ordenados á descer. Rodney nos levou de novo ao centro de treinamento, mas dessa vez ficamos do lado de fora dos portões. Era um corredor metálico, quente e pouco iluminado. Havia pacificadores por todo lado e uma fileira enorme de bancos era ocupada pelos tributos, sentamos e ficamos esperando ser chamados. Foi algo desconfortante. Ficar em meio de todos ali, bem silenciosos vendo seus rostos nervosos. Glimmer... Clove... Cato... Foram algum dos nomes que gravei e que foram chamados. Muito saíram contentes e confiantes enquanto sorriam para nós. ‘’Ethan’’. Chamaram-no, fiquei olhando fixamente para parede enquanto ele ia em direção aos portões, ele olhou para trás de novo e então murmurei ‘’ você é bom’’. Ele respirou fundo e atravessou o portão.

      Vinte minutos se foram quando Ethan saiu daquela porta e foi seguindo direto para o elevador. Saberia que meu nome seria o próximo e assim veio. Tudo começou a girar e o suor veio frio. Encostei nas maçanetas polidas á ouro do portão e vi o centro de treinamento muito mais vazios com apenas algumas estações, era pouco iluminado e me deparei com os idealizadores se deliciando num banquete digno enquanto riam e bebiam muito. Chegou agora minha vez. 


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