Distrito 5 - A Força Da Inteligência escrita por BelleJRock


Capítulo 6
Capítulo 6




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Eu não sabia nem dizer se eles eram humanos. Tinha peles de todas as cores, cabelos coloridos, roupas coloridas, unhas coloridas, sapatos enormes, roupas extravagantes, caras lúcidas. A capital era enorme e horripilante. O trem parara e então Avery anunciou que deveríamos sair, seguimos num túnel metálico que nos levava até um elevador. Meu pai falara sobre os elevadores... Era surpreendente aquela coisa. Subimos juntos e chegamos á um local enorme. Um pouco escuro, mas tinha várias cabines com luzes mais forte. Uma equipe de três pessoas da capital esperava lá em cada compartimento. Dentro de cada havia uma mesa de metal com luzes em cima, balcões ao redor com coisas que nunca vi na vida. Fui sendo guiada por Avery e via muitos dos tributos que já começava a preparação, me senti constrangida já que alguns estavam nus quando eu passava, somente virei o rosto. Será que eu teria que ficar nu para minha equipe?

E lá estava minha equipe só de mulheres esperando-me. Assim que cheguei elas deram gritinhos de alegria e davam pulinhos idiotas. Avery me deixou lá e me mandaram sentar-se à mesa de metal. Elas ficaram me encarando e trocavam olhares até que uma mulher de cabelo vermelho e verde, magricela e alta disse:

- Adorei a cor do seu cabelo. Vamos transformar você na garota mais deslumbrante da capital – Ela disse e deu um risinho. Todos precisavam dar risinhos enquanto falavam por aqui?

- Obrigada. – Tive que agradecer e ser gentil com aquele povo.

-Ótimo. Então vamos começar! Tire a roupa e deite aqui. – Ela disse. Tirar a roupa? Não mesmo! Eu não vou ficar nua em frente aquelas mulheres estranhas. Hesitei e fiquei encarando elas. – Não se acanhe. Vamos! Estamos entre mulheres, não precisa ter vergonha. – Ela abriu o botão de seu jaleco e ficou nua da cintura para cima. – Está vendo? Sem problemas. – Ela botou suas roupas de cima de novo e deu um risinho. Eu estava vermelha de raiva e de vergonha, que atrevida! Mas precisavam ‘’arrumar-me’’, então acabei despindo-me e deitei na mesa de metal. Eles começaram a jorrar água em mim por meio de um chuveirinho, estava tão refrescante, podia sentir toda a sujeira indo embora. Depois me secaram. Colocavam algo quente em todas as partes que tinham pelos e puxavam com um papel. Para que aquilo? Doía muito. Passaram vários produtos em todas as partes do corpo, e quando cortaram meu cabelo me segurei para não sair correndo dali. Por fim estava pronta, me deram um vestido simples e branco e fiquei deitada na mesa durante alguns minutos enquanto minha estilista não vinha. Não me dei ao trabalho de perguntar nada para evitar constrangimentos maiores.

E então chega uma mulher. Ela devia ter somente 20 anos, mas era exatamente como eu imaginava. Tudo estava com cor de ouro com muito brilho. Seus saltos enormes, sua saia colada até o joelho, uma blusa e por cima um casaquinhos com enchimentos enormes nos ombros. Um laço enorme que se amarrava com duas fitas no queixo e sua pele era amarelo bem fraco. Podia iluminar uma casa inteira com esse brilho. Ela olhou para mim e disse:

- Ah, esse seu cabelo laranja apagado vai ficar tão lindo!

- Como?

- Na roupa, bobinha. E que cara é essa? Você está na capital! Aqui é maravilhoso. – Disse ela. Tudo nela, sua personalidade e aparência, me lembravam a Avery. Já não estava mais gostando dela. – Bem, primeiro de tudo, parabéns!

- Pelo quê?

- Por vir até aqui. – Ela sorriu. – É uma honra ter você aqui. – ‘’ou não’’ Eu sussurrei á mim mesma. Entrar numa arena e matar crianças para ganhar baldes de dinheiro e comida não é algo honroso. Simplesmente olhei para baixo e esperei até que ela continuasse o falatório. – Estou aqui para te deixar maravilhosa no desfile dos tributos e na entrevista com Caesar. Você com certeza vai ganhar a atenção porque eu vim aqui para isso. – Aquilo não era uma competição de moda. Era só aquilo que ela se preocupava? Ela ficou me observando e de novo me mandou tirar a roupa. Com o maior desconforto do mundo fui retirando o vestidinho do centro de transformação e fiquei parada enquanto me olhava. Felizmente ela só me tocara no rosto e na cabeça e depois disse:

- Quase perfeito. – Só falta o sorriso. – Disse a estilista e começou a rir. – Ah, meu nome é Leah. Está com fome? – Ela perguntou com um sorriso imenso. Assenti com a cabeça, então ela colocou-me um roupão e descemos muitos andares do edifício e entramos numa sala com dois sofás brancos e uma mesa vermelha entre eles. O tapete era felpudo e as paredes enfeitadas com árvores de folhas alaranjadas caindo sobre o chão. Um lado da parede era de vidro e eu via lá fora o movimento da capital. Era, eu acho, 1 hora da tarde. Eu fiquei observando tudo indignada com o luxo. O trabalho duro dos distritos era somente para isso. Sentei-me num sofá e vi um botão sobre a mesa da sala, e antes que Leah visse apertei o botão e a mesa se abriu saindo um almoço com galinha assada, laranjas, molhos e saladas. Tinha arroz, feijão e uma comida que parecia fios moles um sobre o outro com um molho vermelho. E ainda era acompanhado de bebidas.

- Vejo que é curiosa. – Disse Leah. – Pode comer o que quiser, eu não estou com fome. – Ela deu uma risadinha e continuou – Ainda bem que está aqui, eu não comeria isso mesmo, provavelmente eu desperdiçaria – E riu de novo. Não sabia se era irônico o que ela disse, mas é algo que eu não queria ter escutado. Como jogaria aquele banquete no lixo? Como seria capaz disso? Nem o prefeito lá do meu distrito deve comer assim, e eu nunca comera metade do que estava na mesa. Só vira e apreciava nos livros escolares.

- Está com uma cara ótima. –Me forcei a dizer. Só alguns dias e nunca mais veria ela na minha vida. Assim espero. Peguei o garfo e a faca e comecei a comer desajeitada. Mais tarde ela não aguentou e começou a comer também:

-Então, estive pensando na sua roupa a semana toda. Geralmente a roupa tem a ver com o que o distrito produz.

- Energia é o nosso. – Respondi.

- Sim, eu sei. E então como conseguir a atenção de todos? Brilho! - Essa não, se fosse me vestir como ela estava seria o fim do mundo. Vestiria qualquer coisa, mas Leah parecia que vestia o sol. Ela dizia em atrair a atenção, eu não sei se o nervosismo iria deixar. – Seu distrito tem que representar a luz, o poder, a energia. E nada mais que uma roupa com brilho cor de prata! Um clássico que nunca sai de moda. – Dizia ela. Não entendia nada do que ela falava sobre moda. Contanto que eu esteja coberta.

Passaram-se algumas horas conversando com Leah, e depois ela me levou á outra sala onde me encontrei com Ethan, Rodney, Avery e... Uma segunda Leah? Sim, ela tinha uma irmã gêmea. Estava tudo indo de ruim a pior. Não gostei da minha equipe, da minha estilista, do tributo do meu distrito e sua estilista é gêmea de Leah. Será que só sobrou Rodney? Duas Avox trouxeram roupas iguais e as estilistas a pegaram e colocaram em mim e em Ethan. Olhei-me no espelho e me senti exatamente como Leah. Eu usava um vestido dos ombros até os tornozelos de cor prateada e com muito brilho. Na cabeça eu usava um objeto com a forma de um prato com o furo no meio para meu rosto. Eu estava estranha. Prenderam meu cabelo num coque e começaram a fazer maquiagem e unhas. Depois de quase duas horas Ethan e eu estávamos pronto. Rodney e as estilistas conduziram-nos até um local que estava cheias de carruagens e cavalos prendidos á elas. Alguns dos tributos já estavam lá, uma menina tão pequena que devia ter somente 12 anos vestia um lindo vestidinho azul. Ela era linda, como a capital tivera coragem de mandá-la para isso?

- Ei! Prestem atenção. – Leah estalava os dedos na minha cara e na de Ethan. E então sua irmã começara a falar – Quando estiverem passando pela avenida, acenem e sorriam. Sintam-se á vontade. Não fiquem nervosos.

E ao som de um homem gordo e baixo todos subiram em suas carruagens e se posicionaram, ouvi uma música de entrada e os cavalos começaram a puxar a carruagem. Só ouvi então Rodney gritando:

- Consiga um patrocinador pelo menos!



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Notas finais do capítulo

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