Distrito 5 - A Força Da Inteligência escrita por BelleJRock


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora gente, é que eu to num mês muito difícil, eu to com muitas provas para estudar e trabalhos escolares enormes e estava sem tempo para nada. Mas voltarei a postar normalmente a partir de hoje XD valeu.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/244527/chapter/4

      Estávamos sentados um ao lado do outro esperando nosso mentor desorientado. Eu e o menino do meu distrito. Talvez eu devesse falar com ele, mas não. Quero máxima de distância de todos, ninguém é meu amigo ali. Vão ter que me matar de qualquer jeito. Fiquei o tempo inteiro sentada olhando a porta automática abrir. Resisti á tentação de ver toda aquela tecnologia e aquela comida totalmente açucarada. O menino ficava me olhando de relance esperando algo sair da minha boca, mas nada acontecia e nada iria acontecer. Até que ele quebrou o gelo:

     - Olá.

     -Oi. – Respondi sem retirar meus olhos da porta.

    -Ahn... Que dia... Terrível.  – Ele disse penetrando profundamente seus olhos em mim. Dia terrível? Que dia terrível? Eu quis explodir jogando palavras ofensivas dizendo que não é um dia terrível, são semanas antes de cada morte. E esse é provavelmente o último dia, ou, até, minutos de paz. Eu engoli a seco no fim. Seria muito difícil tirar palavras de mim além de ‘’olá‘’. Ele ficou me encarando esperando que eu respondesse algo, então fungou e virou a cara quando a porta automática se abre e finalmente chega Rodney. Eu nunca tinha visto alguém tão estranho como ele na vida. Bem, retirando as pessoas da capital que eram verdadeiros monstros da ‘’moda’’. Rodney tinha um ar desconfiado e seu olho esquerdo era bem menor e ficava tremendo freneticamente, mostrava claramente olhos profundos porém lá no fundo só tinha solidão. Suas barbas estavam muito malfeitas, felizmente não tinha cheiro de vinho ou aguardente. Ele cheirava a madeira. Usava calça bege e uma blusa preta com um jaleco escrito Rodney. Eu nunca o vira trabalhando nas estações de energia no distrito 5, por isso não entendi o porquê do jaleco.

    Rodney ficou parado, observando-nos. Por um momento achei que tinha dormido em pé, mas seus olhos estavam abertos e seu olho esquerdo continuava a tremer. O menino do distrito 5 sorriu e disse:

     - Sente-se senhor.

    - Eu iria sentar. –Respondeu ele. O garoto olhou para mim de novo e sussurrou para mim:

   - Ele não parece ser um doido. Talvez ele nos ajude a ganhar esse negócio. – Seu otimismo e sua estúpida inocência me deixavam aos nervos. O que ele pensava que aquilo era? Um jogo de confiança? Rodney sentou-se á nossa frente e tirou do bolso do jaleco uma barrinha de cereal e assim começou a comê-las desesperadamente. Aquilo não iria dar em nada. Ele simplesmente é um desorientado com traumas dos Jogos no passado e para a mentalidade daquele garoto seria uma péssima dupla.

    -Qual seu nome, garotinho? –Perguntou Rodney

    -Ethan. – Disse o garotinho.

    - Ethan. Ethan. – Repetiu Rodney. – Ethan. E o seu menina?

    Meu silêncio era minha proteção. Não confiava no menino inocente, assim como no mentor desorientado.

    -Não vai me responder? – Perguntou Rodney. – Isso é ótimo. Você acha bom. Bom. Bom. Você acha! Isso só é melhor para morrer! Morrer! E morrer! – Começou a berrar. Admito que meu rosto não mudou de expressão mas por dentro estava assustada com essa mudança de humor assim, tão rápido. Ele ficou olhando para nós e continuou a comer suas barrinhas de cereais que tirava do bolso. A mulher da voz irritante entrou no vagão a corridinhas com seu sapato enorme e disse ao seu lado:

   - Está tudo bem. Ela tem alguns problemas, eu acho. – Olhou Ethan e eu de cima a baixo. – Cuidado com as palavras garota. – Dizia ela. Eu não falei nada então o único que teve um ataque aqui foi ele. Então ela saiu e ficamos a sós novamente. Depois de um tempo Ethan perguntou:

   - Como é na arena, Rodney?

   - O seu pesadelo. – Cuspiu Rodney. Depois desatou á rir. – Ah, Ethan. Lá você deve ser brutal. Na mente, eu acredito. – Seu rosto revelou de novo olhos tristes e vazios – Ou então podia somente... Torcer o pescoço de alguém. – E por fim sorriu pelo canto da boca.

  - Isso é tudo tão horrível. Deveríamos todos nos juntar e simplesmente parar de jogar.

  - Simples assim. – Disse Rodney sarcástico. Ethan provavelmente não sabia o que era sarcasmo e retribuiu um sorriso como se confirmasse uma ideia num futuro tão próximo quanto sua mente amadurecer. – E você garota? Vai limpar essa sujeira que se chama capital? – Não podia o deixar fazer a cabeça do garoto desse jeito. Por mais que eu odiasse as ideias estúpidas do Ethan eu respondi:

   - Deveria nos ajudar em relação á arena, Rodney. Não limpar sujeira.

   - Matar na arena é fazer sujeira, minha cara.

   - Sobreviver é uma opção.

   -Se não mata, eles te matam. Não quero dizer os tributos. Se você não dá um bom show para eles, eles irão te matar.

   - A capital irá nos matar.

  - Sim, minha cara. – Ele tinha razão. Não sabia que a sabedoria dele poderia chegar á isso. O resto da tarde fiquei sentada olhando Rodney e Ethan conversarem sobre as mortes dos tributos. Ethan parecia que ia vomitar, mas não recusava um bolinho açucarado que era servido pelas Avox.

   Quando estava anoitecendo não pude mias recusar comida. Estava me tremendo de fome. Comi de pouquinho em pouquinho me levantei e saí sem dar adeus, fui direto ao meu aposento e o último som que ouvi naquela noite foi o choro de Rodney misturado com dentadas nas barrinhas de cereais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostou? Indique, seja leitor e deixe reviews, obrigada! ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Distrito 5 - A Força Da Inteligência" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.