Distrito 5 - A Força Da Inteligência escrita por BelleJRock


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora gente, é que eu estivesse muito ocupada esses dias hehe.
Ah... Poucas pessoas vem comentando a fic, muita gente parou de mandar Review T.T onde vcs estão? To ficando até desmotivada :/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/244527/chapter/20

                A floresta densa e fechada se materializava á minha frente. Não se podia ver uma clareira sequer. Era um pouco perturbador já que eu precisava de água e carne rapidamente. Foi quase uma hora de caminhada quando resolvi parar. Olhei para os lados, sentei-me e verifiquei se as duas facas e o estilingue estavam bem presos em meus cintos.

                  A garrafa estava totalmente vazia, somente algumas míseras gotas escorregavam pelo bico. Fiquei com raiva ao saber que eu tinha duas garrafas, mas não posso encher nenhuma. Fiquei mais furiosa ainda por ter rido tão alto e indiscretamente na base destruída dos carreiristas. Depois de brigar comigo mesma, aceito a situação e vou comer algo. O pote de plástico continha dez amorinhas e abocanhei cinco com a maior felicidade. Lembrava-me muito o banquete da Capital. O que fez meu estômago revirar-se de fome e ódio.

               Comi mais uma maçã, e agora sobrara duas. E por fim vi o pacote suficientemente grande para vários dias de biscoito. Abri-o e vi vários círculos feitos de massas e muito corantes e enfeites comestíveis. Comi quatro deles e fechei o saco. O gosto era tão delicioso, açucarado e leve que um descontrole me gastaria o pacote inteiro.

               Guardei tudo na mochila, mas antes de levantar-me, hesitei. Algo caíra de minha mochila... Sei que não foi nenhum tipo de alimento ou arma. Antes que eu verificasse, desejei que não fosse nenhum dos meus instrumentos para arapucas ou cordas e fios. Abri a mochila e revirei-a rapidamente. O que eu perdera para a Clove foi algo muito pior.

              Eu perdi minhas pílulas para purificação de água.

               Minha respiração parou por um momento. Alguns segundos depois me levanto bruscamente e dou um enorme chute na árvore ao meu lado. A dor na ponta do pé não significou nada ao meu desespero. Junto vem meu grito de raiva. Praguejei muito antes de voltar à racionalidade. Naquele momento qualquer um poderia me atingir e eu morreria pensando em pílulas.  Fiquei mais alterada quando tudo voltou ao caso de eu ter ido rir da cara dos carreiristas:

              - Bem feito, espertinha. Foi querer fazer as ganâncias. Está aí sem água. Droga! -Disse a mim mesma.

              Como vou ficar sem água? Eu não sobreviveria três dias sem ela. E o pior: se eu quisesse chegar perto da chance de conseguir uma pílula eu teria que enfrentar, mais uma vez, os carreiristas. Tentei me acalmar e respirar fundo, mas a raiva era tamanha que eu ainda estava me chamando de retardada. Eu levei meia hora para aceitar o que acontecera. Coloquei a mochila nas costas e saí andando. Continuei fazendo marcas em árvores e os cortes saíam bem profundos.

               Eu não fazia a mínima ideia onde eu estava. Nem onde conseguir água e pílulas.

               Montei uma armadilha humilhante. Simplesmente cavei um buraquinho e coloquei uma pedra de bom tamanho suspensa por um galho. Quem passasse por ali acabaria enterrado.  No fundo do buraco coloquei a armação de arame que fiz na armadilha de manivelas para que o animal não cavasse um buraco até a saída. Lá dentro coloquei um pedaço cortado das amorinhas e umas sementes de maçãs que eu havia comido.

               Distanciei-me uma pouco e fiquei pensando em maneiras de conseguir pílulas.

                 Eu poderia pedir para Rodney. Imploraria por mais pílulas e faria orgulhar-se de mim assim como meus patrocinadores. Aliás, só agora percebi o quanto as apostas devem estar fervendo na capital. Bem que alguns poderiam apostar em mim. Mesmo assim digo sempre que não posso depender do povo da capital, pois eles não dão a mínima para você e lhe abandonariam á qualquer momento, mas preciso muito de algo que tem na capital, então encaro os fatos de uma vez. Olho para cima com a esperança de uma câmera conseguir me pegar e sussurro: Pílulas, porfavor!   

                Provavelmente eles não me mandaram nada... Eu poderia ir atrás dos carreiristas e pegar as pílulas de volta. Mesmo sabendo que Clove talvez nem tenha pegado, ou eles tenham guardado dentro da mochila que não desgrudam deles. E uma vez vista por Clove a raiva se transformaria numa força maior e ela me mataria dessa vez. Mas parece que é a única chance com possibilidades de vencer. Começo a ficar deprimida sabendo que se em três dias eu não beber água, morrerei.

                  Depois de me distanciar um pouco da armadilha, recosto-me numa árvore qualquer. Talvez eu esteja me precipitando em morrer por causa da água e eu dê algum jeito. Mas é difícil se acalmar num situação dessas. Vai ver essa foi a intenção de Clove. Deixar-me morrer lentamente e desidratada. Talvez eles sejam inteligentes para esse tipo de coisa. E em falar nisso, quantos sobraram na arena? O garoto do 1. Clove e o loiro que são do 2.  Eu. Rue e Katniss. Tento me lembrar de outros. Acho que o garoto moreno do 11, o que quase me matou no começo dos jogos. Se não perdi nenhum canhão e holograma nas noites ele continua vivo. Lembro-me agora do garoto do 12. Onde ele está? Nunca consegui acha-lo. No total somos oito. Nesse momento nossas famílias devem estar sendo entrevistadas. Sempre que sobram os oito na arena eles a pegam para enchê-las de perguntas, forçando respostas e ver todo o sofrimento causado nelas depois que os tributos são pegos. Será que eles estão entrevistando Ed? Ou falando das brigas com meu irmão mais velho?  Gostaria que não estivessem.

                 Nem percebo, mas passam-se uma hora. O engraçado é que é só eu perder as pílulas e a sede aumenta. Volto ao local em que armei a armadilha e aproximo-me lentamente. Algo está lá dentro. Um sorriso fraco sai de meu rosto, mas logo vai embora quando percebo que o esquilo está pegando a amorinha e quase escapando. Ele conseguiu entrar lá. Antes que eu faça qualquer movimento brusco ele sai da armadilha. Minha primeira reação é correr atrás do esquilo, mas ele corre em zigue- zague e eu não consigo lançar facas, nem alguma pedra com o estilingue. Furiosa é pouco para o que começo a sentir.

                  Retiro o fio lá de dentro e vejo que há um pouco de sangue. O esquilo tinha se cortado. Talvez eu leve isso em consideração da minha próxima armadilha. Jogo a pedra para qualquer lado e tampo o buraco. Ninguém saberia que alguém esteve aqui. Deprimida, com fome e sede saio andando para o caminho de volta. Não sei exatamente o porquê, mas minha única vontade é voltar aquele lago. Fico andando e vejo as marquinhas voltarem, estou indo no caminho certo. Penso que Clove esteja no mesmo local esperando mais tributos passarem por ali e ela atacar. Talvez o som das explosões tenham atraído alguns curiosos.

                Vejo como a mata ali era estranha, mas aos poucos ela volta ao que eu conhecia perto da base dos carreiristas. BUM. Um canhão soa.  Dou uma parada brusca. De quem seria esse? Fico um pouco assustada pensando eu talvez Clove conseguira matar alguém no lugar onde eu estava. Talvez o próximo canhão seja o meu.  Ando mais devagar, mais cautelosamente e admito que até mais nervosa.

                     Sete tributos restam.

                 Ando mais dez minutos e chego ao local dos destroços dos carreiristas. Olho com certo ódio e rancor, porém agradeço por Clove já ter ido embora de lá. Desço uma planície pequena e chego ao lago. Lembro-me dos bons momentos e únicos de paz que tive aqui na arena (se é que posso chamar assim).

                  Abaixo até o leito do rio e jogo água no rosto. Contive a reação de abrir a boca e engolir água. Coloquei a mochila de lado. Tirei os sapatos e coloquei os pés na água. Vi um pouco de sangue na calça. Foi só agora que me lembrei dos cortes da Clove. Pelo menos a raiva que eu tive me fez esquecer as dores. Um corte na coxa. Dois no braço. Jogos água neles e não parece tão feio quanto antes. Lembro-me do kit que Rodney me mandara e pego um spray. Jogo nos cortes e fecho a boca para não gritar. Esse negócio arde tanto que dói mais que os machucados. Mas depois de um tempo a dor cessa.

                 Foi aí que começo a ouvir uns murmúrios. Não tenho certeza se é isso. Mas me desespero de novo. Só falta ser a Clove de novo. Para piorar meu dia. Mas aí percebo que são cantos de pássaros. Eles assoviam numa melodia... Bonita. Era como se imitassem uma canção. Tudo ao meu redor para e eu só ouço a música. Ela toca no meu coração de um jeito melancólico e eu fico com uma vontade de deitar fechar os olhos e nunca mais abrir. Se eu abrir os olhos eu gostaria de estar no distrito 5. Volto á realidade quando a canção cessa de repente. BUM. Outro canhão soa.

                  Imagino se a canção não fora para essa pessoa. Mesmo sem saber fico com certa tristeza do tributo que morrera. Tenho quase certeza que alguém cantava para ele. Mas somente uma pessoa veio a minha cabeça. Rue. Seria ela? Abaixo os olhos e torço para que não seja. E então volto a lembrar de uma pessoa. Uma pessoa que nunca me perdoarei de ter deixado. Alguém que eu gostaria de estar cantando para ele.

                    - Oh, Ethan. Como queria que estivesse aqui...

                  Calço as botas e coloco as mochilas nas costas. Minha expressão fica séria e parece nunca mais voltar ao normal. Talvez seja melhor assim. Alguém que não tenha sentimentos.

                    Olho para o leito do rio com muita sede. Vejo que ali pertinho tem uma faixa bem pequena feita de areia. Vejo pedras grandes ao redor do lago e, cascalho mesclado com a areia. Lembro-me de algumas das sessões nos centro de treinamentos e penso em algo que não podia ter sido esquecido. Era como se uma enorme luz tivesse me iluminado naquele momento. Sei exatamente o que fazer.

                     Mas antes que eu pudesse fazer algo. Uma voz ecoa em toda a arena, era Caudius Templesmith:

                     - Atenção tributos! Viemos aqui avisar que houve uma... Mudança nas regras. Agora dois poderão vencer os jogos. Contudo, os vencedores terão que ser do mesmo distrito. Obrigada e que a sorte esteja sempre ao seu favor.

                      A voz cessa e só pude responder de volta para mim mesma:

                     - Ethan. Sua morte será vingada. Eu vencerei por nós dois.         


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, reviews? Elogiando, criticando, corrigindo... Eu aceito! Eu adoro reviews, porque me ajuda a continuar a fic e me motiva muito. Obrigada!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Distrito 5 - A Força Da Inteligência" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.