Spell The Most escrita por Angel Salvatore


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo meus amores. Curtam



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Capítulo 6

Matt tinha sido o primeiro namorado de Suzy aqui na escola. Ele se dava super bem, tanto com ela, quanto comigo e meus outros amigos. Ele e Daemen eram até amigos por ambos serem gênios. Suzy tinha conseguido um carinha especial para ela.

A sua primeira vez tinha sido com ele.

Não que eu já tido a minha, mas, vendo pelo ponto de vista de Suzy, parecia ser importante. Ou melhor, ter sido importante para ela.

Eu via amor nos olhos dela e toda vez que dizia seu nome, seus olhos brilhavam, mas agora, eles ficavam profundos e tristes. Eu até pensava que eles se casariam. Piada. Tudo estava indo bem, até que eu queimei o cabelo de Lana e uma semana depois, Matt traiu Suzy, com a própria Lana.

Por mim, eu teria queimado ele vivo, mas Suzy nunca deixou. Disse que era coisas entre eles dois, mas, depois de Matt, Suzy nunca mais foi a mesma. Não sorria tanto quanto antes, seus olhos não brilhavam de alegria. Por dentro, me sentia responsável por isso, mas Suzy nunca me culpou. Mas não precisava que ela me apontasse, tinha a minha própria culpa pessoal.

Por todos esses motivos, tocar no nome de Matt lhe trazia tristeza e era um ponto fraco para Lana usar, mas era o mais precioso para ela. Não sabia se Suzy ainda sentia alguma coisa por ele, nunca nem sequer tocava no nome dele, mas sabia que era difícil superá-lo e , muito mais, vê-lo passar todos os dias de braços dados com a vaca da Lana.

Felizmente, ano passado tinha sido o último ano de Matt, mas, pelo visto, ele e Lana ainda mantinham um romance fora da escola. Segurei Suzy em meus braços e continuei murmurando palavras de acolhimento do tipo, “vai fica tudo bem” e “estou aqui”. Fiquei assim até ouvir seu choro virar um soluço e seus olhos me focarem.

“Você é minha melhor amiga”, ela disse e forçou um sorriso. “Muito obrigado”

Sorri de volta, como sempre.

“Sempre”, eu respondi e franzi minha sobrancelha. “Quer ir para a aula? Se quiser podemos ficar aqui e passar mais um tempo.”, propus. Ela fez uma careta e se levantou, saindo do meu abraço.

“Não. Tenho que enfrentar meu problema sozinha, as vezes.”, ela começou a passar a mão pelo cabelo loiro e a ajeitá-lo. “Além disso, já vai tocar o sinal”

E como se para dar mais ênfase a sua última frase, o sinal tocou. Me levantei esticando as minhas costas e lancei um olhar preocupado para Suzy. Ela bufou e passou as costas da mãos em seus olhos vermelhos.

“Estou bem, de verdade.” e antes que eu pudesse mais alguma palavra, ela começou a me empurrar em direção ao corredor amontoado de estudantes indo e vindo para as salas de aulas. “Boa aula”, ela estalou um beijo rápido na bochecha e saiu.

Ela se mesclou tão rápido em meios aos estudantes que eu não conseguia mais distinguí-la dos outros. Que se dane. Comecei a andar pelo corredor indo para a aula de Espanhol, mas minha mente estava no almoço. Como será que foi? Eles se deram bem? Nick perguntou por mim?

Estava tão absorvida me meus pensamentos que trombei com alguém no corredor sem notar. “Desculpe, eu não olhei aonde ia –“, minha voz morreu quando eu vi em quem eu tinha esbarrado.

Nick.

OMG! Ele me encarava tão surpreso quanto eu, mas diferente de mim, sorriu com a alegria do nosso reencontro. Embora nós estivéssemos cercados de estudantes exasperados com o primeiro ia de aula, para mim, naquele momento, sentia que só existia eu e Nick. E não, não o estava olhando nos olhos diretamente. Estava olhando para o seu suéter preto, e corada.

“Você sumiu?”, sua voz parecia um pouco magoada. Será que ele não havia percebido que eu o estava evitando? “Não almoçou. Bem, não almoçou no pátio”, ele soltou uma risada suave que fez meu corpo todo tremer.

Limpei minha garganta algumas vezes e o respondi. “Tive alguns problemas pessoais inadiáveis”, me forcei a sorrir também, sem tirar os olhos do suéter.

Mas, Meu Deus, ele tinha um peito e tanto. Sem contar o abdômen que estava marcado pelo suéter. Cintura fina, corpo definido. Senso de humor. O namorado perfeito. Se não fosse pela atração maluca de elementos que me deixava em transe e perdida no mundo.

Por um momento me imaginei andando na rua com o olhar perdido, ou melhor, eu atravessando uma rua e encontrando seu olhar do outro lado da calçada. Certamente seria atropelada sem dó.

“Pena. Senti a sua falta”, ele disse.

Algo em mim gritava para que eu olhasse em seus olhos. Para que revesse o azul tão profundo quanto o do mar. Uma parte de mim queria ficar perdido em seus olhos sem se preocupar com as consequências. Mas eu não podia. Oh não.

“Tenho que ir”, murmurei rapidamente e comecei a me virar sem saber ao certo onde ir, apenas com o pensamento de sair dali, mas sua mão segurou meu pulso por cima meu suéter vermelho, fazendo-me voltar e , por um centímetro, quase encarar seus olhos.

“O que está errado com você, Alex?”, ouvir meu nome sendo acariciado por sua voz me fez tremer de novo. “Está fugindo de mim? Eu fiz algo de errado?”

“Não, claro que não”, eu respondi encarando o chão.

“Então, por que não me olha?”, ele perguntou um pouco duro e um pouco confuso.

“Estou te olhando”, eu disse levantando um pouco meu olhar para a sua boca bem desenhada, seu nariz reto, seu cabelo escuro, maçãs do rosto fortes. Mas sempre pulando seus olhos e ele pareceu notar isso.

“Não, não está”, ele replicou mais duro ainda.

Era paranóia minha, ou sua mão estava ficando mais quente em meu pulso. Isso era impossível. Eu era o fogo, ele a água. Eu tinha que esquentar e ele esfriar, não é? Na verdade, nem eu sabia ao certo. Minha crenças sobre meu elemento foram por (haha) água a baixo no primeiro dia de aula.

“Olhe para mim, Alexa”, ele pediu depois de um bom silêncio.

O engraçado era que tantas pessoas passavam no corredor, mas ninguém percebi que eu precisava de ajuda. O mais engraçado ainda era que, a alguns minutos atrás eu estava pronta para pular no pescoço de Lana a qualquer custo, mas travava na frente de Nick, sem mais , nem menos.

Era agora ou nunca. Comecei a levantar meus olhos devagar, respirando profundamente e ruidosamente, como se eu estivesse com asma. E, graças a alguém lá em cima que gostava muito de mim, a voz de Luen irrompeu o nosso espaço particular.

“Hey, Alex”, ela disse e se colocou ao meu lado.

Meu olhos ( que já tinham chegado a boca de Nick), escorregaram até aquela pequena figura ruiva ao meu lado. Sorri como nunca e senti meus olhos brilhando.

“Sinto interromper”, ela continuou dizendo e entrelaçou seu braço magro ao meu, sempre sorrindo para Nick. “mas temos aula agora”, e antes que ele (ou eu) pudesse dizer algumas coisa, eu já estava sendo arrastado multidão a fora. Não consegui me deter e olhei por cima do meu ombro para Nick.

Ele ainda estava parado e sua mão esticada como se ele ainda estivesse segurando o meu pulso, mas seus olhos estavam em mim e pareciam perdidos. Antes que eu ficasse muito focada na cor deles, voltei a encarar a multidão de estudante que estávamos passando.

“Valeu, Luen”, eu disse voltando a respirar normalmente. “Estou te devendo essa”

“Essa e a do almoço. Vou te cobrar”, ela sorriu e continuou nos guiando. Isso me lembrou de algo.

“Como foi o almoço, afinal de contas?”, perguntei, meu peito enchendo de excitação e curiosidade. Nessa aula seria apenas eu e Luen, mas talvez conseguíssemos prestar a atenção em alguns momentos raros.

O sorriso de Luen virou uma careta enquanto ela respondia. “Como eu disse, você me deve uma. Tanto a mim quanto a Daemen.” ela disse e soltou um riso. “O almoço foi estranho, mas engraçado”

“Como assim estranho?”, levantei uma sobrancelha.

“Lien e Nick ficaram discutindo o almoço inteiro e para ser sincera, eu nem sabia ao certo como a discussão se iniciou. Só sei que quando cheguei ele já estavam um gritando com o outro e quase se jogando para cima do outro”

“Ainda não consegui ver a parte estranha, Luen. Sua irmã discutir com alguém é quase como um culto de iniciação. Ninguém sobrevive”

Luen riu.

“É porque você não estava lá.”, observei seu rosto se escurecendo um pouco, mas ainda tinha um sorriso em seu lábios. “Tinha algo no ar que”, ela se deteve , talvez tentando buscar as palavras certas, mas não conseguiu. “Não sei como explicar, mas estava lá. Tanto eu como Daemen sentimos”

Ao mencionar o nome de Daemen, seu rosto corou um pouco e seus olhos brilharam. Mas minha cabeça não estava ali, nem mesmo para zoá-la. Algo estranho no ar? O que diabos seria afinal?

**********

Acertei o alvo bem no meio.

Palmas solitárias juntas com a voz do professor Fox surgiram atrás de mim.

“Você está cada vez melhor, Alexa”, ele elogiou e colocou uma mão em meu ombro.

Gordon Fox, ou professor Fox, era o único que chamava seus alunos de arco e flecha pelo nome. E, além disso, era o mais novo de todos os professores. Tinha apenas 22 anos. Seus cabelos cor de areia caiam em seus olhos verdes e um sorriso reluzia seu rosto jovem e bonito.

Não serei cínica. No primeiro ano só escolhi essa aula por causa dele, mas com o passar do tempo, adquiri um gosto especial no arco e flecha. Tanto quanto Lien tinha gosto por lutas de defesa pessoal, Daemen por esgrima, Suzy por pintura e Luen por artesanato.

Coloquei outra flecha na mira e foquei no alvo enquanto o professor ia conferir alguns outros alunos, só que, dessa vez, coloquei algo especial nela. Um pouco de fogo nas pontas. O professor não aprovava, mas eu gostava de fazer e era intrigante. Ás vezes eu imaginava a cara de Lana nos alvos e sempre acertava em cheio.

Aquela aula era um tipo de refúgio para mim e um modo de eu pensar sem ser interrompida, mas, tudo o que é bom dura pouco. Por isso que, quando o sinal bateu e o professor começou a recolher o armamento, eu gemi internamente.

Eu não queria que acabasse. Poderia ficar anos soltando flechas sem me entediar. Era mais que um hobby. Era uma necessidade. Caminhei quase sem vida em direção ao estábulo para minha aula de equitação.

Tanto a aula de arco e flecha quanto a de equitação eram ao ar livre, na parte perto da floresta da escola. Felizmente fui a primeira a chegar ao estábulo e pude acariciar Wish (*desejo) sem ser interrompida.

“Hey, garota”, eu disse e beijei seu nariz. Ela balançou sua cabeça e relinchou. “Senti a sua falta, sabia?”

Wish era castanho avermelhado e tinha os olhos castanhos tão profundos quanto os meus. A minha professora Caroline dizia que os cavalos eram um tipo de reflexos dos bruxos sob quatro patas e que eles tinham uma ligação duradoura, tanto que, depois de graduado, o bruxo levava o cavalo com que aprendeu equitação na escola.

Eu tinha certeza que Wish era o cavalo certo para mim. Eu a amei no primeiro momento que coloquei meus olhos nela. Ela pareceu sentir o mesmo por mim para não ter me dando uma patada até hoje.

“Tinha certeza que você seria a primeira a chegar, Alexa”, uma voz surgiu atrás de mim.

Me virei e vi Caroline vindo e atrás dela estavam Suzy e Nick com uma expressão um pouco confusa. Eu tinha esquecido completante da aula equitação dos bruxos elementares. Todos tinham essa aula. Sem exceção.

Suzy foi direto para o onde Storm(*Tempestade) estava. Apostava que ela estava com tanta saudade quanto eu. Mas Nick foi diferente. Ele parou bem na minha frente e me encarou. Desviei meu olhar de volta para Wish e comecei a acariciar seu focinho. Ouvi ele bufar e ir para a casinha ao lado da minha.

Minha curiosidade gritou em meu peito e me estiquei um pouco até poder ver o nome do cavalo de Nick. De certa forma me surpreendi. Era Wave (*Onda), assim como o seu sobrenome. Nós todos saímos das casinhas puxando nossos cavalos e a Caroline sorriu para nós, aprovando.

Assim como o professor Fox, Caroline era uma das professoras mais novas na escola, com 25 anos apenas. Seu cabelo era tão loiro que chegava a ser quase branco. Seus olhos azuis brilhavam em expectativa para o novo e último ano.

Storm de Suzy era branco e tinha um jeito meigo de ser, assim como a dona. Wave de Nick, parecia diferente, um pouco duro. Quando olhei para o cavalo marrom ao meu lado, ele relinchou de maneira desafiadora para mim.

“Bem, hoje eu vou fazer um pouco diferente.”, Caroline disse. “Quero que vocês interajam com seus cavalos, se acostumem novamente com eles.”

Olhei para Wish e sorri. Então me inclinei no seu ouvido para poder confidenciar-lhe.

“Te amo”


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Notas finais do capítulo

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