Spell The Most escrita por Angel Salvatore


Capítulo 43
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo agendado. Espero que estejam gostando. Faltam oito capítulos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/244465/chapter/43

Se houvesse uma hora certa para meu coração sair pela boca, seria aquela.

Nicolas Wave, meu namorado, em termos, estava parado a minha frente , segurando um buquê de rosas brancas. Um sorriso dominava seu rosto marfim. Seus olhos

azuis brilhavam em espectativa. Ele estava usando uma calça jeans nova, blusa social azul com uma gravata frouxa e um paletó por cima.

Por um segundo fiquei pensando o porque dele estar tão elegante para mim, e ainda carregando um buquê de rosas brancas. Então, caiu a ficha de tudo. Não, não podia ser. Aquilo era um pesadelo. Um dos piores. Parecia que a culpa finalmente tinha pairado em cima de mim. Fechei os olhos com força, esperando que , quando os abrisse, aquele terrível pesadelo tivesse acabado. Talvez eu tenha dormido em meio a procura do meu colar. Se isso fosse verdade, Luen me mataria por ter acabado com a sua produção.

Abri os olhos e me dei conta que aquilo não era um pesadelo.

Nick ainda estava parado na minha porta com um sorriso no rosto.

Nick ainda estava me esperando para poder me levar ao baile.

“Você está linda, Alex”, ele disse se aproximando para poder me beijar. Eu dei um passo involuntário para trás. Fazer isso era como se eu tivesse traindo Nathan. E dando razão as palavras de Lien. “O que houve?”, ele perguntou confuso.

“Quem pergunta isso sou eu, Nick”, eu disse, conseguindo minha voz de volta. “Quando você voltou de viagem?”, perguntei, meus olhos arregalados ainda. Minha voz era só um fio quebradiço. Meu Deus, isso não poderia ter acontecido. Logo hoje.

Nick pareceu mais confuso.

“Eu te mandei um email avisando que voltaria hoje”, ele disse.

Luen, filha da mãe.

“Oh, eu vi que você tinha mandado um email, mas não o li.”, eu confessei ainda culpada.

Nick parecia mais confuso ainda. Não querendo o deixar parado segurando o buquê como um idiota, peguei as rosas de sua mão e as equilibrei em meus braços. Elas eram verdadeiras, por isso não tinham aquela essência mágica das rosas vermelhas de Nathan.

“Se você não sabia que eu estava vindo, com quem iria ao baile?”,Nick perguntou de repente. Eu abri os olhos de súbito, pega de surpresa. Agora mesmo que eu estava perdida.

Limpei minha garganta.

Eu tinha duas opções. Ou contava a verdade sobre eu e Nathan e acabava com a noite de Nick, ou inventava uma desculpa qualquer e ia ao baile com Nick. Mas de lá teria que me virar para encontrar Nathan e explicar o que tinha acontecido. Que fosse o que Deus quisesse. É, eu realmente tinha que voltar a frequentar a igreja. Deveria ser um castigo divino.

“Eu ia com o pessoal.”, eu disse meio sem jeito para mentir para Nick, sob seu olhar calculista e desconfiado. Eu tinha feito a minha escolha. Agora teria que arcar com as consequências. “Você me dá um minuto para mim terminar de me vestir?”

Nem esperei Nick concordar. Fechei a porta na sua cara e comecei a andar de um lado para o outro no quarto. Passava a mão descontroladamente pelo cabelo e bufava de raiva. Por que eu não tinha conseguido contar a verdade a Nick? Que eu estava com Nathan? Que eu o amava e queria a amizade de Nick, apesar de tê-lo atraído?

Daquele jeito parecia muito mais estúpido. Teria que dar um tempo para falar com Nick, nem que fosse só essa noite. Nathan teria que entender. Só esperava que Daemen ou Lien contasse nada a ele. Aí sim, seria uma catástrofe.

Uma ideia se instalou na minha cabeça.

Fechei meus olhos por um momento , me concentrando. A temperatura do quarto subir e eu senti o bafo quente batendo em meu rosto. Abri meus olhos , encontrando os olhos de Sam, me encarando sério. Ele não estava nem irônico , nem sarcástico. Isso era um mal sinal.

“Você está ferrada.”, ele disse baixo, olhando para a porta.

“Como se eu já não soubesse.”, eu respondi e olhei no fundo dos seus olhos vermelhos, em concentrando novamente. Senti a conexão aberta, mentalmente. Sam deu um sorriso fraco.

O que quer que eu faça? , ele perguntou.

Vá atrás de Nathan no baile, o avise sobre Nick. , eu pedi, já desesperada.

Como eu vou sair daqui sem o Mauricinho me ver?, ele ergueu uma sobrancelha.

Meu olhar caiu na janela. Sam seguiu meu olhar e começou a protestar.

Não, não vou pular de uma janela do segundo andar.

Você é um animal elementar. Não vai morrer. , eu cruzei minhas mãos a frente do meu rosto e comecei a balançá-las, pedindo com os olhos.

Sam suspirou e balançou a cabeça indo em direção a janela. Eu comemorei em silêncio, enquanto a abria. Eu e ele olhamos para baixo e nos olhamos. Seus olhos estavam estreitos e mais vermelhos que o normal.

Você está me devendo uma. , ele pensou antes de pular.

Observei Sam pousando com elegância e correndo noite a fora atrás de Nathan. A música alta vinda do baile encheu meus ouvidos. Então me lembrei que Nick estava me esperando na porta. Suspirei e caminhei em direção a porta, parando para me olhar no espelho. Mas , não importava , de qualquer jeito eu estava indo com a pessoa errada para o baile.

Abri a porta com o meu melhor sorriso.

******

Fomos caminhando bem devagar em direção ao ginásio, culpa minha. Eu deixava Nick falar sobre a cirurgia de Gabriele e o quanto ela e o restante da família tinham ficado feliz com a melhora rápida dela. Tinha sido um recorde. Apenas 2 semanas. Eu que o dissesse. Nem parecia que tinham se passado duas semanas desde que Nathan e eu tínhamos brigado naquele mesmo ginásio.

Enquanto Nick falava , eu apenas assentia e sorria, divagando em pensamentos. Quando eu vi o ginásio mais perto, vi que aquela era a minha última chance de fazer o certo. Então, pelo canto do olho, olhei para Nick e vi a sua alegria em me dar o braço e me levar para o baile. E , infelizmente, eu não conseguia terminar com ela. Ele já tinha sofrido demais com a doença súbita da irmã. Terminar de repente seria como acabar com o mundo dele. Eu suspirei e voltei a olhar para frente.

“Você está diferente”, Nick disse me tirando dos pensamentos.

“Hum”, eu o encarei. “Como assim, diferente?”, perguntei.

“Mais aérea, como se estivesse pensando em outras coisas.”, ele levantou uma sobrancelha para mim. “ O que houve , Alexa?”, ele perguntou, já na porta do ginásio. A música alta e rítmica pareciam não se adequar aquele momento sombrio. Passei a língua pelos lábios secos.

“Eu, eu só estou surpresa. Só isso”, eu sorri.

Nick ficou me encarando por um momento, me estudando, até que sorriu também.

“Tudo bem, deve ser imaginação minha. Vamos aproveitar o baile.”, ele abriu a porta do ginásio e nós mergulhamos no mar de pessoas.

O ginásio estava lotado. O baile era um grande evento, mesmo eu não tendo vindo em nenhum. Alguns dançavam na pista de dança, outros bebiam pelos cantos, outros (casais) estavam se agarrando pelos cantos. Levantei a sobrancelha quando vi o casal de lobisomens emo. Elas estava com um vestido roxo , que combinava com a gravata do garoto. Com certeza, eles não tinham um terço dos problemas que eu estava tendo agora.

Enquanto Nick me guiava pelo baile, eu procurava por um par de olhos escuros. Ora ou outra cruzava com algum conhecido que sorria e me cumprimentava e perguntava quando Nick tinha voltado. Eu ficava na ponta dos pés para poder enxergar do outro lado do baile, nos banheiros, mas não conseguia.

Quando chegamos até os nossos amigos, foi meio que uma cena divertida. Todos arregalaram os olhos ao mesmo tempo. Até mesmo Lien. Eu jurava que, se não fosse pela luz escura do baile, eu diria que ela estava meio corada. Connor estava de braços dados com ela. Nem sinal de Jason, Drake ou Eron. Eles deveriam estar com seus pares. Eron foi, praticamente obrigado a acompanhar Jennifer ao baile, depois que ela chorou e implorou e ameaçou dizer que ele a tinha mordido.

Jason estava o ajudando , convidando Paola Fillowita. Ele foi um dos conhecidos que tinha nos cumprimentado, mas assim que seu olhar encontrou o de Nick, ficou confuso. Ele não disse mais nada e foi embora, antes que a sua acompanhante dissesse algo que a fizesse se arrepender pelo resto da vida. Drake estava se preparando para o show. Ele finalmente tinha se convencido a tocar. Um dos fatos que o ajudou a se convencer tinha sido que, se ele tocasse, não precisaria convidar ninguém para o baile. Tinha sido uma alívio para ele.

“Quando você voltou?”, Daemen perguntou o abraçando.

Por cima do ombro, ele me mandou um olhar significativo. Eu apenas balancei minha cabeça, negando. Todos os meus amigos viram e assentiram. Até mesmo Lien, que tirou seu braço do de Connor, subitamente. Se eu pudesse falar um segundo com Connor, ele poderia reunir os vampiros e me ajudar a encontrar Nathan. Ryan também abraçou Nick, mas com a desculpa de falar comigo por cima dos ombros.

“Onde está Nathan?”, ele perguntou sem voz, apenas mexendo os lábios.

Eu dei de ombros e ele olhos para os lados frustado.

“Me ajude”, eu pedi, mexendo os lábios.

“Como?”, ele perguntou.

Dei de ombros de novo.

Sem mais esperar, ele se afastou de Nick e deixou que os outros o abraçassem. Todos me mandavam olhares confusos e eu apenas dava de ombros. Realmente tinha que encontrar Nathan. O garoto bom para se esconder. Por um momento, um pensamento maluco me pegou. E se ele estivesse na cabana? Não, ele não me daria um bolo desses. Eu disse para ele me esperar no baile, então ele estava no baile.

A música agitada mudou para uma mais lenta, mas ninguém, a não ser Nick que não sentia o clima tenso, quis dançar. Suzy me mandou um olhar suplicante e eu mandei outro para ela. Ela queria que eu contasse tudo de uma vez, mas eu não conseguia.

“Vamos dançar?”, Nick estendeu a mão para mim.

Minha vontade real? Era de empurrar a mão dele para longe de mim e sair correndo atrás do homem que eu amava. O que eu fiz?

“Claro”, eu respondi sorrindo.

Lancei um olhar para meus amigos e fui para a pista de dança. Ela ainda estava cheia de estudantes que aproveitavam a dança para dar seu primeiro beijo ou se declarar. Nick colocou seus braços em minha cintura, nos aproximando e eu, meia sem jeito, coloquei minhas mãos em seus ombros. Nos balançávamos no ritmo lento da música. Ele olhava em meus olhos e sorria, como se tivesse em seu melhor sonho.

Enquanto a mim? Eu ficava , ora ou outra olhando para os lados, procurando Nathan. Mas encontrando um grande nada. Então olhei para cima e encontrei os olhos azuis de Nick. Tão profundos e amáveis. Tão meus, mas eu não era dele.

Não sei como aconteceu, mas um segundo eu estava olhando nos olhos de Nick, outro momento, nós estávamos nos beijando. Mas, no segundo que nosso lábios se tocaram, foi como se eu tivesse levado um grande choque. Dei um pulo para trás e coloquei minha mão em meus lábios, por reflexo. Nick tinha os olhos arregalados e me olhava como se não me conhecesse. Alguns casais a nossa volta nos encararam, mas logo pensaram que tinha sido uma briga de casal e voltaram a dançar.

Eu respirava como uma louca e encarava Nick com força. Meu estômago se mexeu, como se tivesse levado um soco. Me encolhi por um momento. Aquilo era tão estranho e ao mesmo tempo tão familiar. Eu tinha sentido essa sensação antes.

No primeiro dia de aula.

Antes de ter a Atração Elementar com Nick.

“Quebrou”, eu disse mais para mim mesma que para outra pessoa.

Nick ainda me olhava confusa. Aquele beijo parecia tão errado. Como se eu tivesse beijado um irmão. Sem pensar duas vezes, saí correndo da pista de dança e me enfiei no banheiro. Dando de cara com Sam.

“Sam...”, eu tentei dizer, mas estava chocada demais.

“Eu sei.”, ele me disse.

Ficamos nos encarando por um momento. O banheiro, incrivelmente estava quase vazio. Além de mim e Sam, tinha mais duas garotas paradas no espelho, preocupadas demais com o próprio reflexo, para, se quer , perceberem que tinha uma raposa no banheiro.

“Achou Nathan?”, eu perguntei.

“Não”, ele disse.

“Eu. Estou. Ferrada.”, eu disse devagar. Suspirei e estiquei meus braços. “Tudo bem, Sam. Deixa que daqui eu me resolvo.”, estiquei meus braços e vi Sam se solvendo em fumaça vermelha e voltando para mim. De uma olhada rápida no espelho e ajeitei meu cabelo ondulado. Quando vi que estava tudo no seu lugar, saí do banheiro.

Dando de cara com Nathan.

Eu , literalmente, pulei em seu colo, aliviada. Ele pareceu surpreso por um momento, até que passou seus braços em volta de mim e riu no meu ouvido.

“Fiquei preocupado de você ter desistido”, ele disse. Sua voz me fez tremer.

“Por você, nunca.”, eu disse e me afastei, o estudando.

Seu cabelo estava bagunçado, daquele jeito sexy dele. Ele usava uma calça jeans preta e sua famosa correntinha pendurada. Blusa social branca com os dois primeiros botões abertos e um paletó por cima. Ele tinha uma rosa vermelha no bolso do paletó.

“Você está lindo”, eu disse sorrindo.

“Você está perfeita”, ele disse e se aproximou de mim para me beijar. Algumas pessoas nos encaravam e algumas cuxixavam. Com certeza por causa do fato de eu ter entrado com Nick no baile e agora estar quase beijando Nathan. Eu coloquei minhas mãos em seu peito, o parando.

“Preciso te contar uma coisa”, eu disse séria.

“O que foi?”, ele notou que estava meio tensa e ficou sério, perdendo o tom brincalhão.

Eu abri a boca para falar, no mesmo momento em que Nick apareceu e parou ao meu lado. Se eu sentia tensão na ideia de Nathan encontrar Nick no baile, era porque eu não estava vendo. Eu queria me enfiar em um buraco e nunca mais sair. Eles se encararam com raiva , eu quase podia ver os raio saindo dos olhos deles.

“O que ele está fazendo aqui?”, Nathan perguntou sem tirar os olhos de Nick.

Quase que por mágica, meus amigos apareceram nessa mesma hora. Um tipo de roda desarrumada se formou entre mim, Nathan e Nick.

“Era isso que eu queria te contar”, eu disse.

“Alexa, o que está acontecendo?”, Nick quase rosnou olhando para Nathan.

Os dois pararam os olhos em mim, esperando que eu dissesse alguma coisa, mas eu não conseguia nem , sequer, respirar. Parecia que o tempo tinha parado. Alguns casais pararam e nos encararam também. Eron , Jason e Drake apareceram logo em seguida. Os dois primeiros rebocando seus pares.

Eu encarei os dois na minha frente, estática. O que eu diria? Eu amava Nathan. Meu Deus, como eu amava. Amava tanto que chegava a doer. Mas, com essa quebra da Atração Elementar, era como se eu visse em Nick um irmão mais velho. Se eu decepcionasse, era como fizesse o mesmo com Lissa. E eu não poderia fazer isso.

Abaixei minha cabeça e encarei meus pés. Meus olhos começaram a pesar e arder. Eu não poderia chorar logo agora. Fuguei, sentindo as lágrimas deslisando pelo meu rosto. Se eu não tivesse em um momento tão trágico, Luen me mataria por estragar a sua maquiagem.

Eu estava acabando com a confiança e com o amor de Nathan. Estava acabando com a chance de ter uma amizade com Nick. Eu estava acabando com o baile. Por isso eu não vinha em nenhum deles. Olhei para Nathan. Ele estava esperando uma resposta. Ele

estava esperando que eu dissesse algo que fizesse seu mundo se iluminar. Mas, eu não conseguia. Eu era fraca e não conseguia dizer nada.

“Sinto muito”, eu disse e balancei minha cabeça.

Nathan me olhou como se eu fosse a pior coisa do mundo e saiu em direção a porta do ginásio, sem nem mesmo dar um segundo olhar para Nick. Eu queria ter ido atrás dele, mas fui detida por Nick. Nathan foi segurado também, mas por Ryan. Rapidamente ele se desvencilhou e saiu do ginásio.

Levantei meu olhar , acompanhando-o, enquanto algumas lágrimas ainda caíam dos meus olhos. Foi só nesse momento em que eu vi, ele indo que a minha ficha caiu. Eu tinha sido covarde o suficiente para não assumir meu romance com Nathan, mas era cruel o suficiente para trocá-lo sem nem menos pensar duas vezes.

Pensando isso, comecei a caminhar em direção a porta, indo atrás dele, mas não fui muito longe graças ao aperto de Nick. Escutei meus amigos suspirarem aliviados por eu ter feito alguma coisa. Mas Nick não me deixava ir além de suas mãos e isso estava me dando raiva. Melhor, eu tinha raiva dele já. Por ter voltado hoje. Por ter estragado minha chance de ser feliz. Por ter aparecido de repente. Eu ainda tinha aquele desconforto e aquela raiva queimando em minhas veias, quando puxei minha mão para longe dele.

“Me solte”, eu ordenei. Minha voz tão dura que eu duvidava que ele já tivesse a escutado.

“Não, Aly. Você é minha namorada”, ele respondeu tão duro quanto eu. Suas palavras não pareciam tão certas quanto antigamente, mas algo nelas me chamou atenção.

Senti meus olhos brilharem de raiva.

“Nunca, em toda sua vida, me chame de Aly de novo, me escutou?”, eu me soltei e marchei com força até lá fora. Deixando meus amigos sem entender nada do que havia acontecido.

Já do lado de fora foi outra coisa. A noite estava tão vazia e sombria que eu pensei em voltar para o baile, por ser uma má ideia andar por aí sozinha. Mas então me lembrei que Nathan estava ali fora, sozinho e muito fulo comigo. Lembrei também que o amava e que o tinha decepcionado.

Olhei mais uma vez para o espaço em volta de mim e suspirei. A escola era enorme, eu nunca poderia encontrar Nathan sozinha, mas também não poderia voltar lá dentro e perder mais tempo brigando com Nick. Só tinha uma opção. Fechei meus olhos e dois segundos depois, estava encarando, novamente, um par de olhos vermelhos idênticos aos meus.

“Já te disse que você está ferrada?”, ele perguntou começando a caminhar ao meu lado e direção aos estábulos e a floresta.

“Já te disse que não é hora de fazer piadas?”, eu retruqui. Então olhei para o campo aberto a nossa volta. “Sam, é melhor nos separarmos. Se achar ele, me chame.”

Sam levantou a sobrancelha e pareceu meio em dúvida sobre me deixar ou não sozinha, o que me surpreendeu. Por fim, eu dei um olhar duro na direção dele e ele me obedeceu. Comecei a caminhar sozinha. Os rastro de lágrimas já apagados por causa do vento. Olhei para baixo, para meus pés. Tão linda e tão triste. Então um alarme veio na minha cabeça. A visão de Luen. Droga! Deveria ter prestado mais atenção. Estava tudo se

realizando. A aparição de Nathan na escola, o amor entre nós dois, eu vestida para o baile e triste. Mas estava faltando uma. Eu só não conseguia me lembrar qual era, mas sabia que era importante.

Também não tive mais tempo de pensar, por que Sam me chamou.

Ele está aqui nos estábulos. , ele disse.

Fique escondido, eu pensei de volta enquanto corria em direção ao meu amor.

Quando cheguei lá, pude ver Nathan de costas , acariciando o focinho de Mystery. O lindo cavalo negro olhou por cima do ombro do dono e relinchou, alertando sobre a minha aproximação. Nathan apenas me deu um olhar por cima dos ombros, rápido e frio.

“O que você quer?”, ele perguntou duro. “Por que não me deixa em paz e volta para o seu namorado Mauricinho?”, eu me aproximei o suficiente para tocar em seu ombro, mas ele recuou e deu um passo para o lado. “Não me toque, não mais”, ele balançou a cabeça.

As lágrimas voltaram a surgir em meus olhos.

“Nathan , por favor, me escute”, eu pedi, a voz já embaraçada.

Ele se virou para mim, e eu jurava que seu olhar tinha se suavizado, mas foi por um curto momento, até ficar frio e cruel de novo. Eu tive que dar um passo involuntário para trás quando ele levantou o dedo na minha direção e começou a me acusar.

“Te escutar, Alexa?”, ele perguntou dando um passo a frente. “Você quer que eu te escute? Quando eu te pedi para que me escutasse, o que você fez? Me deu as costas, disse que não queria ouvir. Agora quer que eu te escute?”, ele balançou a cabeça. Aqueles olhos que eu tanto amava me olhando com ódio. “Nunca mais quero escutar, sequer, seu nome. Você brincou comigo, me usou para se divertir enquanto o Mauricinho estava fora. Até mesmo para se vingar de Lana.”

“Não foi isso, Nathan”, eu disse, ou tentei dizer, com as lágrimas já alterando a minha voz. “Eu fiquei com você por que eu gosto de você”, eu disse, mas era além disso. Eu o amava. Mas achava que declarar aquilo naquele momento não seria uma boa ideia.

“Não, Alexa. Você não gosta de ninguém além de si mesma.”, ele me acusou de novo. Eu já fungava feito louca e não conseguia ver suas feições direito. “Você é pior que Lana. E não quero você nunca mais na minha frente. Eu ainda não acredito que pude confiar em você o suficiente para te contar que eu era um espião. Para te contar da minha família. Eu sou um burro mesmo.”, ele fechou os olhos e se virou para ir embora.

“Nathan, por favor, volte.”, eu quase implorei. “Eu te...”, minha frase foi interrompida quando algo passou em alta velocidade perto do meu rosto. Nathan também parou e olhou para mim. Eu não consegui me mexer o suficiente para sair dali, mas olhei para a direção de onde tinha vindo e vi apenas escuridão. Olhei para o estábulo e vi algo que me fez arfar.

Uma adaga dourada.

Estávamos sendo atacados. Antes que eu pudesse absorver isso direito, escutei o grito baixo de Nathan. Olhei para cima e vi que ele tinha sido atingido no braço. Fundo o suficiente para rasgar seu paletó, mas não tanto para rasgar muito a sua pele, sendo apenas de raspão. Eu ainda não conseguia me mexer.

Nathan olhou para mim, ainda em estava do choque, e me puxou para os seus braços. Me senti ali novamente, era como se eu pudesse respirara novamente, depois de

milhares de anos debaixo da água. Tão quente e seu cheiro de rosas e apimentado. Eu suspirei involuntariamente. Nathan nos fez correr até os estábulos e me abraços bem aperta do ali. Eu fechei meus olhos e desfrutei do momento. Pelo menos se eu morresse que fosse na proteção de seus braços e escutando seu coração bater. Mas o que estava me incomodando era aquele cheiro de sangue.

E também foi o que me despertou. Estávamos sendo atacados e eu presa em fantasias. Levantei a cabeça de seu peito e olhei para nosso redor. Ainda era a mesma escuridão assustadora, mas tinha alguma coisa nela que me fez estreitar bem os olhos e prestar atenção. Jurava que tinha visto o deslumbre de um par de olhos verdes, mas não poderia ser.

Antes que eu pudesse pensar no que tinha visto, alguma coisa foi lançada na nossa direção, me dando um susto e me fazendo soltar um grito.

“Calma, Aly.”, Nathan murmurou em meus cabelos e me apertou mais forte.

Eu respirava rapidamente e assenti.

“Vamos fazer assim, você vai para a parte de trás dos estábulos primeiro e quando eu der o sinal, você vai correndo para a cabana”, ele sussurrou e pegou meu rosto nas mãos , olhando bem no fundo dos meus olhos. Eu jurava que tinha visto amor ali. Mas estava escuro demais para ver e eu ainda estava chocada. Eu apenas pude assentir. “Vá”

Eu só consegui dar dois passos antes de cair no chão. Não, eu não tropecei. Eu apenas não consegui sentir meu corpo, como se perdesse a sensibilidade das pernas e dos braços. Quem fosse que estivesse por trás disso, era um bruxo muito poderoso. Nathan veio correndo na minha direção e se ajoelhou na minha frente, seus olhos desesperados.

“Aly, Aly. O que aconteceu?”, ele perguntou começando a me pegar no colo.

Quando caiu também.

Ele caiu ao meu lado, assim como tinha acontecido comigo. Do nada.

Eu estou indo aí, Aly. Sam pensou e começou a se mover de onde estava.

Não. Fique aí e vá buscar ajuda. , eu pensei ainda sem poder me mover. Logo perdi a fala e não conseguia dizer uma palavra se quer. Pelo canto dos olhos consegui ver Nathan. Ele também me encarava. Tentei transparecer todo o meu amor com os olhos e ele tentava dizer algo também. Eu só esperava que não fosse, eu te odeio.

Minha visão começou a apagar, mas antes tive um deslumbre de pensamento de Sam, vindo em nossa direção, mas o detive.

Vá chamar ajuda, não veia aqui, Sam. , eu disse.

Então apaguei de vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estamos perto de descobrir quem é o assassino, certo?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Spell The Most" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.