1968 escrita por laraestrela


Capítulo 9
Capítulo 9 - Falling to Pieces


Notas iniciais do capítulo

Então, eu sei que demorei. E peço desculpas. Mas espero que vocês gostem do novo capítulo :) Muito obrigada por serem tão lindas e acompanharem a fic com tanto amor. Vocês são meu incentivo, e sem vocês essa fic nunca seria acabada.



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Acordei no outro dia extremamente cedo, mas não por opção. Simplesmente não conseguia dormir. Cara, eu tinha que salvar meus pais. A droga dos meus pais. Por que eles tinham que ser gênios? E se não desse certo? E se alterasse meu futuro de algum jeito que eu não gostasse?

Não teria retorno. Era uma rua de mão única. E eu tinha que ir até o final.

Para que eu não explodisse, comecei a mexer no DeLorean. Doc já havia feito grande parte do trabalho, mas ainda havia um pouco de distração para mim. Prendi meus cabelos, agarrei a chave de fenda e comecei a cutucar o motor.

Minhas mãos se concentravam no carro, porém meus pensamentos estavam longe. Era manhã de quarta feira, o raio só cairia no sábado à noite. Meu lado otimista dizia que eu tinha tempo de sobra, já o pessimista falava que todo tempo do mundo não seria suficiente para a tarefa em minhas mãos.

Eu concordava com meu lado pessimista. Porém, de tanto ouvi-lo, acabei espirrando graxa em mim mesma.

- MERDA! – Eu gritei, e senti que começava a chorar. Era como se tirasse um peso de minhas costas. Eu precisava gritar e chorar como se ninguém pudesse me ouvir.

E então Marty entrou no cômodo, com a mais genuína cara de preocupação que eu já vi. Meu coração derreteu e fui invadida por um calor tremendo naquele instante. Ele apenas se ajoelhou ao meu lado e me abraçou, mesmo tendo acabado de sair do banho (seus cabelos ainda estavam molhados).

- Eu sempre quis parecer forte para os outros, mas a verdade é que eu sou uma grande de uma covarde – sussurrei.

- Eu já teria desabado muito antes em seu lugar. Eu acredito que você é forte o suficiente, e se não for, eu vou te ajudar a ser. – ele respondeu, e eu sentia que ele estava me fitando, mas não consegui erguer meus olhos para encontrar os dele.

Depois de tomar um banho e almoçar, Doc entrou em meu quarto.

- Marty me contou o que aconteceu hoje de manhã. – Disse, num tom paterno.

- Desgraçado. – Retruquei, sentindo minhas bochechas corarem.

- Mesmo se ele não tivesse me contado eu saberia. Você tem o jeito de sua mãe: ambas odeiam demonstrar o quão frágeis são. E, quando demonstram de algum jeito, ficam mais emburradas do que o normal o resto do dia. – Disse, com um sorriso. Eu sorri de volta. Era verdade, sempre fui assim. Senti uma felicidade em meu coração: eu tinha algo em comum com a minha mãe.

- Eu... Eu não sei se consigo Doc. É muita responsabilidade – desabafei.

- Sabe, sua mãe também é muito parecida com você em outro ponto – ele continuou como se eu não houvesse o interrompido – Assim como você, ela é extremamente forte, por mais frágil que seja. Lembre-se disso: fragilidade não é o oposto de força, e sim um de seus componentes. Você vai conseguir salvá-los, tenho certeza. – Ele terminou, com um sorriso paterno. O abracei subitamente, e consegui ver pelo canto do olho que ele foi pego de surpresa por meu gesto. Ele me afastou gentilmente e disse:

- Comprei um vestido para você, já era mais do que hora de você parar de andar de calça jeans por ai. Em 1968, as garotas usam saia, por mais que eu ache o jeans mais interessante. – Disse, saindo do quarto e voltando logo depois com o vestido.

Nunca fui fã de vestidos ou de qualquer coisa muito menininha. Mas aquele vestido era bonito. Vermelho com bolinhas brancas, possuía um decote coração e ia até antes do joelho. O agradeci e fechei a porta. 


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