Abraços Perdidos escrita por Graziele


Capítulo 1
Dia de azar, momento de sorte.


Notas iniciais do capítulo

heeeey, amores! o/ aqui estou eu com mais uma fic, espero agradar vcs (:
Não se esqueçam de deixar um review, pra eu saber se vale a pena continuar :D
Boa leitura!



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Julho de 2005 – Baltimore.

“Merda, merda, merda!” Edward Cullen murmurou raivosamente ao olhar em seu relógio de pulso e constatar que já se passavam das 07h15min da manhã. Tentou, a todo custo, acelerar o trotar ridiculamente lento da sua decrépita bicicleta, tendo, após, a nítida impressão de que o pedal logo escaparia dos seus pés e sairia rolando ladeira abaixo.


Como se não bastasse chegar atrasado em seu primeiro dia de aula depois das férias de verão, ainda tinha que fazê-lo montado num trambolho caindo aos pedaços – que, definitivamente, não merecia ser chamado de ‘bicicleta’.


Realmente, daquela vez, seus pais capricharam na criatividade do castigo: tirar de suas mãos seu super potente Volvo para trocá-lo por uma bicicleta magricela e, muito provavelmente, dos anos 40. E ainda obrigá-lo a ir pra escola com aquilo durante um mês!


Não que Edward tivesse, positivamente, algum tipo de reputação a zelar; ele não era popular, tampouco era o capitão do time de futebol americano, mas ele tinha a certeza de que ninguém – nem mesmo o mais nerd de toda a escola – passaria impune de zoações chegando em cima de um jegue estúpido de duas rodas.


O garoto de incríveis olhos verdes não entendia o porquê de tamanha severidade na aplicação do castigo. Poxa, será que uma bebedeira raríssima era algo tão recriminante assim? Tudo bem que ele praticamente destruíra toda a cara mobília de sua casa e ainda saíra nu na varando, gritando que era o ‘senhor dos mares’, mas ainda assim... Carlisle e Esme Cullen tinham que levar em consideração que, em dezessete anos, aquela fora a única vez que algo parecido acontecera!


O conforto que sentiu ao avistar o colégio teria sido engraçado em outra situação – afinal, ele odiava tudo aquilo –, mas, naquele momento, Edward sentia que o estabelecimento escolar era sua tábua de salvação, o único modo de livrar-se daquela bicicletinha ridícula e de seu guidão frouxo.


Agoniado com a absurda falta de equilíbrio daquela coisa, Edward entrou no estacionamento, aliviando-se ao vê-lo vazio. Isso, pelo menos, retardaria as zombarias.


Praticamente jogou seu ‘mais novo meio de transporte’ no asfalto do grande estacionamento, nem se preocupando em trancá-la, porque, se a roubassem – o que ele duvidava muito que fosse acontecer, já que ele sabia que ninguém queria trambolho velho dentro de casa – iria ser uma consolação para si, na realidade. Bem que alguém podia passar em cima dela com aquelas caminhonetes troglodita, pensou perversamente.


“Cara, que porcaria é essa...?” Edward revirou os olhos ao ouvir a voz arrastada de Jasper Whitlock, seu melhor – e talvez único – amigo atrás de si.


“Castigo.” Respondeu simplesmente, virando-se para o outro e dando de ombros. Jasper franziu o cenho, aproximando-se do amigo, mas com o olhar grudado na bicicleta magricela jogada desleixadamente no chão. Edward esquadrinhou-o, notando que o loiro tinha o cabelo ensebado caindo nos olhos azuis e tinha o andar meio pendente, como se estivesse prestes a desmaiar.


“Caramba... Será que te chicotear não seria mais eficiente, não?” indagou retoricamente, com um sorriso irônico nos lábios finos. Edward notou que a camiseta preta da banda Queen do amigo estava ridiculamente engordurada e imaginou há quanto tempo ele não a trocava, fazendo uma careta e concluindo que era melhor não fazer suposições. Se existisse no mundo alguém mais desleixado do que Jasper, Edward realmente não queria ter o desprazer de conhecer.


“Eu falei a mesma coisa, mas acho que a humilhação não seria tão grande.”


“Sempre achei que a senhora sua mãe fosse chapa quente, aquela carinha de anjo não me engana não.” Jasper riu, batendo no ombro do amigo levemente. “Tirar seu super veloz e potente e moderno Volvo e trocar por uma bicicletinha capenga... Quem diria! Eu te disse, Edward, que a gente tem que se manter puro e isento de qualquer substância que não seja água.” Recitou, colocando a mão no peito teatralmente.


“Larga de besteira, seu infeliz, foi você quem me embebedou!” Acusou o outro. Não que Edward estivesse realmente com mágoa do amigo por ele ter o ‘persuadido’ a beber uma ou duas taças de vodca a mais, porém ele precisava culpar alguém por essa sua situação grotesca.


“Seu grosso!” Sentimentalizou Jasper, com os olhos marítimos arregalados.


Edward bufou, ajeitando sua mochila laranja nas costas.


“Eu não quero nem ver na hora da saída, o quanto que todo mundo vai te gozar.” Jasper disse, rindo ao apenas imaginar o resto da escola vendo o Cullen – sempre tão metido a galã dentro do Volvo reluzente – se equilibrando em cima de uma bicicleta depredada.


“Nem me fale...” Choramingou Edward, passando a mão pela testa. “Tomara que alguém atropele essa infeliz dessa bicicleta!”




“UM D?” Edward explodiu de repente, chocadíssimo, assim que seus olhos pousaram em cima da sua prova de Biologia da semana passada, com a quarta letra do alfabeto desenhada no centro, num vermelho que quase o cegou.


“Algum problema, senhor Cullen?” O professor Chanel perguntou calmamente, nem se preocupando em virar-se para encará-lo. “Acha que a nota foi injusta?”


“Eu acho!” Respondeu sinceramente, estressado. Ele havia quase fritado seu cérebro de tanto estudar e agora tinha se confrontar com a porcaria de um D?


“E por que acha isso?” O professor perguntou novamente, prestando atenção nas provas que entregava e sendo quase indiferente ao aluno que seria capaz de matar um, tamanha a raiva que sentia.


“Porque eu estudei pra caramba e tenho a certeza de que isso aqui ta errado!” Insistiu, batendo o punho da mesa, resoluto.


O professor estalou a língua e, numa lentidão que irritou Edward ao extremo, virou-se para ele.


“A nota me diz que o senhor não estudou tanto assim.” Provocou, com ironia na voz. “Afinal, eu dou aula há quase trinta anos e jamais me enganaria na correção de provas, a menos que o aluno tenha se enganado nas respostas que deu.”


Edward estava com a boca aberta para retrucar, mas o professor deu-lhe um sorrisinho sacana e virou-lhe as costas novamente. O garoto bufou contrariado e se afundou na cadeira, emburrado.


Sua mãe iria lhe matar, ele sabia.


Depois de se embebedar horrores no sábado, ir pra escola numa bicicleta debilitada ainda conseguia tirar a imundície de um D numa prova mais fácil do que andar pra frente.


Definitivamente, a sorte lhe virara as costas!




“Que porra, cara!” Jasper exclamou na hora da saída, rindo a plenas bandeiras. Edward fechou a cara, porque não havia achado nada de engraçado no seu dia.


Depois de ficar sabendo da sua maravilhosa nota, ele ainda trombou com uma menina na hora do recreio, derrubando a comida dela e se sujando todo. A infeliz o xingara de todos os nomes existentes e inexistentes e pareceu jogar uma maldição muito forte, pois, no momento seguinte, ele prendeu a barra da blusa na porta de seu armário e, tentando tirá-la de lá, rasgou-a quase que completamente.


“Cale a boca, Jasper! Eu devo ter feito strip-tease na mesa da Santa Ceia, só pode!” Lamuriou-se.


“Que inferno, Edward, acho que isso não é vida pra você não! Vá se exilar no Himalaia que você ganha mais!” Recomendou, ainda gargalhando.


Chegando no estacionamento, Edward só teve um pensamento: Puta merda.


Ele abriu a boca impossivelmente, com os membros quase que paralisados de choque e revolta. Jasper aumentou ainda mais o som de suas gargalhadas, praticamente rolando no chão, mas Edward não esboçou outra reação além de um grito mudo que lhe parou na garganta. Porque, ali, debaixo de uma caminhonete preta absurdamente gigante, estava sua bicicleta. Sua pobre bicicleta, difamada desde o momento que saíra de casa, jazia aos pedaços, implorando para que alguém a tirasse dali.


COMO É QUE ELE IRIA EMBORA AGORA, SENHOR?


A bicicleta era ruim, não chegava nem no calcanhar de seu Volvo lindo e saudoso, mas, porra, era o único modo que ele tinha de ir embora!


“Edward, desista da vida!” Jasper disse, apoiando-se no ombro do amigo e curvando-se para pegar ar.



“DIGA-ME O QUE FIZ DE ERRADO, Ó DEUS! DIGA E EU CONSERTAREI, MAS NÃO ME DEIXE PASSAR POR ESSAS PROVAÇÕES!” Edward cantou a plenos pulmões, se esgoelando no meio da rua movimentada do bairro da cidade de Baltimore.


Ele empurrava sofregamente o que antigamente era sua bicicleta, pensando na desculpa que daria a seus pais quando irrompesse pela porta com um pó despedaçado.


Algo do tipo: “pai, rolei na ladeira.” Ou ainda: “mãe, essa bicicleta era tão ruim que se desmaterializou na minha mão.”

Bom, na verdade... Não importava. Os dois eram bem capazes de começarem a rir também, afinal, desgraça alheia é refresco.


“Eu vou tomar um banho de sal grosso.” Prometeu a si mesmo. Porque toda aquelas “desventuras” do dia só podia ser fruto de olho gordo.


Ele já estava traçando em sua mente qual era o melhor lugar para ir se benzer, quando uma música clássica, de repente, lhe chamou a atenção.


Edward aguçou bem os ouvidos e se surpreendeu ao ver um estúdio de balé bem do outro lado da calçada em que estava. Ele nunca havia prestado atenção – devia ser porque ele sempre passava por ali com seu Volvo maravilhoso –, mas, naquele momento, algo despertou dentro de si e ele resolveu atravessar a rua para observar o que acontecia lá dentro. Com seus hormônios adolescentes fervilhando, Edward imaginou que, talvez, pudesse alegrar seu dia vendo algumas meninas se contorcendo.


Ainda com a bicicleta – ou o que sobrou dela – sendo arrastada, o garoto atravessou a rua e logo espremeu o rosto no vidro escuro, forçando as vistas para ver o que ocorria.


Diferentemente do que pensava, o local por dentro estava vazio, com o silêncio sendo preenchido só pelas notas suaves de Mozart. Edward ficou ali por mais alguns minutos – já a ponto de desistir – quando uma bailarina lhe rompeu na visão.


Ele cerrou os olhos verdes e distinguiu a forma perfeitamente ereta e elegante de uma mulher de cabelos marrons, que se curvava para ajeitar as sapatilhas rosa. Maravilhado, Edward observou ela girar em seu próprio eixo – completamente na ponta dos pés – e, com o vestido de túli lilás sendo armado lindamente, começar a dar piruetas pelo salão. Ela preencheu todos os espaços vazios do estúdio, sendo levada pela leveza de passos meticulosos e delicados


Ele já havia esquecido que estava quase 40 minutos atrasado, já havia esquecido que seu estômago roncava de fome, já havia esquecido que as pessoas passavam por ali achando-o um pervertido... Esquecera tudo, porque sua atenção fora roubada pela linda bailarina que dançava tão docemente, como uma rosa.


Os cabelos castanhos formavam uma magnífica cascata nos ombros alvos e se movimentavam hipnoticamente a cada oscilação dela. Os olhos estavam fechados e ela parecia deixar a música penetrar em cada poro de seu ser, como se daquilo dependesse sua vida.


De repente, sua bolha fora furada pelo inesperado cessar da música e a bailarina ganhou companhia dentro do estúdio. Uma outra moça alta, igualmente ereta, loira e de expressão dura apareceu no recinto, falando com a bailarina de uma forma quase que rude. Edward não pode ouvir, mas teve a certeza de que a bailarina havia levado uma bronca, pois sua face murchou e ela logo pôs-se a caminhar para longe.


Edward se afastou do vidro, desapontado. Mas logo animou-se, pois seu dia não havia sido tão péssimo assim, afinal conhecera a bailarina mais linda e perfeita que já havia tido notícia.


E, com seu trambolho, o garoto pegou o rumo de casa sorridente, com a certeza de que veria aquela bailarina novamente no dia seguinte. E isso já lhe parecia um grande motivo para alegrar-se.


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Notas finais do capítulo

Ooooi de novo (: rs Como vcs estão? Espero que bem *-* Quanto tempo não nos vemos, hein? haha!
Então, eu estou na aí na atividade novamente com uma nova fic o/ KKK. Estou bem animada com AP, porque, na minha humilde opinião, essa história está ficando linda :) Sério msm, tá cheia de amor! rs.
O Edward desse comecinho vai ser meio aéreo e bobo desse jeito msm, mas tudo muda no decorrer, fiquem tranquilas, rs. Haverá uma ~primeira e segunda fase~ , ou seja, Edward amadurecerá muito :D
Tenho alguns capítulos prontos e posso postar o próxima na terça feira, caso vcs se manifestem rs.
Então é isso ^^ Não tem lá muito o que falar, né, mas eu espero que vcs deixem um comentário (nem que seja pequeno) apenas me dizendo se devo prosseguir ou não (:
Espero realmente que gostem, porque eu estou amando escrevê-la e mais do que adorando o resultado!
405 beijos, suas lindas, s2s2 E até o próximo, espero rs :**