Jody estregou a blusa para Auren que a colocou numa máquina de costura sem parar de falar.

-Ai Jody, eu tive aquele sonho de novo.

-Qual sonho Auren?

-O do menino, que era meu amigo quando a gente era criança.

-Ah tá. De novo? Ele nunca mais apareceu né?

-Foi embora e nunca mais voltou.

-E o que acontece no sonho?

-Ele volta. Ele está tão bonito. –Ela suspirou. –Ai ele vem e me tira pra dançar.

-Jura? Que sem graça. –Jody murmurou.

-Por que sem graça Jody? –Damian perguntou.

-Perda  de tempo. –Ela respondeu, dando ombros.

-Sonhos ou dança?

-Dança.

-Você já dançou?

-Nunca, até por que eu não levo o menor jeito.

-Mas é tão bom. –Auren respondeu animada e começou a cantarolar uma música. Sua voz era bonita. Jody olhava para Damian curiosa. –Ai que merda.

-O que foi? –Ela se virou para Auren de novo.

-Machuquei o dedo. Droga. –Ela falou, levando o dedo indicador até a boca. Ela levantou da máquina  e foi até um armário, pegando um curativo.  –Toma Jo. Depois você acerta com a minha mãe.

-Obrigada Auren.

-Jo, azul ou rosa? –Jody pensou um pouco.

-Azul.

-Saco. 3 a 3.

-Oi?

-Eu vou fazer um vestido novo, só não sei se faço azul ou rosa.

-Boa sorte com a sua escolha. Tenho que ir, beijos. Vamos. –Ela falou, saindo e Damian foi atrás. –Eu ainda tenho um monte de coisas pra fazer. Se você quiser dar uma volta por ai pode. É só perguntar para as pessoas onde eu estou que você vai me encontrar.

 Damian concordou e seguiu pela rua principal. A cidade podia ser pequena, mas tinha bastante gente. Várias pessoas cumprimentaram ele, na maioria, meninas mais ou menos na idade de Damian. Algumas até pararam para conversar.

É, o dia seria interessante.