CAPITULO 10

[...] Rukia foi quem quebrou o enlace primeiro indo atrás do irmão, deixando Ichigo abraçando o vazio e com o cheiro dela ali.

Mas ele não deixaria assim, não mesmo, saiu atrás da morena arfante, quando podia vê-la no meio de todas aquelas pessoas alguém o puchou pelo pulso, Ichigo se virou rápido, era ela de novo, Orihime.

– O que diabos você ainda quer comigo?! – Disse Ichigo sem paciência constantemente olhando para trás, a garota ainda estava lá, bebendo água junto do irmão.

– Kurosaki-kun... – Ichigo cerrou os dentes, aquela voz que o irritava profundamente – Eu, queria me desculpar com você, tudo aquilo que aconteceu com a gente---

            Ichigo não a deixou falar, apenas saiu de perto rápido o bastante para deixá-la pra trás com todo aquele passado. Andava esbarrando em todos, sem nem tentar desviar, a cada passo sentia o coração mais rápido e o cheiro dela no ar, se sentia um cão farejador, mas não podia evitar, aquilo o marcou. Viu Byakuya dar um pouco de espaço para a irmã. Ichigo chegou perto o bastante para arfar.

– Rukia... – soltou num suspiro, a morena se virou, mas não disseram nada, não podiam dizer nada, a última dança passava pela cabeça dos dois rápido os deixando zonzos.  – Quer... Quer dançar?

– Essa música? – Disse hesitante, o que estava fazendo, ela era comprometida, não podia dançar algo no estilo ‘Unchained Melody’ com ele, aquela música lenta soava por todos os lados a deixando nervosa.

– Quer esperar outra? – Disse fazendo piada e sorrindo nervoso, coçou a nuca, a tempos não fazia aquilo.

– Ah, não quis dizer isso... – Rukia olhou para o irmão como que pedindo ajuda, o moreno apenas virou a cabeça ‘A decisão é sua.’ – Tudo bem... – hesitou mas aceitou, teve a mão arrebatada pela quente do outro, se encolheu.

            Chegaram na pista de dança e no meio de muitos outros ficaram frente a frente, apenas se olhando, então o ruivo diminuiu a distância com apenas um passo, segurou a mão da pequena e depois sua cintura, Rukia estava tremendo, não sabia o que estava fazendo, não devia estar ali, junto dele, daquele jeito, mas ela só não podia evitar. Soltou a mão da do maior colocando as duas nos ombros dele que nervoso pôs as mão na cintura dela. O clima estava tenso, Rukia principalmente, a cada segundo imaginava tudo de ruim que aquele ruivo estava fazendo, estava a tirando do sério, estava fazendo-a mentir para o namorado o que nunca fez, além disso era sem necessidade, estava deixando-a de um jeito que nunca tinha sentido, estava jogando-a numa decisão terrivel e colocando-a contra a parede. Como pode? Ela não queria aceitar tudo aquilo, queria que tudo aquilo que estava sentindo sumisse como uma nuvem de vapor, queria esquecer que ele existia, talvez sua vida voltasse ao normal. Sentiu o outro a apertar um pouco trazendo-a de volta a realidade.

– Belo All Star... – Disse tentando sair do sufoco.

– Obrigado, bela gravata. – Apertou um pouco mais a gravata do homem que queria mais do que tudo se livrar daquela coisa. Rukia evitou olhar nos olhos do homem, usou uma força sobre humana para evitar olhá-lo, pelo menos resistiu até o fim da dança.

            Nenhum dos dois queria se soltar, apesar dos musculos retesados tentando se afastar, então quando o desespero tomava conta de Rukia, Byakuya a puchou devagar, Ichigo se surpreendeu.

– Desculpe roubá-la, mas temos que ir para casa, obrigado pelo convite, a noite foi ótima. Espero que nos encontremos de novo. – Ichigo assentiu cego, não entendeu muito, apenas viu Rukia ir embora, sem nada a fazer, já previa o resto da noite, passaria ela em claro, e melhor do que isso, teria que trabalhar amanhã.

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            A morena colocava o vestido num canto qualquer do closet, num canto isolado e escondido do closet, se abraçou, a pele estava fria voltou para o quarto e se jogou na cama, se contorcendo um pouco colocou o CD que ganhara de Renji no som, curtiu por um tempo e acabou dormindo, luzes acesas e o som tocando. O irmão entrou no quarto, cobriu a garota e desligou tudo o que ela por sono não desligara. Seria um longo dia amanhã, um dia calado.

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            O barulho do despertador se chocando contra algo era possível de ser ouvido a quilometros talvez.

– Violência... – Byakuya murmurou abrindo a enorme janela do quarto da irmã.

– Desculpe, ele me irritou. – Rukia se mecheu na cama e sentou-se – porque ligar o meu despertador?

– Pra ir para a escola comigo... Agora se levante, te espero pro café.

            Rukia não demorou, fez tudo o mais rápido que pode e desceu para comer, que fome tinha, não sabia de onde ela saiu, só sabia que queria comer, o café da manhã foi silêncioso, sequer trocaram um suspiro, logo já estavam a caminho da escola, o slêncio continuava, Byakuya não forçava o diálogo, sabia que a irmã estava confusa. Se despediram e Rukia foi estudar, talvez algumas equações enchessem sua cabeça hoje. A morena se encontrou com Renji na entrada e com as amigas subiram as escadas do prédio.

            As aulas passaram rápido, mas foram úteis para distrair a baixinha, mas logo sabia que teria de entrar em contato com Ichigo de novo, logo não. Hoje. Sabia que teria que passar na mecânica mas Byakuya não podia levá-la e queria um pouco de distância de Renji, não podia deixá-lo mais desconfiado. Tinha apoio das amigas na mentira, não que elas estivessem de acordo, mas foi o favor que pediu à elas.

– Vou usar o celular, licença. – As amigas se entreolharam e Rukia saiu em direção ao banheiro da escola. Discou o número devagar, hesitando e logo o som da chamada se iniciou.

– “Alô?” – Rukia respondeu – “Quem é?”

– Você ainda não conhece meu número? Que horror, eu já decorei o seu! – Disse indignada. – Te liguei tantas vezes, bom, talvez com a introdução do assunto você descubra quem sou eu. Preciso que me pegue na escola hoje e me leve até o meu mecânico.

– “Rukia...!”

– Mas passe um pouco mais tarde! Chege no máximo 20 minutos depois do horário em que me buscou quando precisei, okay?

– Tá, mas---

– Sem perguntas. Tchau. – E o celular desligou.

            Rukia saiu do banheiro despreocupada, até topar com Renji na porta deste.

– Quem era?

– Nii-sama. – Respondeu de pronto. – Ele vai me buscar hoje, temos que resolver uma coisa na cidade.

– Achei que fosse te levar... – Rukia assentiu negativamente.

– Não se preocupe, Ren... Assim que resolvermos tudo, você poderá ser meu chofer. – a morena sorriu.

– Abusada – Murmurou seguindo-a até as amigas.

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            Rukia acenava para Renji, indo embora de moto, suspirou, não via a hora da Harley voltar. Se sentou com as costas no muro, esperando a carona de um certo ruivo. Logo o Audi encostou na calçada em frente a garota, a porta se abriu e ela pode ver o ruivo com uma camisa branca e um blazer escuro. A garota entrou no carro e o cumprimentou.

– Belas olheiras... – Disse colocando o cinto de segurança antes que Ichigo reclamasse.

– Pensei demais a noite... Pensei demais em você. – Disse baixinho, mas não passou despercebido por Rukia que arfou e retesou-se toda no banco, mas não pode evitar de sorrir, mesmo se segurado para não fazer tal. Depois, como sempre, se repreendeu e fingiu que nunca tinha escutado tais palavras – Onde fica a mecânica?

– Ah, sim. Vire ali, depois siga... – Rukia o guiou até o local, quando chegaram a morena xingou junto com o ruivo – Fechado?! Mas que merda é essa?!

            Imediatamente pegou o celular e discou o número de um certo encrenqueiro de cabelo azul. Ichigo só pode observar.

– Grimmjow Jaegerjaquez!... Não tem desculpa pra isso!... Não. Não e não! Amanhã?... Okay Grimm... Beijos, te amo. – Rukia olhou para Ichigo – Eles tiveram que fechar mais cedo, mas podemos voltar amanhã. – o ruivo bufou.