The Noise escrita por Naslir


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ^-^!!!!



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O sol ainda não tinha nascido o céu estava escuro, era por volta das duas horas da manhã. O clima estava gélido por causa da brisa que balançava a vegetação que por ali tinha. O garoto andava, sem sono, procurando algo para diverti-lo.

Suas mãos encontravam-se dentro do bolso de sua calça jeans rasgada, cada passo que dava, um barulho ecoava por causa do pequeno salto da bota que ele usava junto com o chacoalhar das correntes que enfeitavam sua calça. “Que tédio...” pensou. O que fazer em um dia monótono como aquele?

Nada passava por sua cabeça.

Chutou uma pedra e sentou-se na calçada, voltando seu olhar para o céu que estava em um azul escuro profundo e meio perturbador. Estava longe de amanhecer. Ele solta um suspiro, não era costume ele ficar ali parado sem fazer nada em um dia de tamanha importância para ele.

Ouviu passos leves e suaves vindos de trás dele. O garoto vira sua cabeça vagarosamente. Ao perceber de quem se trata, volta seu olhar para a calçada que se tornara um tanto sóbria por causa da falta de pessoas.

– O que faz aqui sozinho? – perguntou uma voz conhecida, feminina, digamos que até bem delicada e atraente vinda do ser que se aproximara minutos atrás.

– Pergunto o mesmo para você. – ele falou sem desviar o olhar da calçada, soltando um longo suspiro.

– Estou sem sono. – a garota falou indo para frente deste, bloqueando sua visão do lugar. – Não aguento mais esse lugar, não tem nada para fazer se não ficar deitada na cama olhando o teto. – o garoto a observava, suas curvas eram bem atraentes, não tinha como olhar para outro lado. Ela percebeu e apenas sentou-se ao seu lado, apesar de não ser de seu gosto ficar sentada no chão.

– Concordo. – falou afirmando com a cabeça. – Não é tão divertido como eu pensava, às vezes, esse lugar me da náuseas. – disse com uma cara de nojo. A garota solta uma pequena risada.

– Sinto falta de casa... – ela disse encostando sua cabeça no ombro do rapaz, que nada fez, apenas a observou por míseros segundos. – Essas pessoas estão se tornando muito chatas, como eu queria poder... – ela parou antes de continuar a falar, o que chamou a atenção do garoto ao seu lado.

– Espera... – ele disse. A garota levantou a cabeça. Agora, a feição do rapaz se tornou pensativa, o que durou pouco, logo depois um sorriso largo veio ao seu rosto, deixando suas presas brilhantes à mostra. Ele não precisou falar mais nada, ela havia entendido o que aquele sorriso queria dizer. Os dois confirmaram com a cabeça e se levantaram, sumindo em um beco escuro.

Próximo dali estavam todos dormindo, cada um em seu respectivo quarto. Um grande estrondo de algo se chocando bruscamente em uma das paredes da casa os acordou, praticamente todos ao mesmo tempo. Aquilo era estranho? Está mais como algo normal para eles.

Reuniram-se no salão principal, alguns ainda estavam sonolentos, outros já estavam dispostos para encara o dia.

– O que foi?... – a garota de cabelos rosados falou esfregando seus olhos. – Por que tanto barulho?... – disse em uma voz manhosa.

– Eu to cansado ruivinha, quero voltar a dormir. – disse um com cabelos negros.

– Já disse pra não me chamar de ruivinha... – falou uma ruiva, serrando os punhos e se preparando para socar o outro. Ela dá um longo suspiro para se acalmar e segue com a “reunião”. – Vocês devem ter ouvido o barulho que soou agora pouco e...

– Quer dizer que eu fui acordado por causa de um mísero barulho? Poupe-me Elesis, eu vou voltar pra cama. – disse um garoto de cabelo loiro virando-se para voltar ao seu quarto.

– Nada disso. – falou um albino segurando-o pela camiseta. – Você vai ficar quieto aqui, Lupus.

– Cala a boca Lass. – ele disse virando-se novamente e cruzando os braços, enfezado pela atitude do de cabelos brancos.

– Como eu estava dizendo antes de ser interrompida pelo idiota ali. – Elesis começou novamente. O loiro quase saiu do controle se novamente seu irmão não tivesse o impedido. – Sabemos que barulhos assim no meio da noite não são normais, então uma pequena investigação não será problema para nós. – a ruiva disse em um tom de liderança. – Vamos nos separar em grupos. Eu vou com a Lire, a Arme e o novato. Amy, você vai com o Lass e o Zero. Ronan com o Jin e Lupus. Mari vai com a Lin, o Sieghart e o Ryan. – todos confirmaram com a cabeça e saíram em seus respectivos grupos para investigar o estranho barulho.

– Eu não acredito que estou seguindo uma ordem daquela ruiva patética. – falou Lupus franzindo o cenho enquanto seguia Jin e Ronan por um dos corredores que dava acesso ao porão da casa.

– Não acredito que ainda não se acostumou com ela. – falou o azulado sem ao menos se virar para trás.

– Nem eu mesmo me acostumei. – falou Jin soltando uma pequena risada de deboche enquanto Lupus sorria de uma forma sádica e o azulado nem sequer os encarou.

– Ui, acho que alguém aqui não gostou da piada com a nova namoradinha. – falou o loiro friamente zombando com a cara do azulado. Este parou e se virou bruscamente para encara-lo, ele estava levemente corado.

– Ela não é minha namorada! – ele disse em um tom de voz meio exaltado, com um de seus punhos serrados pronto para desferir um soco na cara do loiro.

– Qualé Ronan, todos já sabemos que você anda tendo um caso com a Elesis desde o mês passado. – disse Jin tentado conter a raiva que estava presente em Ronan e entrando no meio da discursão dos dois.

– É Ronan. Diz aí, ela é boa de cama? – provocou o loiro.

– Ora seu... – Ronan falou indo para frente com a intenção de soca-lo. Mas um pequeno barulho vindo do porão o parou e chamou a atenção dos que estavam ali. – Vamos lá ver. – ele disse e os outros dois afirmaram com a cabeça e o seguiram. Chegaram em frente a uma pequena escada que dava acesso a uma porta de madeira rústica, bem envelhecida por causa do tempo, sem contar que ela estava completamente empoeirada e com algumas teias de aranha. Ronan desceu vagarosamente as escadas e girou a maçaneta, a porta abriu em um rangido e o trio adentrou no porão.

– Nada, só um bando de poeira e livros velhos... – o ruivo falou mas foi interrompido pelo mesmo barulho, desta vez, vindo de uma estante. Ele foi investigar, chegando perto bem devagar. Virou a estante, e não conseguiu ver nada por trás desta. Então colocou-a no lugar e se virou para os amigos. – Nada aqui. – quando ia dar um passo a frente, duas mãos que emanavam uma chama negra o agarraram, uma tapava sua boca e a outra puxava por seu abdome. O ruivo desapareceu diante dos olhos de seus amigos.

– Tá, isso foi muito estranho. – disse Lupus preparando sua pistola para atirar. – Vamos busca-lo. – o azulado afirmou com a cabeça e segurou firme sua espada que havia acabado de tirar de um sinto, onde a colocava quando não precisava. Lupus deu o primeiro tiro em direção a onde Jin havia desaparecido. Um rugido sobrenatural soou seguido por uma imagem negra de um bicho, pensava ele que fosse um, que surgia do chão tomando forma de um ser com chifres pontiagudos em sua cabeça. – Essa não, imbecil! – gritou Lupus antes de desaparecer sendo engolido pela imagem negra, levando junto o azulado que não teve tempo para raciocinar.

– Elesis, tem certeza de que o barulho pode ter vindo daqui de fora? – perguntou a loira enquanto seguia a sempre irritada Elesis, ao lado de roxinha Arme e do novato, Azin. Os quatro estavam do lado de fora, perto de uma árvore que ficava ao lado da casa, pretendiam subir no telhado, e a árvore ajudaria na subida.

– Não. – falou curta e direta. – Mas é apenas uma hipótese, pode ter vindo daqui ou não, não custa verificar. – a ruiva disse dando um pulo e segurando-se em um galho, ela deu um giro e se lançou para cima do telhado, parando perfeitamente. As outras duas também subiram, porém de um jeito mais delicado e um pouco mais demorado. Azin hesitou um pouco, sentira que algo não ia dar certo.

– V-viu?! Não tem nada, vamos voltar... – disse Arme segurando a roupa de Lire e se escondendo atrás da loira.

– A Arme está certa, não vejo nada de suspeito por aqui. – disse o rapaz de cabelos em um tom de azul puxado para o cinza.

– Deixem de ser medrosos vocês dois.  - bronqueou. Ela tetou andar, mas não enxergava um palmo a sua frente. - Tá escuro, não da pra enxergar direito... – falou Elesis parando e ficando perplexa com alguma coisa que acabara de ver. Ela conseguia ver um vulto, completamente negro, não conseguia identificar o que era aquele ser, mas podia enxergar grandes orbes brilhantes, de um jeito amedrontador, seguido por um sorriso com duas e afiadas presas saindo deste e no topo da cabeça do bicho, haviam quatro chifres. – Olha... Tenho uma leve impressão de que foi você que fez aquele barulho, estou correta?... – ela disse temendo um pouco o ser a sua frete, já que ele emanava uma aura maligna, que faria até a pessoa mis corajosa amarelar.

Você acertou. – o ser disse em um tom de voz muito sobrenatural, fazendo as meninas ali estremecerem. O vulto conjurou uma chama negra em sua mão e atirou-a em direção às meninas. Elas desviaram.

– O que você quer, monstro? – falou Azin que não tinha sido alvo da chama.

Garotinho ingênuo você... E bem mal educado pelo visto. – o vulto sorriu novamente. – Além do mais, vocês três têm um bom reflexo... Mas duvido que desviem disso. – falou. Um segundo vulto formou-se. Dessa vez, ele chegava mais perto de ser um animal, já que tinha a forma semelhante a um lobo, porém três vezes maior do que um normal e possuía dois chifres e uma boca cheia de dentes sedentos. Os quatro ficaram parados por causa do susto, não conseguiam se mover. O vulto com aspecto humano fez um sinal com a mão, o que fez o “lobo” avançar sobre as eles, as meninas gritaram com todas as forças e Azin apenas estava com os olhos arregalados, mas o animal as devorou com uma só mordida. O vulto “humano” sorriu, e deu uma pequena risada, um pouco feminina até. – Menos três... Faltam seis. – disse, o sorriso ainda se fazia presente em seu rosto e logo depois, se desfez com o vento junto com o vulto em forma de lobo.

A garota com cabelos rosados estava cansada, dormia nas costas do de cabelos acinzentados que lhe oferecera um tipo de “cavalinho” para que a menor não ficasse tão cansada. O albino ia na frente, enquanto eles investigavam cada quarto da casa.

– Ela ainda está dormindo? – Lass disse se virando para trás, fazendo com que Zero parrasse de andar. A garota ainda estava adormecida sobre as costas do mais velho, serena e bem calma até, para todo aquele clima que se formara. – Acho melhor acorda-la, estou sentindo que alguma coisa vai acontecer de estranho por aqui. – Zero não falou nada, apenas tirou a menor de suas costas e a segurou nos braços.

– Amy. – ele disse balançando-a levemente. Ela abre seus olhos, mas volta a fecha-los. – Amy, acorde. – ele falou balançando-a novamente. Dessa vez ela abriu seus olhos e se espreguiçou um pouco. O de cabelos acinzentados a coloca calmamente no chão.

– Obrigada Zerinho. – ela disse esfregando seus olhos depois de bocejar.

– Vamos, ouvi algo vindo daquele quarto. – falou o albino abrindo a porta do quarto que estava a sua frente. Sentiu um calafrio na espinha. – É o quarto dele. – falou quando descobriu de quem era o quarto que ele abrira a porta, os outros dois apenas afirmaram com o olhar. Tentou acender a luz, ela apenas piscou e falhou, fazendo com que eles ficassem em uma escuridão assustadora.

– Ai não... Escuro nesse lugar assombrado não! – disse Amy segurando com força o braço de Zero, que nada fez. Os três adentraram no quarto, ele tinha coisas fantasmagóricas de colocar medo em qualquer um, aquele lugar emanava uma energia maligna, não iriam ficar ali se não fosse a tal missão de investigar de onde vinha aquele barulho. Sentiram um vento gélido passar pelo pescoço de cada um, fazendo com que seus cabelos balançassem com ele.

– Esse vento... – falou Zero saindo do aperto da rosada e indo em direção de onde o vento surgira. A cada passo que ele dava, o vento ficava mais gelado e mais forte. O garoto parou, uma sombra saia de baixo da parede, ele estranhou, mas não mostrou expressão, como sempre. Começou a se afastar, porém a sombra se tornava cada vez maior e mais rápida do que ele.

Não adianta se esconder... - disse uma voz sobrenatural, com um tom de mistério. A sombra tomou forma do mesmo ser que tinha sumido com Ronan, Jin e Lupus. Isso fez com que Zero sacasse Grandark, que como sempre, estava em suas costas. Tentou atacar, mas por onde a espada passou, a sombra voltava ao seu normal, sem nem sair do seu lugar. – Essa espada não terá efeito. Você morre aqui... – a sombra o engoliu por inteiro, deixando a espada na frente. A sombra desapareceu.

– Fique atenta, Amy! – falou Lass em posição de defesa, a rosada fez o mesmo. Os dois estavam de costas um para o outro. A sombra reapareceu na frente de Lass também o engoliu. As adagas do albino caíram no chão, fazendo com que a menor se virasse.

– L-Lass?... Não me deixa aqui sozinha! – a garota esbravejou. Segundos depois, a sombra apareceu em sua frente, com um sorriso sádico no rosto. A sombra tomou uma forma um pouco mais visível, digamos que uma forma masculina, chegando perto da rosada. Ele segura seu queixo e o levanta para cima, analisando seu rosto. Ela apenas fechou os olhos com força enquanto a criatura a analisava. Ele a soltou bruscamente.

Até dá um pouco de pena... Um pouco de remorso, não, não é isso. – ele abriu novamente o sorriso. Ele voltou à forma de sombra e partiu para cima da rosada, ela solta um grito fino e muito alto que sessa em poucos segundos.

– Isso foi a Amy? – perguntou um rapaz com cabelos alaranjados.

– Certamente. – disse uma com cabelos azulados, com olhos heterocromáticos que estava ao lado de um com cabelos negros bagunçados.

– Não é novidade ela gritar assim. Com qualquer coisa ela se assusta. – falou o de cabelos negros.

– Não sei não Sieghart... Acho que pode ser alguma coisa séria... – falou uma garota com cabelos curtos e brancos.

– Deixa disso Lin, é apenas besteira daquela garotinha. – falou Siegh sentado no sofá da sala, completamente despreocupado.

– Acho melhor irmos procurar o que fez esse barulho logo. – falou o de cabelos alaranjados.

– Siegh, o Ryan tem razão, já devíamos ter saído daqui a algum tempo. – falou a azulada sentando-se no braço do sofá.

– Relaxa Mari, não precisa se preocupar com isso. – ele falou dando um beijo no braço da garota que corou levemente.

– Eca, vocês dois são muito melosos. – disse Ryan fazendo cara de nojo enquanto olhava os dois fazendo carícias um no outro.

– Olha quem fala! – começou Siegh dando uma pausa nas carícias. – Você e a Lire, são muito mais, você fica todo derretido falando coisas do tipo “Ai Lire, como eu te amo minha flor!”. – ele disse zombando do rapaz arrancando alguns risos das pessoas que estavam ali, menos de Ryan, que ficou enfezado e cruzou os braços. Um barulho de um corpo se arrastando fez com que as risadas sessassem.

– Que barulho é esse?... – perguntou Lin estremecendo e indo para trás de Ryan.

– Deve ser o tal barulho que a gente procurava. – falou Mari saindo de onde estava para verificar o que seria. Ela andou um pouco, saindo do campo de visão de seus amigos.

– Tome cuidado! – gritou Sieghart.

– Não se preocupe! – ela afirmou já de longe, onde viu uma pessoa familiar, caída no chão. – Jin... – ela falou em um fio de voz. O rapaz estava coberto por sangue e seu corpo estava completamente sem vida, com machucados por todo lado. Mari se afastou alguns passos, temendo a visão que acabara de ter. Ela para ao esbarrar em algo, ela se vira e vê Ronan, no mesmo estado de Jin, porém em pé. Ao seu lado, Lupus vinha, com correntes em seu pulso, em um tipo de andar zumbificado enquanto Jin se levantava de onde estava. Os três foram em direção da azulada que solta um grito enquanto é cercada por estes.

– Mari! – falou Sieghart se levantando bruscamente do sofá correndo em direção a onde a azulada tinha ido, mas ele é parado por Ryan que surgiu em sua frente.

– Siegh, eu vou lá. – falou ele para acalmar o amigo, que soltou um suspiro e afirmou com a cabeça. O garoto saiu andando na mesma direção que Mari havia ido a poucos minutos. Ele andou um pouco e viu uma garota loira senta em uma cadeira, na frente da janela. – Lire! – ele esbravejou e correu em sua direção. A garota permanecia imóvel. O rapaz colocou sua mão por sobre o ombro da menina. Estava gelado. Ele se espantou, o corpo da jovem tombou em seus braços, mostrando sua face mórbida. Ele sentiu uma lágrima escorrer pelo rosto, mas antes que começasse a chorar mesmo, duas mãos foram colocadas em seu ombro, uma em cada. Ele se virou e viu Arme e Elesis completamente encharcadas por um líquido viscoso ao lado de Azin no mesmo estado, um arrepio subiu por sua espinha na mesma hora. Sentiu a falta do corpo da loira em suas mãos e voltou seu olhar para frente, onde Lire se encontrava no mesmo estado dos outros três. Ele se afastou, mas de nada adiantou, os quatro pularam sobre ele, fazendo com que este desaparecesse.

– Cadê aquele elfo... – falou Siegh com os braços cruzados e batendo o pé freneticamente enquanto esperava impaciente pela chegada do garoto.

– Acho melhor eu verificar como ele está. – falou a oriental saindo na frente, deixando Sieghart para trás, olhando ainda com os braços cruzados. Ela andou por outro caminho, já que não tinha visto por onde que o elfo fora. O medo era forte, ela tremia um pouco enquanto caminhava. Ouviu um som de arrastar de algo metálico. Ela parou. – Q-quem está ai?... – perguntou com a voz trêmula. Ela viu a figura aparecer aos poucos, soltando um suspiro de alívio ao ver quem era. – Zero, me ajude, o Ryan e a Mari desapareceram e eu... – dizia, mas parou ao ver o estado de Zero. O rapaz estava coberto por cinzas e seu corpo emanava uma fumaça completamente negra. A menina se assustou e sem pensar, correu para o lado oposto dando de encontro com Lass, com os olhos sem vida, do mesmo jeito de Zero. A menina novamente correu para o outro lado, mas dessa vez, Amy bloqueava seu caminho. A oriental se afastou um pouco. Estava cercada. Sentou-se e abraçou as pernas colocando a cabeça entre elas, choramingando baixo. Os três estavam muito perto, ela soltou um grito e também desapareceu.

– L-Lin! – falou Siegh soltando os braços que, até agora a pouco, estavam cruzados. Alguns murmúrios fantasmagóricos podiam ser ouvidos. – Tá legal, agora eu to com medo... – ele falou se afastando em direção à porta que dava para fora da casa.

Enquanto ele se afastava, todos apareciam pouco a pouco. Primeiro foram Jin, Ronan, Lupus e Mari, os quatro estavam ensanguentados e mancando em um jeito meio sinistro. Depois, foram Elesis, Lire, Arme, Azin e Ryan, todos cobertos pelo líquido viscoso que lembrava baba, andando com as mãos para frente, como múmias. E por último, vieram Zero, Lass, Amy e Lin, cobertos por cinzas e emanando uma fumaça negra. Por trás de todos, duas figuras demoníacas surgiam, como vultos. O da direita possuía um corpo musculoso e bem definido, que mesmo com toda a escuridão, era possível de ser visto, dois chifres e olhos de um tom roxo puxado para o vinho, era uma forma que lembrava um corpo masculino. O da esquerda possuía um corpo bem desenhado, com curvas suaves e esbeltas, quatro chifres, três do lado esquerdo e um do lado direito e olhos de um tom de esmeralda, era uma forma que lembrava uma mulher. Ambos sorriam de uma forma sádica.

– Vocês... – Sieghart falou franzindo o cenho.

O que ouve Sieghart? O tão grande e temido herói imortal está com medo? Ou é só impressão? – falaram as duas figuras em sincronia, sendo que no final da frase, um eco se fez com as ultimas sílabas.

– E-Eu não estou com medo! – esbravejou ele ainda recuando, enquanto seus amigos, que agora pareciam mortos, caminhavam em sua direção. Os vultos riram.

Você é nossa presa... Não adianta fugir, será pego... – falaram novamente em sincronia.

Sieghart não pensou, chutou a porta que estava atrás dele e correu para fora da casa com todas as forças que tinha para correr. Correu até a floresta e parou para descansar um pouco e retomar o fôlego.

– Vamos, não é assim que se faz... Encare-os... – pensava alto, ofegante se erguendo e olhando para onde tinha vindo.

Puderam-se contar os segundos para ele ficar cercado. Não tinha saída, ele já sentia tontura, sentia que a qualquer momento iria desmaiar. Cada vez mais ele ficava sufocado pelos amigos, que já estavam tomados pelas criaturas, cercá-lo. As criaturas apareceram do nada em sua frente, ainda com o sorriso no rosto, o que fez com que o imortal engolisse todo seu orgulho, sentindo-se um rato preso em uma ratoeira.

Não havia saída.

Ora, ora, ora... O que temos aqui...  Um ratinho assustado... - somabaram dando uma gargalhada maléfica. -  Esperamos tanto tempo por isso... Finalmente! – falaram e fizeram um gesto para que os “mortos vivos” atacassem. No mesmo instante eles partiram para cima de Sieghart,

– Mamãe do céu... SOCORRO!!!!– este solto um grito alto e muito fino, mais fino do que o de Amy. Isso fez com que todos parassem e caíssem na gargalhada, alguns até rolavam no chão de tanto rir, inclusive as “criaturas” que voltaram para sua aparência normal começaram a rir até não aguentar mais.

– Sieghart! Você devia ter visto a sua cara, “Mamãe do céu, socorro!!” – zombou Ryan que estava jogado no chão, com a mão na barriga chorando de rir.

– Você pegou essa, Arme?! – perguntou Azin que também estava morrendo de rir.

– Sim, sim! Está tudo gravado aqui! – a roxinha apontou para o chapéu que tinha uma câmera escondida.

– Mamãe socorro, essa vai ficar na história Siegh! – gritou Elesis ainda rindo muito da cara do moreno.

– É verdade! Você gritou mais fino do que eu até! – falou Amy entre risos.

– O que?! Isso não era para ser piada! Vocês estavam mortos, eu, eles, vocês, ah meu Deus... Eu to ficando maluco... – ele disse segurando a cabeça.

– Isso foi atuação! – disse Lass.

– Mas e o sangue?! A baba?! Toda aquela coisa sinistra! – ele falou ainda muito confuso.

– Maquiagem, a Amy que fez... – falou Lire parando de rir aos poucos e sentando-se novamente.

– Mas esses seres estranhos...

– Dá licença, querido, estranha nada! Você está muito mal educado! – disse o “ser estranho” feminino cruzando os braços.

– Calma Rey, essa minha ideia foi ótima. – falou o outro “ser estranho” masculino, consolando Rey, colocando sua mão no ombro direito da moça.

– Quer dizer... Quer dizer que isso... FOI TUDO IDEIA SUA, DIO?! – esbravejou o agora muito raivoso Sieghart.

– Claro, e todos ajudaram. Feliz Sexta-Feira 13 Sieghart! – Dio falou antes de sair correndo do “Sieghart, maléfico e morto de raiva” junto com todos os outros, que ainda riam com o acontecimento.

FIM



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Notas finais do capítulo

Há há! Dessa vez o Siegh se deu mal eim? O que acharam? Reviews gente! Não machuca e faz bem para a autora! Obrigada por lerem!