Conhecendo Novamente escrita por IzaHaruka


Capítulo 1
Capítulo Único - Cumprimentos


Notas iniciais do capítulo

Finalmente eu acho que fiz uma fic boa. Quer dizer, sei lá, geralmente eu faço uma fic e acho que está boa, mas quando eu leio uma semana depois eu jogo o pc pra trás e grito "Que lixo!" /tiro

Boa leitura! ^v^



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Um lugar escuro, um pouco longe de qualquer movimentação da cidade. Normalmente silencioso, mas naquele momento, quem estivesse por perto seria capaz de escutar arfadas de dor e o som de alguns pequenos choros. E os gritos, que eram sempre a mesma palavra, o mesmo nome.

– Levy!

Não tinha como – e ele nem queria – saber qual dos dois rapazes que chamavam, em vão, a garota. Aquela que estava sofrendo em suas próprias mãos.



Ele acordou. Deitado em um lugar que nunca esteve ou conhecia. Em um lugar que não havia como ele conhecer. Mesmo com sua respiração pesada devido às dores em todo o corpo, ele pôde sentir. Pequenas mãos com um pano úmido em seu rosto e o cheiro. O mesmo cheiro que sentiu naquela noite que nunca julgaria importante.



– Sonho ruim?

A voz calma entrou em seus ouvidos, causando involuntariamente uma onda de tranquilidade. Tal tranquilidade que nunca sentiu ou pensou em sentir. Muito menos por causa dela.

– Eu não preciso disso. – disse ríspido, afastando com brutalidade as mãos dela e ignorando a pergunta feita pela mesma.

Olhou um pouco mais ao redor, percebendo com mais atenção as paredes brancas, os armários e algumas mesas cheias de remédios e curativos. De fato, uma enfermaria um pouco caseira. Mas ele não ligava para esse tipo de coisa e, mesmo na situação em que estava, começou a se levantar, a fim de sair logo daquele lugar.

Só não esperava que as mesmas pequenas mãos de antes conseguissem evitar isso.

– Não seja teimoso, é claro que você precisa! – com as mãos em seus ombros, ela o empurrava de volta para a cama, na posição em que estava.

"Droga. Tô tão fraco assim?" Pensou, ao perceber que havia sido impedido pela pequena maga. Soltou algo que se pareceu com um pequeno rosnado e virou o rosto para evitar olhá-la novamente. Sua cama estava bem ao lado de uma parede que continha uma janela, então não foi muito difícil fingir encontrar interesse em algo.

Olhava fixamente para a paisagem além dos vidros tentando entender que tipo de joguinho estúpido estavam fazendo com ele. Poderia ser qualquer um outro, mas porque logo ela é quem estava ali com ele? Logo ela, quem ele havia colocado em sua mente, antes mesmo de pisar naquela guilda, que iria ignorar, forçar desinteresse, e até fugir se fosse preciso. Tudo para não ficar perto dela e fazer crescer em si um ridículo peso na consciência. E também para não ficar irritado ao vê-la sentir medo dele.

Desviou alguns centímetros o seu olhar da janela para observá-la no canto dos olhos. Estava sentada com as pernas cruzadas em uma cadeira bem ao lado da cama, fitando atenciosamente o livro aberto que segurava, ato que não mudava nem quando uma de suas mechas azuis insistia em cair no seu rosto. Quando isso acontecia, o que ela fazia era apenas levar sua mão suavemente até os fios de cabelo e colocá-los gentilmente atrás de sua orelha. E sem tirar os olhos do livro.

Estava errado, o que acontecia não chegava nem de perto do que imaginou. Ela simplesmente não tinha medo dele, nem naquele momento e nem nas outras ocasiões que haviam se encontrado. E o problema era que ele realmente não sabia lidar com isso. Tudo o que conseguia era tentar pensar o quão idiota ela era por não sentir nem um mínimo temor ou receio por ele.

Virou seus olhos rapidamente para a janela ao perceber que ela iria se movimentar.

– Vai colaborar comigo? – marcou e fechou o livro, o colocando de lado em seguida.

– Como assim? – arqueou uma sobracelha, ainda encarando a vista.

– Eu apliquei alguns medicamentos e curativos, mas não consegui te mover um centímetro sequer enquanto estava dormindo para colocar as ataduras. – se levantou e andou em direção à uma das mesas, pegando um rolo de faixas. – Mas já que está acordado agora, vai ser mais fácil. – sorriu singelamente.

– Tch. – exclamou em um tom aborrecido, cruzando os braços à sua frente e revirando os olhos. – Eu já disse que não preciso disso, dá pra parar de me irritar?

– E eu já disse para você não ser teimoso! – cerrou os olhos de um jeito impaciente.

– Você é que é a teimosa aqui! – olhou para ela de modo raivoso. Porém, logo virou o rosto, não conseguindo continuar o olhar.

Ao longo dos minutos ela permaneceu em pé no mesmo lugar, continuando a ser ignorada, mas parecia não se importar muito, afinal, esperaria o tempo que fosse necessário até ele aceitar sua ajuda.

– Me responde uma coisa. – quebrou o silêncio. – Porque você está aqui?

Ele não sabia, mas tais palavras haviam acabado com ela.

– É que, bem... – virou o rosto, em um ato inconsciente. – Eu achei que a maioria estariam ocupados com os preparativos do Fantasia, e... – disse mais baixo. – E me disponibilizei a ajudá-lo. – olhou para ele com uma expressão deprimida. Então sua presença o incomodava? Isso, de certa forma, mexeu com ela, mas não saberia dizer como ou porquê. Deu um sorriso triste e pensou "Então é isso." – A-Anh, se... s-se você me deixar terminar os curativos e-eu prometo sair daqui logo em seguida. – mordeu levemente o lábio inferior.

– Hm... – olhou para ela e não viu nenhum vestígio de mentira ou zoação. – Proposta muito tentadora... Eu aceito. – levantou seu tronco, com um pouco de dificuldade, até ficar sentado. Então seria só ele agir de forma idiota e rude que ela ficaria longe, certo? Certo?

Calmamente ela se aproximou da cama e dele, começando a sua tarefa. A faixa se enrolava algumas vezes nele e em suas mãos, nada muito sério, até porque sempre conseguia tomar controle novamente.

Algo chamou sua atenção. A pele morena dele... Quando a tocava sentia uma estranha sensação boa. Provavelmente ela nunca se imaginou numa situação dessas.

– Caramba... Eu me machuquei tanto assim? – pensou alto, só percebendo o que fez quando ouviu uma resposta.

– Os ataques do Laxus com certeza não são pouca coisa. É melhor lembrar de não se usar mais como pára-raios. – riu levemente e em seguida disse algo que fez suas bochechas ganharem um leve tom de vermelho. – E nem entrar na frente de algum raio que está prestes a acertar alguém... – conseguia se lembrar da cena perfeitamente, mesmo sendo um tanto difícil de acreditar na hora. – Eu também tenho uma pergunta. P-Porque você fez aquilo? – para sua sorte, nesse momento ela estava atrás dele, cuidando de suas costas, fazendo com que seu rosto não estivesse dentro do alcance da visão dele. Se estivesse, seria um pouco complicado explicar o rosto altamente rubro.

– Hmph. Eu duvido que um corpo baixinho aguentaria aquilo. – disse com desdém.

Em um momento qualquer, certamente ela ficaria irritada por causa do adjetivo referido ao seu físico, mas naquele momento, uma outra coisa mais importante veio à sua mente.

– Então... você se importou comigo?

"Droga, droga." Pensou enquanto se via encurralado contra a parede.

– Eu fiz uma pergunta. Você fez uma pergunta. Estamos quites.

Entretanto, não deixava de ser uma boa pergunta. Porque ele havia feito isso? Seria por causa da busca pela aceitação dos outros membros? Ou simples instinto? Também tinha que cogitar o fato do que ele havia feito com ela. Então isso teria dado o impulso? Talvez... aquele corpo pequeno aparentasse ser muito mais frágil do que realmente era, criando naqueles ao seu redor uma tendência a protegê-lo.

– Terminei. – tal palavra o pegou desprevenido, fazendo sair de seus pensamentos. – Não se preocupe. – ele fitou o chão ao escutar. Estaria ela falando dos curativos ou apenas percebeu que ele estava pensativo demais? Entrou na frente dele e perguntou: – Deseja mais alguma coisa?

– Não... – "Só que você saia da minha vida antes de entrar nela completamente" era o que tinha vontade de dizer.

Ela foi até a cadeira que estava antes, pegou seu livro e caminhou em direção à porta.

Parou no meio do caminho.

– Vai ver o Fantasia? Eu vou estar no desfile. – sorriu, como se estivesse se gabando.

– É claro que não. – respondeu, não tão ríspido como antes. Ela inclinou um pouco a cabeça com o sorriso ainda em seu rosto. Já esperava uma resposta assim.

A verdade mesmo é que finalmente naquele dia ele iria realizar a principal missão do seu trabalho de agente-duplo, descobrir a atual localização de Ivan, o filho do Mestre Makarov. Mas quem sabe, talvez ele conseguisse fazer isso e vir a tempo de procurar um bom lugar para ver o tal festival, sem que ninguém o visse.

– Eu não acho que você se importe... Mas talvez devêssemos recomeçar isso direito. – ela disse, fazendo ele olhá-la sem entender o que havia dito. – Levy McGarden. – segurou o livro com uma mão e levantou a outra em um sinal de cumprimento.

Ele cerrou os olhos como se estivesse dizendo "Acha mesmo que vou fazer isso?". Ela o olhou de um jeito meigo, usando sua enorme fofura ao seu favor. Não seria isso que amoleceria seu coração de ferro, mas talvez... Será que queria mesmo afastá-la de sua vida? Aparentemente ela já não ligava para o que ele fez ou o que ele era, então porque ignorá-la?

Levantou sua mão no ar, que parou na metade do caminho. A observou atentamente, como se estivesse decifrando algo. Uma parte na sua cabeça dizia "Lembre-se do que você fez a ela". Uma outra dizia "Não se envolva". Porém uma terceira, e muito maior que as outras, dizia "Ah, que se foda".

Ergueu seu rosto com o típico sorriso sádico, colocando os agitados olhos vermelhos nos serenos castanhos pela primeira vez. Sua mão percorreu a distância que faltava.

– Gajeel Redfox.


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Notas finais do capítulo

E então, mereço review? *v*