Waterfall escrita por MyHusbandMalik


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

DESCULPEM A DEMORA, ESSA ESCOLA TA ATRAPALHANDO TUDO ):



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Giu parte*

Cerca de meia hora depois que entramos no carro, adormeci nos braços aconchegantes de Liam. Aquele abraço consegue ser melhor que a minha cama. Seus braços calorosos me davam segurança. Ele me acordou apenas quando chegamos em casa, com o melhor jeito possível: Beijos na testa e um "Boa noite princesa".

Todos saíram do carro e pegaram a maioria das compras, sobraram apenas algumas sacolas de legumes para carregar. Fechei o porta mala, dei uma gorjeta para o motorista e logo fui adentrando a cozinha.

- Filha, precisamos conversar. - Disse uma voz de choro. Estava distraída e nem percebi quem estava ali. A Irma do meu pai, nao me recordo do nome dela. Talvez Patricia, ou Alicia, já faz tanto tempo…

- O que houve?! - Respondi preocupada. 

- Seu pai, bom, nao sei como dizer - escorreu uma lagrima dos olhos da mulher - faleceu na semana passada. O velório vai ser amanha de manha. A ultima coisa que ele me pediu Giulia, foi te ver.

- E você acha que eu vou acreditar nessa historia? Ele nao me procurou por 12 anos, do nada lembrou que ele tem uma filha?

- Giulia, por favor… - Minha mae retrucou.

- Por Favor?! Por favor nada, a senhora me criou por toda a vida, fui educada e sustentada por você. Ele nao teve coragem de nos ajudar com um centavo sequer. 

- FOI ELE QUE TE DEU A VIDA! - Rosario gritou. 

- ELE QUE DEU E ACABOU COM A MINHA VIDA. - Nunca na minha vida havia levantado o tom daquele jeito com a minha mae, mas quando o assunto e o meu falecido pai, a coisa fica seria. Nao suporto lembrar das coisas que ele foi capaz de fazer a ela, que tanto o ajudou, a mulher que, pelo menos tentou, colocar juízo em sua cabeça, para ele tomar jeito e ser uma pessoa melhor. - NAO CONTE COM A MINHA PRESENÇA AMANHA PATRÍCIA, ALICIA, JOAQUINA, SEJA QUAL SEU NOME FOR. - Me dirigi para a mulher e sai correndo para o meu quarto. Sentei em minha cama e comecei a ler o meu livro. 

O arrependimento começou a ferver em meu sangue. Todas as minhas rudes palavras voltaram na cabeça e me fizeram refletir. Fechei o livro pois nao tinha mais concentração para tal passatempo. Pouco tempo depois, Liam chegou e sentou no pe da cama.

- Nao acha que foi um pouco rude amor? - Começou a dizer. 

- Você nao sabe tudo que ele nos fez Li. - Me desencostei da parede e deitei no peito dele, sendo retribuída com um abraço. 

- Mas ele e seu pai meu amor, ele te deu a vida, por mais que seja uma pessoa horrível, sem ele, nao estaríamos aqui hoje. 

- Vai ficar do lado dele agora?

- Estou bem aqui na Terra, obrigado. Mas o que você acha de irmos ao velório? Apenas para marcar presença. Eu vou com você, sou seu namorado, estamos juntos nas horas boas e ruins, lembra?

- Eu te amo. Muito. - Me virei e dei um beijo bem demorado em sua boca. 

Liam acabou dormindo comigo naquela noite. Todas aquelas palavras ditas em vao atormentaram a minha cabeça a noite toda, me impedindo de pregar o olho um segundo sequer. 

Me esforcei ao máximo para lembrar da imagem de meu pai, de alguns dos nossos poucos momentos juntos, mas nada. 12 anos e tempo o bastante para esquecer qualquer coisa, ate mesmo boas memórias. Eu era uma criancinha quando ele nos deixou, e minha mae nunca foi de tocar muito no assunto.

Olhei no relógio e já eram 6:30. Fiz movimentos leves para nao acordar Liam, e fui para o banheiro tomar um banho gelado para me despertar. Coloquei uma roupa simples, e passei uma maquiagem de leve, apenas para esconder as olheiras. 

Neste meio tempo, Liam acordou, comeu alguma coisa e quando fui ao seu quarto, ele já estava quase pronto. Minha mae estava nos apressando pois nossa carona havia chegado ha algum tempo.

*Liam parte*

Como namorado, permaneço ao lado de Giu nas horas boas e ruins. Esse acontecimento certamente nao foi nada bom. Ela foi um pouco dura com a mulher que estava em sua casa ontem, mas eu entendo o ponto de vista dela. Sei o quanto e duro nao ter um pai presente, que te aconselhe, e seja companheiro como os pais de filmes. O meu nao esta muito diferente disso… So pensa em negócios, trabalho, viagens internacionais , mas enfim, a minha pequena precisa de muita ajuda neste momento sensível. 

Fomos ate o velório, que seria realizado numa Igreja nao muito longe dali.

Chegamos um pouco atrasados, e nos sentamos em um banco das ultimas fileiras. 

Estava como um velório comum, pessoas chorando, tristes, desanimadas, um clima pesado. O padre estava quase acabando tudo o que ele precisava falar, e logo mais começariam as dedicatórias. 

- Esta tudo bem meu amor? - Perguntei a Giu, que estava suando frio.

- Sim, sim, so estou um pouco nervosa. - Ela disse apoiando a cabeça sobre meu ombro. - Sabe esta que esta falando? - Sussurrou no meu ouvido. - Tia Orly. Quando eu era pequena, ela adorava apertar as minhas bochechas, mas ela ainda tinha as maos leves, atualmente, se ela me apertar capaz da minha pele sair junto com suas maos. - Começamos a rir e sem querer exageramos um pouco, fazendo com que todas as pessoas no local nos olhassem. 

- Os Desculpe, pode continuar. - Rosario disse nos dando uma bronca indiretamente. 

Parece que as pessoas realmente gostavam do pai de Gio, vários amigos e familiares estavam fazendo dedicatórias. 

- Mais alguém gostaria de falar alguma coisa? - O Padre perguntou. Giu me olhou, retribui o olhar, e pude saber o que ela queria apenas com este pequeno jesto, lhe disse para deixar a vergonha e o nervosismo de lado, porque ela e forte, e se ela realmente queria fazer aquilo, ela conseguiria. Minha pequena respirou fundo e disse em bom tom: 

- Eu quero. - Todos as olharam com um olhar de espanto. Ela caminhou de cabeça erguida ate o palco aonde o microfone estava localizado, entao, se posicionou e começou a falar:

- Bom, me lembro muito vagamente de todos presentes aqui hoje, e acredito que muitos nao sabem nem quem eu sou, nao sabiam de minha existência ate hoje. Nao fui muito desejada na vida desse homem, na verdade quase nada. Quando nasci fui bem recebida, e durante 6 anos de vida eu, minha mae e meu pai vivemos, bom, vamos dizer "bem". Ele nunca foi o pai que qualquer menininha queria ter, que te ensina a nadar e a andar de bicicleta, te ajuda em matemática e que sempre te acolhe quando a sua mae lhe da uma bronca. Ele quase nao era presente em minha vida, vivia nos seus supostos empregos, que mais se chamavam bar. Chegava em casa tarde da noite, quase sempre alterado. Nunca recebi amor desde homem, nunca recebi o devido carinho que eu mereço. Confesso que estou sendo um pouco dura, mas eu realmente guardo rancor. Sera que ninguém entende que a única coisa que eu mais queria na vida era ter um pai e uma mae presentes? Que estivessem sempre la para mim? Bom, mae eu tenho, agora o pai nao. Me disseram que ele gostaria de falar comigo. Ele seria bem atendido sim, porque educação eu tenho, mas para mim, seria apenas mas uma pessoa fazendo visita, sem sentimento algum. Todo o amor que eu queria dar para o meu pai, dei para a minha mae, que sempre me sustentou, me educou, a mulher que eu nunca vou abandonar, minha eterna companheira. Que ele descanse em paz. Tudo que eu tenho a dizer. - Terminado o discurso, novamente com a cabeça erguida, ela desceu do palco, andou pelo corredor e saiu pela porta da Igreja. Fui atras dela.

- Parabéns meu amor, eu disse que conseguiria, foi perfeito! - Disse a abraçando. - Você esta chorando Giulia?!

- Liam, você pode ver como aquelas pessoas me olhavam? Como se eu fosse uma ninguém, uma qualquer, nunca me senti assim antes. - Ela apoiou sua cabeça em meu peito, e mais lagrimas escorreram de seus olhos. 

- Calma, nao liga para a opinião deles, você foi incrível la em cima Giu, creio que sua mae também adorou, nada importa o que os outros acharam! Você gostou? Esta aliviada tirando aquele baita peso das costas?

- Sim - Ela respondeu limpando os olhos. 

- Isso e o que importa. Nada mais. - Passei meu dedo para limpar um pouco de rímel que escorria em seu rosto.

- Eu te amo. - Ela me abraçou.

- Eu te amo muito mais. - Disse retribuindo o abraço.


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