Povs Mandy on

No caminho até em casa eu fiquei o tempo todo aérea, pensando no casamento de minha mãe, eu realmente não queria que ela se casasse com o Robert, ainda tinha esperanças que ela e meu pai voltassem a se entender, afinal eles se amavam e só não estavam juntos por serem muito cabeças duras pra admitir isso.

Lembro que ela reclamava de ele trabalhar demais, mas depois que se separaram e fomos morar em Londres, ela ficou meio depressiva e começou a se enterrar no trabalho, eu nem reclamava disso, já que eu passava o dia inteiro no colégio, fazendo mil e uma atividades extra curriculares, mas nenhuma que envolvesse nada perigoso, o máximo de esporte que eu podia praticar era o que os professores passavam nas aulas de educação física, que ela mesmo tentando não conseguiu me dispensar. Ela sempre me tratou como se eu fosse feita de vidro, e por isso eu acabei me tornando muito dependente de tudo e de todos, pelo menos eu era até um tempo atrás.

O Robert foi o primeiro namorado dela desde que ela se separou do meu pai, eu não tinha muito contato com ele, pois eu já tinha mudado de atitudes quando eles se conheceram, e as poucas vezes que eu o vi senti uma repulsa imensa por ele, sempre muito convencido e arrogante, e as vezes eu sentia que ele me olhava de um jeito estranho. Ele e minha mãe ficaram noivos pouco antes de eu ir morar com meu pai.

Eu estava tão presa nos meus pensamentos que nem ouvi quando o Diogo me avisou que já tínhamos chegado na minha casa, mesmo eu e a Soph tendo pedido pra irmos sozinhas pra casa, ele correu atrás de nós e acabou nos convencendo a aceitar pelo menos uma carona, já que ele estava com o carro da mãe que tinha viajado. Ivan acabou indo junto pra fazer companhia à minha irmã no carro, e Lexis ficou com Nick na mansão.

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Eu e Soph estávamos revirando o escritório do meu pai, se tivéssemos recebido o convite ele provavelmente estaria por ali. Procuramos por todo lado, mas nada de achar o convite, até que a Soph tropeçou na lata de lixo que tinha ali e encontramos no meio de varios papéis o convite, todo rasgado e amassado.

Minhas suspeitas estavam corretas, meu pai tinha algo a ver com o sumiço do convite, ele provavelmente deve ter ficado uma fera com o recebimento do convite do casamento e rasgado sem pena, e como a gente mal se vê, a não ser às vezes quando ele aparece em casa pra jantar, ele poderia ter se esquecido de nos comunicar desse fato.

Eu e Soph conversamos sobre o que iríamos, e como sabíamos que ele voltaria ainda aquela noite ele teria que nos explicar algumas coisas, mas nós na verdade queríamos mesmo era ter certeza se ele ainda sentia algo por ela, pois se ele ainda a amasse como nós imaginávamos que sim, iríamos armar um plano pra acabar com esse casamento.

Ficamos na sala esperando por ele, e começando a pensar num plano, também ligamos pros nossos namorados, que estavam preocupados conosco, e contamos o que planejávamos. Eles ficaram meio apreensivos com o que dissemos, pois não sabiam o que o Nick iria pensar sobre isso, mas nós veríamos isso depois, o que importava pra gente mesmo era a felicidade de nossos pais.

Era por volta de 22:00 hrs quando ele finalmente chegou em casa, nós duas tivemos a idéia de copiar uma cena aqueles filmes em que a pessoa chega em casa e encontra todas as luzes apagadas, aí quando entra do nada uma luz se acende e alguém está sentado na poltrona pronto pra começar um interrogatório, e foi o que fizemos, eu me sentei em um sofá e a Soph em outro, e quando ele ia passar pela sala nós ligamos as luzes da sala, o que quase fez o meu pai ter um ataque do coração, eu me fazia de séria, mas por dentro estava morrendo de tanto rir, era difícil me segurar, e acho que podia dizer o mesmo da minha irmã.

– Nossa meninas, que idéia foi essa? Eu quase morri do coração – meu pai disse com a mão no peito, com o susto ele acabou derrubando as coisas dele no chão.

– Nós só fizemos isso por acharmos que o senhor tem que nos dizer porque o senhor não nos disse que a mamãe vai se casar – eu falei séria.

– E também explicar o porque de nós termos encontrado o convite, rasgado e amassado no lixo do escritório.

– Ah é sobre isso então – disse ele com a expressão cansada – Eu posso explicar – falou e se sentou.

– É bom explicar direitinho mesmo – eu disse sem mudar minha expressão e vendo ele se sentar ao lado da Soph.

Ele então começou a contar que o convite havia chegado com a correspondencia tinha cerca de uma semana, e assim que viu ele não conseguiu se controlar, amassou o mesmo, rasgou e jogou na lata de lixo sem pensar duas vezes e que como nós estávamos muito ocupadas com os preparativos do show e ele com um processo, não teve oportunidade de nos falar, ele tinha uma expressão triste enquanto falava, nos pediu desculpas, e assim que terminou eu e minha irmã acabamos abraçando-o. Ele agradeceu e foi pro quarto descansar e nós nos dirigimos ao meu quarto pra planejarmos, já estava decidido, iríamos acabar com aquele casamento.

– Então Soph, como já estamos de férias essa semana ainda vamos pros EUA – disse e ela assentiu - ainda temos duas semanas até o casamento, então estando lá podemos por o plano em prática.

– Tudo bem, mas e os meninos? O Nick com certeza vai, já que o casamento também é do pai dele, mas e os outros? - ela perguntou.

– Eu não tinha pensado nisso, vamos falar com eles e ver o que fazemos, mas sobre o plano só vamos falar pro Nick quando tivermos começado a por em prática, porque se ele não quiser ajudar, pelo menos já estaremos com meio caminho andado e não vai poder evitar – eu disse, era muita coisa pra fazer, eu estava torcendo pra que eles pudessem ir, principalmente o Diogo, eu queria apresentá-lo logo a minha mãe.

Ficamos conversando mais um pouco e depois fomos dormir, nem tínhamos percebido a hora passar e já eram duas da manhã, ficamos de conversar com os outros no dia seguinte.

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Já era quarta-feira e estávamos todos no aeroporto esperando sermos chamados pra embarcar no “jatinho” particular de Nick, aquela família tinha mesmo muito dinheiro.

Quando nos reunimos pra conversar no outro dia e falamos que iríamos viajar pra Nova York, Nick se ofereceu pra levar todos nós no “jatinho” particular da familia, e disse que não aceitaria não como resposta, então acabamos concordando, meu pai ficou aliviado e surpreso em saber que nós iriamos em grupo e não sozinhas num voo comercial, ele ficou todo preocupado quando eu viajei sozinha, Soph me contou que ele não pregou o olho de tanta preocupação, mas mais surpreso em saber quem era o dono do avião. Ele não quis ir conosco, com a desculpa de que tinha muito trabalho, mas nós sabíamos o real motivo, e só não estávamos tristes porque já havíamos arranjado um jeito de fazê-lo viajar depois.

Não contamos do plano nem ao Nick e nem à Lexis, pois se contássemos a ela sabíamos que ela não iria guardar segredo do namorado, já que era tão sincera com ele quanto eu com o Di.

O voo acabou sendo bem divertido, já que tirando o piloto, co-piloto e a tripulação, éramos os únicos no avião. Era bem confortável e grande, eu jurava que ele tinha dito jatinho, mas era um avião enorme, eu não fazia idéia do porque de ter um avião particular tão grande, mas não importava, eu estava ali com meus amigos e meu namorado, estava tudo ótimo.

Eu estava ansiosa pra ver minha mãe, meu relacionamento com ela estava ruim quando eu viajei, agora eu queria recuperar o tempo perdido, até ligamos pra ela várias pra avisar que estávamos indo, mas a mesma não atendeu o telefone, então deixamos várias mensagens no celular da mesma.

Eu também queria rever minhas amigas, não é porque eu era uma garota rebelde que eu andava sozinha, eu tinha cinco amigas que fiz pouco antes de me mudar, mas que eu já considerava como irmãs. Quando me mudei ficou difícil manter contato, só nos falávamos através de emails de vez em quando, e as mesmas não sabiam de nada sobre os filhos da natureza, e iam continuar sem saber, era um segredo só nosso.

Eu sabia que minha irmã tinha contado à Bruna sobre a gente, pois a mesma me falou, mas me garantiu que a garota não diria nada a ninguém, e que confiava plenamente nela.

Eu achava a Bruna uma garota bem legal, e bem louquinha pela cena que ela fez quando eu cheguei no colégio, eu não tinha muito contato com a mesma já que ela vivia enfurnada na sala dos representantes, só a via as vezes quando ela procurava por minha irmã, ou quando ia lá em casa, mas era muito pouco o contato que tínhamos.

Eu havia avisado às meninas que estava indo pra lá, mas não sabia se elas estariam no aeroporto me esperando, pois não obtive resposta de nenhuma delas até a noite anterior à viajem, mas eu tinha dito o horário do voo e tudo, talvez alguma aparecesse.

Tinham sido muitas horas de viagem e mesmo tendo dormido a maior parte do tempo estávamos todos exaustos, pegamos nossa bagagem e estávamos saindo quando escuto alguém me gritar.

– Ei Mandy, não lembra mais das amigas não? - aquela figura parecida comigo falou, e eu corri pra abraça-la.

– Lari – eu falei sem soltar o abraço – Que saudades.

Povs Mandy off

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Narrador on

Enquanto isso numa mansão na mesma cidade um homem estava sentado como sempre em sua poltrona tomando um bom vinho e apreciando uma musica antiga, até que ouviu alguém bater na porta.

– Pode entrar - o mesmo disse.

– Desculpe incomodá-lo mestre, mas acabaram de me avisar que eles chegaram – ela disse.

– Que ótima notícia – ele disse com um sorriso perverso – Vieram todos? - ele perguntou e a mulher confirmou – Ótimo, mais alguma novidade?

– Não senhor isso é tudo – ela disse e antes de sair se lembrou – Eu aviso à senhorita que eles chegaram?

– Sim, e diga a ela que depois venha falar comigo – ele disse – Pode se retirar – falou e a mulher fez uma reverencia e se retirou.

O homem estava muito satisfeito com a notícia, então se lembrou de avisar a mais uma pessoa, mas essa só se interessava em duas das pessoas que chegaram, pegou o telefone e discou o número.

– Alô, Letícia? É o Robert – ele disse.

– Oi querido – a mulher falou calma.

– Tenho uma surpresa pra você – ele disse com um sorriso perverso, ela não poderia ver mesmo.

Narrador off