El Beso Del Final escrita por Ms Holloway


Capítulo 23
Problemas




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Uma grande quantidade de sangue manchava o estofado de couro do carro de Mônica. Ela olhava exasperada de vez em quando para o banco de trás através do retrovisor e podia ver a agonia no rosto de Bryan. Ele fazia pressão com sua mão direita no ferimento no ombro de Dom que ainda estava desacordado, o que não era um bom sinal. Se a bala tivesse acertado uma artéria ele poderia sangrar até a morte.

Bryan viu o sangue cobrindo sua mão que pressionava o ombro de Dom e gritou para sua parceira:

— Mais depressa, Fuentes! Desse jeito o Dom vai acabar morrendo dentro desse carro!

— Eu estou indo o mais rápido que eu posso sem chamar demais a atenção.- disse Mônica.

— Dom...- Bryan deu um tapinha no rosto do amigo. – Dom, consegue me ouvir?

Ele colocou dois dedos no pescoço dele e sentiu-lhe o pulso mais uma vez, estava cada vez mais fraco.

— Bryan, ainda acho que a gente deveria levá-lo para um hospital. A situação dele tá muito complicada pra Mia conseguir resolver sozinha.

— Continua dirigindo!- gritou Bryan.

Com sua mão livre, Bryan conseguiu pegar seu celular no bolso do jeans e discar o número de Mia. Ela atendeu ao primeiro toque.

— Bryan?- a voz dela soou alerta do outro lado da linha.

— Mia, nós temos um problema.- disse Bryan sem esconder a tensão em sua voz. – O Dom levou um tiro e parece bastante sério. Eu acho que ele vai precisar de uma cirurgia urgente.

Bryan pôde sentir a respiração de Mia ficando alterada ao telefone, mas ela controlou seu desespero e disse:

— Eu sei para onde podemos levá-lo.

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Letty dirigia o mais rápido possível para Los Angeles, mas ela ainda tinha pelo menos quarenta minutos pela frente até a casa de Vince. Aquele pressentimento de que algo muito grande tinha dado errado durante a missão de Dom e Bryan persistia em sua mente, causando-lhe muita ansiedade. Precisava saber se eles estavam bem. Ela tentara telefonar para Dom, mas seu celular só caía na caixa postal. A mesma coisa acontecia com o celular de Bryan. Letty então resolveu ligar para Mia, mas antes que a ligação completasse ela sentiu seu carro ser atingido de jeito por trás. Era uma picape hummer GM preta cheia de modificações exteriores e definitivamente interiores.

O corpo dela pulou pra frente no acento do carro, mas o cinto de segurança impediu que ela batesse de cara contra o volante. Letty colocou força nos pneus e arrancou com o carro dirigindo a uma velocidade de quase duzentos quilômetros por hora tentando escapar do veículo monstro que a perseguia, mas o carro atrás dela também acelerou o bastante para conseguir ficar lado a lado com o veículo dela. Letty visualizou dois homens dentro do carro, o motorista então girou o volante e manobrou a picape para bater de jeito com o carro de Letty, amassando parte da lataria.

— Filho da puta! – ela gritou tentando manter seu veículo na pista.

Foi nesse momento que o homem sentado no banco do carona apontou uma pistola diretamente para a janela do carro de Letty e atirou quebrando o vidro. Instintivamente, ela se abaixou depressa enquanto seus olhos parcialmente assistiam cacos de vidro flutuando dentro do carro. Ela perdeu o controle do veículo que dirigiu sozinho para fora da estrada até capotar duas vezes e parar no meio da grama ao contrário.

Letty estava tonta mas ainda acordada. O cinto de segurança continuava preso à sua cintura e mais uma vez impediu que ela batesse a cabeça. Respirando erraticamente e cuspindo sangue, Letty conseguiu se soltar do cinto de segurança e se arrastou para fora do carro. Era como um deja vu da noite em que fugira de Fênix. Conseguira escapar da primeira vez, mas não tinha certeza se escaparia da segunda.

Os dois homens estacionaram o carro perto da onde o veículo de Letty capotara. Eles desceram a colina do lado da estrada e viram o carro virado. Se apressaram até o local, mas Letty não estava mais dentro do carro. Ela tinha conseguido se arrastar para dentro de um bosque e se escondido entre as árvores. Sentia muito enjoo e vontade de vomitar além de tontura, mas ela conteve-se o máximo que pôde e ficou quieta.

Os homens se aproximaram do bosque procurando por ela. Um deles apontou para uns rastros no chão.

— Olha isso... – cochicou um deles. – Ela não deve estar longe.

— Ei, babygirl, onde é que você está?- indagou um dos homens. – Ouvi dizer que você é bem durona. Adoraria colocar isso à prova.

— Escapou do Braga uma vez, princesa, se você tinha duas vidas agora é a sua última!- disse o outro homem.

— O seu namoradinho estragou a nossa operação nos montanhas, mas ele recebeu o que era dele por direito.- o homem continuou. – Levou um tiro bem dado. Deve estar sangrando como um porco agora! Agora só falta você juntar-se a ele.

Letty engoliu em seco e tentou não deixar-se abalar pelo o que os homens diziam. Com muito esforço ela se arrastou mais para dentro do bosque e conseguiu dar a volta até retornar à estrada. Um carro vinha passando. Letty conseguiu ficar em pé e sacudiu os braços o mais rápido que pôde para tentar chamar a atenção do carro.

O motorista desacelerou o veículo ao ver uma mulher balançando os braços para cima como se estivesse pedindo por ajuda. Ele parou a alguns metros de Letty e desceu do carro imediatamente. Ela ficou aliviada ao ver o homem de meia idade se aproximando dela.

— Você está bem, moça?- perguntou ele ao ver que os lábios e a testa de Letty sangravam.

— Moço, me ajuda por favor.- Letty pediu. – O meu carro capotou na estrada e eu preciso chegar em Los Angeles.

— Eu vou te levar pro hospital.- disse o homem já conduzindo Letty para entrar em seu veículo quando os dois capangas de Braga apareceram e um deles atirou no bom samaritano que se prontificara a ajudar Letty.

Ela gritou, assustada. O homem tombou para trás com um tiro no estômago.

— Perdeu, tio!- disse o sujeito que atirara no homem.

O outro homem veio por trás de Letty e agarrou. Ela se debateu e lutou com ele empurrando-o no chão, mas o homem que estava armado apontou o gatilho da pistola para ela e disse:

— Melhor se acalmar, gata selvagem.

Letty cuspiu mais sangue e suspirou, resignada.

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Mônica estacionou o carro de qualquer jeito em frente à entrada mal iluminada do Hospital das Clínicas Santa Luzia em um dos bairros mais barra pesada de Los Angeles. Mia e Vince estavam na porta do hospital com uma cama de rodinhas. Eles correram para o carro e com a ajuda de Bryan conseguiram colocar Dom na cama.

Vince saiu empurrando a cama seguido por Mia e Bryan. Mônica ficou no carro e telefonou para Penning.

— Chefe, sou eu.- ela disse quando ele atendeu.

— Onde diabos vocês estão Fuentes?- ele bradou. – Nós perdemos comunicação total com você há cerca de uma hora. O que aconteceu?

— Aconteceu algo muito grave, senhor.- disse Mônica. – O Toretto levou um tiro do outro lado da fronteira, mas eu consegui trazer ele e o Bryan de volta para LA.

— O Toretto ainda está com vocês? Eu quero que vocês o tragam pra cá imediatamente.- Penning ordenou.

— O senhor me desculpe, mas eu não vou fazer isso.- ela comunicou a ele.

— Como é que é agente?

— Tem muita coisa acontecendo, chefe. O Toretto não está nada bem e o O'Conner está tentando ajudá-lo. Eu confio no Bryan, ele sabe o que está fazendo. Além do mais, não saímos da fronteira de mãos vazias. Temos algo que vai deixar o Braga louco pra fazer um acordo com a gente.- ela completou levantando o capô do carro e olhando para as duas malas cheias de heroína que Bryan tinha manejado colocar no carro dela pouco depois que ele colocara Dom ferido no carro antes que eles deixassem a fronteira.

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Fênix entrou furioso no quartel general de Braga, batendo a porta. Gisele estava sentada em um canto da sala enquanto Campos degustava uma dose de uísque puro.

— Parece que a sua noite não foi muito agradável.- comentou Gisele.

— Deu tudo em merda!- exclamou Fênix. – Eu tenho certeza que o desgraçado do Toretto sabia do esquema desde o início e aquele outro sujeito, o novato, tenho certeza de que ele é policial. Eu achei que ele tinha cheiro de policial mas a Gisele ficou toda derretida por ele.

Gisele ignorou o comentário dele.

— Deixamos pelo menos uns dez quilos do produto pra trás, chefe e a sua armadilha pro Toretto não funcionou. Não tive nem chance de torturar o filho da puta pra saber por onde anda a mina dele.

— Quedate tranquilo, hombre.- disse Campos. – Tudo está correndo bem. O Toretto está machucado e eu acabei de receber a maravilhosa notícia de que a Letty finalmente foi capturada. Está tudo dentro dos conformes, papi.

— E qual é o próximo passo?- indagou Fênix.

— Esperar pela ligação deles.- respondeu Campos. – Eles vão ter uma boa surpresa quando tentarem negociar a devolução do produto.

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— Você tem certeza que a gente pode confiar nele?- indagou Bryan baixinho dentro da sala de cirurgia mal equipada enquanto observava o cirurgião preparando-se para operar o ombro de Dom.

— O doutor Jackson é um excelente cirurgião.- sussurrou Mia. – Eu gostei muito de trabalhar com ele quando comecei minha residência.

— Mas você mesma me contou que o cara teve a licença caçada por ser viciado em medicamentos que ele roubava da farmácia do hospital.

— Bryan, isso é só e um detalhe e não temos escolha. Eu não vou deixar o meu irmão sangrar até a morte. Agora vai lá pra fora esperar com o Vince.

Bryan deixou a sala de cirurgia. Mia esterilizou suas mãos, arrumou os cabelos na touca azul cirúrgica e depois colocou a máscara e as luvas.

— A anesteria está pronta.- anunciou o doutor Jackson. Ele colocou um tubo no rosto de Dom com a ajuda de Mia e iniciou a contagem regressiva enquanto liberava a anestesia através do tubo. – 3, 2, 1...

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Roman estava angustiado com a partida repentina de Letty. Ele tinha tentado ligar para Bryan para avisar o que tinha acontecido, mas não conseguira. Também tentou o celular de Mônica e nada. Por fim, tentou ligar para a própria Letty para saber se ela estava bem mas ela assim como os outros também não atendeu.

— Ninguém atendeu de novo?- Pitty indagou ao vê-lo tão preocupado. Ela estava trabalhando na sala de estar no design de um carro em seu laptop.

Ele balançou a cabeça em negativo.

— Roman, eles vão ligar!

— Porra, Pitty não era pra ti ter dado o carro pra Letty. Ela devia ter ficado aqui onde era seguro. Agora sabe Deus o que pode acontecido com ela, com eles!

— Roman...

— Não, gata, desculpa mas tô chateado contigo. Vou dar uma checada na neném.

Ele saiu de perto dela e entrou no quarto. Nina estava deitada em sua cadeirinha bem quietinha mas com os olhinhos escuros bem abertos.

— Oi, nenê!- disse Roman sorrindo para ela. Já acordou, foi?

Nina sorriu de volta pra ele.

— Haha! Olha só! Você está sorrindo para o tio Roman, coisa fofa!

Ele pegou uma fralda de pano e escondeu seu rosto dela.

— Cadê o tio Roman?- ele indagou e descobriu o rosto em seguida.

Nina deu uma risadinha.

— Você gostou disso, não foi?

Ele escondeu o rosto de novo e o descobriu novamente fazendo Nina rir ainda mais.

— O tio Roman é super engraçado né?

No segundo seguinte Nina chorava de susto porque Roman de repente fora acertado na cabeça com uma frigideira e caiu no chão do quarto com um baque surdo.

— Desculpa, Roman.- disse Pitty com pesar colocando a frigideira de lado. Ela pegou a cadeirinha de Nina e a sacola de bebê.

Ela deixou a casa e entrou em um honda civic preto parado em frente às tão adoradas flores da mãe de Roman. Assim que Pitty acomodou a cadeirinha de Nina no banco de trás, o carro arrancou com tudo. A criança ainda chorava.

Continua...


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