El Beso Del Final escrita por Ms Holloway


Capítulo 20
Ay que me muero




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Um gemido baixinho saiu dos lábios de Letty quando Dom a ergueu do chão espalmando suas mãos grandes e quentes no bumbum dela, beliscando-o de leve. Ela sorriu e buscou os lábios dele com os seus.

Gemeu mais uma vez quando o sentiu duro contra ela, pronto para satisfazer tudo o que ela fantasiara durante todo o tempo em que estiveram separados.

– Vamos para o sofá...- ela sussurrou mordiscando o lábio inferior dele, com um sorriso safado no rosto que deixou o corpo de Dom em brasa. – A Nina está dormindo...

Dom assentiu. Ele também não queria perturbar o sono da filha e fazer com que ela acordasse antes que eles pudessem consumar o ato que marcaria o início da volta deles como o casal que tinham sido no passado. Antes, só havia Dom e Letty, Letty e Dom. Ele queria que as coisas voltassem a ser como eram antes.

– Eu estou com tanto tesão... – Letty murmurou ao ouvido dele, mordicando-lhe o lóbulo da orelha. – Então, você ganhou a competição? Mostrou a eles do que é capaz?

– Sempre!- Dom respondeu, arrogante, fazendo Letty rir. - Ah, mami, espere para ver o quanto eu senti a sua falta.- disse ele levando-os para fora do quarto.

Quando chegaram à cozinha, Letty desceu do colo dele e certificou-se de fechar todas as cortinas antes que eles caminhassem para a sala onde fez o mesmo. Queria privacidade para o que estavam prestes a fazer.

– Dom... – ela murmurou quando tirou a própria blusa olhando para ele de maneira sensual.

Ele bebeu da visão dos seios dela, cheios, a cor da pele morena contrastando com o branco do sutiã rendado transparente que deixava entrever os mamilos escuros. Dom gemeu profundamente diante daquela visão e sem perceber tocou-se. Letty sorriu e disse:

– Não ouse terminar antes de começarmos.

Dom deu uma risadinha.

– Eu jamais faria isso, Letty. Preciso tanto de você agora!

Ela tirou o sutiã devagar e o jogou para ele. Dom pegou o sutiã e o cheirou antes de jogá-lo de lado e se aproximar dela. Letty deitou-se no sofá e fechou os olhos quando sentiu ambas as mãos dele em seus seios, pressionando-os de leve.

Papi... – ela murmurou quando ele pousou os lábios sobre um dos mamilos e sugou suavemente, provando-a.

– Você ainda é minha, mami?

– Sim, sou toda sua, Dom!- ela respondeu se contorcendo no sofá, ansiando por carícias mais ousadas.

Ele beijou-a no pescoço, mordiscando-o, enquanto suas mãos ainda acariciavam os seios dela. Letty buscou-lhe os lábios e acariciou-lhe o peito forte, misturando suas pernas com as dele quando Dom roçou seu corpo no dela, abraçando-a.

Letty levou uma de suas mãos ao botão do short jeans que usava e o abriu, a mão de Dominic acompanhou-a, deslizando o zíper para baixo e puxando a peça de roupa pelas pernas dela. Ela ergueu os quadris para ajudá-lo.

Beijaram-se mais uma vez, as respirações de ambos alteradas pelo desejo que os consumia naquele momento. A ansiedade quase impossível de ser controlada. Mas Dom não queria que acabasse logo, ele queria prolongar aquele momento o máximo que pudesse.

Ele então pôs-se a beijar o corpo dela inteiro, deslizando seus lábios pelas curvas macias que tanto conhecia.

– Senti tanta falta do seu toque...eu já estava ficando louca de desejo...- Letty murmurou.

Dom deslizou as mãos preguiçosamente pelos seios e barriga dela, brincando com seus umbigo e deslizando o braço mais para baixo. Letty arfou, sentindo seu corpo queimar e seu interior se contrair em ondas úmidas.

– Eu me senti perdido quando pensei que estava morta.- ele desabafou por um momento diante da emoção que o tomava por estar amando Letty outra vez. – Eu não sabia mais o que ia fazer da minha vida, Letty...

Ela ergueu sua mão e acariciou o rosto dele com ternura. Seus olhos escuros brilhavam de compreensão. Ele deslizou sua mão ousadamente para o sexo dela, ainda recoberto pela calcinha de algodão e renda que combinava com o sutiã. Brincou com um dedo, fazendo movimentos circulares na parte mais íntima dela. Letty gemeu. Então eles se olharam novamente, e ela disse:

– Prometa que nunca mais vai me abandonar, Dominic Toretto! Jure que não vai mais me abandonar! Nem a mim, nem a Nina, porque se você fizer isso pode apostar que vou te chutar pra bem longe da minha vida e aí não vai ter mais volta!

– Eu juro, Letícia Ortiz! Não vou a lugar nenhum.- prometeu ele.

Ela sorriu. Um sorriso genuíno de amor e confiança. Dom sorriu também, como poucas vezes fazia. Mas ele se sentia tão feliz naquele momento que era impossível manter aquele sentimento dentro de si. Precisava mostrar a ela como se sentia.

Beijando os seios e o ventre dela, ele retirou-lhe a calcinha devagar. Seus lábios desceram para os joelhos dela e então beijaram a parte de trás das coxas. Letty arqueou os quadris num convite para que ele a tomasse logo, mas Dom provocou-a o máximo que podia aguentar. Sua língua trilhou um caminho de desejo das coxas até o centro entre as pernas de Letty, acariciando-a sem pressa, levando-a ao limite de suas emoções.

Entre gemidos e suspirous de prazer, Letty murmurava:

– Eu te amo, Dom...ay papi...te quiero...

– Letty... – Dom sussurrou o nome dela ao senti-la vibrando contra ele. Seu coração começou a bater mais rápido ao vê-la fechar os olhos e gemer de prazer. Não tinha mudado. Letty ainda era sua e se entregava a ele como se fosse a primeira vez.

– Eu pensei em você todo o tempo que estivemos separados... – ele confessou. – Nunca quis te abandonar...só estava com medo de que fizessem mal a você para me atingir!

– Eu sei, baby... – disse ela com a voz ofegante, retornando de sua viagem mágica provocada pelo movimento dos dedos e da língua dele. – Mas nós temos que ficar juntos, Dom! Eu não vou estar mais protegida longe de você...não se esqueça disso!

– Agora eu sei!- disse ele fazendo com que ela se sentasse no sofá, trazendo-a para seu colo. Ele estava pronto para amá-la e não podia esperar mais.

Letty acomodou-se no colo dele, preparada para moldar seu corpo ao de Dom. Ele segurou-lhe a cintura e devagar desceu os quadris dela em direção ao seu sexo, tomando-a devagar. Letty mordeu os lábios para não gritar de puro prazer. Dom não conteve um gemido de satisfação. Ela era a única. Ele sempre soube. Mas naquele momento, essa certeza lhe pareceu absoluta. Queria tudo dela, e também queria dar-lhe tudo o que ela quisesse.

Moveu-se contra ela em movimentos curtos a princípio que foram ganhando intensidade a medida que a excitação aumentava. Letty subia e descia em seus quadris, brincando com seu corpo, fazendo-o louco. Dom marcou-lhe a cintura ao apertá-la com força o que a fez dar um gemido mais alto.

Dom sorriu e puxou-a contra seu corpo, deslizando mais fundo dentro dela. Letty jogou a cabeça pra trás e acompanhou o movimento dele, empurrando-se contra ele, sentindo cada pedacinho do homem que amava.

Ele deslizou as mãos pelos seios dela, então provocou-a com seu dedo, acariciando delicadamente o botão feminino exposto entre as dobras macias da intimidade dela. Letty choramingou de prazer e o abraçou, sussurrando ao ouvido dele:

Ay, que me muero!

Dom parou de tocá-la para olhar profundamente nos olhos dela e beijá-la com paixão. Letty correspondeu ao beijo, mas não parou de se mover. Estava tão perto.

– Dom!- ela gritou quando o prazer tornou-se tão forte que ela sentiu que não aguentaria mais.

Ele não soube como, mas alguns segundos depois eles já não estavam mais no sofá, se amavam no tapete macio da sala, Dom movendo-se depressa contra ela depois de sentir o interior dela se derretendo contra ele, seus músculos massageando-o com vontade, fazendo-o perder o controle.

– Letty!- o grito de Dom saiu abafado quando o prazer o tomou. Suas mãos entreleçavam-se nas dela, seus quadris ainda se mexiam no ritmo perfeito. Letty tinha um sorriso enorme quando ele levantou o rosto para fitá-la, a respiração ofegante: - Ay que me muero!- sussurrou ele.

Letty deu uma risada de puro contentamento. Aquele torpor tão familiar após o sexo ardente era tudo para ambos. Naquele momento, não precisaram dizer nada. Ficaram ali, abraçados, retomando seus fôlegos. Não importava o que o dia de amanhã traria para eles enfrentarem. Agora estavam juntos de verdade novamente.

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Bryan soltou um suspiro de alívio quando finalmente conseguiu sentir o ar puro novamente depois de inalar quantidades pesadas de nicotina entre substâncias ilícitas que ele preferia não nomear mentalmente enquanto deixava a badalada boate de Arturo Braga depois das três da manhã.

O lugar estivera fervendo por toda a noite, e depois que Dominic deixara a festa, obviamente ansioso para contar a Letty que vencera a corrida, pensou ele, Bryan tratou de fazer seu trabalho. Já que estava na toca do lobo, aproveitaria para procurar por suas fraquezas.

Estava muito interessado em ver o rosto daquele a quem todos temiam, o chefe daquela organização criminosa, responsável pela distriubuição de pelo menos 70% da droga consumida na Califórnia e pelos assassinatos de muitos desaparecidos que lotavam os painéis de busca das delegacias de Los Angeles e seus arredores.

Quando Campos fora chamado durante sua conversa com ele e Dom no salão principal, Bryan imaginou que deveria ser muito importante, por isso o seguiu com os olhos enquanto se retirava fingindo estar compenetrado em sua rixa com o amigo sobre a vitória de Dominic na corrida. Viu exatamente para onde Campos se encaminhava e quando teve uma boa oportunidade seguiu na mesma direção.

A boate estava cheia de seguranças, mas Bryan conseguiu passar desapercebido enquanto bebia sua cerveja, dançava e fingia-se de bêbado, agarrando as garotas bonitas e seminuas que passavam perto dele. Conseguiu assim deixar de ser notado pela segurança, provavelmente estavam pensando que ele era apenas mais um que se deixara empolgar demais pela "generosidade"das festas de Braga.

Fora dos olhares dos capangas, Bryan conseguiu adentrar um longo corredor que ficava por trás das escadas que levavam ao escritório de Campos onde eles tinham sido reunidos anteriormente para ouvirem sobre a corrida. Caminhou devagar e de cabeça baixa, passou por algumas garotas que compartilhavam muito à vontade mais do que seus copos de bebida até chegar a uma porta que estava entreaberta.

Como quem não queria nada, Bryan passou devagar em frente à porta e observou através da fresta Campos conversando com um homem mais velho. Ele ria e dava tapinhas no ombro do outro homem enquanto compartilhavam uma dose de tequila.

Aquele homem poderia ser o Braga, Bryan pensou. Pela aparência e sotaque, ele deveria ser mexicano, por volta dos 62, 64 anos no máximo. Usava terno e gravata espalhafatosa. Campos parecia tratá-lo com muito respeito, seus maneirismos corporais indicavam isso. Ele mantinha a cabeça ligeiramente abaixada enquanto conversavam demonstrando submissão. O outro homem sorriu diante do gesto dele e lhe deu dois tapinhas paternais nas costas. Falavam num espanhol rápido e cheio de expressões que Bryan desconhecia. Estava difícil para o policial entender o que diziam. Mas ele precisava de uma prova da existência daquele homem, algo que pudesse levar à alguma pista sobre quem ele seria, se seria de fato Braga ou não.

Bryan observou os dedos de ambos tocando os copinhos de bebida. Sorriu consigo mesmo. Tinha que pegar aqueles copos e levar para o laboratório de análises do FBI. Digitais podiam trazer muitas respostas. Eram até mesmo capazes de resolver crimes que pareciam insolúveis. Ele seria paciente, logo haveria uma oportunidade.

Olhou ao seu redor, o corredor estava vazio. As garotas que se agarravam alguns minutos atrás já não estavam mais lá. Bryan caminhou um pouco além da porta e esperou até que ouviu passos vindos de dentro da sala. Afastou-se mais um pouco e fingiu estar muito distraído com o rosto voltado para a parede, tentando fazer parecer que era mais um bêbado passando mal.

Ouviu as vozes de Campos e do outro homem se afastando. Eles caminharam pelo corredor de volta à porta que levava para a boate. Bryan esconlheu-se junto à parede. Teve sorte que os dois homens não olharam para trás. Quando o corredor tornou-se silencioso novamente, ele se esgueirou até a porta da sala onde Campos e o outro homem estiveram anteriormente.

Um lugar como aquele deveria ter câmeras por todos os lados, e de fato havia, mas não naquele corredor, por isso Bryan não se importou em se arriscar e adentrar a sala. Os copinhos de vidro agora com apenas vestígios de tequila ainda estavam lá no mesmo lugar. Ele tirou dois lenços de papel do bolso da jaqueta jeans juntamente com um saquinho de provas tipo zip que ele levava para todo lugar caso surgisse uma oportunidade como aquela. Arrumou os copinhos nos lenços de papel e os guardou no saquinho.

Depois disso, ele tratou de sair da boate. Retornou pelo mesmo caminho, outra vez sem ser visto. Já fora do prédio, respirando o ar puro da noite desprovido de fumaça de cigarro, maconha e cerveja, Bryan viu um Cruze Sport 6 se aproximar da entrada da boate devagar. Algumas pessoas bêbadas que saíam da festa vibraram quando o carro passou por elas, gritando e dizendo:

– Olha só esse carrão!

– Não lembro de ter visto esse possante na corrida.

– Com um carro desses eu fazia miséria...

Mas a motorista do carro não estava nem um pouco preocupada com aqueles comentários. Ela tinha uma 38 no coldre e uma pistola presa na bota do pé direito, além de um canivete suíço bem posicionado no sutiã. Bryan esperou até que o carro chegasse bem perto dele e parasse. A porta do carona se abriu e ele viu sua parceira, Mônica Fuentes, o rosto cansado mas a expressão alerta.

– Bryan, você sabe há quantas horas eu não durmo? Por que não chamou um táxi?- ela disse com a voz calma. – Precisava ter me ligado? Eu estava indo para casa.

– Um táxi neste lugar?- debochou ele. – Teria sido difícil conseguir um.

– Onde está o carro que usou na corrida?- ela perguntou quando ele se ajeitou no banco do carona e fechou a porta.

– Eu temo ter detonado ele na corrida. Vai precisar de uns consertos.

– O chefe vai te matar!- Mônica frisou.

– Não quando ele souber que eu consegui entrar pra equipe e além do mais consegui isso!

Ele tirou o saco de provas do bolso da jaqueta e mostrou rapidamente para Mônica.

– O que é isso?- ela indagou olhando rapidamente para o que Bryan lhe mostrava.

– Digitais.- respondeu Bryan. – Uma delas pode ser do Braga. Vou levar para o laboratório de análises do FBI amanhã bem cedo.

– Você quer dizer daqui a cerca de uma ou duas horas.- falou Mônica sem conter um bocejo. – Bryan, não me leva a mal, mas eu estou terrivelmente cansada. O Chefe vai ter que aceitar um pouco de atraso esta manhã.

– Concordo.- disse ele se recostando contra o banco do carro e bocejando também.

Mônica dirigiu por alguns segundos em silêncio, e então questionou:

– Quer dizer então que conseguiu ganhar do Dominic Toretto?

– Foi um empate.- respondeu Bryan.

– Um empate?- Mônica retrucou erguendo uma sobrancelha. – Como assim? Vocês dois fazem parte da equipe agora, é?

– Isso mesmo!

– Mas o Braga precisava de apenas um piloto.

– As regras mudaram quando o Campos viu que nós dois somos bons.

– Estou impressionada!- ela comentou.

– Com o quê? Com o fato de termos conseguido esse empate e sido ambos aceitos na organização.

– Não.- disse ela. – Com o fato de Toretto ter concordado com isso. Ele jamais empataria com você. Pelo que eu pude perceber você não ganharia dele, Bryan!- ela provocou.

– Ah, cala a boca!- disse ele mal humorado. – Eu posso ganhar do Dom na hora que eu quiser. É só me dizer o dia e a hora!

Mônica deu uma risada. Não acreditava muito nisso.

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O cheiro gostoso dos cabelos de Letty que dormia confortavelmente com a cabeça apoiada no peito de Dom fazia-o sentir-se tão bem. Era como mais uma noite comum dormindo juntos na cama deles, na casa que fora do pai dele onde costumavam viver anos antes quando a vida era muito mais simples do que era agora.

Ela ressonava baixinho, satisfeita depois do amor que tinham compartilhado na sala de estar de Roman Pierce. O lugar tinha virado uma bagunça de almofadas e objetos fora do lugar, mas nenhum dos dois se deu ao trabalho de arrumar quando decidiram ir para a cama, dormir junto da pequena Nina que dormia em sua cadeirinha.

Não havia outro lugar onde Dom queria estar naquele momento. Já fazia um tempo que ele não tinha paz de espírito e boas noites de sono. As noites eram extremamente insônes, solitárias e vazias no Panamá sem Letty. Mas agora tudo seria diferente. Ele só precisava resolver esse último trabalho, conseguir sua anistia e finalmente poder viver com sua família em paz.

Como Mia ainda vivia na casa de seu pai, e provavelmente estaria pensando em levar O`Connor para viver lá também, ele compraria uma casa nova para Letty com um quintal bem grande onde poderiam criar sua filha e quem sabe no futuro pudessem ter outras crianças sem estar se preocupando em lidar com traficantes ou fugir da polícia. Letty merecia isso. Quem sabe assim, Carlos Ortiz pudesse perdoá-los e voltar a ser o bom pai que ele tinha sido para ela antes que ele estragasse tudo.

Dominic seria agora como seu pai. Carlos Ortiz não teria mais queixas dele. Compraria sua casa, abriria uma oficina que em breve seria a melhor de Los Angeles onde ele e Letty pudessem trabalhar, aí poderiam juntar dinheiro para a faculdade de Nina. A filha ainda lhes daria muito orgulho.

Ele estava de olhos fechados, tentando dormir, absorto naqueles pensamentos tão agradáveis que tomou um susto quando Nina berrou de repente, tão desesperada como se o mundo estivesse acabando.

Letty gemeu de cansaço e se levantou de cima do peito dele num gesto automático. Estava tão exausta e queria dormir, mas a filha estava chorando. Dom se perguntou há quanto tempo ela não conseguia dormir noites inteiras.

– Nina...- ela murmurou de olhos fechados. Dom fez com Letty se deitasse na cama novamente, o que não foi muito difícil devido ao estado de cansaço dela.

– Eu vou vê-la. Deixa comigo!

– Não, eu vou!- disse ela ainda sem abrir os olhos com a cara esmagada contra um travesseiro. – Você não sabe...

– Eu tenho que aprender, não é mesmo?- Dom retrucou. – Fica aí bonitinha, mami, que eu vou cuidar da pequena. Tudo bem?

Nina chorou mais alto.

– A fralda...veja a fralda...- Letty conseguiu dizer antes de cair num sono profundo novamente.

Dom se levantou meio incerto do que fazer. Embora já tivesse carregado a filha algumas vezes, ainda se sentia inseguro. Parecia impossível acalmar os berros dela dessa vez.

– Shhiiii...nenê...tá tudo bem...papai está aqui...

O quarto estava escuro e Dom procurou acender um abajur ao lado da cama. Olhou para Nina em sua cadeirinha. A menina pareceu olhar para ele com o rosto cheio de lágrimas e os lábios contraídos pelo choro.

– Ei, bambina, está tudo bem? Que tal voltar para a sua sonequinha? Não queremos acordar a mamãe.

Nina ficou quieta por alguns segundos, braços e pernas se movendo, emitindo pequenos sons, então ela recomeçou a chorar, ainda mais alto. Dom afastou-se para trás num sobressalto.

– Ei, calma aí, garota!

Ele estendeu os braços então para segurar a criança. Foi quando sentiu um cheiro pútrido invandindo-lhe as narinas. Fungou, desesperado e quase chamou um palavrão.

– Mas o que que é isso?- resmungou consigo mesmo. Nina continuava chorando.

– Dom...- Letty murmurou.

– Está tudo bem, baby.- disse ele. – Pode deixar que eu cuido dela.

Dom disse aquilo para tranquilizar Letty, mas sentia-se perdido quanto ao que fazer. Ainda assim, não era preciso ser muito esperto para entender que o que incomodava a criança era a fralda. O cheiro nada agradável que ele estava sentindo indicava isso.

– Tá, legal! Fraldas!- Dom disse consigo mesmo, olhando ao seu redor no quarto. Achou uma bolsa de cor branca com desenhos de patinhos amarelos. Lá dentro tinha fraldas e lenços umedecidos.

Para que Nina não preocupasse Letty, Dom levou a cadeirinha da filha para a sala e improvisou um trocador estendendo um cobertor de bebê no sofá. Colocou a menina lá em cima com cuidado e abriu os pequenos botões do macacãozinho de dormir. Levou cerca de alguns minutos para compreender como funcionavam as fitas adesivas da fralda.

Dom prendeu a respiração quando a fralda se soltou e tratou de embolá-la e jogá-la num canto. Qundo ele tirou a fralda, Nina ficou lá olhando para ele com as pernas para cima, irrequietas, ainda choramingando.

– O papai está um pouco atrapalhado.- Dom conversou com a filha. – Mas eu vou aprender. Eu prometo.

Ele procurou ir pela lógica e usou os lenços umedecidos para limpar a nenê. Sentiu-se orgulhoso do bom trabalho quando terminou de colocar a fralda limpa. Nina aparentemente parecia mais calma, mas quando Dom a ergueu do sofá e a fralda caiu no chão, ela começou a berrar novamente. Ele tratou de recolocá-la no sofá e fechar as fitas adesivas, mas não obteve sucesso, seus dedos desajeitados só conseguiram deixar o adesivo inutilizável.

Dominic pensou por alguns segundos e por fim avistou um rolo de fita durex sobre uma mesinha perto da porta de entrada da casa. Nos minutos seguintes, Nina tinha sua fralda muito bem presa, mas continuava a chorar. Ele não sabia mais o que fazer, até que uma antiga canção que o pai dele cantava para Mia quando ela era pequena lhe veio à mente e sem perceber começou a cantá-la, dançando diante de Nina na cadeirinha:

"When you are feeling low...lower than the floor (Se você está se sentindo pra baixo, tão baixo quanto o chão)...And you feel like you ain`t got a chance…(E você se sente como se tudo estivesse perdido)...Don`t make a move till you are in the groove...(Não faça nenhum movimento até você pegar o ritmo)...And do the Peter Panda dance...(E faça a dança do Peter Panda)"

Dom estava tão absorto em entreter a filha que parara de chorar quando ele começou a cantar que não viu Letty parada quase junto à entrada da sala de estar. Ela sorria observando a cena. Jamais pensara que veria Dominic Toretto, o rei das corridas de rua de Los Angeles, cantando e dançando para uma garotinha.

Ela voltou para o quarto sem que ele percebesse que ela o estivera olhando e deitou-se na cama ainda sorrindo. Um sentimento bom de que as coisas melhorariam muito em breve apossou-se dela naquele momento e Letty caiu no sono novamente pensando que sim, podia confiar em Dom novamente.

Continua...


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