El Beso Del Final escrita por Ms Holloway


Capítulo 15
Reunião de Família




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Capítulo 15

Reunião de Família

Vince parou o carro a uma distância segura da residência dos Toretto. A casa estava cercada de policiais vigiando todo o perímetro ao redor.

- Merda- xingou ele. – O que está acontecendo aqui?

Dominic franziu o cenho, preocupado.

- Alguma coisa aconteceu com a Mia.- disse ele. – Eu preciso ir até lá!

- Não, cara, você não pode ir lá, não!- contestou Vince. – Se os tiras estão aqui é porque estão esperando por você e usando a Mia como isca. É uma armadilha!

- Pode até ser.- concordou Dom. – Mas eu preciso saber se a Mia está bem. Eu deveria ter ligado para ela mais cedo. Droga!- ele deu um soco certeiro na gaveta do porta- luvas que por pouco não se destruiu.

- Ei calma aí, meu irmão. Não vai detonar o meu carro. Gastei muito dinheiro nessa paradinha aqui!

- Eu preciso entrar naquela casa.- disse Dom.

- Mas como vamos fazer isso com tudo isso de tira aí na porta?- retrucou Vince.

Nesse momento, uma viatura de polícia com a sirene desligada e os vidros fechados passou ao lado deles. O motorista dirigia como se estivesse em uma corrida e Dominic soube exatamente quem era ele.

- O`Conner!- ele resmungou.

- Bryan O’Conner?- questionou Vince. – Aquele viadinho miserável?

Bryan estacionou a viatura em frente à casa dos Toretto. Mônica abriu a porta e saiu primeiro.

- Quem é aquela mulher?- Vince perguntou a Dom observando tudo. – Ela é gostosa!- acrescentou como se o comentário fosse de alguma utilidade para a presente situação.

O’Conner desceu em seguida estendendo seu braço para ajudar Mia a descer do carro. Depois de toda a confusão no hospital ela ainda sentia-se zonza e precisava de cuidados, no entanto seria mais seguro que ela ficasse em sua casa sendo vigiada do que em um lugar enorme como um hospital onde seria mais difícil fazer uma boa vigilância.

Dominic notou que Mia não parecia bem. Percebeu que ela se apoiava nos ombros de Bryan enquanto caminhava. Aquilo o deixou furioso. O que O`Conner teria feito com sua irmã? Sem pensar, ele abriu a porta do carro e já ia saindo quando Vince o deteve:

- Ê, peraí, Dom! Eu também quero saber o que aconteceu com a Mia tanto quanto você. Mas não pode aparecer lá assim, os tiras vão cair matando em cima de você!

- E o que espera que eu faça, Vince?- Dominic retrucou, zangado. – Que eu fique aqui assistindo a casa do meu pai ser invadida pelos tiras e a minha irmã sendo machucada?

- Não, é claro que não vamos ficar parados aqui.- disse Vince tentando tranqüilizá-lo. – O que eu estou querendo dizer é que eu irei até lá e descobrirei o que está acontecendo.

- Você?- indagou Dom apontando o dedo pra ele. – E como pretende passar pelos tiras, hein?

- Dom, tô falando sério!- falou Vince parecendo irritado com a desconfiança de Dom. – Eu não estou sendo procurado. Você deve estar sabendo que fiquei preso quase dois anos e saí sob condicional por bom comportamento. Depois disso eu não pisei mais fora da linha, cara. Os tiras não são burros, eles sabem que ainda mantemos contato uns com os outros, portanto, o que teria demais em eu aparecer de repente para visitar minha amiga, Mia?

- Qual é, Vince!- disse Dom. – Você acha mesmo que os tiras não vão te interrogar para tentar descobrir o meu paradeiro?

- Para todos os efeitos, meu irmão, nós não nos vemos há cinco anos. Tudo o que eu sei é que você fugiu no carro do desgraçado do O`Conner anos atrás.

Dominic balançou a cabeça ainda duvidando.

- Vai por mim, Dom. Eu vou entrar pela porta da frente e você vai pela porta dos fundos. Vou dar um jeito de abrir a janela do seu antigo quarto e você entra por lá, certo?

Mesmo a contragosto, Dom acabou concordando. Vince tinha razão. Seria bobagem ter passado cinco anos se escondendo da polícia para ser pego agora.

- Vou te dar dez minutos.- avisou ele e Vince concordou. Porém, antes de descer do carro, ele retirou um pente pequeno do porta-luvas e se mirou diante do retrovisor, arrumando os cabelos depressa.

- Mas o que você está fazendo?- quis saber Dom, mas Vince não respondeu, apenas sorriu, sentindo-se muito esperto com o plano que tinha acabado de formular.

Então ele finalmente desceu do carro e caminhou em direção à casa dos Toretto. Arrancou algumas margaridas do canteiro do vizinho antes de se aproximar do portão para falar com os tiras. Dominic ficou observando-o de longe.

- Boa noite.- disse Vince, polidamente.

- Quem é você?- indagou um dos policiais.

- Eu sou Vincent Tanner. – Vocês?

Os dois policiais que estavam de plantão em frente à casa se entreolharam.

- Tá, eu sei que vocês são tiras... – disse Vince. – Mas eu queria saber por que estão aqui na casa da minha namorada?

Dominic observou que agora só havia dois policiais em frente à casa. Uma das viaturas tinha partido e havia mais três homens do lado de dentro, dois no jardim e um no quintal. Porém, o lado em que ficava a janela que dava para o quarto dele aparentemente estava desprotegido. Ele tinha que tentar e esperava que o plano de Vince desse certo.

- Sim, Mia Toretto. Ela é minha namorada.- insistiu Vince. – Será que poderiam me deixar falar com ela?

- Lamento cara, mas não estamos autorizados a deixar ninguém entrar. São ordens do policial O`Conner.

- O`Conner? Sei.- resmungou Vince.

Mônica apareceu à porta e indagou:

- Algum problema, rapazes?

- Esse sujeito aqui diz que é namorado da senhorita Toretto e quer vê-la.- disse um dos policiais.

Ela olhou bem para o rosto do homem em questão e teve a sensação de já tê-lo visto em algum lugar.

- Isso é um absurdo!- insistiu Vince. – Vocês não podem me impedir de ver a minha garota!

- Sua garota?- retrucou Mônica com ar divertido. Aquele sujeito parecia mais atrapalhado do que ameaçador, mas ela teria que ter cuidado, poderia estar enganada. – Sinceramente, rapaz, você não me parece ser o tipo de homem que a senhorita Toretto namoraria.

- Por que não pergunta a ela, então?

- Como você se chama?- perguntou Mônica.

- Vince.- disse ele.

- Espere um pouco aí fora, Vince.- disse Mônica e retornou para dentro da casa. Mia estava sentada no sofá com uma bolsa de gelo sobre a cabeça e Bryan sentado ao seu lado, pronto para atender a todo e qualquer desejo dela, Mônica pensou. – Mia?- chamou-a e ela levantou o rosto para olhá-la.

- Pois não?- havia dor em sua expressão quando ela falou com Mônica.

- Tem um rapaz aí fora segurando um buquê de margaridas amassadas nas mãos dizendo que é seu namorado.

- O quê?- questionou Mia.

- Foi isso mesmo o que ouviu e ah...o nome dele é Vince!

- Vince está aqui?- ela trocou um olhar preocupado com Bryan.

- Então ele é mesmo seu namorado?- perguntou Mônica. Mas Mia não respondeu, ao invés disso voltou-se para Bryam e cochichou:

- Se o Vince está aqui, Bryan, deve ter acontecido alguma coisa.

Bryan assentiu e disse:

- Mônica, deixe o Vince entrar.

- Ah, então você também conhece o Vince?

- Só me dê um minuto, Mia.- pediu Bryan e levantou-se do sofá, puxando Mônica para a cozinha. - Olha aqui, Mônica, eu sei que o chefe te colocou nesse caso para que você me vigiasse, mas eu te peço, por tudo o que nós passamos juntos que dessa vez você fique de boca fechada.

- O que quer dizer?- ela cruzou os braços sobre o peito.

- Nós estamos do mesmo lado, não importa o que aconteça!

Ela balançou a cabeça negativamente.

- Bryan, muita coisa aconteceu desde que nos separamos. Eu estou neste caso para encontrar os culpados e colocá-los na cadeia. Muita gente já morreu, quantos mais precisarão morrer para que você compreenda isso? Você e o seu grupinho são menos importantes.

- Engraçado você me dizer isso, já que no começo de sua missão na Flórida você conseguiu se apaixonar pelo Verone.

Mônica o empurrou pelos ombros, com raiva.

- Cuidado com o que você diz, Bryan!

Ele não se importou com a explosão de fúria dela e disse:

- Estou confiando em você, Mônica. Eu vou agora mesmo lá fora chamar o Vince e você vai fingir que não viu ou ouviu nada, entendeu?

Ela o encarou, mas nada disse. Bryan foi até a porta de entrada e fez um sinal para que Vince entrasse. Vince sorriu abertamente para ele, mas quando adentrou a sala seu punho fechou-se contra Bryan que apesar de ter se esquivado rapidamente dele, ainda foi atingido no ombro.

- Vince, para com isso!- Mia gritou e largou a bolsa de gelo sobre o sofá para apartar os dois.

- O que foi que você fez com ela, hein? Fala aí, seu desgraçado!

- Eu não fiz nada!- defendeu-se Bryan.

Um dos policiais que vigiava do lado de fora entrou na sala apontando sua arma. Mônica fez um sinal para mostrar que estava tudo bem. Ela também estava de arma em punho. O policial retirou-se e Mia empurrou Vince para longe de Bryan.

- O que pensa que está fazendo, Vince?

- Ele ainda geme como uma tira.- disse Vince. – Mas ele ainda é um tira, não é mesmo? Tinha me esquecido.- acrescentou Vince, sarcástico.

- Acho que você tem a memória muito curta, Vince.- falou Mia com ar de reprovação. – O Bryan salvou a sua vida.

- Ah, é mesmo.- disse Vince. – Esqueci de te agradecer, Bryan!- o tom de voz dele continuava sarcástico, mas Bryan não se importou.

- O que está fazendo aqui, afinal?- Mia perguntou e Vince olhou de modo suspeito para Mônica.

- Tudo bem, nós podemos confiar nela.- garantiu Bryan e em seguida olhou para ela, como que esperando uma confirmação do que havia acabado de dizer.

Mônica assentiu. Vince olhou para ela, muito desconfiado, mas naquele momento Dominic já deveria ter dado um jeito de dar a volta pela casa e entrar em seu quarto. Ele não podia perder mais tempo se não quisesse que o amigo fosse pego pelos tiras.

- Você está bem, Mia?- perguntou.

- Sim, eu estou bem.- ela respondeu fitando os olhos dele com uma pergunta silenciosa que até mesmo Vince compreendeu de imediato: “Você sabe alguma coisa sobre o meu irmão?”

- Ele está bem.- contou Vince. – Não precisa se preocupar. Ele foi me procurar.

- Oh, Deus!- Mia exclamou, aliviada. – Vou matá-lo assim que o encontrar. Ele me deixou tão preocupada ficando sumido o dia inteiro.

- Estão falando de Dominic Toretto?- Mônica ousou perguntar.

Mia franziu o cenho e perguntou à Bryan:

- Tem mesmo certeza de que podemos confiar nela?

- Eu acho bom que a gente possa mesmo.- disse Vince. – Porque eu disse ao Dom que entrasse pela janela do antigo quarto dele enquanto eu distraía os tiras lá fora.

Nesse momento eles ouviram um barulho de vidro se quebrando vindo do quarto. Mia levantou-se do sofá e correu para lá seguida por Vince.

- Segura a onda com os caras lá fora!- Bryan pediu a Mônica antes de correr atrás de Mia e Vince para o quarto.

Ela suspirou:

- Meu Deus, onde foi que eu vim me meter?

No quarto, Mia encontrou Dom tendo acabado de entrar pela janela. Ele tinha quebrado o vidro com o punho direito e sua mão sangrava.

- Dom!- ela exclamou, nervosa e abraçou o irmão. – Como você pôde me deixar tão preocupada o dia inteiro?

Bryan tratou de colocar a cortina sobre a janela quebrada para não levantar suspeitas. Tinham sorte de que os policiais que vigiavam a casa eram os mais idiotas que trabalhavam na polícia federal.

- O que aconteceu com você?- Dom indagou. – Eu liguei pra cá pra casa, pro seu celular e agora chego aqui e encontro a polícia...

- Os caras já sabem que você está aqui, Dom!- disse Vince, alarmado. – A gente tem que dar o fora daqui!

- Não é só a polícia quem está atrás de você, Dom.- contou Mia. – Uns homens invadiram nossa casa e me atacaram. O Bryan me levou pro hospital e uma mulher vestida de enfermeira tentou me matar, é por isso que a polícia está aqui.

- Como é que é?- retrucou Dom, estupefato.

- Nós conseguimos pegar a falsa enfermeira e também um dos caras que invadiram a casa de vocês. Eles foram levados para o FBI para interrogatório.

- Dom, me deixa cuidar da sua mão, você está sangrando.- disse Mia, preocupada.

- Você tem razão sobre estarem atrás de mim.- disse Dom ignorando as preocupações dela como sempre. – Eu tenho que te mostrar uma coisa.- ele anunciou e abriu o antigo guarda-roupa dele, retirando um pacote lá de dentro e entregando para Mia.

- O que é isso?

- Mandaram esse pacote pra mim quando eu estava escondido no Panamá.- ele contou.

- Então era lá que você estava esse tempo todo?- disse Bryan.

- Fiquei lá por algum tempo.

Mia abriu o pacote e se deparou com o ursinho de pelúcia que tinha presenteado à Letty quando ela ainda estava grávida há um ano atrás.

- Oh, meu Deus!- ela exclamou, emocionada. – Fui eu quem comprou isto.

- Você?- Dom exclamou, surpreso.

- Comprei pra Letty quando ela me contou que estava grávida. Eu estava tão feliz porque ia ganhar um sobrinho...Dom, como isso foi parar nas suas mãos? O que pode ter acontecido com a Letty?

Dom trocou um olhar com Vince. Ele queria contar tudo à irmã, mas continuou fazendo mistério por mais alguns minutos. Primeiro mostrou a ela o bilhete dentro do pacote que tinha sido entregue junto com o ursinho.

- “Volte para Los Angeles. Gostaria de falar sobre assuntos que são do seu interesse. Não se arrependerá se voltar. Braga.”- Mia leu em voz alta.

- Caramba, Dom!- exclamou Bryan. – Por que não me contou isso antes? Se o Braga está atrás da Letty e conseguiu contatar você para voltar para LA usando um objeto que pertencia a ela, isso significa que...

- Que ele pode estar com a Letty!- Mia concluiu com voz chorosa. – E o...bebê?

Vince lançou um olhar angustiado para Dom que segurou uma das mãos de Mia com a mão esquerda. Uma lágrima finalmente rolou dos olhos dela quando ela acrescentou: - Dom, o Bryan me disse no hospital que aquele corpo no necrotério não pertence à Letty, mas esse bilhete...

- É verdade, Dom, o corpo não pertence a ela.- Bryan confirmou. – O resultado da autópsia saiu há algumas horas...

Dom balançou a cabeça negativamente e sorriu para Mia quando disse:

- Mia, eu encontrei a Letty!

Ela quase caiu para trás com aquela notícia tão repentina e tão maravilhosa ao mesmo tempo.

- Onde ela está?- Mia conseguiu balbuciar, agora as lágrimas caiam livremente pelo rosto dela, mas eram lágrimas de emoção.

- Ela está na minha casa.- Vince respondeu a pergunta dela, querendo participar daquele momento tão emocionante. Bryan sorria, mas nada disse, deixou que eles comemorassem aquela notícia entre eles, a equipe. Será que algum dia ele fez parte mesmo daquele grupo ou sua permanência ali era apenas um engano?

- Eu não posso acreditar!- Mia exclamou, abraçada a Dom. – Ela está bem? Me diz Dom!

- Sim, ela está bem. Ela está ótima! Tão linda...

- E o... – ela começou a perguntar e Vince completou a frase dela:

- O bebê? Ah, você precisa conhecê-la, Mia, aquela menina é uma figura!

- Menina?- questionou Mia.

- Eu tenho uma filha agora.- disse Dom com um enorme sorriso. – Chegou a minha hora de diminuir a velocidade, irmãzinha.

- Ai, meu Deus! Estou tão feliz!- Mia quase gritou as palavras, abraçando Dom mais uma vez. Vince juntou-se a eles no abraço e Bryan saiu de fininho, deixando que eles desfrutassem sozinhos daquele momento particular.

Ele encontrou Mônica no corredor. Ela viu a expressão feliz no rosto dele e indagou:

- Por que você está sorrindo? Que eu saiba a nossa situação no FBI nesse momento vai ser a pior possível se descobrirem que estamos ambos acobertando um fugitivo.

- Ele a encontrou, Mônica.

- Quem?

- A Letty. Dom encontrou a Letty.

- Letícia Ortiz? A garota desaparecida?

Bryan sorriu novamente e a surpreendeu com um abraço inesperado.

- Hey!- ela exclamou, sorrindo também.

- Tudo vai ficar bem, Mônica, tudo vai ficar bem.- ele disse para ela, mas na verdade estava dizendo aquilo mais para si mesmo.

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Letty acordou de repente, assustada. Acabara de ter outro pesadelo sobre Fênix perseguindo-a pela rodovia e em seus sonhos ele sempre conseguia pegá-la. O carro dela capotava e Fênix aparecia diante dela com uma arma e atirava em sua cabeça, sem nenhuma piedade, espalhando seu sangue pela pista.

Percebendo que estivera sonhando outra vez, Letty respirou fundo e piscou os olhos, enquanto tentava acalmar as batidas do próprio coração. “Está tudo bem, você está segura”. Disse a si mesma, e então ouviu um pequeno gemido na cama ao seu lado. Sorriu. Ali estava sua realidade. Caterina. Sua menininha. Desde que ela nascera a vida de Letty ganhara um novo significado. Por isso precisava se manter bem e em segurança, por causa de Nina.

- Shiiii...mamãe está aqui...dorme meu biscoitinho... – Letty sussurrou pegando a menina nos braços e a ninando suavemente.

Assim que Nina se acalmou de novo, voltando a adormecer, Letty se levantou da cama devagar. Um pouco de luz começava a entrar pela fresta da janela, o dia já estava amanhecendo. Ela ajeitou alguns travesseiros na cama para que Nina não caísse e saiu do quarto.

Ouviu várias vozes vindas da cozinha. Todos pareciam falar ao mesmo tempo, mas dentre aquelas vozes, uma delas era feminina e Letty a reconheceria em qualquer lugar.

- Mia... – Letty murmurou, feliz.

- Onde ela está?- Mia perguntou a Leon na cozinha da casa de Vince, ansiosa para reencontrar Letty outra vez.

- Acho que ela ainda está dormindo.- ele respondeu quando Letty apareceu de repente na cozinha.

Mia não conteve um sorriso de felicidade ao vê-la.

- Letty!- exclamou, emocionada.

- E aí, garota?- disse Letty indo abraçá-la.

- Oh, Deus, eu senti tanto a sua falta.- disse Mia, estreitando-a num abraço apertado. – Você sumiu, nunca me mandou notícias! E você prometeu que o faria.

- Me perdoe, Mia!- disse Letty. – Mas não era seguro contatar vocês, nenhum de vocês.- ela falou, dessa vez notando que Bryan também estava ali.

- Não sabe o quanto me sinto aliviado em ver que você está viva, Letty.- disse ele se aproximando dela. – Eu procurei tanto por você depois que recebi aquele telefonema. Cheguei a pensar no pior.

- Acho que devo desculpas a todos... – disse ela, mas acrescentou ao olhar para Dom: - Bem, talvez não para todos.

- Ai! Essa doeu!- falou Leon, compreendendo o recado dela. Dom sentiu-se desconfortável, mas não se mostrou abalado. Sabia que levaria tempo até que Letty pudesse perdoá-lo e permitir que ele realmente pudesse se aproximar dela outra vez.

- Esqueça isso, Letty!- disse Mia, prática como sempre. – O importante é que você está aqui e está bem. Eu estou tão feliz em vê-la.

- Eu também.- disse Letty, segurando as mãos dela.

Mia suspirou.

- Ok, eu não posso mais conter a minha ansiedade. Diga-me, onde está a minha sobrinha? Dom não quis me contar muito sobre ela.

- Eu prefiro que você a veja com seus próprios olhos e descubra o quão perfeita ela é.- justificou-se ele.

Letty pegou na mão de Mia e a conduziu para o quarto de Vince onde Nina dormia. Mia estava mais do que ansiosa.

- Ela está dormindo.- Letty informou quando ambas entraram no quarto. Dom as seguia de perto. Ele queria ver a reação da irmã ao conhecer a filha dele.

- Tia Mia... – disse Letty, com a voz doce. – Esta é Nina, sua sobrinha.

- Oh!- Mia exclamou, encantada, aproximando-se da cama para ver melhor a pequena Nina. O bebê estava embrulhadinho em uma manta e dormia profundamente. Uma das mãozinhas apoiadas no queixo. As bochechas fofinhas se mexendo devido ao movimento de sucção da chupeta. A imagem mais linda que Mia já tinha visto. – Ela é maravilhosa, perfeita...oh, meu Deus!

Letty sentou-se na cama junto do bebê e indagou à Mia:

- Você quer segurá-la?

- Eu posso mesmo?- Mia retrucou.

- É claro que pode!- respondeu Letty.

- Mas eu não quero acordá-la...

- Você não irá acordá-la!- Letty garantiu.

- É bom que não a acorde mesmo.- disse Vince aparecendo na porta. – Não vai ser nada divertido se ela acordar e começar a berrar, vai por mim.

- Ah, cala a boca, V!- disse Letty, rindo baixinho antes de pegar Nina no colo, bem devagar para não despertá-la.

Mia sentou-se ao lado dela e estendeu os braços para pegar o bebê. Assim que o acomodou junto ao peito, ela suspirou encantada e embalou a pequena em seus braços. Nina fez um barulhinho, mas seus olhos continuaram fechados.

- Mas que gracinha!- exclamou Mia. – A tia Mia vai mimar você bastante!

- Não se eu puder evitar.- disse Dom, bem humorado.

- Letty, por que você a escondeu de nós durante tanto tempo?- Mia indagou olhando para Nina.

- Me perdoe, Mia.- disse ela. – Foi o único jeito que eu encontrei de protegê-la.

Aquela última frase de Letty deixou Dom incomodado. Ele sentia-se péssimo por não ter estado ao lado de ambas durante os momentos mais difíceis. Mas agora as coisas seriam diferentes. Dominic tinha muitos planos e conversaria com Letty a respeito deles na primeira oportunidade que tivesse.

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Naquela manhã, todos ficaram reunidos na casa de Vince, incluindo Bryan. Eles precisavam conversar sobre tudo o que estava acontecendo e sobre os planos para o futuro. Letty tinha deixado bem claro para Dom que não queria mais continuar vivendo como fugitiva, pelo bem de Nina. Que ela voltara para Los Angeles disposta a levar uma vida honesta e criar a filha. No entanto, se Letty corria risco de vida porque Braga estava atrás dela, a situação de Dominic com a justiça também era extremamente complicada. Havia muitas acusações contra ele, e sua presença nos Estados Unidos não poderia ser longa se ele quisesse continuar em liberdade. Porém, o que fazer se Letty não pretendia mais ir a lugar algum com ele?

Ele precisava muito conversar com ela, mas preferiu esperar para fazer isso após o almoço. Mia estava tão empolgada com a nova sobrinha e com o fato de a equipe estar reunida de novo que ela perdera a noção da realidade, como era de se esperar, e convenceu a todos de que deveriam fazer um churrasco no quintal de Vince como nos velhos tempos. Obviamente ela não estava levando em consideração os últimos acontecimentos. Mia queria celebrar com as pessoas que ela considerava sua família e se esquecer dos problemas pelo menos durante o almoço.

Bryan conversou com Mônica pelo telefone e disse a ela que se falariam mais tarde. Contou que tinha uma coisa importante em mente e que a deixaria a par depois. Mônica disse a ele:

- Eu não sei não, Bryan. Acho que o chefe não vai gostar nem um pouco se souber que você está envolvido com Dominic Toretto outra vez.

- Relaxa, Mônica. Eu sei o que estou fazendo.- disse ele.

- Da última vez que você disse isso, me lembro de não ter gostado.- gracejou ela.

- Cala boca!- disse ele, rindo.

- Não deixe que o amor nuble a sua mente, Hollywood.- Mônica continuou provocando.

- Se está falando da Mia...

- Não, eu estou falando do Dom!- completou Mônica dando uma gargalhada.

Bryan desligou o telefone na cara dela, mas não conteve um sorriso. Ele sabia que poderia confiar em Mônica. Apesar do relacionamento deles não ter dado certo, a amizade entre eles prevalecera.

Mia passou por ele nesse momento carregando mais de uma travessa com pedaços de frango, carne de hambúrguer e salsicha.

- Você precisa de ajuda?- indagou ele.

- E desde quando alguém me ajuda?- retrucou ela, brincalhona. Bryan sorriu e a ajudou a carregar as travessas.

- Obrigada.- Mia disse.

- Como você está se sentindo?- perguntou ele apontando para a cabeça dela.

- Eu estou bem.- respondeu ela. – Aparentemente, é preciso mais do que uma surra para me derrubar.

Bryan riu.

- Eu estou feliz, Bryan. Estou feliz pela primeira vez desde aquele dia horrível em que todos foram embora e me deixaram para trás. Estou com um bom pressentimento em ver todos aqui, juntos, depois de tanto tempo.

Ela parou em frente à porta que dava para os fundos. Bryan parou diante dela e perguntou:

- Está feliz em me ver também depois de tanto tempo?

Mia equilibrou a travessa de carne nos braços e começou a dizer, hesitante:

- Bryan, eu...

- Mia, o fogo já está aceso!- Leon apareceu de repente, abrindo a porta com tanta força que quase derrubou Mia, mas com esforço ela conseguiu se manter de pé e não deixar a carne cair no chão.

Leon olhou para os dois e percebeu sua gafe.

- Ah, me desculpem, eu não queria...

- Me ajuda aqui, Leon!- disse Mia entregando a bandeja de carne a ele e abrindo a porta para que todos fossem ao quintal. Seja lá o que ela estivesse querendo dizer para Bryan, agora ele teria que esperar para descobrir, e teria sorte se conseguisse.

Lá fora, Dom conversava com Vince enquanto eles bebiam uma cerveja. Mas na verdade era apenas Vince quem tagarelava, Dom respondia com monossílabos porque sua atenção estava totalmente focada em Letty. Ela passeava com Nina pelo gramado e conversava com a filha que sorria para ela. Letty estava vestida como sempre, jeans, camiseta e botas, mas para Dominic havia algo de diferente nela. Sua Letty continuava esbanjando força e sua personalidade única se mantinha, mas havia uma suavidade e uma doçura em seu jeito de ser que se revelavam quando ela estava com a filha nos braços. Era o seu lado maternal. Dom gostava mais ainda dessa nova Letty que ele estava tendo a oportunidade de conhecer.

- Hey, Dom! Você ouviu o que eu disse?- indagou Vince, irritado porque percebeu que Dom não estava prestando atenção à conversa dele.

- Estou ouvindo.- disse Dom.

- Então, você não concorda comigo que o almofadinha está dando em cima da Mia outra vez?

Dom tomou um gole de sua cerveja e olhou para Bryan que ajudava Mia a colocar a carne do churrasco na grelha. Vince tinha razão, ambos pareciam de certa maneira conectados, mas ele não se importou, não realmente. Bryan O`Conner tinha se tornado uma constante na vida deles e talvez, apesar dos pesares, tivesse chegado a hora de aceitar isso definitivamente.

- Eles são adultos, Vince. Deixe que eles se entendam!

- Mas Dom, o que aconteceu com “ninguém mexe com a sua irmã?”

- Ela passou muito tempo sozinha cuidando de si mesma e fez um bom trabalho, Vince. Já é hora de eu parar de me preocupar.

Ele tomou um último gole da cerveja e entregou a garrafa vazia para Vince, indo na direção de Letty. Vince ficou olhando o amigo se afastar e resmungou, olhando para Bryan e Mia:

- Aquele filho da mãe!

Letty notou que Dom se aproximava, mas ela se manteve no mesmo lugar, observando Leon que tinha acabado de trazer o estéreo de Vince para tocar no quintal. Ele estava conectando o aparelho a uma extensão que vinha da cozinha.

- Como nos velhos tempos, não é?- Dom disse a Letty.

- Aham.- ela respondeu ajeitando Nina em seu colo, colocando a cabecinha da menina em seu ombro e afagando-lhe as costas.

- Você é ótima com ela.- disse ele. – Eu gostaria de ter um pouco mais de jeito.- acrescentou.

- Você só precisa de um pouco de prática.- falou ela, e em seguida olhou para o braço dele metade enfaixado. – Isso está parecendo feio, Dom.- comentou.

- Está tudo bem.- disse ele. – Mia não precisou dar nenhum ponto.

Leon colocou um cd para tocar. Coincidentemente era um antigo cd que eles costumavam ouvir bastante tempos atrás quando ainda passavam a maior parte do tempo na garagem da casa de Dom consertando carros e ambos sabiam aonde aquela música romântica sempre os levava.

Letty e Dom trocaram olhares. Leon saiu de fininho e Mia se aproximou, dizendo:

- Ok, está quase tudo pronto. Bryan e Leon agora vão cuidar do churrasco enquanto o Vince testa a paciência deles. E assim eu posso tomar conta da minha sobrinha um pouquinho.

- Não precisa se preocupar, Mia.- disse Letty.

- Mas eu quero ficar um pouco com essa gracinha.- insistiu ela, pegando Nina dos braços da mãe com cuidado.

Nina choramingou um pouco, mas Mia acalentou-a e a nenê logo se acalmou.

- Me deem licença que vou levar a Nina para dar uma volta.- disse Mia se afastando com um sorriso suspeito no rosto.

Assim que ela se foi, Dom disse a Letty:

- Quer saber? Eu já esperava por isso.

Letty riu. A música continuava tocando suave junto deles:

Que solo por um beso se puede enamorar. Sin necesidad de hablarse, solo los lábios rosarse, cupido los flechara.” ( Que com somente um beijo é possível se apaixonar, sem necessidade de palavras o cupido te flechará).

- É a nossa música, mas eu não acredito que seja coincidência.- disse ele.

- Nem eu tampouco.- falou ela.

- Quer dançar?- Dom arriscou estendendo sua mão não machucada para Letty.

Ela pareceu pensar por alguns instantes, o que o deixou um pouco ansioso, mas então ela finalmente sorriu para ele e deixou que Dom a trouxesse para junto de si. Ele beijou-lhe o alto da cabeça, adorando aquela proximidade. Dominic nunca foi fã dos planos mirabolantes de Mia para fazer com que eles fizessem as pazes no passado, mas dessa vez se lembraria de agradecê-la.

- Você acha que isso vai dar mesmo certo?- perguntou Leon a Mia, observando Dom e Letty dançarem. – Estou vendo a hora em que a Letty vai mandar Dom e todos nós pro inferno por estarmos tentando fazer com que eles se entendam de novo.

- Não, ela não vai fazer isso.- garantiu Mia, balançando Nina em seu colo. – Ela só está se fazendo de durona como sempre. Agora vamos entrar e dar um minuto de privacidade ao casalsinho.- ela acrescentou chamando Vince e Bryan com alguma desculpa sobre lhes mostrar algo na cozinha.

Letty deixou que Dom a conduzisse suavemente pelo gramado, esquecendo-se momentaneamente de todo o sofrimento que a partida dele lhe causara um ano antes, permitindo-se apenas viver um momento como aquele de novo, dançar nos braços de Dom ao som daquela música que era só deles, e que trazia boas lembranças a ambos..

República Dominicana, 5 anos atrás

- Você está sentindo isso?- Letty perguntou deitada sobre o corpo de Dom, beijando-o.. Eles estavam em uma praia escondida matando as saudades das semanas que passaram separados desde que tinham fugido dos Estados Unidos. – Como pôde ficar tanto tempo longe de mim?

As mãos dele tocaram os cabelos dela, e então deslizaram para os ombros e costas de Letty, bem suavemente.

- Ás vezes eu fico lembrando do tempo em que não tínhamos de viver fugindo...

- Eu também... – Letty disse mordiscando o queixo dele devagar.

- Eu falo de muito antes dos roubos, de quando meu pai era vivo e eu podia participar das corridas do circuito profissional.

- Você era o melhor piloto, Dom!- disse ela, deitando a cabeça no peito dele. – Eu vibrava quando você corria, fazia meu sangue ferver...

- E eu ficava louco pelo final da corrida porque eu sabia que ganharia um beijo seu. Era o melhor prêmio que eu podia querer.

- Claro.- concordou ela, debochada. – Além da bolada em dinheiro que você recebia.

Ele riu e seu peito estremeceu suavemente com o som de sua risada gutural.

- Ah, isso também! Dinheiro é bom.

- Então você é do tipo que prefere dinheiro e carros a mulheres?- Letty provocou beijando o pescoço dele e espalmando suas mãos no peito de Dom.

- Não, eu prefiro as mulheres.- respondeu ele, deslizando suas mãos grandes das costas dela para o bumbum de Letty, onde apertou com suavidade. Adorava beliscar e apertar o corpo curvilíneo dela. – Aliás, as mulheres não.- adicionou ele. – Eu prefiro você e somente você.

Letty gemeu baixinho e passou suas unhas gentilmente pelos potentes músculos de Dom, sentindo-os se retesaram sob o toque de seus dedos. Eles já tinham feito amor perto das cavernas, logo que chegaram àquele paraíso particular, mas a saudade um do outro os tinha feito incansáveis e Dom e Letty queriam começar tudo de novo, ao ar livre.

- Eu te amo, papi.- sussurrou ela antes de passar a ponta de sua língua sensualmente pelos lábios dele.

- Eu te amo, mami.- Dominic sussurrou de volta, puxando-a pela nuca e beijando-a de maneira voraz, sugando a língua dela para dentro de sua boca. Letty pressionou seu corpo contra o dele, e sentiu a firmeza de Dom contra sua barriga. Sorriu e esfregou-se devagar contra ele, fazendo com que ele deixasse escapar um gemido de prazer. Letty adorava fazer com que o tão controlado Dom perdesse o controle nos momentos íntimos deles.

- Y tu que quieres, chica?( O que você quer, menina?)- perguntou ele em espanhol, roçando seu rosto contra o dela num gesto carinhoso.

- Quiero hacerte loco. ( Quero te deixar louco).- foi a resposta dela.

Dom passou suas mãos por todo o corpo dela e beliscou-lhe a cintura antes de colocar uma das mãos dentro do short branco que ela usava e tocar sua pele macia. O biquíni de Letty era minúsculo e não cobria praticamente nada.

- Ay, mi amor... (Oh, meu amor)- ela gemeu e se moveu seus quadris contra os dele.

Dom olhou para o lado, a pequena canoa deles balançava na água e se não tivessem cuidado cairiam de novo como acontecera antes. Então ele voltou a olhar para ela e beijou sua boca antes de dizer:

- Precisamos achar uma posição confortável para fazer amor gostoso, o que me diz, mami?

Ela sorriu maliciosa e indagou:

- Tem certeza de que essa praia é mesma deserta?

- Só nossa!- respondeu ele. – Não tem uma alma viva aqui num raio de quilômetros.

- Eu espero que você esteja certo, Dom, porque se você não estiver... – ela ergueu-se e sentou-se sobre os quadris dele de maneira sugestiva e deu um puxão nos fios que amarravam a parte de cima de seu biquíni. - ...vamos dar um showzinho particular para quem estiver por ventura olhando.

Dominic deu uma risada e observou com prazer quando Letty tirou o sutiã do biquíni e deu um jeito de amarrá-lo na canoa para que não caísse na água. De imediato as mãos dele subiram para tocar os seios livres dela, beliscando com carinho os mamilos túmidos.

Letty inclinou-se sobre ele e Dom passou sua língua vagarosamente pelo mamilo dela aproveitando para sugar um pouco e se deliciar com o gosto do sal do mar na pele dela.

Ela voltou a erguer-se e levantou os quadris para tirar o short e a parte debaixo do biquíni. A canoa balançou e ambos riram.

- Cuidado, sereia. Você está prestes a provocar um naufrágio.

- Está com medo, papi?

- No, yo no tengo miedo porque yo estoy enamorado. ( Não, eu não tenho medo porque estou apaixonado)- respondeu ele com os braços cruzados atrás da cabeça, assistindo-a se despir para ele.

Letty colocou o restante de sua roupa junto à parte de cima do biquíni e com os quadris erguidos e pernas ligeiramente abertas, apoiou-se nos cotovelos ao lado das coxas fortes de Dom em posição contrária a dele. Ele suspirou diante da visão do corpo nu dela exposto completamente para ele. A pele morena de Letty úmida do banho de mar reluzia ao sol. Dom não hesitou em experimentá-la, sentia-se viciado no sabor dela. Ela gemeu suavemente o nome dele e pronunciou palavras cúmplices de amor e sexo.

- Eu quero você, bella mia... – disse ele, a respiração entrecortada, extremamente excitado pelo gosto e essência íntima dela.

Ela voltou a sentar-se nos quadris dele e deslizou seus lábios e língua pela pele morena de Dom, que assim como a dela também conservava o gosto do sal do mar. Uma das mãos dele foi para o meio das coxas dela e ficou tocando-a ao mesmo tempo em que Letty o tocava também. Ela abaixou o elástico da bermuda dele e aninhou-o em sua mão. Ele estava quente e úmido como ela, porém firme, pronto para amá-la.

Letty brincou com a maciez da masculinidade dele, acariciando-o do jeito que Dom gostava, em movimentos constantes que aumentavam e diminuíam de intensidade. Quando ela finalmente sentou-se sobre ele e deixou que Dom a tomasse, ambos gemeram juntos de pura satisfação.

Dom sentiu-se em êxtase vendo Letty dançar sobre os quadris dele, nua e linda, os corpos profundamente conectados, enquanto as pequenas ondas do mar balançavam a canoa, somando-se aos movimentos de amor deles, aumentando o prazer que sentiam. A noite chegava aos poucos e pequeninas estrelas começavam a pontilhar o céu. Letty tinha razão, como ele pudera ficar tanto tempo longe dela?

Tempo presente

Um beso significa amistad sexo y amor, em cualquier parte del mundo, no importa la religión, por un beso de su boca voy al cielo y hablo con Dios, alcanso lãs estrellas de emoción...” ( Um beijo significa amizade, sexo e amor, em qualquer parte do mundo, não importa a religião, com um beijo de sua boca vou ao céu e falo com Deus, alcanço as estrelas de emoção).

Eles estavam tão próximos agora, tão envolvidos pela música e por suas próprias lembranças do grande amor que viveram em um passado não muito distante. Os lábios foram se aproximando sem que Dom ou Letty percebessem. Era possível ouvir as respirações um do outro. Ele segurou a cintura dela para mantê-la colada ao seu corpo, Letty deixou que suas bocas se encostassem.

- “Somente com um beijo pude me apaixonar.”- Dom murmurou em seus pensamentos a letra da canção deles. Não existia emoção maior do que beijar os lábios da mulher que amava.

Letty fechou os olhos, preparada para entreabrir a boca quando a língua de Dom demandasse sua entrada, porém o choro alto de Nina interrompeu o que poderia ter sido o beijo do século, pelo menos para Dom que estava desesperado por ter Letty nos braços outra vez.

- A Nina está chorando... – disse ela, afastando-se dele.

- Mia está com ela.- Dom garantiu, numa tentativa de mantê-la junto dele.

- Não, eu preciso vê-la.- falou ela, deixando-o para entrar na casa e ver a filha.

Dominic colocou uma das mãos na cabeça num gesto frustrado. A música tinha finalizado no estéreo e agora tocava um merengue animado. Vince apareceu no quintal tomando outra cerveja que ele tinha acabado de abrir.

- Sinto muito, irmão.- disse ele, solidário. – A coisa vai ser difícil, mas você chega lá.- ele deu um tapinha no ombro de Dom.

- Ah, me dá isso aqui!- disse Dom tirando a cerveja das mãos dele e dando uma boa golada.

- Ei, essa cerveja é minha, você sabia disso?- questionou Vince seguindo Dom até a churrasqueira.

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Carlos Ortiz estava de folga pela primeira vez em meses de trabalho duro. Sua loja de peças automotivas estava funcionando a todo vapor e ele quase não podia permitir-se tirar uma folga.

Mas o esgotamento físico e mental o forçou a ficar em casa naquela manhã. Amália estava na cozinha, preparando o almoço dos dois. Ele resolveu tomar uma cerveja e assistir um pouco de tevê para relaxar. No entanto, o som da campainha interrompeu o velho filme de faroeste a que estava assistindo.

- Pode atender, cariño?- ele indagou a esposa, sem vontade nenhuma de se mexer do sofá.

- Eu estou ocupada, mi amor.- disse ela. – Será que você poderia ver quem é, por favor?

Resmungando, Carlos ergueu-se do sofá e largou sua garrafa de cerveja corona sobre a mesinha de centro da sala de estar antes de ir atender à porta.

- Bom dia, senhor.- disse um jovem rapaz quando ele a abriu. Usava terno e gravata e carregava uma prancheta nas mãos, juntamente com um envelope.

- Bom dia.- respondeu Carlos.

- Eu sou oficial de justiça.- explicou o rapaz. – Vim trazer uma encomenda federal para o senhor Carlos Ortiz.

- Sou eu mesmo.- disse ele. – Do que se trata?

- Desculpe, senhor, terá que ver por si mesmo. Eu apenas entrego os documentos.- ele estendeu o envelope para Carlos que o recebeu com desconfiança. – Assine aqui por favor, Sr. Ortiz.

- Pois não.- disse ele, assinando seu nome na prancheta.

- O senhor deve contestar a decisão da Corte em no máximo sete dias, Sr. Ortiz. Passar bem.- e dizendo isso, o rapaz deu meia volta e caminhou em direção ao seu carro, estacionado na porta da frente.

- Quem era, Carlos?- Amália perguntou aparecendo na sala de repente e limpando as mãos molhadas no avental de cozinha.

- Um oficial de justiça que veio trazer isso.- respondeu Carlos enquanto abria o documento. Estava curioso para saber do que se tratava.

- O que é isso?- a esposa dele se aproximou, tão curiosa quanto ele. Carlos leu a carta em voz alta:

- “Caro Sr. Carlos Augusto Ortiz, viemos por meio de esta informar-lhe sobre o caso 967-45/8, relacionado ao desaparecimento de sua sobrinha Letícia Cristina Ortiz. Segue em anexo o resultado minucioso das investigações policiais e federais. O caso foi fechado, mas o senhor possui sete dias para entrar no tribunal com uma contestação. O Estado lhe dá esse direito porque o senhor é o único parente vivo da vítima.”

Amália escutou as palavras do marido com olhos arregalados.

- Amália, o que diabos significa isso? Letícia está desaparecida?

Continua...


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