- Obrigado, novamente por...

- Mentir?! Do Contra disse indignado.

- Se você prefere pensar assim... - Cebola deu de ombros.

- Mas eu ainda não entendi por que nós temos que fingir que não nos lembramos...

- Criança - Cebola provocou - Siga meu raciocínio.

Do Contra bufou:

- Estou te ouvindo...

-Olha, assim ela pensa que tudo não passou de um sonho e que ela não tem nenhum vínculo ou compromisso com a gente.

- E isso facilita-rá ela escolher - Do Contra interrompeu.

- Até que você não é tão lerdo como eu imaginava - Cebola rebateu e Do Contra ignorou o comentário :

- Só espero que ela não faça nenhuma besteira.

- x --

- Peraí... Vocês têm certeza absoluta de que nada aconteceu naquela noite?! Mônica estava quase tendo um biripaque.

- Mô... Para de noia que eu e o D.C temos que acertar algumas coisas aqui no motel e ver o táxi... Daqui a pouco eu passo aqui em cima para ver você enquanto isso você pode tomar um banho... E arrumar a sua roupa - Cebola falou .

Mônica ficou matutando o que acontecera na noite seguinte, daí a fome a invadiu.

------------------- x

- Do Contra!! - Cebola berrou.

- O que é?!

- A Mônica tá com fome, e eu também... Eu tô aqui terminando de checar as coisas, vai demorar um pouquinho, vai lá dar comida pra ela e pra mim!! - Cebola falou exigente.

- Ah tá, e daonde é que eu vou tirar comida?! Do Contra rebateu indignado.

- Se vira, que é só por sua causa que nós estamos nessa encrenca.

Aí ele já estava apelando.

Do Contra resolveu circular o motel perguntando para todos se ele tinhan alguma coisa para comer.

x---x

- Mô... Ele perguntou enquanto baria na porta do quarto levemente.

Sem resposta.

A garota estava sentada na cama olhando fixamente para a porta.

- Eu tô com fome - A garota rosnou.

- Já alimentei a Cebola... Mas eu acho que você não vai gostar muito do que eu trouxe para comer e...

Tarde de mais a garota já tinha pulado pra cima dele, sendo carregada por ele enquanto vasculhava a sacola em busca de algo comestível.

Ele á sentou na cama e se ajoelhou em frente á ela.

- Vinho e pão?! Ela rosna ainda mais alto.

- Qual o problema?! Á última refeição de Jesus foi pão e vinho então você não tem nada do que reclamar - Do Contra tenta tirar risadas da garota, mas ela o olha com uma cara tão feia que ele parou de rir da própria piada e a encarou.

Ele pegou um copo e colocou o líquido vermelho o entregando para a Mônica.

A garota arrancou das mãos do D.C e engoliu numa golada só.

Do Contra riu. Ela estava com um ''bigodinho'' roxo nos lábios. Do Contra parou e desejou limpar aquilo com um beijo.

Ela não se importou e comeu o pão.

Mais uma golada e Dc ria de Mônica.

Mais uma golada.

Ela parou. Estava meio tonta e Do Contra deu um leve beijo nos lábios manchados de roxo da garota e ela sorrio.

Ela começou a ficar meio grege e pronunciar coisas como '' Ba ba bã '' .

Ela estava bêbada.

O garoto pegou ela no colo enquanto ela esperneava e gritava como uma criança de cinco anos.

- ME SOUTA SE NÃO EU VOU CONTAR TUDO PRA MINHA MÃE! SABIA QUE EU AINDA TENHO O SANSÃO GUARDADO?! BA BANÃH...

Subtamente ela parou de dar socos no garoto ( o que o deixou aliviado, já estava comaçando a inchar ) e gritou :

- DCCCCCCCC!!!

Ele olhou pra ela.

- EO  TÊ AMUOU. Ela pronunciou meio sem jeito, mas bastou pra ele entender o que ela queria dizer.

Ele sorrio

- DCCCCCCCCC!!

- Sim?!

- Eu amo ele D.C... Ela pronunciou baixinho como se contasse um segredo e olhou pra baixo como se aquilo fosse um absurdo e um erro.

- Eu o amo D.C - ela repetio, tendo um longo tempo entre uma palavra e outra, meio zonza - Você me perdoa?!

Ela começou a chorar e soluçar loucamente.

Ele olhou pra menina e foi como uma estaca estivesse sendo enfiada e ele sentio dor e se sentiu plenamente culpado por aquela dor.

- Mas é claro que eu te perdôo, pequena.

Agora ele não tinha dúvidas.

Ele queria Mônica.

x--

- Toma que o filho é seu... - Do Contra entregou Mônica para Cebola, tirar aquele corpo quentinho e dorminhoco de si, causou um protesto no seu corpo. O seu corpo estava protestando.

Cebola observou a menina dormindo e entrou num transe total e levou um choque de realidade quando ouviu a buzina no taxi os esperando do lado de fora.

Eles se despediram do pessoal do motel e seguiram rumo ao limoeiro.

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Mônica passou a viajem toda dormindo no colo de Cebola, no banco de trás e Do Contra no banco da frente, pensando em tudo que os aconteceu e achando que tudo aquilo não passava de um sonho e que á qualquer minuto ele iria acordar. Sozinho.

Cebola carinhava o cabelo da menina e ficava olhando pra ela, sem cessar. Ela era uma droga pra ele.

Nesse tempo deu tempo para ele estudar cada parte do corpo da menina. Dos olhos grandes e tremidor, to queixo perfeito, do rosto em formato de coração, dos lábios meio separados e úmidos que pediam para serem beijados e dos dentes 'grandinhos' que ficavam meio á mostra. 

Mônica não parava queta enquanto dormia. Virava o tempo todo, em uma de suas viradas, ela acabou entrando numa posição em que seu cotovelo atingia uma parte muito sencível do corpo de Cebola o fazendo gritar de dor e causar uma crise de risos em Do Contra.

Fora isso nada de bom aconteceu naquela longa viajem até o limoeiro. E quando deram por si já haviam chegado

...

Para explicar para os pais deles. Foi uma luta, e eles mentiram para os pais, eles realmente não queriam ver os pais preocupados e atrás dos bandidos, eles não estavam com saco para aguentar tudo isso, e além do mais nunca mais queriam ver aquelas pessoas.

No caso do Do Contra foi um pouco mais difício, suas lesões ainda estavam um pouco fortes.

'' Paiê, nem te conto, você nem imagina, eu caí e me ferrei todo e... ''

No final, os pais deles aceitaram  o que acontecera, mas só depois de muita luta, desconfiança e de tudo mais. Sinceramente, essa não é uma parte que merece ser escrita.

x--

- Magali, amiga... Você não faz idéia do que aconteceu... - Mônica achava que a única pessoa que iria saber do ocorrido seria sua irmã e ninguém mais .

- Mônica, cala a boca e me escuta - Magali falou rígida, assustando Mônica.

- Mas o qu...

- Mônica você conhece o Klaus?!

Mônica estremeceu.

- P- Por quê?!

-Porque um tal de Klaus passou pelo bairro procurando uma ' Mônica Souza ' - Magali pois uma pausa e depois continuou - E eu acho que essa tal '' Mônica'' tem muitas chances de ser você.