Unbroken escrita por Minds


Capítulo 2
Chapter one




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(...)

Renesmee

Depois de longas e sufocantes horas viajando de avião; em uma parada, roubei uma BMW preta,que estava em perfeitas condições. Encostada ao volante, ri mentalmente por estar fazendo uma loucura daquelas. Acelerei e saí o mais rápido que pude do local do crime. Logo abri a janela e inalei o ar da liberdade. Mas existem consequências. Para cada ação, uma reação. Nunca acreditei em sorte, azar ou qualquer outra coisa do gênero. Mas o mundo conspira em direções opostas e avessas. Deus! O que estou pensando?

Dane-se! Eu fiz a escolha certa – e era inquestionável a minha dúvida ao pensar tal coisa – e não voltaria atrás.

Voltaria a fazer isso dez vezes se necessário. Já havia dito que não me arrependi? Até que cheguei à Itália. Droga.

Eu poderia ter saído daqui, de qualquer forma. Poderia ter passado direto. Mas não.

A idiota ficou parada no posto de gasolina, esperando algum vampiro achar que era lanchinho e atacar.

Assim que abasteci, fui saindo já com pressa quando uma mão parou sobre o carro.

Eu já sabia.

Estava com medo só de cruzar meu olhar com o ser da minha espécie obscura, entretanto não demonstrei o que estava sentindo.

– Com licença? – pedi, sorrindo até que meus olhos pousaram no vampiro à minha frente. Lindo. Sorriso sedutor, olhos vermelhos como sangue fresco e rosto de um anjo. Um anjo sangrento. Seu cabelo castanho escuro emoldurava seu rosto perfeito, e seu sorriso era fatal. Se fosse uma humana e nem desconfiasse do seu lado obscuro; com certeza, tentaria algo com ele. Agora entendo por que as humanas ficam eufóricas com vampiros. Que sentimento clichê!

– Alec. – sorri, tentando não mostrar descontentamento. Afinal eu estava ferrada. Muito ferrada. Ou, pelo menos, pensava isso.

– Não sei como conseguiu me reconhecer, pequena Cullen – ele sorriu de canto.

– Eu já tinha uma memória avançada quando vocês fizeram aquela cena toda em Forks – revirei os olhos –, não sei como você me reconheceu.

– Eu reconheceria um cheiro tão doce e atrativo quanto o seu a quilômetros. Acha mesmo que algum de nós não conseguiria se lembrar desses olhos castanhos e desse coração que tem um ritmo tão envolvente? – falou mais baixo.

Eu consegui corar violentamente. Meu coração – que já estava batendo rápido só do medo de tê-lo ali, tão perto – bateu ainda mais rápido quando ele descreveu-me daquela forma. O que ele tinha que me deixava tão nervosa? Era o fato de saber que ele era perigoso demais? Era seu sorriso perfeito? Era a forma como ele olhava-m como se eu fosse uma fruta proibida? Ele tinha – certamente – uma conexão comigo.

Ele riu, e percebi que ele podia ouvir meus batimentos cardíacos. A essa hora, já devia ter alcançado mil por hora.

– Essa é a minha deixa – falei tentando desconversar.

– A minha também – respondeu sério.

– Jura? Vocês podem sair? – depois que fiz aquela pergunta estúpida, ele sorriu largamente. – Desculpe – corei de vergonha e abaixei os olhos.

– Não se preocupe. Eu pedi férias ilimitadas da guarda – assim que ele disse aquilo, fiquei chocada.

– Me deixa ver se entendi: você pode ficar fora da guarda para sempre.

– Exatamente.

– E Aro não se importa?

– Ele falou que seria bom pra mim.

– Não achou isso muito estranho? – Aquilo era um tanto curioso. Eu, certamente, estranharia o fato.

– Claro que achei. Até fiquei receoso com isso.

Depois de alguns segundos, sem nenhuma noção do que dizer ou perguntar, cortei-o:

– Eu preciso, de verdade, ir agora – sorri.

– Claro, pequena Cullen – ele piscou para mim.

Fui saindo de Volterra o mais devagar possível, para não demonstrar medo. E, logo que entrei na estrada, acelerei e vi o carro dele seguindo-me.

Tontura, enjoo, medo, angústia. Ele continuava me seguindo.

Depois de muitos quilômetros, já irritada com a perseguição, parei o carro. Ele fez o mesmo. Instintivamente, abri a porta do carro; e ele, também.

– Parece que você está indo para o mesmo lugar que eu – sorri ironicamente.

– Pare de me seguir! – disse ele, mas percebi que estava contendo um sorriso.

– Quero saber para onde está indo – murmurei.

– Para o mesmo lugar que você – revirou os olhos.

– Então para onde estou indo? – desafiei.

– Para onde eu vou! Oras! – ele riu.

– Pare de me seguir, Alec! – gritei, mas ele permaneceu o mesmo.

– Ah, pare com isso! Estamos parados no meio do nada; e você, perguntando para onde vamos? – ele sorriu.

Vamos? Não te convidei! – ele sorriu de novo. Esse sorriso está me irritando.

– Mas eu, sim.

– Como é que é? – perguntei de novo.

Ele se aproximou tão rápido que me assustei.

– Nós vamos juntos, foi isso que você ouviu – ele não estava fazendo uma pergunta.

– Quem me obriga? – provoquei-o, morrendo de medo.

Ele não respondeu. Rapidamente, pegou minha mão e empurrou-me para o banco de passageiro de trás da BMW. Ele trancou a porta antes que eu pudesse fugir e começou a acelerar.

– VOCÊ ENLOUQUECEU? – deixei escapar um grito de pânico graças à força dos pulmões.

– QUIETA! – ele gritou no mesmo tom e encolhi-me. Ele tinha cara de quem não gostava de ser contrariado.

– Fazer o que, não é? – murmurei. – Hey, você sabe a diferença entre uma ariranha e uma lontra?

– O quê? – ele perguntou surpreso.

– Sabe ou não? – perguntei, de novo, impaciente.

– Não. Qual é?

– Não sei, porque acha que estava lhe perguntando? – revirei os olhos.

– Tem diferença, pequena Cullen. Uma se chama ariranha, e a outra se chama lontra! – ele riu. Idiota.

– Há, há, há! Hilárias suas observações. E não me chame de pequena Cullen, isso está me irritando. Eu tenho um nome, Renesmee. Ou apenas me chame de Ree. Tudo, menos Nessie!

– Quem é o ser dono da alma cruel que lhe deu esse apelido abominável? – ele riu alto. Desgraçado.

– Não queira saber. E obrigada pela delicadeza, mas, se quer saber, acho o mesmo.

– Se quer saber, Nessie não tem nada a ver com você – ele sorriu.

– Obrigada – sorri de volta, não me importando muito se era uma ofensa ou um elogio, e bocejei.

– Está com sono?

– Muito. Mas tenho medo de dormir e você se aproveitar disso, talvez me abandonando em um abismo ou me queimando e essas coisas de tortura... – falei.

– Confie em mim. Não farei nada que você não queira – ele falou com convicção.

– Você mente tão bem que tenho até vontade de acreditar.

– Não seja má. Dê-me uma chance! – ele pediu.

Passei as pernas pelo espaço entre os bancos e fui para o banco da frente. Ele dirigiu calmamente depois que me aproximei. Liguei o rádio, e começou a tocar Call me when you’re sober. Aumentei o volume e abaixei a janela por completo, deixando o vento empurrar meus cabelos com violência. Tirei a jaqueta que estava usando, revelando o decote enorme da blusa branca. E, quando eu percebi, vi que Alec não tirava os olhos de mim – por nem um segundo. Com vergonha, tentei quebrar o silêncio:

– Por que não está insistindo para que eu durma?

– Porque aí você vai pensar que eu vou tentar fazer alguma coisa de ruim.

– Esperto.

– Eu sei disso – como ele é irritante! Ele não pode receber nem um elogio!

– É ruim ser um Volturi? – perguntei.

– Não. Mas também não é a melhor coisa do mundo – ele sussurrou.

Ficamos com o silêncio da música; e, então, conectei meu iPod com o som do carro. Logo, começou a tocar Bless Myself. Comecei a cantar do refrão e Alec ficou me encarando. Não parei – ao invés disso, ignorei-o completamente.

Alec

Ela não tinha noção do quão linda era – e do quão mais bela ainda ficava cantando. A voz dela chamava atenção; afinal, aquela garota não tinha nada de comum. Era a mais linda menina que eu já havia visto. Tanto na parte vampira quanto na parte humana. Era só minha opinião, mas ela sempre atraiu qualquer olhar por ser extraordinária. Renesmee era a coisa mais linda que já havia visto – em toda a minha eternidade. Garota insuperável.

Assim que a música acabou, ela abriu os olhos.

– Você canta muito bem.

– Eu sei disso – imitou-me, gargalhando. Eu preciso dizer que aquela risada era maravilhosa, não é?

– E tem um sorriso lindo.

– Se continuar me elogiando desse jeito, vou socar sua cara – murmurou.

Ponto para mim!

– Tem namorado? – assim que fiz essa pergunta, ela virou-se completamente para mim e ficou me encarando. – Responda! – pedi impaciente. Tendo namorado ou não, eu tê-la-ia de qualquer jeito.

– Não. Por que quer saber? – ela perguntou curiosamente.

– Por nada – tentei ignorar aquele comentário, mas ela continuou me encarando –, coloque o cinto de segurança, por favor.

Ela obedeceu-me sem questionar. Finalmente!

Pisei fundo e fui a toda velocidade que o carro suportava. Agora o vento estava mais forte, e ela subiu um pouco o vidro do carro.

– Você devia ir devagar! – Ela estava desesperada, e seu coração batia cada vez mais rápido. Não quis contrariá-la.

Diminuí a velocidade.

– O que quer fazer da sua vida?

Ela pareceu surpreender-se com aquela pergunta.

– Não sei – suspirou – eu só quero viajar pelo mundo e descobrir coisas novas. Não quero terminar como meus pais, quer dizer, quero ter alguém na minha vida... Mas não quero ficar presa a outra pessoa. Quero alguém que me entenda e me acompanhe.

– Poxa... Isso foi intenso – falei. Aquela garota era mesmo extraordinária. Era exatamente isso que eu procurava!

– Obrigada? – ela falou em dúvida. – Hey, sua irmã não pirou quando você... Caiu fora?

– Não. Está namorando o idiota do Gabe. Além disso, ela não precisa de mim, ela me adora... Só não demonstra muito isso.

– E você?

– O que tenho eu?

– Adora ela, Alec?

– Sim. Só que ela não me entende sempre.

– Compreendo...

– Eu quero parar. – Murmurou passado alguns minutos.

– Não – respondi sorrindo.

– Não diga não para mim.

– Não. – retruquei.

– Escuta aqui, Alec: Eu não o conheço direito, você me perseguiu quando eu queria dar no pé sozinha, você está tomando meu tempo, você se atreveu a entrar dentro desse maldito carro, E É BOM VOCÊ PARAR ESSA DROGA DE CARRO AGORA ANTES QUE EU ARRANJE UM BURACO PARA DESMEMBRÁ-LO E QUEIMÁ-LO! – ela berrou.

– CALA ESSA BOCA!

– VEM FAZER! – Ela provocou.

Isso não foi legal, Renesmee. Antes que ela pudesse gritar de novo, usei meu dom nela.

Renesmee

Antes que eu pudesse berrar com ele de novo, eu entrei como se estivesse em estado de coma. Então, lembrei-me do poder de Alec.

O poder dele é o contrário de sua irmã. Quando estavam sendo queimados, antes de Aro os transformar, ela queria morrer para escapar da dor, enquanto ele só pensava em se livrar dela. Então, com esse trauma, ela podia fazer ondas de dor insuportáveis no corpo de quem quisesse fazendo este desejar a morte, e ele poderia simplesmente matar a pessoa temporariamente. Você não vê, não escuta, não sente e não se mexe. É como se estivesse em coma, é fatal.

Quando lembrei o que meu pai havia dito, fiquei perplexa, pois aquele idiota estava usando seu poder em mim. Não pude notar quanto tempo fiquei “sozinha”; por conseguinte, meus sentidos foram voltando ao normal.

– Por quanto tempo você fez isso? – Perguntei, recuperando-me sem forças.

– Uns dez segundos.

– FILHO DA CADELA! – Berrei, e ele freou o carro bruscamente.

– DEZ SEGUNDOS, SUA PIRRALHA MIMADA!

– PODERIA TER SIDO UM MILÉSIMO DE SEGUNDO! ACHA QUE FOI DIVERTIDO FICAR NESSE ESTADO? – gritei outra vez.

– ERA O ÚNICO JEITO DE FAZÊ-LA CALAR A BOCA! ALIÁS, POR QUE NÃO FAZ ISSO AGORA?

– ÓTIMO!

– ÓTIMO DIGO EU!

– Apenas não use seu poder em mim. Foi horrível experimentar isso – fiz uma pausa dramática – e, se fizer isso de novo, vou mostrá-lo um lado meu que nunca viu – ameacei.

– Então, você tem uma arma secreta? – ele perguntou inocentemente colocando sua mão na minha perna. O toque dele deixava-me elétrica, e aquilo era demais pra mim.

– Sim. Se eu fosse você, não provocava – desafiei.

– Desculpe – murmurou.

– Continue – pedi.

– Continuar como?

– Vamos para a França – ele não discutiu, apenas abriu um sorriso malicioso.













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