The Ruler And The Killer escrita por Marbells


Capítulo 36
The price you have to pay


Notas iniciais do capítulo

Welcome, welcome, tributes! Haha. Obrigada por todos os comentários, você são os melhores leitores que eu podia ter! Boa leitura e tentem não me matar :p



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n/a: Aconselho que ouçam a música "Kingdom Come"m "Love until we bleed" e outras músicas relacionadas com Clato :)



Depois de Cato tomar o seu duche, foi a minha vez. Fi-lo o mais rápido que consegui, tentando entrar no banheiro e ignorar o meu namorado apenas com uma toalha na cintura. Assim que fechei a porta do banheiro atrás de mim, soltei todo o ar que continha no peito com um suspiro e as minhas costas deslizaram pela porta dura e fria. Sentei-me no chão. A sensação de estar a arder dissipava-se lentamente e o fato de Finnick ter aparecido apenas melhorou, ao mesmo tempo que de certa forma piorou, a minha situação. Estava num torpor, com os membros a latejar e o ar parecia ser demasiado espesso para os meus pulmões. Cada parte de mim gritava por mais daquela sensação que me torturara durante aqueles minutos com Cato. Eu pedia por mais, eu precisava demais e amaldiçoava aquele desgraçado do Finnick por nos interromper.

Cato teria cedido se o cara de peixe tivesse tropeçado no corredor e ficado por ali á espera de ajuda. Todos se teriam esquecido dos Vencedores do Distrito 2 e Cato teria cumprido o meu pedido. Mas não… foi tudo pelo cano abaixo e, tal como ele, tenho de me contentar com um banho gelado.
A água fria fez-me bater os dentes e os meus músculos se retesarem de frio e dor, mas de certa forma até aliviou o meu corpo daquela febre de desejo. Enrolei a toalha á minha volta e voltei para o quarto. Cato estava já vestido e tinha um par de calça, uma blusa larga que provavelmente era dele e um casaco nas mãos.
–A blusa é minha, espero que não se importe. – encolhi os ombros.
–Se não cheirar tão mal quanto você.
–Clove! – mostrei a língua e Cato riu. Peguei nas roupas e na calcinha e sutiã por baixo. Franzi o cenho e Cato olhou para baixo, constrangido – Eu fui procurar no seu quarto…
–Espera. – semicerrei os olhos – Você esteve mexendo na minha roupa interior? Cato!
–Foi para te ajudar! – rolei os olhos e dei de ombros. Realmente aquilo não tinha grande diferença. Depois de quase transar com Cato, não acho que ele espreitar na gaveta com a minha roupa interior seja um grande mal – Está chateada?
–Não. – sorri para ele e bati no peito de Cato com a mão que não estava a segurar na roupa – Agora saia daqui para eu poder me vestir. – Cato fechou a cara.
–Não posso virar as costas? Prometo que não espreito. – fingi pensar um pouco, me divertindo ao ver a ansiedade no rosto de Cato – Pequena? Então?
–Se você espreitar eu mesma arranco seus olhos. – ameacei com frieza. Uma frieza falsa, obviamente, mas que eu sabia ser convincente para todos. Todos menos o meu namorado, que se limitou a rir e a dar as costas.
–Também te amo, pequena.

*

Tal como previ, demorámos imenso, quase uma hora, para tomarmos banho separados, nos vestirmos e ainda comermos qualquer coisa. Depois de comermos na cantina, que estava praticamente deserta com a exceção da nossa presença, fomos literalmente a correr para a sala de reuniões. Eu já lá tinha estado duas vezes, mas a minha atenção nunca estava totalmente focada no que aquela gente dizia. Embora tenha sido eu a dar início àquela rebelião, que determinaria o futuro de um país instável e em crise, não queria ter nada mais a ver com a carnificina que se dava no campo de batalha. Todas as semanas chegava uma nova lista, mais completa e com centenas de páginas preenchidas, com os nomes dos soldados que haviam morrido na linha de fogo, a lutar e a sacrificar as suas vidas porque aqui a garota das facas não conseguiu controlar a língua.
Estavam todos á nossa espera e isso deixou-me um bocado envergonhada. Entrei na sala com Cato a segurar a minha cintura, mantendo-me o mais perto possível do seu corpo sem atrapalhar o andar de ambos, e murmurei um "Bom-dia. Desculpem pelo atraso". No Centro de Treinamento não eram admitidos atrasos. Nunca. Se algum carreirista faltava era porque estava quase a morrer, ou morto. Mais uma vez, Cato conseguiu destabilizar-me, fazer-me perder naquelas sensações luxuosas e que, misturadas com os meus sentimentos - proibidos para um carreirista -, me toldavam os sentindo e me faziam sentir entorpecida, como se não fosse dona do meu corpo e o mesmo pertencesse a Cato. A realidade nem estava muito longe disso, e eu não sabia se devia ficar irritada pelo controle que o meu namorado tinha sobre mim ou contente e orgulhosa por dizer que tinha o mesmo efeito sobre ele.
A sala era grande e escura, sem janelas e apenas com a luz artificial, verdeada e fraca, a impedir que ficássemos presos na escuridão. Outra fonte de luz, mais pequena mas em maior quantidade, eram as centenas de ecrãs de computador, uns de tamanho de uma janela pequena e outros ainda a ocupar uma parede inteira. Aquele sítio fazia-me lembrar dos Jogos Vorazes, principalmente dos Idealizadores. Fazia-me pensar em como seria a sala ou salas onde eles se reuniam para discutir os próximos mutantes que iam lançar na arena, o próximo ataque e os próximos canhões a soar. Aquele lugar dava-me arrepios e deixa-me mal disposta, mas eu sabia que não havia razão para isso. Os Jogos Vorazes estavam condenados.
–Então, - começa Lyme. Ela tenta evitar para mim, que estou sentada no colo de Cato, e para Finnick e Annie, que estão na mesma posição a algumas cadeiras de nós. Os dois têm as mãos entrelaçadas e a garota me parece meio distante, mas de vez em quando a mente dela volta á sala de reuniões, onde Finnick lhe sussurra palavras doces ao ouvido - vamos começar esta reunião, que já foi adiada tempo de mais. - sinto o olhar de todos sobre mim, mas mantenho uma expressão indiferente e quase arrogante. Já pedi desculpa uma vez, não arrancam mais nada de mim nem com tortura.
Lyme dá então início a duas horas de relatos sobre a Guerra, com atualizações da batalhas já realizadas e planos e estratégias para as que se farão acontecer nos próximos dias, na fronteira da Capital até que os soldados possam entrar na cidade e tomar a mesma. Há agentes secretos na Capital, desde empregados ou comerciantes a assistentes de pessoal especializado e falsos diplomatas famosos e ricos. A informação proveniente desses agentes infiltrados é importante, mas escassa, visto que até a gente tola e fútil da Capital tem uma certa inteligência - e essa é única coisa que os separa, embora que por pouco, dos animais não racionais. Lyme acrescenta também que já temos todos os Distritos do nosso lado e que os Vitoriosos resgatados foram levados para o Distrito 13, onde têm havido ataques de bombardeamentos quase todos os dias. Felizmente, as estruturas subterrânias são fortes o suficiente para resistir ao ataque das bombas e a grande organização - muito elogiada por Lyme e Brutus - foi o que salvou a vida daqueles milhares de pessoas nos túneis que atravessa as entranhas do Distrito.
–Mas há um problema, - afirma Enobaria com seriedade, mas isso não é grande surpresa. Aquela mulher está sempre séria, ou com um sorriso macabro que nos faz perguntar se ela vai tentar arrancar-nos a garganta com os dentes - ninguém está seguro aqui no 2. Os nossos contatos na Capital enviaram informações e avisos sobre um possível ataque e, se isso for verdade e eu acredito fielmente que seja, todos aqui presentes irão morrer.
–Quanto otimismo. - murmuro com sarcasmo, o que faz Cato rir baixinho e mandar-me ficar calada. Rolo os olhos, mas faço o que ele diz.

–E é por isso mesmo - os olhos de Enobaria brilham perogosamente, como que a desafiar todos os presentes naquele sala a contrariar o que vai dizer em seguida - que toda a população do Distrito 2 será evacuada, por aeronaves vindas diretamento do 13, para esse Distrito.

–Só assim estarão em segurança. - argumenta Brutus - E temos a certeza de que seremos todos bem tratados lá no Distrito 13, onde há armas e tudo o que é necessário para sobreviver... durante anos.

–Não vamos ficar enterrados naquele sítio durante anos, pois não? - interrompe Johanna, que só naquele momento reparei estar ali. Não precisava de olhar para saber que Cato a fitava com antipatia. Afinal, pela segunda vez consecutiva, Johanna tinha interrompido um dos nossos momentos mais íntimos. E sem um único pedido de desculpas.

–Claro que não, Jo. - responde Brutus com um brilho provacador nos olhos.

–Jo é o seu...

–Esperem lá. - foi a vez de Cato de interromper, o que até foi um favor que fez a todos naquela sala, principalmente a Mason, que ficaria em sarilhos depois de alguém ouvir o que ela ia dizer. Franzi as sobrancelhas e inclinei o pescoço para ver o rosto do loiro - Eu não quero sair do 2, esta é a minha casa. - sacudiu a cabeça - Eu fico aqui. - quase que me engasguei com a surpresa, mas não disse nada.

–Você está louco? - pergunta uma Lyme irritada.

–Acho que ele nasceu louco...

–Calada, Mason!

–Não, eu estou muito bem da cabeça.

–Já pensou no que pode acontecer, Cato? - inquire Enobaria num tom suave. Ela sabe o que é necessário para persuadir um carreirista e também sabe que ás vezes, devido á nossa educação, isso é muito complicado ou até mesmo impossível - A Capital tem grande poder sobre este Distrito, mesmo que grande parte do mesmo esteja ocupado por rebeldes. Ainda há informadores e soldados da Capital aqui e é por isso mesmo que não é seguro ninguém, principalmente um vitorioso, ficar aqui. Nunca se sabe quando eles podem atacar e pelas notícias que temos, isso não vai demorar muito.

–Há a montanha. - sugiro esperançosamente, tentando ajudar Cato - Sei que lá há...

–A montanha não é segura. - afirma Lyme, que já está a perder a paciência - Isto não é um pedido e muito menos uma sugestão, é uma ordem e vocês irão cumpri-la. - os seus olhos varrem a sala e Cato ranje os dentes - Estão dispensados, todos. Têm duas horas e meia para comerem e fazerem as malas, ao meio dia e quarenta e cinco todos os refugiados serão guiados até ás aeronaves e levados para o Distrito 13. Peço-vos que sejam pontuais, os pilotos têm ordens rígidas para não esperar por ninguém.

Sou a primeira a sair e faço-o o mais depressa que as minhas pernas me permitem. Porém, assim que faço cinquenta metros no corredor, sento-me no chão com as costas na parede. Cato vem atrás de mim e senta-se a meu lado. Arrisco-me a fitá-lo e suspiro pesadamente. A sua expressão é carrancuda e triste. Sei o quanto Cato está ligado ao Distrito 2, que é o sítio onde passámos por tanto, por momentos bons e maus. Até compreendo como ele se sente, mas arriscar as nossas vidas por causa do passo não é o mais correto.
–Vai ficar tudo bem. - asseguro e o abraço. Não há mais nada que eu possa dizer.
Cato não responde, limita-se a devolver o abraço com tanta força quanto lhe é possível.
Naquele momento, uma voz baixinha e desconhecida nas profundezas da minha mente diz que estou enganada. Algo mau vai acontecer. E eu não vou estar preparada.

*

–Clove! - Blye não para de me chamar, mas eu permaneço na mesma posição, sentada na minha cama ao lado de uma mochila com a minha roupa e uma bolsa para a higiene pessoal e uma outra mochila, castanha e mais pequena, com alguma comida e um kit de urgências. Depois de tomar um comprimido que o garoto me arranjou para não enjoar, sentei-me e fiquei ali especada - Ei, temos de ir. Agora!

–Está bem. - levanto-me e meto a mochila ás costas - Para onde vamos, já agora?

–Você vai para o exterior, ainda falta meia hora até a evacuação, mas a Enobaria pediu que você estivesse pronta com trinta minutos de antecedência.

–Okay.

É um choque de realidade quando o ar frio bate no meu rosto. A brisa trás o cheiro dos pinheiros e o solo está coberto de folhas secas. Além das aeronaves estacionadas a alguns metros de distância dali e eu, Blye, Cato e Annie, o local está deserto. O pico das montanhas é vísivel ao longe e o sol parece pequeno e mirrado, com uma cor avermelhada e os seus raios frios e finos. É o típico inverno no Distrito 2.
Blye volta para o interior do edifício, a correr e ofegante, preocupado com a falta de tempo para preparar tanta coisa. Sentados no tronco velho de uma árvore, Cato e Annie estão a conversar normalmente sobre qualquer coisa como o Distrito 4. Quando Annie volta a mergulhar naquele estado de hipnose, anuncio a minha presença.

–Ei. - os dois se viram para mim. Annie tem o cabelo preso numa trança e a pele dela está a brilhar com a incidência dos fracos raios de sol. Cato, por sua vez, parece mais abatido, mas esconde bem isso com a postura arrogante e altiva de sempre.

É incómodo, muito incómodo mesmo, como ninguém tem nada para dizer. Eu sento-me na grama ao lado do tronco onde Cato e Annie estão sentados e fico a brincar com uma faca, espetando-a no solo e arrancando tanta grama quando me é possível. Não olho para eles, o nó na minha garganta parece estar em todo o corpo e apenas quero sair dali.

–Onde está o Odair? - pergunto por fim. Cato encolhe os ombros.
–Com a Johanna. - responde Annie, para minha surpresa, pois eu nem sabia que ela estava a ouvir - Eles devem estar quase a chegar.
–Okay. - sustive um suspiro. Pensar em Finnick e Annie juntos era engraçado. Os dois estavam em situações igualmente más, mas quando estavam juntos era como se os fantasmas da Capital desaparecessem e era apenas a Annie e o Finnick juntos, um garoto e uma garota, tudo o resto era dispensável. Algo me diz que o mesmo acontece comigo e Cato.
Senti uma mão no meu ombro e levantei o olhar. O loiro me deu um sorriso fraco e fez sinal para que me sentasse no seu colo. Nem foi preciso pensar duas vezes.

*

–Wow, isto é enorme! - Gale parecia perdido. Os seus olhos se prendiam numa das centenas de divisões da aeronave para em seguida encontrarem outro novo promenor.
A aeronave era realmente grande, com um tamanho até considerado exagerado tendo em conta que lá iam ser transportadas menos de quinze pessoas, incluindo o piloto, a co-piloto e um avoxe resgatado da Capital e que era uma espécie de quarda-costas. Nem sei como é que conseguiram imobilizar aquele homem tão grande e forte e muito menos cortar-lhe a língua, mas o medo que a Capital provoca ás vezes é suficiente para deixar uma pessoa a pensar que está condenada e levá-la a desistir. Isso também era uma das coisas que aprendiamos no Centro de Treinamento. Provocar medo aos nossos adversários e manipular a smentes deles de forma subtil mas eficaz. Se alguém pensar que está perdido, então está mesmo. A mente é uma das armas mais poderosas.
Era estranho pensar que mesmo em situação de guerra e miséria o Distrito 2 continuava a ter alguns luxos quando comparado aos outros Distritos. Claro, mantive a boca fechada e não reclamei - não havia nada de que me queixar.
–Parece... - o rosto de Finnick, sentado na fileira de bancos à minha frente, estava verde que nem um peixe - a nave dos Jogos...
E era mesma. Tal e qual ao sítio onde juntavam os 24 tributos pela última vez antes dos mesmos entrarem na arena, onde - com apenas uma exceção - saíria um único tributo.
Subitamente, esrava a ser trsnaportada por alguém, uma mulher, suponho, e sentava-me num banco ao lado do da Garota em Chamas. A mulher pegava-me no braço e introduzia um chip por baixo da minha pele, para os Idealizadores poderem controlar os seus brinquedos com os quais podiam fazer o que quisessem. Todos estavam assustados, sem saber se viveriam o suficiente para ver o sol despontar no dia seguinte.

Peeta fitava Katniss e até mesmo ela parecia um pouco desnorteada. Saber que ambos morreriam dentro de algumas semanas causou em mim uma sensção nostálgica. Nenhum de nós, os tributos da 74ª Edição dos Jogos Vorazes e todos os outros, não tinhamos culpa nenhuma daquilo. Nem mesmo os que como Cato ou Katniss se voluntariaram. Glimmer podia ser uma vadia inútil no que tocava a armas, mas ela também tinha sentimentos - mesmo que eu não me importasse com isso; Marvel, o babaca que admirava a sua parceira de Distrito e viveu para sofrer a sua perda; Jean, que foi o mais próximo de uma amiga que já tive; Peeta, o garoto que no final estava apenas a tentar salvar quem amava; e Katniss, a pessoa que eu odiava com uma força enorme, mas que sabia ser tão parecida a mim, pois ambas fomos tolas o suficiente para amar alguém de uma forma tão louca e desesperada que estávamos prontas a dar a nossa vida por isso - no caso de Katniss, essa pessoa era a tal Primrose, a garotinha loira e com olhos tristes que me culpavam.

Todos os tributos, até os matei e vi serem mortos, eram inocentes. Aquelas vozes ansiosas e temerosas que rondavam na minha mente lembravam-me de que a Capital tinha de pagar. E o preço era tudo o que tinham.

Um solavanco brusco trouxe-me de volta á realidade e só quando Cato me agarrou a mão e disse que era só a nave a descolar é que me apercebi de que estava assustada. Minutos depois, estou a dormir encostada ao meu namorado, que é obrigado a deixar para trás o lugar onde nasceu. Quase a dormir, interrogo-me do que está errado comigo ao sentir alívio por finalmente deixar aquele lugar. A conclusão a que chego podia deixar-me chocada ou mesmo aterrorizada, mas um pequeno sorriso brota dos meus lábios ao lembrar-me das palavras de Cato, "eu te amo". Isso supera qualquer loucura ou insanidade.

*

Cato´s POV
Foi tudo demasiado rápido. Num momento estava tudo bem, a maior parte d enós dormia, incluindo Clove, e no momento seguinte a aeronave explodiu. A primeira que coisa que fiz naquele caos foi soltar o cinto. Gale disse que havia uma pequena nave salva-vidas na sala ao lado, apenas tinhamos de chegar lá antes que tudo fosse pelos ares.
–Clove! - eu gritava a plenos pulmões, mas ela continuava serena, dormindo como se nada estivesse acontecendo - Acorda! Clove, vá lá, acorda! - começei a abaná-la pelos ombros. Clove abriu os olhos lenta e sonolentamente - Temos de sair daqui vamos despenhar!
–Cato! - Gale chamou da porta de saída da sala. Ele olhou para mim com urgência e o seu olhar depois caiu em Clove - Despachem-se! Temos menos de cinco minutos! - e saiu a correr.
–Cato? - a minha pequen ainda estava confusa e ficou aind amais quando a nave começou a tremer freneticamente. Os seus olhos estavam arregalados de medo - Que porra está acontecendo?
–Não há tempo para explicações. - disse e, ao mesmo tempo que tentava não ser jogado para o lado pelos abanões da nave, afastei-me - Temos de sair. - Clove assentiu e tentou tirar um cinto. Uma ruga de preocupação apareceu entre a ssuas sobrancelhas - O que foi? - eu estava a entrar em pânico. Ela estava a demorar demasiado tempo.
–O cinto... não sai! - enguli em seco - Merda!
–Uma faca. Você tem alguma faca? - Clove assente e procura nos bolsos das calças. Ela tira uma faca da bota. Os meus musculos gritam de dor quando choco contra a parede ao lado da porta - Puta que pariu! - a dor é muito forte e eu quero sair dali, mas não posso deixar Clove. Isso nem é opção - Clove!
–Você está bem? - pergunta ela com preocupação. Faço que sim com a cabeça. As sirenes da nave começam a tocar - Não dá! O cinto é demasiado forte para a faca cortar! - sacudo a cabeça. Estamos ambos a ficar desesperados, mas não vou ceder. Rastejo até onde Clove está sentada, debatendo-se contra o cinto e tentando cortá-lo. Tiro a facas das suas mãos e começo a rasgar o material.
–Vamos. - o cinto desfaz-se em dois e pego na mão de Clove, cujas pernas estão a tremer. Puxo-a até à saída.
Nada do que aconteceu podia ter sido previsto. Segundos depois de passar pela porta, ouvi um grito. O grito foi seguido por uma explosão. Esta explosão ocorreu bem perto de nós e fez toda a nave tremer. Alguém chamava por mim. A minha mão estava vazia. Choquei contra algo ou alguém, não sei ao certo.
Antes de cair na incosciência, só me lembro de pensar no corpo de Clove a ser puxado pelo ar para fora da nave por um buraco do tamanho de uma casa.

*


Clove´s POV
Alguém chama por mim. Há dor nessa voz, mas também sinto uma dor excruciante por todo o meu corpo. Não sei onde estou nem tenho tempo para procurar a resposta. Volto a ser abraçada pela escuridão.

*

Cato´s POV

–Onde é que ela está? - berro novamente. Não ligo á dor nem aos cortes abundantes pelo meu corpo - Finnick, me diz onde a Clove está! Agora! - mas ele continua calado. Há lágrimas no rosto de todos, incluindo o de Johanna. O piloto está morto, foi queimado durante uma das explosões e não sobreviveu. Finnick não consegue mexer um dos braços, Annie está ilesa mas em estado de choque e Johanna, eu e Gale estamos à procura da co-piloto e Clove. Para ser sincero, eu nem quero saber da co-piloto, a única coisa que me interessa é encontrar Clove sã e salva. –Cato. - olho para Gale. O meu coração bate como se fosse fazer um buraco no meu peito. A espera é agonizante. A Clove tem de estar bem, ela tem de estar bem - Tenha calma. - ele pede, mas algo no seu rosto me diz que Gale sabe a resposta que eu procuro. Ele sabe-a e eu quero-a como água num deserto. –Gale, me diz onde ela está. Por favor. - não peço nem imploro. Isso não é algo que eu faça. Mas eu farei qualquer coisa pela Clove, mesmo que tenha de implorar e me rebaixar. Não me importo. –A Clove... - Gale engole em seco e um lampejo de dor percorre os seus olhos. Ele abana a cabeça e bate levemente no meu ombro com um olhar de pena. Não, não, não - Ela não sobreviveu, Cato.

FIM.















































HAHA. Brincadeira, gente xD A fic ainda não chegou ao fim, não precisam ter um ataque.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 













































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Notas finais do capítulo

Hehe. Sempre gostei de surpresas ;;) Comentem!